Among Other Kingdoms - Terceira Temporada escrita por Break, Lady Lupin Valdez


Capítulo 17
Capítulo XVII


Notas iniciais do capítulo

Alerta de estupro



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/810553/chapter/17

Maximillian olhou para a fortaleza com olhos brilhantes, era a construção mais majestosa que ele já vira, as torres eram altas, haviam muitas janelas, vários estandartes brancos com o dragão verde no centro, não conseguia acreditar que sua família havia tirado dele a oportunidade de viver feliz dentro dos muros da fortaleza Balaur. Ele adentrou os portões, olhou para o céu, conseguia ver um dragão verde enorme sobrevoando a península, haviam outros dragões voando nas redondezas, um azul e um vermelho brincavam rodopiando entre eles, um cinza e um rosa subiam e desciam das nuvens, havia um menor, roxo, que parecia meio desequilibrado.

—Oi, garoto – Mandrik sorriu na porta do castelo.

—Oi...pai – Max disse baixo, ainda tentava se acostumar com esse título, Mandrik sempre foi presente na vida dele, financeiramente principalmente, o conselheiro levava ouro aos avós do menino todos os anos, ouro suficiente para eles ficarem confortáveis até a próxima vez.

—Max, é bom ver você – Estevão se aproximou sorrindo, o rei o assustava, mesmo que se conhecessem há um tempo, algumas vezes eles se viram quando a comitiva real foi para Interlok – Entre, é sua casa! – o menino seguiu os homens para dentro, cruzando corredores e salas

Maximillian seguiu o pai para o pátio, Mandrik queria encontrar seus companheiros e apresentar o menino formalmente, mas não encontrou nem Leo, nem Navi. Levou o filho para um quarto perto do que ele passaria a dormir, Max pensou que o cômodo era do tamanho da metade de sua casa.

—Você foi muito bem, Evie – Estela sorriu quando desceram no covil.

—Obrigada, mamãe – a garota sorriu, detestava o jeito meigo que sua mãe falava.

—Ela quase caiu umas cinco vezes – Ethan riu descendo de Vieno, que esfregou o focinho nele.

—É porque Ruphi é pequena, quando ficar maior será mais fácil – a mãe sorria para a filha, que mantinha o rosto fechado. A rainha saiu na frente, lembrava do marido dizer algo sobre conversarem antes do almoço.

—Cuide da sua montaria – Eveline respondeu virando para Ethan.

—Você é desnecessária – Eilon bufou.

—É que você é muito necessário, não é? - Colocou a mão na cintura - Você não consegue ser necessário nem na cama, imagine fora dela – o príncipe virou com tudo após o comentário da irmã, mas foi impedido por Elisa, que segurava em seu pulso. Nenhum percebia Jonan mordendo os lábios enquanto secava a esposa do futuro rei, era tão fraca, estava amedrontada, conseguia sentir, isso o enchia de desejo.

—Por favor, Eilon... – Elisa disse o puxando delicadamente para perto – Vamos.

—Vamos – Evie repetiu numa vozinha enjoada, era como a voz da irmã soava em seus ouvidos – Vá, irmãozinho, vá satisfazer sua esposinha – eles se olharam nos olhos – Se conseguir. – Eilon deu um passo e foi novamente impedido pela mão de Elisa, da qual se desvencilhou com brutalidade.

—Você vai se arrepender de falar assim comigo – rosnou próximo do rosto de Eveline.

—Não – ela sorriu, Orion observava tudo com orgulho pela coragem de sua prima – Elisa se arrependeu de casar com você – Ronar mostrava os dentes para Ruphi, que rosnava para o maior – A pobrezinha casou pensando que você a comeria e acabou na mão – Ethan olhava para a cena procurando necessidade nas palavras de Eveline, era uma provocação infantil e desnecessária – Eu sinto muito, Elisa, queria que ele te proporcionasse prazer, mas não consigo fazer mágica para o pau do herdeiro subir – Elisa olhou para o chão, seu rosto queimava de vergonha, sua irmã não falava como uma princesa; Eilon engolia a raiva, pensando em uma forma mais útil para revidar, seu punho estava cerrado, queria esmagar sua irmã a socos – Orion é bom com magia, talvez tenha algo para resolver seu probleminha masculino.

