The One That Got Away escrita por Polaris


Capítulo 1
Prológo


Notas iniciais do capítulo

Olá, como vão?

Quem me conhece sabe que estou participando atualmente do desafio de Drabbles do Nyah! (não é a primeira vez, tenho aparecido bastante nesses desafios) e sempre contribuo com histórias do universo Marvel. No entanto, há algum tempo estava querendo fazer uma long fic e decidi retomar esse projeto que está engavetado há algum tempo.


Espero que gostem!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/810559/chapter/1

Residência Barnes.

Brooklyn, Nova Iorque,

1941

A VISTA DAQUELE PRÉDIO era maravilhosa, tinha de admitir. A refrescante brisa de verão trazia um toque especial para o pôr-do-sol alaranjado, que por sua vez, contrastava bem com a cinzenta ponte do Brooklyn. Mesmo assim, ela não fazia a menor ideia do porquê estava naquele parapeito, bebendo uísque barato com o maior patife do bairro.

— Uma moeda por seus pensamentos — disse ele, o que a fez esboçar um sorriso de canto.

Se ganhasse uma moeda por cada um de meus pensamentos, já estaria tão rica quanto a rainha da Inglaterra a essa altura, refletiu com amargura.

— Só estou pensando que... — ao invés disso, murmurou, olhando para o horizonte como se estivesse esperando por alguém que sabia que não retornaria — nunca estive tão perdida como agora.

Ele apoiou o corpo no parapeito e cruzou os braços em uma postura desleixada.

— Foi muito corajosa com aquele discurso, se quer saber.

Ela franziu a testa e olhou para ele de soslaio.

— Acha mesmo que fui corajosa? Porque estou me sentindo como uma maldita covarde— disse, sem olhá-lo e levou o líquido âmbar até os lábios, contraindo o rosto ao sentir a ardência pela garganta. Não estava acostumada a beber, também.

Ele levantou uma sobrancelha.

— Não conheço muitas pessoas que conseguem se manter tão fortes como você se manteve. Ele se orgulharia disso.

— Eu gritei com o comandante dele, bem no meio de sua homenagem póstuma e, depois, chorei feito uma garotinha assustada. Foi patético — ela argumentou, amarga. Só de pensar naquele bastardo frívolo a enfurecia — e ele tratou meu pai como se não fosse nada, como se a morte dele fosse apenas mais um assunto desagradável para lidar.

— Outro motivo para seu pai se orgulhar. Ele adoraria vê-la defendendo-o como uma leoa.

Ela fez um barulho nem um pouco educado com a boca.

— Duvido muito. Papai quase sempre me tratava como uma criança. Às vezes me pergunto se ele me via como uma adulta funcional ou como uma boneca de porcelana.

Ele abriu um sorriso torto.

— Eu não diria que se parece com uma boneca de porcelana, se serve de consolo.

— Ah, cale a boca.

— Bom, é verdade— disse ele, rindo com o soquinho que ela deu em seu braço — de qualquer forma, você é uma mulher livre, pode fazer o que quiser.

 Ela revirou os olhos.

— Claro que sou— debochou — Livre. E livre para fazer o que exatamente?

O que faria agora? Não tinha ninguém a quem recorrer. Não era rica, mal tinha um teto sob a cabeça e, graças a teimosia de seu pai em fazê-la focar em estudos caros demais para o bolso deles, também não tinha emprego algum em sua área, afinal, quem contrataria uma mulher sem recomendações que sequer conseguiria se formar por falta de dinheiro?

— Em primeiro lugar, poderia parar de ficar tão na defensiva comigo — ele alfinetou ao pegar a garrafa ao lado dela e encher seu copo — não sou o inimigo aqui.

Ela, involuntariamente, deu uma risadinha. Ele estava certo, tinha de admitir. De fato, estava na defensiva, mas era inevitável. Até pouco tempo atrás, a relação entre os dois não era tão amistosa assim. Provavelmente era essa a conversa mais longa que teve com aquele homem desde... bom, desde sempre.

Porque sim, os dois tinham uma história e, independente de suas diferenças, Barbara Harris sempre seria a melhor amiga de Rebecca Barnes, irmã mais nova do patife a sua frente —pessoa que procurava antes de encontrá-lo por acaso— e mesmo que os dois fossem como água e óleo, eles se toleravam, em respeito dela.

