Among Other Kingdoms - Terceira Temporada escrita por Break, Lady Lupin Valdez


Capítulo 8
O Colar de Raios e um Colar de Conflitos


Notas iniciais do capítulo

♥~Enjoy~♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/810553/chapter/8

Evie estava nervosa, detestava os irmãos, mas, nada disso teria acontecido se ela se mantivesse como ela mesma, e se eles tivessem se suicidado? A culpa seria dela. Seus pais a odiariam. Mas, e se eles apenas fugiram pra nunca mais voltarem? A culpa seria dela. Orion observava a prima ir de um lado para o outro, e não entendeu. Houve uma desestabilização e com certeza um colapso mental, era uma coisa boa. Durante o desjejum, o que era notável que a ausência dos irmãos incomodava os pais. Inconscientemente Evie sabia e sentia que se eles fugiram foi por culpa dela, pois, ela nunca na vida havia afastado Eilon de Elisa, nunca reivindicou o seu dragão, nunca foi gentil o suficiente. E agora que ela fez eles somem? Tão rápido, tão inesperado, seu pai estava muito preocupado, sua mãe estava abalada e parecia que ela não dormiu bem.

O que realmente a deixava chateada, quando, ela sumia ficava de castigo, e da última vez apanhou, certeza que com o “casal perfeito de filhos” não teriam o mesmo tratamento, independendo de quanto tempo eles demorariam para chegar lá, aquilo era nítido, estava estampado na cara de seu pai “meu filhinho voltou. ”. O que por um certo ponto de vista era triste. Mas, por um lado, o clima estava mais agradável, mesmo que tenebroso, mas, não tinham olhares odiosos a cercando, nem alfinetadas, mesmo com o clima de pesar, era tranquilo. Naquele dia, Estela tentou uma última vez junto com a persistência e auxilio de Evie a procurarem os irmãos. Mas, ninguém imaginaria que eles estariam em Dragoi, pois, o que eles fariam ali? Paz e sossego? Orações? Então elas procuraram pelas florestas, montanhas, cavernas, por todos os lados, inicialmente nada fazia sentido.

—Certo Orion... E agora o que eu faço? Foi a minha culpa eles sumirem. – Eles estavam no quarto dela, a chave da sacada ainda estava com Estevão, então Orion estava sentado no baú aos pés da cama da prima.

—Você mandou eles sumirem? – Ele olhou para ele surpresa. – De verdade, não acho que eles se mataram de amor. – Houve uma longa pausa. – Apesar que já ouvi tragédias românticas de amantes que fizeram isso. Como Píramo e Tisbe, ele primeiro, ela depois...

—Isso não é uma história de mentira Orion! Isso é sério! – Ele a olhou sem entender.

—Primeiro, aconteceu de verdade. E segundo, porque se importa tanto? Você desgosta dos dois. – Era verdade, mas, mesmo assim, na cabeça dela, o seu envolvimento em um todo não deixava a situação menos desgostosa ou amável, apenas estranho.

—Se algo tiver acontecido com eles a cul.

—Não aconteceu nada de ruim. – Orion tocou na testa dela para que ela prestasse atenção nele. – Notícias ruins correm rápido. Se eles tivessem feito algo de ruim, contra si mesmos, já saberíamos. Eles apenas e esconderam muito bem.  – Orion tirou o dedo de sua testa e Evie se sentou na cama para tirar as botas da montaria que usou para encontrar os irmãos. – Com todo um reino atrás deles, se fosse algo trágico, alguém teria encontrado. Pensa nisso. – Assim que a garota tirou as botas a fita dourada em seu calcanhar chamou a atenção do primo, ele estava afastado dela, sempre que a ajudava a se vestir ela não reparava no corpo dela, pois aquilo seria desrespeitoso. Mas, involuntariamente o brilho chamou atenção. – O que é isso?

—O que?

—No seu calcanhar. – Ela olhou para o seu pé.

—Ah! Minha mãe disse que foi um presente da sua mãe.

—Minha mãe?

—Sim. De Rainha para Princesa. – Orion estreitou os olhos e se aproximou devagar.

—Minha mãe tem uma dessas no pé também.

—Ela sabe como tirar? Porque já tentamos de tudo e não saí. – O garoto apenas observava.