—Chega – Eilon disse entredentes.

—É vergonhoso, não é? Imagine, o príncipe herdeiro não consegue consumar seu casamento – ela gargalhou – Me parece engraçado – o garoto respirou fundo, virou violentamente, agarrando o pulso de Elisa com força demasiada e a arrastando para fora. Jonan observou o casal se afastar, conseguia ver a dificuldade da menina tentando o acompanhar, ela tropeçava em alguns pontos – Ele ficou bravinho.

—Você realmente foi desnecessária – Ethan a encarou.

—Cale a boca, pirralho – Eveline respondeu, o caçula revirou os olhos antes de entrelaçar os dedos nos dedos de Elora e seguiram para fora. Orion se aproximou rindo.

—Você foi demais – ele riu – Muito corajosa. – eles não perceberam Jonan se afastando. – Ele ficou furioso.

—Ficou sim – ela sorriu olhando para o castelo.
Eilon arrastou Elisa até o quarto, ela tentou se desvencilhar algumas vezes, em outras tentou pegar a mão dele da maneira certa, mas nenhuma forma surtiu efeito. O príncipe a jogou para dentro do quarto, ela se desequilibrou antes de parar, acabou segurando os pés da cama de mal jeito e machucando seu pulso.

—Eu odeio ela! – disse fechando a porta.

—E qual minha culpa nisso? – Elisa virou esfregando o local que doía, um tapa em seu rosto seguiu a frase, ela levou a mão à face, ardia, enquanto encarava Eilon, que já havia desconstruído sua cara de furioso – Pare com isso! – ela gritou.

—Desculpe – a abraçou e beijou o topo de sua cabeça – Estou irritado com as provocações dela.

—E desconta em mim – Elisa o afastou – Não sou quem te provoca.

—Desculpe, querida – a pegou pelo pulso, ela gemeu de dor. – Está machucado? – a menina assentiu.

—Você me machucou – olhou com os olhos marejados para ele.

—Desculpe, por favor – as mãos subiram para os antebraços, por onde a puxou para seu peito – Por favor.

—Temos que nos vestir para o almoço – ela se desvencilhou dos braços dele e se dirigiu à sala de roupas, onde poderia ficar sozinha por alguns minutos.

Estela entrou no castelo sorrindo, como sempre sorria, algumas criadas a pararam para questionar sobre alguns detalhes do baile, aos quais ela respondeu com a atenção costumeira, aproveitando para perguntar onde estava Estevão. A rainha caminhou até a sala do pequeno conselho, batendo na porta suavemente, foi seu marido que abriu, a recebendo com um sorriso e um beijo, ao entrar se deparou com Mandrik e um menino loiro, muito parecido com o rei.

—Estevão? – ela virou desconfiada, o menino devia ter entre a idade de Eilon e a de Elisa, parecia constrangido e admirado com tudo, a rainha pensava que poderia ser um príncipe bastardo, mas não conseguia entender porque seu marido faria isso se a atormentava para gerarem bebês de cabelos brancos. – Ele é seu? – Estevão foi tirado do devaneio.

—Ah, não, não – afagou as costas da esposa – Esse é Max, filho de Mandrik, futuro conselheiro supremo – apresentou o garoto, a rainha estava embasbacada – Max, essa é minha esposa.

—É um prazer a conhecer, rainha Estela – o menino fez uma reverência curta e recebeu um sorriso aliviado da mulher.

—Seja bem vindo, Max – ela acariciou os cabelos loiros do garoto – Leo e Navi sabem? – virou para o conselheiro.

—Estou resolvendo isso – Mandrik respirou fundo, estava triste, amava o garoto, mas amava seus companheiros.

—Quem são Leo e Navi? – Max virou para o pai, que olhou para o casal real.

—Vamos nos trocar, querida – Estevão colocou a mão na altura das costas dela, a guiando para fora. Só quando ficaram sozinhos que Mandrik olhou para o filho.

—Eu tenho dois companheiros, o Leo e o Navi – Max arqueou a sobrancelha – Somos um casal...de três.

—São homens? – Mandrik assentiu – Você gosta de homens?!