Mas ainda assim era difícil.

Para Barbara, James Buchanan Barnes — ou apenas Bucky, como gostava de ser chamado — era um homem de hábitos deploráveis. Um típico cafajeste libertino, do tipo que seu pai a alertara para manter distância desde antes de descobrir o significado das palavras cafajeste e libertino — muito embora a palavra libertino já estivesse em desuso há décadas.

Ela, por outro lado, era quase uma lady  —ainda que odiasse essa palavra. Sua mãe era a segunda filha de um abastado barão britânico, que largou a vida confortável — e rica— da sociedade londrina para se casar com seu pai, um piloto qualquer da força aérea norte-americana — sem título algum na época.

E, honestamente, a vida de Adam e Elisabeth Harris nunca foi fácil.

Foram pais jovens, ele com 22 e ela tinha apenas 19 anos quando engravidou de Barbara, antes do casamento. Obviamente, a família dela era contra o romance, e a deserdaram no minuto em que descobriram, obrigando-a a deixar a casa da família na Inglaterra para um pequeno apartamento no Brooklyn, onde Barbara crescera.

Mas isso não a impediu de ser amada intensamente por eles. Por sua mãe, principalmente, pelo pouco que podia lembrar. Durante os anos que passaram juntas, Elisabeth a amou e ensinou tudo o que podia, sobre a vida, amor e como segurar garfos do jeito certo. Ela era obcecada por boas maneiras e outras baboseiras do tipo.  

E, talvez fosse por isso, refletiu, que Adam tivesse insistido com as insuportáveis aulas de etiqueta por tanto tempo ou com aquela faculdade enfadonha e que, francamente, ela nem gostava tanto assim. Quase riu com a ironia, refletindo que era um milagre a criação rígida do pai não a ter transformado em uma daquelas típicas garotas conservadoras que se casavam cedo e serviam de troféu para algum troglodita igualmente conservador. Só de pensar naquilo, sentiu o corpo tremer.

Não que julgasse as garotas que sonhavam com esse estilo de vida, apenas não conseguia se enxergar desse modo. Francamente, ela sequer conseguia se imaginar casando um dia, para o espanto de Rebecca que vivia planejando seu próprio casamento — com um noivo inexistente. 

Achou melhor espantar aqueles pensamentos com outro gole de uísque, mandando qualquer resquício de decoro que ainda tivesse para o espaço e olhou de soslaio para Bucky.

 Bucky. Eles nunca tinham se gostado. Mas naquele dia tudo mudou. Se pela manhã, alguém dissesse que estaria naquele telhado, bebendo sozinha com ele, Barbara com certeza iria preferir estar outra vez aprendendo a usar garfos.

Mas naquele dia... Barbara fechou os olhos com força e esvaziou o copo de uma vez, desejando poder esquecer aquele maldito dia. Não sabia dizer o que era pior:  Os olhares de pena de todos os colegas de seu pai que a viam como um ser incapaz de se cuidar por conta própria ou o desprezo velado dos comandantes que não pareciam enxergar que Adam Harris era mais que um peão no meio de um conflito de interesses políticos. Que Adam era um ser humano e que tinha sentimentos, sonhos, medos e, acima de tudo, alguém amado. Por ela.

No fim das contas Bucky tinha razão, talvez seu pai se orgulhasse em vê-la colocando aquele homem desprezível em seu devido lugar.

— Me desculpe — disse Barbara, com um sorriso fraco. Velhos hábitos custam a passar, ela quis complementar, mas achou melhor ficar em silêncio.

Bucky balançou a cabeça e sopesou a garrafa de uísque novamente no parapeito. Era surpreendente a velocidade em que estava se esvaziando nas mãos dos dois. Ao todo, Barbara contou quatro copos para ele e dois para si. Três, com o que acabara de completar.

— E o que pensa em fazer agora que, bem... você sabe.

Barbara suspirou, involuntariamente levando uma das mãos para um pingente metálico escondido no vestido, o último resquício de Adam que conseguiu guardar consigo. Não sabia ao certo, mas havia uma ideia ousada, que provavelmente não daria certo, mas que naquele instante, valia a tentativa. Algo que pensava há tempos, mas que sempre teve medo de dizer em voz alta.