—Ela não se tira! – Ele respondeu. – Mas, tem certeza que foi a minha mãe? – A garota afirmou. – Porque ela te daria isso?

—Porque ela é uma Rainha?! – Era óbvio para ela.

—Mas, não faz sentido.

—O que não faz sentido? – Evie ergueu uma sobrancelha.

—Você nasceu em Calasir! – Ele exclamou.

—Ah, eu não nasci em Calasir. Eu nasci em Saphiral, junto com Eilon. – Ela revirou os olhos. – Nasci em uma visita ao país, mas, cresci aqui.

—Eilon também tem?

—Vou te contar outro segredo. – Orion sorriu e concordou. – Meu pai mal deixava minha mãe ou outras pessoas encostarem no bezerro de ouro. – Ambos riram. – Agora que ele sumiu, acho que não faz mais sentido eu ser assim. – Orion deu um longo sorriso.

—Olha só prima, você não quer ser Princesa pra sempre, não é?

—Não.

—Você tem que agir como a Rainha que você merece ser, claro, fazer coisas que ninguém espera. Aliás, está sendo divertido, não é?

—Em partes... – Orion estralou os dedos.

—Em partes? Eles sumiram, de raiva. Quando eles voltarem, porque eles vão, você não pode parar a batalha no meio antes de conseguir a vitória. – Evie respirou fundo. – Eu estou com fome, então você não pode se atrasar. Não agora...

O almoço foi servido pontualmente como sempre, houve um grande silencio enquanto ainda esperavam notícias de Eilon e Elisa, era uma situação complicada, e o clima era triste, entretanto, no final do almoço, um guarda entrou com tudo no local assustando os outros.

—Majestades! – O jovem gritou. – Encontram os Herdeiros! – Estevão se levantou com tudo da mesa quase deixando a sua cadeira cair no chão, Estela deu um suspiro aliviada, um sorriso surgiu em seu rosto, Evie se virou para Orion que tinha uma expressão de “eu não disse?

—Como eles estão? Onde estão? – Estevão perguntou eufórico, estava pronto para sair imediatamente. Estela se levantou em seguida, Igualmente preocupada, mesmo que tivessem o encontrado, ainda era um sentimento ainda de angustia.

—Eles estão visivelmente bem. Eles estão em Dragoi, estão seguros e bem.

—Dragoi... – Estela sussurrou. Não pensei em procurar lá, até porque, sinceramente, não fazia sentido para ela; mas, por ser um local que eles não procurariam, faria sentido.  – Precisamos ir buscar eles, conversar e entender porque eles sumiram.

—Concordo. – Estevão disse.

—Obrigada por nos avisar. – Estela disse ao guarda que se retirou. Ele se voltou para os filhos. – Vamos ir atrás dos seus irmãos, e espero que vocês se comportem.

—Diz isso para Eveline. – Ethan falou com uma risada no rosto. Ele olhou para a expressão da irmã que não ligou.

—Posso tomar conta deles sem problemas. – Ela disse em um tom sério, com um ar de responsável, que surpreendeu seu pai. – Além de ser meus irmãos, é meu futuro noivo também.

—Isso! – Estevão exclamou se aproximando da menina e passando a mão em seus cabelos rapidamente, sem dar uma atenção devida.  – Muito bem...

—Você vai ficar bem com eles? – Estela acariciou o rosto da filha com delicadeza, a garota concordou. Confio em você para manter a ordem aqui, prometo que não vamos demorar. – Ela deu um beijo na bochecha dela então se aproximou de Estevão.

—Vou mandar buscar.

—Não podemos demorar mais, eles podem estar com problemas. – Ela segurou na mão dele. – Porque não vem comigo em Jaspe? – A feição de Estevão mudou para felicidade, finalmente ele foi convidado novamente para subir em um dragão.

—Eu adoraria. – Ele não conseguia conter a alegria que sentiu quando o convite foi feito.

—Então vamos. – Estela o guiou até o covil as crianças foram atrás, Evie os mantinha em uma fila organizada. A Rainha conversou delicadamente com jaspe pois, Estevão precisava ir junto com eles, então em vez de mostrar os dentes como sempre, ele deixou o Rei subir nele junto com ela.