—E de mulheres – o homem riu – Esse foi um dos motivos pelos quais não te trouxe antes – acariciou o rosto do filho – Eu tinha medo da sua reação quando soubesse como seu pai vive.

—Tudo bem, pai – Max sorriu – Eu só quero ser seu filho – Mandrik abraçou o menino enquanto engolia as lágrimas, havia o privado de tanto, havia se privado de tanto, as coisas seriam mais fáceis se tivesse aberto o jogo quando soube do nascimento do menino.

O início do almoço foi tranquilo, pelo menos até Eveline começar a rir do irmão gêmeo, todos estavam sentados em seus lugares e comiam um delicioso assado, ela parecia olhar para um palhaço.

—O que foi?! – Eilon perguntou irritado após algumas risadas em sua direção.

—Nada – Eveline mantinha um sorriso largo no rosto – Só estava pensando se você vai aproveitar essa noite como um homem de verdade.

—Evie, por favor, pare – Estela pediu olhando para a filha.

—Mamãe, faça algo! – Eilon bateu o punho na mesa – Ela está me provocando e se eu fizer algo contra ela serei o vilão.

—Acalme-se, Eilon – a mãe pediu suavemente – Evie, por favor, deixe seu irmão em paz.

—Eu estou deixando ele em paz – a garota deu de ombros – Só penso na felicidade da minha irmãzinha.

—Isso não é pauta para ser discutido no almoço, Evie – Elisa falou no mesmo tom que Estela usou com Carlo quando este questionou seu casamento, era firme, inabalável, e ao mesmo tempo suave, era como falar em paz com um dragão em suas costas, coisa que ela já havia visto sua mãe fazer.

—Elisa tem razão, não é pauta para refeições em família – Estevão segurou a mão da esposa e sorriu.

—Ah é, eu esqueço, Elisa sempre tem razão. – Eveline revirou os olhos, enquanto seu pai respirava tão fundo que ardia as narinas.

Max estava encolhido na cadeira, olhava para todos e se sentia deslocado, aqueles ali eram cercados de luxos desde nascimento, ele, por outro lado, vivia uma vida confortável, mas não tão fácil quanto nascer príncipe.

—Esses são os filhos do rei e da rainha? – sussurrou para o pai.

—Uma parte deles, faltam os dois mais novos – Mandrik sussurrou de volta – Ei, ninhada! Vocês ficaram nessa discussão e não me deram espaço para apresentar alguém – apontou para o garoto ao seu lado – Esse é meu filho: Max.

—Ele é parecido com nosso pai – Elora falou ao analisar o menino.

—Filho? E quanto ao Leodak e Navi? – Ethan olhou para o conselheiro.

—Estão bem – Mandrik contornou.

—Seja bem vindo, Max – Eilon sorriu para o menino loiro, Elisa apenas sorriu e acenou, estava com medo de dar brecha para outro garoto se aproximar dela da forma que Jonan se aproximou.

Depois do almoço, Eilon e o pai acompanharam Mandrik e Max pelo castelo, o conselheiro queria mostrar o que fosse primordial para o garoto não se perder, Eilon era ótimo nisso, havia explorado os corredores bem mais de uma vez. A afinidade entre os dois foi imediata, Max se sentia à vontade com Eilon, que se sentia da mesma forma com o outro, o príncipe imaginou quando ascendesse ao trono, pelo certo seria Max ao seu lado, afinal, tal como a coroa, o cargo também podia ser passado de pai para filho. Eles conversaram sobre muita coisa, eram muitos interesses em comum.

Elisa estava no solário, indecisa entre preferir a segurança do quarto ou o calor agradável daquele cômodo, ela estava deitada no chaise, o sol que entrava pelos vidros a aquecia suavemente, seus olhos estavam fechados, conseguia se imaginar em paz, sem Jonan no castelo, sem as piadas sobre seu casamento, as quais a princesa fingia não saber, mas sabia. Sabia das risadas das criadas mais jovens quando iam trocar sua roupa de cama e a encontravam impecavelmente limpa e isso a magoava. Ela ouviu passos se aproximando e abriu os olhos de súbito, dando de cara com Evie. Respirou aliviada.