Porque a verdade era que ela tinha um sonho.

— Quero ser piloto — Barbara confidenciou, sem olhar para Bucky, em um sussurro baixo, como se ainda estivesse reunindo coragem para admitir — Quero pilotar como papai e, quem sabe, fazer algo importante assim como ele fez — ela bebeu mais um gole e continuou: — Soube que estão recrutando jovens moças para serem pilotos de carga. Sei o que parece, mas a essa altura já não tenho mais nada a perder.

Ela piscou algumas vezes, afastando as lágrimas que escapavam de seus olhos, era uma memória agridoce, afinal. Se lembrava com carinho do dia em que Adam a levou aos céus Nova-Iorquinos pela primeira vez, quando ainda tinha dez anos, e daquilo que sentiu em seu peito enquanto estava acima das nuvens. Era como se tivesse nascido para aquilo. Amava voar, amava aviões. Não foram poucas as vezes em que havia sujado seus vestidos de cetim delicados com óleo de motor, enquanto tentava entender como as engrenagens daquelas máquinas fascinantes funcionavam. Mas havia um problema. Barbara era mulher. E mulheres não podem — ou devem — ser pilotos.

Até aquele momento.

—Isso é... impressionante — ele disse, como se fosse a última coisa que esperava dela — Você deveria mesmo tentar.

Ela sentiu as bochechas esquentarem.

— Não acha que é uma ideia estúpida ou completamente inapropriada para uma mulher como eu?

Para sua surpresa, no entanto, ele sorriu. Cafajeste, exibindo as covinhas das bochechas daquele jeito irritante que apenas Bucky Barnes conseguia, mas que de alguma maneira, até que era charmoso.

— Sinceramente, acho que combina com você — disse ele.

Ela ergueu uma sobrancelha.

Não notou nenhum traço de sarcasmo em sua expressão, o que a deixou completamente sem reação, definitivamente não era o que esperava. Nunca tinha falado abertamente sobre o assunto com o pai, então não fazia a menor ideia de como seria sua reação, embora suspeitasse que não fosse das mais positivas. Amava-o imensamente, mas sabia que Adam podia ser extremamente retrógrado e superprotetor quando o assunto era a segurança dela, ao contrário de Bucky, que exibia um olhar encorajador.

— Obrigada.

E por algum motivo que não soube explicar, naquele momento, Barbara sentiu uma intensa onda de afeição por ele. Talvez estivesse certo, percebeu. Talvez pudesse mesmo ser piloto.

— Sei que não é o melhor momento para dizer isso, mas finalmente me alistei para o exército — Bucky disse com uma piscadela. Casual, como se estivesse falando sobre o tempo — dentro de duas semanas vou saber se me aceitaram. Se me convocarem, começarei o treinamento em Jersey em três meses, no máximo.

A expressão de Barbara se fechou quase que imediatamente.

— Não deveria ter feito isso, patife.

Ele umedeceu os lábios.

— Não é como se eu tivesse muito controle sobre isso, não acha?

Ela sabia que no fundo ele tinha razão, o alistamento para Bucky era praticamente obrigatório, mas diabos, por que ele parecia estar gostando tanto da ideia? E por que estava se sentindo tão hipócrita?

— Claro que tem — tentou argumentar— não é como naquelas malditas propagandas — sua voz diminuía a cada sentença, como se estivesse externando suas próprias frustrações — É perigoso. Não sabemos o que realmente está acontecendo por lá.

Ela sentiu os olhos azuis de Bucky queimando sobre sua expressão consternada. As palavras dele resgataram uma memória arraigada da noite em que soube sobre o falecimento do pai, um mês atrás, na França. Foram semanas de silêncio estarrecedor e mais algumas de angústia até a confirmação de que estava entre as baixas. Inferno, tudo que restou dele foi uma bandeira e aquele maldito pingente.

Isso sem contar que com as escassas cartas recebidas e as informações confusas trocadas com seus colegas de front, Barbara pode perceber —um pouco, mas que ainda assim era bem mais que a maioria— do que realmente acontecia na Europa. Era aterrorizante.

