Pov Bella

      Tomando cuidado para não acordar o bebê, eu entrei no quarto de enfermaria onde Rebecca se recuperava. Andrew estava sentado bem ao lado dela, com um braço sobre o ombro dela a envolvia com cautela, um sorriso de satisfação no rosto de ambos que admirava o corpo minúsculo do recém nascido.

       - Bella – eles pronunciaram nome em uníssono, quase que como um sussurro.

    Cheguei bem perto até poder ver a face do anjinho que estava nos braços da minha prima. Meu afilhado era branco como o pai, mas os fios do cabelo eram tão escuros quanto os da mãe.

        - Parabéns papais. – falei encantada com o menino- Jared é lindo demais.

        - E apressado, se não fosse seu namorado não sei o que teria sido de mim. – ela introduz o assunto Edward. – Não faça essa cara Bella, Edward salvou nossas vidas.

        - Deixa eu adivinhar, você também quer que eu volte com ele – acusei

       - Não, não era isso que eu ia dizer. – se defendeu, olhando sugestivamente para Andrew.

        - Fizemos uma pequena mudança com relação ao padrinho, sei que Johnny vai entender. – Andrew estudava minha reação. – Decidimos que vamos convidar Edward a ser padrinho de Jared. Se não fosse ele, Deus sabe como tudo teria acabado.

          - Façam como quiserem, não posso opinar nesse caso. Mas, não quer dizer que eu esteja aprovando isso.

~☆~

10 de Abril de 1999

        Por meses eu não soube nada a respeito de Edward. Continuava minha rotina na biblioteca e sempre que podia ia até a mansão Cullen ver Esme, também sempre que dava eu ligava pra Renesmee. Com relação as visitas, eu procurava sempre saber através de Emily que trabalhava no hospital sobre o plantão do doutor Cullen, só ia lá quando ele não estava já para poder evitar o assunto Edward.

     Esme nunca tocava no assunto Edward, mas eu sei que ela esperava só uma oportunidade pra me contar várias coisas a respeito do mesmo.

      O clima em Forks estava extremamente agradável, se considerarmos a noite tempestuosa de ontem. Poucas foram as vezes que tive medo de estar sozinha no apartamento e certamente ontem foi a noite que mais temi.

        Meu afilhado tinha acabado de completar seus três meses, e combinado com o padrinho dele, resolvemos que faríamos o batizado agora. O padrinho já devia estar pela cidade.

         De cabeça baixa eu caminhava pelas ruas de Forks, com uma sacola na mão, estava atrasada e por isso não me atentei a mudança dos semáforos.

         Tudo o que ouvi na sequência forma buzinas e pneus queimando no asfalto enquanto o motorista tentava frear ou desviar.

          Da cintura pra baixo, toda as células do meu corpo não respondiam ao comando simples que meu cérebro enviava de sair dali o mais rápido possível. Ao invés disso, eu estanques no lugar, fechei os olhos e esperei pela pancada que não veio. Ao menos não da forma como imaginei.

        Abri os olhos só pra constatar que havia sido jogada de volta pra segurança da calçada, aliás, jogada não. Eu fui puxada, e a pessoa que me puxou ainda tinha as duas mãos pela minha cintura. Não precisava olhar, nem precisava que ele falasse nada para que eu soubesse quem era.

      O cheiro do seu perfume favorito o entregava.

      - Deveria olhar por onde anda, Bellinha.

      - Me solta, James. – rosnei, me afastando de seu aperto.

      - Qual é Bella? Não vai nem me agradecer por salvar sua vida?

        - Preferia ser atropelada cem vezes do que sentir seus braços no meu corpo novamente. – cuspi as palavras com ódio, tentando me recompor do quase acidente. Ele riu

        - Bellinha , não precisa fingir. Estamos só nos dois aqui, pode confessar que você tem saudades de estar nos meus braços. – sua voz era sedutora, e o maldito sorriso cheio de segundas intenções estava em seu rosto.

       - Sai da minha frente! – grunhi quando tentei me afastar e ele me colocou escorada na parede de uma loja de sapatos, uma mão em cada lado do meu corpo impossibilitando uma fuga. – Me deixa sair, James.

       - Você não quer admitir, mas tem tanta saudades de mim quanto eu tenho de você, my Love. – ele levou sua destra ao meu rosto acariciando.

        Eu chutei sua virilha, o pegando desprevenido.

       - Droga, Bella! Isso dói pra caralho.

       - A intenção é essa. – respondi, e foi a minha vez de rir – Nunca mais encoste em mim.

       - Bella! – ele tenta me segurar novamente, e como se o azar não fosse o suficiente outra mão masculina impede que ele me segure.

      - Acho que a moça deixou claro que não quer que encoste nela – de onde raios Edward saiu é o que eu não sabia dizer.

      Deixei aqueles dois ali e saí o mais rápido que eu pude. Ainda tinha que me arrumar para o batismo de Jared.

~☆~

     O batismo foi tranquilo na questão religiosa, porém não questão pessoal eu passei por muito sufoco, principalmente se levar em consideração o fato de Edward vez ou outra usar da desculpa de brincar com Jared para tocar várias vezes em mim, e em muitas dessas me fazer arrepiar com um simples toque de pele com pele.

      Assim que a cerimônia acabou fomos para a casa de Andrew e Rebecca, onde toda a família estava reunida para o churrasco.

       Ignorar Edward era fácil até certo ponto, pois quando ele passou a dar atenção a uma das amigas de Rebecca que estavam ali eu comecei a me irritar, o que não fazia sentido já que fui eu que deixei claro que não queria nem se quer conversar com ele.

        - Já volto – falei para a minha mãe, me levantando e indo rápido em direção ao banheiro da casa.

       Não percebi que estava sendo seguida até que fui literalmente empurrada para dentro do banheiro antes que pudesse saber quem tinha feito isso, eu senti seus lábios no meu pescoço. Droga, Edward!

        - Não – tentei falar firme, mas a voz saiu arrastada quase como um gemido. Isso pareceu o agradar, já que grudou ainda mais nossos corpos. – Não- fui mais firme na voz, mas ainda assim não tentava me esquivar do aperto dele.

      - Fala que não me quer e saiu daqui e te deixo em paz, nunca mais te perturbo.

       - Edward...Ed...- - tentava inutilmente formar uma frase completa , mas minha mente estava nublada.

      Ele me virou me deixando de frente a ele, me beijando com intensidade. A resposta racional era me livrar dele e saí o mais rápido que conseguisse dali. Só que racional era tudo o que eu não era com ao lábios dele colados no meu colo.