Em pouco tempo alcançaram voo e mesmo que Estevão estivesse incomodado pela atitude de seus filhos mais obedientes, estava em êxtase de poder voar junto com Estela mais uma vez, a sensação era incrível todas as vezes, Sinler os acompanhou e quando já estavam longe Evie virou para os irmãos, com um sorriso no rosto.

—Todos pra dentro agora.

—Nós não queremos ir pra dentro. – Evan falou cruzou os braços, ele queria ter ido junto com os pais, Ethan também segurou na mão de Elora para que eles ficassem lá fora. – Vamos esperar papai, mamãe, Eilon e Elisa.

—Não vão não. Vamos todos entrar. Agora! Por favor... – Ethan cruzou os braços.

—Me obrigue. – Observando que a prima iria perder a compostura Orion ficou na frente deles e deu um sorriso.

—Vocês gostam de mágica?

—Mágica? – Evan perguntou. – Como assim?

—Eu posso mostrar uns truques para vocês, se todos nós entrarmos.

—Não queremos conversar com o queridinho da avó Joice, aquela bruxa! – Ethan gritou. Orion pareceu supresso. Olhou para Evie, seus primos eram difíceis.

—A mamãe e o papai vão demorar para voltar. – Evie tentou falar com a voz mais suave do mundo. – Podemos esperar eles no solário, e recepcionar quando eles chegarem, não seria legal?

—Não! – Ethan falou.

—O que é um solário? – Orion perguntou curioso.

—Um solário é um solário. – Ethan disse na voz mais óbvia que tinha.

—Eu não sei o que é.

—Como você não sabe o que é um solário? – Ethan ergueu uma sobrancelha. – É um lugar onde o sol bate e você se aquece, descansa... – Orion concordou com a cabeça. – Você não mora em um castelo? Não tem isso não?

—Moro, mas, lá não tem isso não. – Evie se aproximou de Elora.

—Porque você não mostra para o Orion, Elora? – A menina olhou para Ethan por alguns segundos, esperando uma orientação, Evie quis revirar os olhos de raiva. Mas, respirou fundo. – Temos que ser legais com o primo Orion. Mesmo que ele seja o “favorito da vovó” – Ela fez aspas. – Ele ainda é da família e se vocês não querem me ouvir, precisamos ser bem receptivos com ele.

—Tá bom. Vem. – Elora e Evan pegaram nas mãos de Orion e guiaram para dentro do castelo, Evie olhou para Ethan que ainda estava emburrado.

—Não precisa gostar, apenas tem que obedecer. – Ela passou a mão sobre os cabelos dele. Ethan sabia que foi por culpa dela que seus irmãos foram embora, e não adiantava, ele não gostava tanto assim dela. Eveline sempre era um problema e mesmo se ela mudasse agora, seus irmãos favoritos foram embora.

*

Em Drakoi, o príncipe estava com vestes dignas de seu título, usava por cima da roupa de montaria uma capa bordada em verde e dourado, Elisa estava ao seu lado, encolhida contra seu corpo, Ronar e Tyrax mais à frente da fortaleza, os soldados faziam guarda ao herdeiro do trono; todos olhavam para o dragão verde descendo dos céus. Jaspe pousou com Sinler ao seu lado, ambos rugiram para seus filhotes, que não eram mais filhotes; Estela desceu do dragão e foi seguida por Estevão, presença que surpreendeu os filhos, nunca haviam visto o pai voando nas feras.

—O que vocês pensam que estão fazendo?! – Estevão gritou ao se aproximar, Ronar e Tyrax rugiram para ele, mas isso não o assustou.

—Eu pedi para reconsiderarem meu casamento com Eveline! – Eilon falou firme, Elisa estava agarrada em sua mão.

—O que vocês fizeram? – Estela ultrapassou o marido, ignorando os dragões, os pais estavam no outro lado da ponte, mas a mãe conseguia ver os lábios machucados dos filhos, mesmo de longe. Estevão olhou para ela quando ela fez a pergunta.

—Fizeram o que? – Estevão perguntou sem gritar, Elisa usava um adorno triangular na cabeça, Estela conhecia aquilo, noivas em Deragona usavam aquilo até os lábios cicatrizarem.

—Casamos! – Eilon sorriu, sangue saiu do corte no lábio.

—Você vai desfazer isso! – O Rei gritou.