Tanto que quase conseguia ver sua amiga na mesma posição que ela, nos correios, esperando semanas, meses, por uma droga de correspondência. E talvez, fosse apenas por isso que a ideia de que o patife fosse para aquele inferno causasse tanto incômodo nela, afinal, não era como se sentisse tanto apreço pela vida dele.

Não tinha motivos para isso.

— Quer ser piloto, mas a ideia de eu entrar para o exército assombra você?

— É diferente — ela bateu o copo no parapeito, irritada por parecer tão contraditória, mas ele precisava entender seu ponto.

— Diferente como?

Você tem família— praticamente cuspiu as palavras.

— Mais um motivo para querer protegê-las, não acha? E se quer saber, às vezes acho que Becca gosta mais de você do que de mim.

— Isso não é verdade.

— Será?

Ele estava tentando desviar o foco da conversa, percebeu.

— Seja como for— disse ela, tentando voltar ao assunto— eu, enquanto piloto de carga, jamais chegaria perto da linha de frente. Os soldados por outro lado...

Bucky deu uma risadinha.

— Cuidado, doçura. Assim chego a pensar que se importa comigo.

— Não dou a mínima para você — Barbara retrucou, indignada — Estou apenas pensando em como Rebecca ficaria angustiada sem saber por onde o irmão desmiolado anda.

Se está ferido. Se ainda possui todos os membros do corpo. Se ainda está vivo.     

Eram as perguntas que fazia todas as noites insones e que Barbara jamais desejaria a ninguém, mas como se não entendesse a gravidade da situação, Bucky bebeu lentamente um gole de seu uísque antes de perguntar, em um tom que ela facilmente descreveria como deboche:

— Então está dizendo que não sentiria minha falta? Nem um pouquinho?

Sua pergunta repentina a pegou desprevenida. Se ela sentiria falta do patife? Claro que não. Não havia razão alguma para que sentisse.

— Eu... eu... — ela limpou a garganta. Por que estava hesitando com uma pergunta tão simples, afinal? — ...perceberia sua ausência. Rebecca com certeza me lembraria sempre— completou desviando o olhar, constrangida.

         Ele sorriu, como o cretino egocêntrico que era e Barbara se amaldiçoou por ter vacilado.  Culpou o álcool por isso — já que nunca tinha bebido mais que uma única taça de vinho do porto durante o jantar — e, portanto, era a única explicação plausível para justificar suas ações e pensamentos irracionais, que por um instante lhe diziam uma verdade que jamais admitiria para ele, e muito menos para si mesma: sim, sentiria falta dele e sentiria falta de suas provocações e dos sorrisos enviesados que trocavam ocasionalmente.

Bucky, por outro lado, lançou uma piscadela, como se estivesse sadicamente satisfeito com o rubor nas bochechas dela. O patife certamente se considerava um garanhão irresistível.

— Não se preocupe, eu escreverei para você. Toda semana.

Barbara estreitou os olhos.

— E quem disse que quero que você escreva para mim? — Ela rebateu, voltando a pose de indiferença.

— Nesse caso, posso me contentar com um beijo de despedida.  

Se Barbara pudesse matá-lo com o olhar, Bucky com certeza estaria morto e enterrado naquele momento. E por que estava surpresa? Uma vez patife, sempre patife, pensou.

Antes que pudesse dar uma resposta à altura, porém, ela o sentiu aproximar-se. Tanto que o aroma de seu perfume amadeirado impregnou-se em suas narinas. Era bom. Barbara fitou seus olhos azuis, tão típicos da família Barnes e tão cristalinos que quase conseguia se ver refletida por eles. Detestava admitir, mas Bucky era um homem muito, muito atraente. Por isso, ela prendeu a respiração, em uma tentativa de resistir a sandice de aceitar sua proposta, que a cada segundo parecia mais tentadora.

Por Deus, nunca mais vou beber nessa vida. Era a mais pura mentira, ela sabia. De qualquer forma, como não queria deixá-lo pensando que era mais uma das tontas apaixonadas que viviam atrás dele, devolveu o sorriso provocativo.