—Oi, irmãzinha – Evie disse.

—Oi, Evie, posso ajudar? – Elisa sorriu.

—Não, vim ver como você lida com a falta de interesse do seu marido em consumar o casamento – a caçula desviou o olhar, sentia as bochechas queimarem.

—Isso já está conversado – olhou para o chão.

—Tudo bem, pode contar para mim – sentou ao lado dela – Eilon não gosta de mulheres e só casou com você porque seria necessário ter uma rainha, mesmo que eu tenha atributos bem melhores para a realeza, você é muito mais maleável e completamente submissa – Elisa olhou um tanto ofendida.

—Eu não sou submissa...

—Então por que ainda não consumaram o casamento se é algo que você tanto quer? – Eveline sorria de forma debochada para a mais nova. – Ou o problema pode ser você.

—Eu?

—Talvez você não seja tão atraente e ele queira esperar para ver se vira – Elisa arqueou a sobrancelha -Tudo bem, irmãzinha, deve ser difícil não ser tão perfeita quanto esperam de você – Eveline acariciou o rosto dela – Talvez você precise melhorar.

—Como? – Elisa se encolheu no chaise.

—Precisa melhorar, ser uma esposa melhor, uma mulher que se opõe! – a outra juntou as sobrancelhas confusa e surpresa. – O coloque contra a parede de uma vez por todas e diga que quer consumar o casamento ou pedirá a anulação.

—E se ele não quiser? – Evie segurou a mão dela.

—Daí você se livra de Eilon e casa com alguém que realmente se importe com sexo...como Jonan – Elisa tremeu com a pronúncia do nome do noivo da irmã. – Sei que você consegue – deu dois tapinhas na mão dela – Preciso ir – a princesa se retirou da mesma forma que entrou, em silêncio.

Elisa respirou fundo, não poderia confrontar Eilon, iria causar uma discussão e ela não queria discutir, queria que fosse espontâneo, divertido e satisfatório para ambos, não que o motivo da realização do ato fosse uma briga conjugal. Ela caminhou até a janela, segurando seus braços, a praia ao longe era convidativa para um passeio, poderia convidar Eilon para passearem sob a luz da lua quando o baile se tornasse muito chato, gostaria disso, gostava de sentir a brisa salgada esvoaçando seus cabelos, quando era pequena e saia com sua mãe, Estela lhe contava das praias de Deragona, das areias brancas, da água sempre azul e calmo, mas sua mãe detestava o mar, por isso nunca ia para Saphiral na abertura anual, ela dizia que nem tudo que o mar leva ou traz é bom, porém Elisa pensava que as vezes as coisas ruins estão em terra firme. Ouviu mais passos se aproximando.

—Não estou disposta a ouvir mais conselhos – falou julgando que fosse sua irmã, uma mão grande cobriu sua boca enquanto outra a girava pela cintura.

—Oh, minha gatinha, está tão sozinha – Jonan fedia a vinho e estava perto demais, o garoto prensava seu corpo no dela, enquanto as costas de Elisa batiam na parede entre as janelas – Você quer saber como é um homem? – ele sorriu, Elisa balançou a cabeça em negativa nervosamente – Eu posso te dar o que teu marido não dá – Jonan usou sua mão livre para levar a mão da garota até seu membro, Elisa fechou os olhos enojada, estava duro, ela não queria tocá-lo, não ele. – Não lute – a voz sussurrou em seu ouvido – Se for uma boa menina, não irá doer tanto – a mão subiu para a bochecha dela, onde acariciou – E é isso que você é, não é? Você é uma boa menina, não é? – Elisa negou com a cabeça, não queria ser uma boa menina com ele. A mão desceu para o pescoço, onde apertou – Ótimo, eu gosto das difíceis também – a princesa começou arranhar a mão que a enforcava, mas sem sucesso – Sabe o que acontece se você abrir a boca? – ela assentiu em pânico – Ótimo, então posso te soltar que você não irá contar, certo? – novamente assentiu, o ar já lhe faltava – Muito bem – ele a lambeu no rosto, Elisa quis vomitar, os dedos liberaram a passagem de oxigênio e ela deu uma longa e profunda respirada; olhou assustada para o garoto enquanto cobria o pescoço com as mãos – Você é perfeita – sussurrou – Eu gostaria muito que seu casamento fosse anulado e casasse comigo – acariciou o rosto dela enquanto a menina se encolhia mais contra a parede – Espero ver você no baile, tenho certeza que estará linda – beijou o topo da cabeça da garota enquanto ela respirava de forma descompassada.