—Não podemos. – O Príncipe respondeu calmo. – O que está feito está feito e não pode ser desfeito – Os guardas sabiam que não eram páreos para os dragões da rainha, mas quem eles defendiam também tinham dois dragões, então a luta parecia justa, os soldados pousaram as mãos sobre os pomos das espadas. – Casamos no templo, em frente ao Grande Dragão. – Os ombros de Estela caíram, não podiam mais voltar atrás. – Mas fiquem tranquilos, em atenção à idade de Elisa, ela permanecerá donzela até uma idade mais adequada.
 O rosto da garota corou. Mesmo que estivesse repleta de felicidade pelo casamento com o amor da sua vida, estava triste porque Eilon se recusou a consuma-lo. Também sabia que seu pai também detestaria isso. Mas, enfim, eles estavam felizes.

—Então o casamento não vale! Vocês irão anular isso e você, Eilon, irá casar com quem escolhi para você e casará na fé de Calasir! – Estevão bateu o pé, o que causou um movimento de Ronar.

Não... – Estela sussurrou.

—Como não? – Olhou para a esposa intrigado.

—Um casamento deragoniano é um elo de sangue – A rainha levantou a cabeça, seus filhos a olhavam esperançosos. – Não pode ser desfeito. – O rosto de Estevão ficou vermelho, não acreditava que seus orgulhos estavam indo contra as ordens dele! De todos os que ele menos esperava isso era dos dois. Foi quando ele fechou os punhos.

—Acabou a brincadeira, Eilon! – O pai gritou encarando o garoto – Vocês vêm para casa conosco e nunca mais falaremos dessa transgressão!

—O senhor irá validar nosso casamento em Calasir? – Eilon mantinha a voz branda, um controle que com certeza havia puxado da mãe. Elisa estava com medo dos pais.

—Óbvio que não!

—Então ficarei aqui – O príncipe respondeu – Elisa e eu ficaremos em Dragoi até que haja uma resolução benéfica para ambas as partes.

—Eu cortarei os mantimentos daqui! – O pai estava irritado pela preocupação que os filhos haviam causado, mais do que pelo casamento.

—Corte – Eilon deu de ombros – Temos dois dragões e com certeza consigo aliados – Um sorriso se mantinha no rosto dele.

—Papai, somos seus filhos – Elisa olhou para o pai – O senhor sempre soube do nosso desejo em se unir. O senhor sempre soube que Eilon e eu nos amávamos mais que meros irmãos, se tivesse ouvido nossas súplicas, isso não teria sido necessário – Estevão olhou para a menina, era a cópia perfeita de Estela, até no jeito meigo de falar.

—Eu tinha outros planos para vocês – Respondeu baixo.

—Sempre o obedecemos cegamente, nunca reclamamos de nada, nenhuma ordem, nenhuma obrigação, mas a única coisa que pedimos para o senhor ponderar nos foi negada – A princesa ainda mantinha os dedos entrelaçados com o irmão. – Eu não nasci com Eilon, mas nasci para ele.

—Minha proposta permanece – Estevão olhou para eles – Voltem conosco e tudo será como antes...

—Minha proposta também permanece – Eilon cortou o pai – Nunca lhe dei trabalho, nunca o desobedeci, nunca me atrasei e mesmo assim se recusa a me dar a única coisa que pedi, que foi o amor verdadeiro? – O cenho do garoto estava franzido – Ficaremos aqui até o senhor e nossa mãe reconsiderar e aceitar nosso casamento. Não mande soldados atrás de nós, os dragões não atacam nosso sangue, não posso dizer o mesmo dos vassalos.

—Como ousa dizer isso? – Eilon apenas queria o assustar, jamais mataria por retaliação, ele tinha planos para que eles se unissem a ele caso o pai mandasse outros os atacarem. Seu pai chegou ao trono conquistando aliados, e era assim que ele faria.

—Pai, acho que você não pediu autorização para o vovô para ir tomar a coroa! Você desejou, almejou e foi. Fiz o mesmo, como você, e eu estou errado? Errado era o que você queria fazer. Eu desejei, almejei e fiz. Nada pode ser desfeito. – Eilon se virou, puxando Elisa, que deu uma última olhada para a mãe, Estela segurou a mão do marido cada vez mais forte enquanto o portão era fechado.

—Estevão, são nossos filhos. – Ela disse o virando para si e acariciando seu rosto para o acalmar. – Não podemos os deixar aqui quando o lugar deles é em Drakoj.

