O Lenda do Barão Negro escrita por Ilyric


Capítulo 3
Encontro de um velho conhecido


Notas iniciais do capítulo

Desculpa pela demora povo! Tava em semana de provas e só agora que tudo acabou. Vou tentar manter a média de 1 capítulo a cada semana, então se você estiver gostando da história não esquece de dar uma curtida que me empolga muito a continuar escrevendo essa fic. Boa leitura!



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Ainda é muito difícil de engolir, mas eu devo. Quanto menos tempo eu perder aqui nesse mundo, mais rápido eu volto para casa. Observo bem essa criatura verde do meu lado, vejo que ele é 100% de verdade. A sua polpa em suas costas, a sua quentura corporal ao toque de uma das minhas mãos, sua expressão de aceitação do meu carinho, tudo isso é de verdade.

Preciso me recompor. Eu vou ser o protagonista da minha própria jornada, e ela começa agora. Se eu quiser conseguir sair daqui, preciso pensar racionalmente e usufruir de todos os meus conhecimentos deste mundo. Decidi então começar pelo meu parceiro, que estava ao meu lado.

 

— Beleza Bulbasaur, antes, vamos ver quais golpes você tem.

 

— Bulba!

 

 

Não preciso saber pokémonês para ver que ele concordou com a minha ideia. Conhecer o seu parceiro antes de uma batalha é essencial, além de que, se eu souber quais ataques ele tem, consigo medir o nível que ele está e quais ataques ele pode aprender em seguida.

Growl e Tackle ele com toda certeza já sabe, o bulbasaur nasce com eles.

 

— Bulbasaur, use Tackle!

 

E então, ele lança uma poderosa investida sobre uma pedra com o dobro do seu tamanho, causando grandes rachaduras.

 

— Caralho! Isso foi do Caralho!!! Muito bem Bulbasaur!Bulba Bulba!  disse em um tom orgulhoso — Perfeito, então agora use Leech Seed!

 

— Bulba?

 

Entendi, esse ataque só é aprendido a partir do nível 7. Se o Bulba não sabe ainda, significa que ele veio no nível 5 ou 6, assim como em todos os jogos que você escolhe seu primeiro inicial.

Depois de pensar um pouco, vi que o Bulba ficou um pouco incomodado por não conseguir usar o ataque, tentou algumas vezes, mas estava claro que ele não tinha experiência o suficiente para usar. Ele ficou calmo até que bem rapidamente, e trouxe de volta o olhar confiante de sempre.

Como é um mundo pokémon de verdade, podemos até ver a Nature observando o pokémon, mas em relação a Ivs e Evs, isso não existe por aqui, pelo menos não com os meus conhecimentos atuais. Nesse quesito, esse mundo se diferencia bastante do que eu já estou acostumado. Para ter um pokémon forte, não é preciso ter os melhores Ivs, Evs ou Natures, apenas muito treinamento e um vínculo forte com o seu parceiro.

Vai ser difícil eu me acostumar com isso, admito que eu era aquele cara que capturava 100 vezes o mesmo pokémon até vir o perfeito. Mesmo assim, se eu quiser ser um campeão aqui, primeiro preciso criar um forte laço de parceria com aqueles que batalham por mim, e isso começa saindo daqui e procurar um abrigo.

 

— Ok Bulba, vamos sair desse parque e procurar um lugar para passar a noite, você vai ficar aqui dentro da pokébola.

— Bul Bul!

 

Ótimo, com ele aqui dentro, fica muito mais tranquilo de andar à noite. Além da força dos meus pokémons, preciso entender como esse mundo funciona e o quão distante ele está dos jogos e animes que eu já assisti. Resumindo a minha situação, eu estou na cidade de Pallet, onde começamos o jogo. Preciso entrar em alguma floresta que leva para Viridian, seguir para Pewter e conseguir a minha primeira insígnia.

Isso definitivamente não vai ser nenhum pouco fácil. No jogo, Pallet só tem 4 casas, mas aqui nesse mundo, ela é uma vila bem grande de +20 mil habitantes. Isso significa que a floresta que me leva para Viridian é insanamente maior do que no jogo ou no anime.

 

Isso tá começando a ficar interessante. 

 

Andando mais um pouco, decidi procurar algum lugar para passar a noite. A cidade é totalmente vazia, passando um aspecto sinistro de filme de terror. A brisa é fria, o silêncio é assustador, e as luzes dos postes são tão fracas que mais atrapalham do que ajudam.