Jonan saiu pela porta, Elisa observou atenciosamente cada passo dele até se sentir segura para correr para seu quarto, entrando com tudo pela porta, a trancando rapidamente, encostou as costas na porta e olhou para o teto, respirou bem fundo, tanto que ardeu o peito, assim como os olhos ardiam pelas lágrimas, foi quando ouviu uma conversa vindo da sala de roupas, era Danubia e Fairy, conhecia as vozes delas.

—O príncipe e a princesa ainda não transaram – Danubia comentou.

—Não? E de que adiantou fugir para aquela ilha e casar escondido dos pais? – Fairy falava um tanto intrigada.

—Sei lá, a princesa não ficou muito feliz – a menina não vis mas elas conversavam isso enquanto arrumavam as roupas deles – Todas as noites ela toma banho e passa óleos de Craavos, aparentemente nada surge efeito no príncipe – Elisa ficou incomodada com aquele tom de voz – Vai ver ele é como o conselheiro.

—Você acha? – a princesa começou a caminhar em direção a porta da sala de roupas.

—Eu ach... – Danubia olhou para Elisa, que estava parada na moldura da porta – Alteza, não a ouvi entrando. Posso a ajudar em algo?

—Eu quero ficar sozinha – ela comunicou, fechando o punho com força, engolia a tremedeira.

—Claro, alteza – as criadas saíram juntas e de cabeça baixa.

Elisa deitou na cama, pousando a mão sobre o peito, poderia ficar em silêncio e sozinha, pelo menos até Eilon entrar para se vestir. Enquanto a garota revivia todos os toques nojentos de Jonan, Eilon estava fazendo uma grande amizade com Max, mostrando ao garoto cada detalhe da fortaleza ou o que estivesse no alcance, Maximillian estava achando tão grande, tão majestoso, tão luxuoso, era difícil se concentrar em apenas uma coisa, Mandrik e Estevão sorriam orgulhosos, o futuro rei parecia ter se dado bem com seu futuro conselheiro.

Quando baile começou, os primeiros a entrarem foram a mais alta realeza, Estevão entrou de braços dados com Estela, estavam deslumbrantes, como sempre, as velas iluminavam as esmeraldas da coroa de Estela as tornando chamas verdes, Estevão sorria orgulhoso e deslumbrado com as duas pilhas de presentes de noivados, o povo sabia que haveria dois noivados naquela noite, só não sabiam de quem seria. Eilon entrou com Elisa, sendo seguidos por Jonan e Eveline e por último Elora e Ethan. Estevão rosnou quando viu Eveline, ela usava um belo vestido roxo, destoando de suas irmãs e sua mãe que usavam vestidos verdes, o corpete do vestido era roxo com bordados dourados, a saia era roxa com alguns detalhes lilases; Elisa olhou para ela apavorada, roxo não era a cor de sua família, nem da família de seu futuro marido, ela estava indo contra as regras, mais vez.

—Você está errada – Estevão falou disfarçando a raiva com um sorriso – Suas irmãs estão de verde, sua mãe está de verde e só você está de roxo.

—É para eu me destacar, papai – ela sorriu, Eilon revirou os olhos – Vejo que consegue fazer isso, Elisa revira os olhos também?

—Não comecem – Estevão ficou de pé, Estela olhou para três antes de acompanhar o marido – Meus lordes, meu povo! Há muitos anos vocês confiaram em mim quando avancei contra Cristor para tomar a coroa, confiaram em mim quando tornei uma estrangeira com dragões a rainha do reino. Juntos superamos muitos desafios, como o ataque a Drakoj e a batalha da Abadia. Juntos construímos um reinado de fogo e aço – ele sorria - Hoje é com muita alegria que eu anuncio a continuidade do meu...do nosso reinado – ele pegou a mão da rainha – Seguindo as tradições do país da nossa rainha, é com orgulho que informo que o futuro rei de Calasir, o príncipe de Drakoj, Eilon está casado sob a fé de Deragona com Elisa – o murmúrio que começou não era sobre o incesto, mas sobre a troca de noivas, todos pensavam que Eilon casaria com Evie já que eram os mais velhos – E a princesa Eveline está noiva do filho de um grande amigo meu, noiva do visconde Jonan de Melon – as palmas abriram o baile, assim como a valsa do rei e da rainha, seguidos de seus filhos.