—Eilon deveria casar com Eveline! – Ele respondeu sério. – Era o combinado desde sempre!

—Evie e Eilon se odeiam! – As lágrimas começaram brotar em seus olhos – Nossos filhos fizeram o que pareceu necessário. Não podemos os castigar por amar!

—Não – Ele tirou uma mecha de cabelo do rosto dela. – Podemos os castigar por nos desobedecer.

Estela sabia que não era possível, mas Estevão precisaria ver isso com seus próprios olhos.

—Eu acredito que, como pai, como Rei, você pode perdoar algumas coisas.

—Mas, nem sempre! Eles me desrespeitaram, descumpriram minhas ordens, fugiram, de todos os nossos filhos, eu nunca imaginei que eles... – Estela segurou na mão dele com força. – Você mesma viu, Eveline está se tornando uma Princesa melhor, como eles podem... – Ele respirou fundo.

—Não há nada que possamos fazer agora, eles tomaram as decisões dele. E baseado nisso, você como Rei tem tomar uma decisão, o plano inicial não deu certo. Mas, ao menos dois irmãos se casaram, essa era a outra parte do plano. – Ele olhou para os olhos lacrimejados de Estela. – Estevão, meu amor, por favor, pense na felicidade deles, o Grande Dragão preza pelo amor, nunca aceitaria que um casal infeliz se casasse.

Estevão respirou fundo. Estava se acalmando.

—Precisamos contar para Eveline. – Estela disse beijando Estevão suavemente antes de voltarem a subir em Jaspe e voltar para a fortaleza.

~>

Orion estava com anéis em seis dedos, cada anel tinha uma pedra de uma cor diferente, ele também tinha duas pulseiras em seus braços, elas eram largas e eram de metal reluzente, Evan, Elora e Evie estavam sentados de pernas cruzadas, Ethan era o único que estava sentado em uma cadeira, afastado deles, mas, estava os observando, quando o primo tirou um bracelete do braço ele colocou no chão e então olhou para Evan. Retirando o colar azul do pescoço e colocando do seu lado.

—Se você pudesse escolher uma cor de cabelo, qual você queria? – Evan torceu a boca.

—Branco. Igual os da mãe.

—Mas, os seus cabelos já são brancos. Que tal loiros como os do Tio estevão? – O garoto pegou a pulseira e colocou na cabeça dele, em poucos segundos os cabelos brancos do menino estavam loiros com os do pai. Houveram sons de surpresa, principalmente quando ele se viu no espelho, era estranho. Orion deu risada, como eles nunca tinham visto um truque de ilusão antes? – Ele se virou para Elora. – E se os seus cabelos fossem verdes como os seus vestidos? – Orion colocou a outra pulseira no topo da cabeça dela e em poucos momentos os cabelos brancos estão tão verdes quanto as esmeraldas que eles usavam. Elora achou encantador, mesmo com a cara feia de Ethan que se aproximou dele.

—Você não pode fazer isso! A cor do cabelo dela é ótima do jeito que é. – Ele disse ríspido e tirou a pulseira da cabeça da irmã jogando no colo do primo.

—Mas, não é pra sempre. – Ele colocou a pulseira sobre os cabelos de Evie e eles tomaram uma forma dourada, como ouro, não loiros. Elora adorou e Evie se sentiu diferente. Em seguida ele tirou a pulseira da cabeça de Evan e colocou na sua cabeça. – É apenas para se divertir. – Seus cabelos ficaram brancos como os de seus primos, da sua mãe e tia. Ethan olhou com espanto. Orion retirou a pulseira bagunçou os cabelos de novo e colocou a pulseira que estava na cabeça de Evie, então seus cabelos ficaram completamente pretos. – O que vocês fazem para se divertir?

—Não fazemos essas coisas bobas. – Orion colocou as pulseiras nos braços e retirou os anéis dos dedos.

—Querem ver uma história? – Evan e Elora se colocaram pra frente quando Orion juntou os anéis. – Se afastem um pouco, para não se machucar. – Todos se afastaram, menos Ethan, ele olhou para o menino. – Eu não quero que você se machuque, se afasta um pouco. – Depois de uma relutância ele o fez.  – Certo. – Ele jogou uma descarga de energia considerável nos anéis, se todos estivessem próximos iriam levar um choque.