Avançando um pouco mais pelas ruas, encontrei um beco escuro, porém com um pouco de palha e algumas caixas no seu final. Isso é perfeito, consigo posicionar as grandes caixas para ganhar proteção, e as palhas são fofas o suficiente para não machucar as minhas costas enquanto eu durmo.

Realizo todos os meus objetivos e consigo fazer algo até que minimamente confortável para um beco úmido. Ainda estou com muita fome, e fico lembrando daquela lasanha que eu botei no microondas antes de vir para esse mundo. Como eu gostaria de uma lasanha agora.

Mas antes de dormir, preciso traçar alguns planos para amanhã. Eu não posso simplesmente sair para a floresta sozinho sem nada e nenhum plano, eu preciso me estruturar primeiro. Amanhã eu vou tentar furtar algum pão de alguma padaria, e então explorar a cidade até então desconhecida. Depois disso, vou treinar um pouco meu Bulbasaur e tentar encontrar algum lugar que dê para fazer uma grana fácil.

Se eu conseguir juntar um bom dinheiro, dá para conseguir comprar alguns equipamentos e partir para as cidades sem medo nenhum. 

Enquanto planejo todos esses planos, um forte sentimento pesa o meu peito e sufoca meu coração. Estou ansioso com tudo o que vem acontecendo, e não tenho certeza do dia de amanhã. Ter que viver como um sem teto e roubar comida para sobreviver não é definitivamente o início de aventura que eu esperava.

Ainda sim, não importa o que aconteça, eu só preciso estar do lado do Bulba, se alguma coisa acontecesse com ele, não sei o que eu seria capaz de fazer, prefiro que as pessoas não tentem a sorte de descobrir.

 

E o sono veio



‘’’’’___________________________________________’’’’

 

Manhã - 10:30



Acordo com gritos e rosnados na minha frente. Minha cabeça está muito pesada, e ao abrir os olhos, não consigo ver nada além de 2 vultos.

Me levanto aos poucos, bocejando e esfregando os olhos, até entender o que está acontecendo.

 

— Calma jovem Bulbasaur  diz uma voz mais idosa  Eu não vou fazer mal ao seu treinador, apenas quero conversar com ele.

— BULBA BULBA BULBAAAA!!!  responde em um tom de muita raiva.

— Calma bulbasaur  digo tentando apaziguar a situação  Ele aparentemente não quer fazer mal para gente, deixa que eu assumo daqui.

 

Não consegui ver hostilidade nesse senhorzinho. Ele tem um olhar gentil, um rosto quadrado e cabelo totalmente branco. Sua pele é extremamente enrugada, típico de um idoso na casa dos 80 anos, com olheiras que mostram que esse senhor tem muita história para contar. Ele claramente ficou um pouco assustado com o comportamento do meu amigo aqui.

 

— O que você quer?  pergunto pegando um pouco de distância

— Não é comum vermos moradores de rua tão jovens nessa cidade tão pequena.

— Bom, agora você encontrou um.

— Qual é o seu nome jovem? Vamos dar uma volta pela cidade, eu te pago o café da manhã.

 

Uma gentileza dessas é tão boa que eu até desconfio, mas algo dentro de mim me diz que esse cara é extremamente confiável. Nós andamos pela cidade, agora muito mais viva e colorida com a luz do dia.

Nós passamos em uma pequena padaria no caminho, compramos um pouco de pão e café e seguimos para a mesma praça onde eu “spawnei”.

 

— Deixa eu ver se eu entendi  diz o velho  Você perdeu todas as suas memórias, de famílias e amigos, acordou com esse pokémon e vive nas ruas desde então?

— Exatamente.

— Eu verifiquei o site de jovens perdidos da polícia de Kanto e não encontrei ninguém com seu nome e rosto.  Ele então para e coça a rala barba  Isso é um mistério em tanto hein.

— Pois é, as únicas coisas que eu sei são o meu nome e que eu tenho esse carinha comigo.

— Você tem um parceiro incrível, os bulbasaurs não costumam ter esse comportamento mais agressivo, admito que é um tipo raro.

Agradeci. Realmente, o bulbasaur normalmente parece ser um pokémon bem tranquilão, mas ele se mostrou extremamente raivoso quando quis me proteger.

Olhando aquele mesmo cenário das pessoas brincando na grama, percebo que não seria tão ruim morar nesta vila pacífica, já que é uma região bem mais tranquila do que onde eu morava.

 

— Olha senhor, eu agradeço a sua gentileza, mas eu preciso partir.  Disse já me levantando  Preciso sair e me aventurar nessa região. Minhas memórias estão confusas, mas eu sei que tenho um desejo enorme de vencer todos os ginásios que eu encontrar pelo caminho.