—Será que papai vai anunciar para todos que seu casamento não foi consumado? – Eveline sussurrou para Eilon, que a encarou raivoso, eles estavam perto da mesa e o príncipe servia vinho em uma taça – Tudo bem, irmãozinho, Elisa vai se acostumar com sua falta de masculinidade, ou pelo menos vai precisar acostumar, ainda mais agora que teremos alguém para ficar sempre próximo de você – ele cerrou o punho – Relaxa, não vou incomodar você pelo resto da noite, já estou indo para meu quarto – a princesa se despediu.

Eveline subiu para seu quarto sorrindo, estava com seu plano traçado, iria se manter como uma boa noiva e quando estivesse na frente do altar diria um belo e sonoro não, não poderia ser obrigada a seguir com a festa e com certeza não seria como sua mãe, que aceitaria um casamento sem amor, mesmo que agora, aparentemente, eles se amassem. Ela fechou a porta e começou a abrir o vestido, Orion era incrível com costura, seu vestido não era apertado, nem desconfortável, colocou uma camisola e se aproximou da janela, não percebendo sua porta sendo aberta e nem seu irmão entrando, Eilon cobriu a boca dela e a derrubou de bruços no chão.

—Eilon, pare com isso! – ela resmungou se debatendo, seu irmão pesou ainda mais sobre ela, sentiu a camisola sendo erguida e seu estômago ficou frio – Que merda vai fazer?!

—Vou te mostrar que sou homem – ele sussurrou no ouvido dela enquanto subia a mão para os cabelos da garota, os puxando com força.

—Eilon, por favor, não seja louco – falou em pânico – Vá meter em sua esposa.

—Talvez eu vá depois de te ensinar uma lição – Eveline começou procurar algo que pudesse usar para se defender, mas o filho da puta havia sido esperto em a jogar no meio do tapete sem nada perto. Ela estava assustada, seu corpo parecia pressentir o que viria e quando sentiu o membro dele forçando entrada começou tremer.

—Por favor, pare, por favor – Suplicou tentando o chutar, mas seus pés não o alcançavam, se ele tivesse investido de frente seria muito mais fácil o acertar – Pare e eu nunca falarei para ninguém.

—Você não abrir essa fossa que chama de boca para me denunciar por dois motivos – prendeu as mãos dela com os joelhos – Primeiro e mais óbvio: ninguém vai acreditar que o futuro rei traiu uma esposa tão perfeita quanto Elisa, até por porque traição é um dos pecados capitais de Deragona – ele não estava feliz em fazer aquilo, mas precisava ensinar aquela miserável que não se falava coisas como aquelas para ele – A segunda é que se você contar para alguém, Ronar assará aquele seu frango de cascos – disse entredentes investindo com força para dentro dela, o grito foi abafado pelo tapete ao qual ele forçava seu rosto, a dor a consumiu, irradiando por seu corpo como uma teia de aranha.

Os poucos minutos que seguiram pareceram uma eternidade, cada estocada era profunda e claramente não era em busca de prazer, Eilon apenas queria a machucar, e estava conseguindo. Eveline se sentia péssima não só pelo ato que estava acontecendo, mas porque sempre se viu tão forte, tão destemida, esse tipo de relação era coisa que deveria acontecer com Elisa ou com Estela, não com ela, ela não era submissa! Ele saiu de dentro com força, o que foi um alivio, mas não maior do que quando ele soltou sua cabeça e ela pode respirar.