—O que foi isso? – Ethan perguntou.

—Minha mãe faz isso, eu também faço, é como vocês que tem dragões como sua mãe. – O menino se agachou um pouco, mas não se aproximou. – É um dom. – Ele sorriu. Ah, se sua mãe ou pai soubesse que ele estava fazendo isso, nem que fosse pra ser agradável, sociável, seria errado, você não pode usar seus poderes do outro, coisas ruins tendem a ocorrer.

—Parece um raio.

—É sim. – Ele fez um movimento com as mãos, fazendo os anéis se moldarem devagar. – É sobre a origem dos Pégasus. – Todos fizeram uma careta. – Não é o da Evie, é de onde o meu tio mora.  Ele é um cavalo alado, filho de Poseidon, o deus do mar, e de uma górgona, a Medusa.

—O que é uma górgona? – Evan perguntou.

—Hãn... – Orion olhou pro menino. – É um monstro em forma de mulher com cabelos feitos de serpentes e um olhar que transforma em pedra quem o vê. – Elora abriu a boca. – Mas, ela foi derrotada por um herói grego, que a decapitou a Medusa, e o cavalo alado nasceu quando o sangue da górgona foi derramado. – Nisso os anéis tomaram a forma de um Pégasus que estava sob as duas patas e de asas abertas.

—Uau! – A exclamou veio de todos. Orion riu, nisso ele esqueceu de colocar seu colar e passou a mão sobre os cabelos os fazendo se arrepiarem, enquanto a miniatura que não devia ser maior que a mão de Estevão.

—Orion? – Era a voz de seu pai, ele virou com tudo, a expressão de surpresa tomou conta do seu corpo. – O que você está fazendo? – Quando ele aproximou e viu o colar do garoto no chão o olhou incrédulo. – Você tirou?

—Calma pai...

Foi apenas um segundo, Orion levantou a mão para o pai não se aproximar e nisso um raio foi em direção ao peito de William que deu alguns passos para trás. A carga de energia passou por todo seu corpo. A partir do seu peito, onde Orion o atingiu, havia uma marca que se espalhou por todo seu corpo rapidamente, eram como galhos de árvores, árvores de relâmpago e raios assim por se dizer; de uma cor rosa claro destacando-se, como se sua pele tive sido atingida por água quente. William cambaleou um pouco e em seguida segurou na parede para não cair, ele encarou o filho, não com raiva, mas, o garoto se apavorou.

—Pai! – Orion colocou o colar e se aproximou dele. O olhava assustado, as marcas pareciam cicatrizes e já tomavam conta do rosto dele. – Desculpe! Eu não quis... Eu... Foi um acidente...

—Sua mãe disse pra você não tirar esse colar. – Ele disse em um tom sério. O garoto abaixou a cabeça. – Você poderia ter machucado os seus primos...

—Eu. – Ele colocou a mão sobre a cabeça. – Não tinha pensado nisso, me desculpe. Não queria ferir ninguém, mas...

—Você tem feito isso desde quando? – Evie apertou os lábios.

—Hoje, eu só fiz hoje. – Houve uma pausa. – E uma outra noite, mas, foi no quarto, não era para machucar. Eu não quero machucar ninguém. Me perdoe. Isso vai sair. E. – William tocou no ombro do filho que o olhou confuso, seus olhos estavam marejados.

—Sua mãe colocou isso em você por uma razão...

—Pra eu não machucar os outros.

—Por Deus Orion! – William exclamou. – Não temos proteção o suficiente aqui, mesmo com o portal fechado, eu não sei, tentaram levar você quando você era pequeno, se eles te acharem e. Te matarem... O que eu faço sem você?

—(...) – O garoto respirou fundo.

—O que eu falo pra sua mãe?

—Nós temos dragões! – Evan falou quando Evie os deixou ir mais pra frente, quando parecia seguro. – Eles não iriam pegar o Orion com dragões!

—Meu pai está certo, se eu uso muito aqui, eu posso abrir o portal sem saber. – ele olhou para o pai. – Desculpe. Mas, eles estavam se divertindo. – William olhou para as crianças, eles acenaram consideravelmente. Ethan ficou na defensiva. – Obrigado por quererem me defender com o seu dragão Evan.