— Olha garoto, eu admiro muito a sua coragem, mas você precisa ter um trainer card, pokedex e várias outras ferramentas para poder lutar contra um ginásio, coisa que você não tem agora.

— Sabe onde que eu posso conseguir uma?  digo inclinando a cabeça.

— Você não pode, não ainda.  diz fechando um pouco o rosto.

— Por que não?

— Olha, vou te explicar o básico já que você perdeu as suas memórias. A maioridade é conquistada quando você tem seus 18 anos, que é o seu caso, mas para poder ser um treinador pokémon você precisa ter uma capacitação profissional.

— Capacitação profissional?

— Sim. Para falar a verdade, já houve tempos no passado que crianças a partir dos 10 anos podiam virar treinadoras, mas por ser uma profissão de alto risco e que matava muitas crianças por ano, o presidente do país proibiu totalmente, aumentando a idade mínima para 18 anos.

— Entendi, então você precisa fazer uma espécie de “faculdade” para virar um?

— Não é como uma faculdade qualquer, é como um curso que você faz durante 1 ano para poder tirar um certificado. Hoje a profissão de treinador pokémon é bastante procurada no mercado de trabalho, não só pelos torneios, mas por outros trabalhos que eles fazem por fora. Por isso, são pouquíssimas vagas para muita gente tentando.

— E eu não posso ser um treinador mesmo sem isso?

— Você até pode  diz o velho  hoje em dia qualquer um pode pegar um pokémon e sair batalhando por aí, mas para desafiar um líder de ginásio, você precisa de um certificado desse curso. É por isso que hoje temos muitos treinadores pokémons, mas são poucos os que realmente possuem essa faculdade, sendo chamados de “treinadores de elite”.

 

Entendi, então é só eu passar nessa prova e entrar nessa faculdade, desafiar os líderes de ginásio e sair desse mundo. Não é tão difícil assim para quem já fez o ENEM.

 

— Eu consigo ver nos seus olhos jovem.  diz em um tom sarcástico  Tá achando que é fácil não é?

— Bom…

— Essa prova é extremamente elitista. Desde que foi criada a 10 anos atrás, os treinadores de elite são sempre aqueles que moram nas grandes cidades e possuem familiares com muito nome na sociedade, é impossível para alguém que nasceu em pallet fazer isso.

— Quantas pessoas em toda a região de Kanto tentam fazer essa prova?

— Aproximadamente 10.000

— E quantas passam por ano?

— Apenas 100, e a prova é realizada a cada 5 anos.

 

Isso é algo surreal de se imaginar. Que prova doida é essa? É muito evidente que pessoas normais dificilmente conseguiriam concorrer a uma coisa dessa. É uma pena para esses riquinhos de merda que eu não sou alguém normal.

 

— Quando que vai ser realizado o próximo exame?

— Você não está pensando em fazer ele né?

— Eu disse…  repito em um tom mais sério  Quando que vai ser o próximo exame?

— Curiosamente, daqui a 1 semana, vai ser realizado na cidade de Celadon.

— Então esse é o meu próximo destino.

 

Me levanto do banco e começo a aprontar minhas coisas. Esse desgraçado que me trouxe aqui planejou tudo, ele sabia que eu iria procurar essa prova, então me trouxe faltando poucos dias para ela começar.

 

Muito obrigado pela mochila e pela comida, eu juro que vou devolver esse favor para você um dia.  digo enquanto estou de pé, na frente dele.  Inclusive, qual é o seu nome mesmo?

— Olha jovem, só de olhar para os seus olhos saudáveis e confiantes, vejo que você tem um futuro brilhante pela frente, mas vai enfrentar muitos desafios também  diz se levantando do banco  Tome esse ticket para poder pegar o trem, eu iria usar ele para assistir o exame, já que é transmitido para toda a região. A viagem para Celadon dura 6 dias mais ou menos. Ao chegar lá, descanse e se prepare para a prova, ela vai ter tanto uma parte escrita como prática, acredito que sua determinação vai te guiar para o caminho da vitória.

— Eu juro para você, que eu serei a primeira pessoa da cidade de Pallet a conquistar 1 das 100 vagas da faculdade mais injusta desse país.  digo determinado  Até breve!

— Até breve meu jovem, mas antes, o meu nome é Samuel - diz rindo - Samuel Carvalho, mas antes de me aposentar, eu era comumente chamado de Professor Carvalho, prazer conhecer você.


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