—É difícil ficar de pau duro perto de você – Eilon disse fechando as calças – É nojento meter em você, mas era um sacrifício a ser feito. – Eveline chorava agarrando o tapete com as mãos, ele parou na frente de seu rosto e se agachou – Se abrir a boca, Gameon será assado e servido com batatas – ele sorria de forma maléfica, ela tinha certeza que Eilon seria capaz disso. – Durma bem, irmãzinha – ele abriu a porta e saiu tranquilamente para o corredor.

A menina levantou um pouco trêmula e dolorida, indo até a sala de banho para se lavar, queria tirar qualquer coisa que viesse de Eilon. Ela se esfregou com a água que havia na bacia, tirando todo o sangue que se espalhara em sua parte íntima, gemeu pela dor que sentiu ao limpar; se arrastou para a cama, onde se encolheu para poder chorar mais. Choraria até dormir.

Eilon saiu do quarto de Eveline irritado, foi detestável foder com ela, se sentia sujo, ela não era a esposa dele e também porque a repudiava, a garota era nojenta. Ele lavou as mãos em um dos lavatórios espalhados pelo castelo, não poderia se aproximar de Elisa fedendo a sangue, afinal, foi o único fluido que lubrificou o ato. Ele retornou ao salão, Elisa estava perto do Jonan e Max, conseguia ver os olhos apavorados da esposa o procurando, se aproximou e sorriu para ela, a abraçando e lhe beijando, aquela era sua garota e quando fosse a noite deles, ele faria de tudo para ser incrível.

—Sobre o que falavam? – o príncipe herdeiro perguntou sorrindo.

—Eu ia falar o quanto Eveline é asquerosa, bruta e mal criada – Jonan parecia bêbado, bem bêbado.
—Ela será uma noiva ideal, tenho certeza – Eilon poderia dizer que não seria, afinal, em catorze estações ela não havia aprendido a ser uma boa noiva para ele, imagine para um recém chegado.

—Aposto que deve ser uma vagabun... – o resto acabou sendo resmungado na palma da mão de seu irmão, Michael deu um sorriso atravessado de desculpas antes de sair arrastando Jonan até o quarto. O visconde ficaria furioso com tamanha afronta, mas alcoolizado demais para fazer algo além de desmoronar na cama.

—Ele é repugnante – Max falou olhando para o casal, Eilon passou uma mecha do cabelo dela para trás e sorriu.

—E quase casou com você – eles sorriram uma para o outro e novato pode perceber que havia sentimentos ali, sentimentos puros e verdadeiros.

—Você não deixaria acontecer – a princesa ficou na ponta dos pés para beijá-lo.

—Tem razão, eu incendiaria a catedral – eles riram de forma cúmplice, Eilon a encaixou em seus braços, deixando a cabeça dela em seu ombro.

Orion estranhou a ausência da prima favorita, mas foi impedido de a seguir, William comunicou que não era necessário e que ela saíra do salão bem, no lugar o pai incentivou que ele dançasse com outras moças, haviam muitas ansiosas para isso. O garoto obedeceu o pai, mesmo que sua cabeça ainda estivesse com os pensamentos voltados para Eveline.

Mandrik permaneceu perto de Estevão, bebendo e conversando com outros lordes somente quando solicitado, precisava ver Leodak e Navi, mas eles não apareceram para nada, talvez no outro dia conseguisse tirar um tempo e sair em busca deles, talvez Leodak tivesse levado Navi para a pousada onde o conselheiro havia conhecido o loiro.

Na manhã seguinte o desjejum foi servido mais tarde, Elisa não demorou tanto para se vestir, o que fez o casal chegar cedo, junto com os pais e com os irmãos mais novos, a mesa logo ficou cheia, exceto pela cadeira vazia ao lado de Orion, Eveline não estava ali.

—Onde está Eveline? – Estevão perguntou pensando se o teatro havia terminado.

—A última vez que a vi foi ontem no baile – Estela respondeu – Ela se despediu dizendo que ia dormir.

—Ela não é acostumada com bailes, papai, ficou mais cansada que o normal – Estevão acatou o argumento do filho, pensando que realmente era plausível, Evie não cresceu participando dos bailes, nunca precisou ficar acordada até muito tarde, no entanto, o que o rei não imaginava era que a menina estava chorando em seu quarto, pensando no quão horrível era seu irmão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Among Other Kingdoms - Terceira Temporada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.