—Você está de castigo! – O garoto acenou compreensivelmente. – Só sai do quarto pra comer. – Orion voltou ao solário onde pegou os anéis.

—Desculpe por te desobedecer pai. Eu te amo.

—Eu também te amo. – William bagunçou seus cabelos e esperou o garoto subir. – Ele machucou vocês? – Ele apontou para Ethan.

—Não. Ele apenas contou história e faz graça com os cabelos. Apenas isso.

—Não ficou tão feio tio William. – Elora falou apontando para as marcas de raízes no seu corpo. – Ficou bem legal.

—Bem bonito. – Evie completou.

—Obrigado. – William disse olhando as marcas. Tinha tanto medo de perder o filho.

—Tá bom. – Ethan falou pegando na mão de Elora. – Ele é um primo legal. Faz uns truques daora. Ele devia fazer apresentações.

—Você viu o que ele falou? – Evan disse. – A mãe dele também faz isso! Deve ser muito legal morar com eles. – William observou os sobrinhos, realmente, era divertido estar com Auterpe.

—Mas, aqui é legal. – Elora falou. – Ela quem devia morar com a gente, e com o tio William, e ia ser tão legal.

—Não, e se ela der choque em nós? – Ethan falou.

—Eveline? – A voz soou no corredor. – Ninguém tinha ouvido seus pais chegarem, a voz de Estevão fez eles pularem de alegria.

—Papai! – As crianças correram em direção a ele que os abraçou.

—Cadê Eilon e Elisa? Está tudo bem com eles?

—Sim, eles estão bem... Bem até demais. – Ele estava furioso.

—Onde está Orion? – Estela perguntou olhando em volta.

—De castigo. – Responderam em coro.

—O que? Porque? – Estela olhou para a aparência de William. – O que aconteceu com você?

—Orion me desobedeceu... – Estevão fechou os olhos e olhou para Evie.

—Ele não foi o único. Eilon e Elisa não apenas fugiram, eles me desobedeceram. E isso é um grande problema. – Sua voz estava devastada.

—Uau, por que isso não me surpreende? – Evie falou. – A única coisa que foi realmente inacreditável foi a fuga repentina, já que desobediência nunca foi um traço dos meus irmãos, ao menos achávamos que não – Ela olhou debochada para Estevão, que não estava feliz. – Perdão.

—O que eles fizeram? – William perguntou.

—Eles fugiram pra se casarem na fé de Deragona. – Todos estavam boquiabertos. Estevão olhou para Evie, ela queria sorrir, mas, pensou por um segundo.

—Eles se casaram? – Ela perguntou com um tom de incredulidade. – Eilon e Elisa me traíram! – Estela se aproximou da filha.

—Meu amor, entenda que, eles sempre se. – Evie se afastou parecia visivelmente chateada.

—Mesmo assim! – Evie exclamou. – Eilon sempre deu mais atenção pra Elisa, eu era difícil, claro. Mas, se ele focasse em me deixar feliz como o papai fazia com a mamãe, talvez eu tivesse mais carinho e amor pra ele. – Ela colocou a mão na testa e em seguida no peito. – Mas, não. O amor dele era todo de Elisa... E para Eveline? Ódio e solidão. Pois, assim era mais fácil.

—Não seja dramática Eveline. – Estevão a repreendeu e ela olhou surpresa pra ele.

—Certo, até porque, se você estivesse prometido em casamento com a mamãe, mas, se o tio William se casasse com ela, a vovó Joice diria para você não ser dramático não é? Já que os filhos de ouro estão juntos...

—Não é bem assim... – Estela tentou se aproximar da filha.

—Eu mudei por ele e é assim que ele faz? Ambos me traem? É engraçado ver como eles não se importaram para nada além deles. – Ela fechou os olhos e respirou fundo, precisava se concentrar. –Eu achei que esse não era o plano. Eu vou me retirar, estou magoada, não sabia que eles fariam isso comigo.

Estevão olhou a garota subir as escadas e em seguida olhou para os demais. O que ele poderia fazer agora? Qual era o plano a seguir? Ele se sentiu derrotado, ver seus planos serem arruinados era algo que ele não estava acostumado com isso. E detestava.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

~♥Beijos da Autora♥~



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Among Other Kingdoms - Terceira Temporada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.