— Talvez— rebateu ela, sussurrando ao pé de seu ouvido — seja melhor me alistar também — levantou uma sobrancelha com a maneira como ele ajeitou a coluna, desconfortável — só para garantir que volte inteiro. Pela Rebecca, claro.

Era um jogo perigoso que estava traçando. Barbara sabia que não deveria estar fazendo aquilo. Mas ora, se ele podia provocá-la, por que não pagar na mesma moeda?

— Acha que sou incapaz de me defender?

— Acho que você é um patife impulsivo — ela esticou os lábios e teve a impressão de que a expressão dele vacilou — devo lembrá-lo de cada uma de suas brigas idiotas pelo bairro com Rogers?

Ele deu uma gargalhada.

— E como exatamente você pretende me proteger? Vai me vigiar? — havia um brilho diferente em seu olhar, quase predatório — Adoraria discutir as possibilidades, doçura

Barbara deu um tapa em seu ombro, afastando-o.

— Porco.

E então se encararam por longos segundos e riram outra vez, talvez pelo efeito do álcool, que àquela altura já mandava qualquer parte do bom-senso deles para o espaço. Como nunca tinha visto aquele lado de Barnes antes? E por que de repente sentia uma estranha onda de empatia por ele, como se quisesse entendê-lo melhor?

— Mas acho que entendo seu ponto de vista, de certa forma — ela disse, quando finalmente parou de rir — claro, é idiota, irresponsável, imprudente...

Ele contraiu o rosto.

— Já terminou?

— ...E levemente egoísta — Barbara continuou, sem se importar com a expressão indignada dele —mesmo assim, acho que entendo. Você quer ser mais. Você sente que pode ser mais. É louvável, de certa forma.

— Por que tenho a impressão de que não foi um elogio?

— Porque não foi. Meu pai também era assim, ele achava que estava me protegendo e mesmo que o preferisse comigo agora, não seria capaz de impedi-lo de lutar. Não tenho esse direito.

— Barbara...

— E — ela o cortou — ainda acho que não deveria fazer isso, por causa delas, principalmente. Mas, no fundo, eu realmente te entendo — suspirou — apenas… tome cuidado, tudo bem?

Bucky não disse nada por um tempo. Ele apenas concordou timidamente e deu de ombros desviando o olhar. Por um breve instante, ela poderia jurar que viu as bochechas dele adquirindo um tom rosado — embora pudesse atribuir aquilo ao uísque — como se não soubesse exatamente o que responder.

— E quanto a você? —ele perguntou finalmente — está falando sério? Quer mesmo lutar?

Ela refletiu por um momento, olhando para seu copo pela metade.

Talvez. Talvez, eu queira apenas pilotar. Talvez, eu não queira que a morte dele tenha sido em vão. Ou, talvez, no fundo, eu queria de alguma forma terminar o que ele começou, nem que seja apenas levando suprimentos para os acampamentos. Vai saber.

Bucky acenou como se concordasse. Então pegou seu copo e o levantou, em direção a ponte do Brooklyn, onde os últimos raios de sol desapareciam em um lindo pôr-do-sol alaranjado.

— Proponho um brinde — ele sugeriu repentinamente.

Barbara inclinou a cabeça.

— Ah é? E o que brindaremos?

Adam Harris. Um grande homem e suas inspirações.

— Inspirações? Que inspirações?

— Que tal se começarmos com a maior e mais prepotente piloto do Brooklyn?

Barbara riu.

— Nesse caso, devo acrescentar também o soldado mais desmiolado do batalhão — Barbara acrescentou, levantando o próprio copo — e o maior patife que conheci.

Bucky a olhou como se estivesse ofendido — ela sabia que não estava— e brindaram. Barbara entornou o resto do uísque de uma vez, sentindo o coração aquecer. Aquele lugar, a presença dele, até que transmitia certa segurança. Não sabia o porquê, mas ela desejou que o momento durasse para sempre.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Esse prólogo serve principalmente para introduzir vocês ao universo da história. Ele se passa em 1941, meses antes dos eventos de First Avenger.

E talvez as coisas pareçam confusas no começo, mas logo logo tudo vai fazer sentido.

Por enquanto é isso. Espero que gostem!

Um beijão e até breve!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The One That Got Away" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.