Among Other Kingdoms - Terceira Temporada escrita por Break, Lady Lupin Valdez


Capítulo 14
Deixa ele contar uma história


Notas iniciais do capítulo

♥~Enjoy~♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/810553/chapter/14

William sabia que Estevão estava decepcionado com Eveline, nunca estava feliz, sempre reclamando, ela chorava demais, ela não gostava disso, ela não gostava daquilo. Mas, porque exatamente ela preferia ele? O tio e não o pai?

Ele não sabia, mas, Auterpe lhe ensinou com cuidar de crianças Subimortais, como elas mesmo são chamadas, do outro lado, é um cuidado completamente diferente, eles entendem muito mais que um ser humano comum entenderia, e saberia se está sendo desejada ou não no local, ela entende bem de mudanças, e o fato de Estela ter engravidado tão rapidamente fez ela se sentir culpada por ter traído Estevão, então, a prioridade dela acabou sendo os filhos do seu casamento verdadeiro, Evie, era apenas a segunda filha, claro, sua mãe estava lá, mas, Evie chorava porque não se sentia apegada ou desejada e sem William a confortando e animando, alguns acidentes poderiam ter ocorrido, em níveis de coisas que Perseu fazia quando era bebê, como destruir ou incendiar cômodos, e por sorte essas coisas eram evitadas.
 Ele não sabia porque Estela simplesmente não disse que a criança acabou morrendo precocemente, ela não teria sofrido tanto, pois a rebeldia era um sinal claro de um excesso de poder acumulado durante os anos, que não era adequadamente treinado e liberado, ele fazia o que podia, e mesmo assim nem sempre era tão fácil como criar Orion que queimava a pele, mas, era mais controlado, pois o ambiente era agradável.

—Uma grande descendência eu diria. – Estevão retrucou quando se acalmou internamente. – Não é para todos. Aliás, com tantas visitas que você faz, eu acreditava que você teria ao menos uns doze. – Mesmo que eles achassem que Orion não estava ouvindo, ele prestava atenção. Aliás, ele sempre estava sintonizado com as emoções alheias, ele ouvia, via tudo o tempo todo, mesmo que parecesse que ele estava distraído.

—Não somos coelhos como vocês, somos bem civilizados e.

—É sério? – Mandrik olhou para William o interrompendo. – Ao menos os filhotes do "coelho" herdarão algo e o seu? Qual herança você deixará, Rei de dois dias?

—Cala a sua boca! – William quase gritou.

—O que significa “Rei de dois dias? ” – Orion ouvia Mandrik dizer isso uma vez ou outra, seu pai ficava bem mais de dois dias em Ruphira, ele queria entender essa frase ou apelido.

—Não significa nada. – O outro interveio.

—Como assim não significa nada? Você não contou a ele? – O garoto ergueu a sobrancelha. – Bem sobrinho, digamos que seu pai já foi um Rei.

—Um Rei?

—Com coroa e tudo. – Mandrik dizia com um sorriso no rosto. – O garoto se animou, isso era uma coisa importante, se ele teve a coroa usurpada como seu tio fez, talvez ele pudesse recuperar, fazer uma aliança duradoura com Ruphira e ter um portal fixo entre os dois lados, não precisava ficar longe dele.

—E o que aconteceu? Foi em algum Reino perto de Calasir?

—Orion, filho... – William interveio. – Não dê ouvidos aos dois. – Estevão deu um sorriso sádico para Mandrik, se o filho dele estava perturbando a paz do seu filho, ele iria perturbar a paz dele também.

—Ele era Rei de Ruphira. – O garoto ficou tenso. – Mas, ele foi convidado a não ser mais.

—Estevão, chega, por favor... – William puxou o filho para trás.

—E ele só foi desconvidado porque ele falou o que não devia.

—Não deve ter sido muita coisa, aliás, as leis de Ruphira são bem calmas e.

—Oh não... Ele falou bastante coisa garoto. – Estevão disse sorrindo.

—O que seria muita coisa? – Orion perguntou com um sorriso meio desconfortável, estava incomodado pelo jeito que falavam do seu pai.

—Bem, do que eu me lembro. – William começou. – Veja bem, faz catorze estações, porém, a cena foi inesquecível.

—Parem.

—Ele mandou tanto Ruphira, quanto seus deuses se foderem. – Orion arregalou os olhos e deu um sorriso fraco.

—Mentira...

—Ele não queria ser rei de um lugar que “tira” seus filhos de repente. Sem contar que ele mencionou que sua mãe te daria para ser sacrifício. – O coração de Orion afundou no estomago de uma forma rápida. – E sua doce mãe, digamos, pegou a coroa da mão dele jogou no chão quebrando todo o piso.

—O piso do pátio... – Orion murmurou assustado.

—Pois é, estava tudo planejado para seu nada adorável pai ser o Rei honorário ao lado de sua mãe, mas, ele acabou falando demais, eu ainda me surpreendo que ela deixava ele ver você. Depois de tudo que aconteceu...

—(...) Rei honorário? – Orion olhou para William que fechou os olhos e tentou segurar na sua mão, o garoto deu um passo para trás. – Como assim você ofendeu os deuses?

—Tiraram você dos meus braços, sua mãe não me explicou e.

—Você não deixou ela explicar. – Estevão disse com um sorriso. Orion ficou olhando para o pai sem palavras, estava tentando juntas as peças, as frases, era muita coisa pra ele pensar.

—Ela me explicou depois e.

—Por isso você não fica muito tempo... Por isso a gente fica escondidos nos salões do castelo, porque eles não podem ver você! (...) Pai, o que você fez?

—Foi um erro, eu.

—Um erro? Aqueles deuses são imortais, eles guardam rancor até o amago da nossa alma; quando minha mãe morrer, eu serei o Rei de lá! – Houve uma longa pausa. – Antes disso, quando eu virasse Príncipe coroado eu queria você do meu lado. Como o senhor fez isso? – Havia um desespero na sua voz, uma tristeza. Um sentimento de traição.

—Por que você é meu filho, eu não queria te abandonar e.  – Orion respirou fundo, completamente magoado. – Eu não sabia o que fazer...

—E o que eu faço agora? – Ele olhou para o lado em seguida fez um aceno para o tio e para Mandrik. – Com licença. – Ele caminhou em direção ao quarto, quando William olhou para os dois.

—Qual é o problema de vocês? – Ele perguntou irritado. – Vocês não passaram pelo que eu passei, não sentiram o que eu senti e provavelmente ele vai ficar magoado.

—Achei que a mãe dele tinha dito algo. – Mandrik comentou com desdém.

—Ele é temperamental. Não era para ser assim.

—Não é problema nosso se ele é ou não. – Estevão quis rir. – Não é culpa nossa que você não contou para ele, nem que você faz aquela burrada. – William olhou brevemente para Evie antes de ir atrás do seu filho.

—Acho que devíamos ter falado menos. – Mandrik comentou e Estevão o olhou confuso. – Você viu as marcas que o garoto deixou nele? E se ele atacar seu irmão? Ou outra pessoa? – Estevão deu de ombros.

—Ele não faria isso. O garoto é bem educado, ao contrário de Eveline, você não viu? Ele cumpriu o castigo à risca, a garota nunca faria aquilo.

William correu para tentar alcançar o filho, ele tinha uma vantagem, mas, ele alcançou o filho. Respirou fundo.

—Orion... – Ele chamou com uma voz calma. – Precisamos conversar garoto. – Orion parou no meio do corredor, estava perto do seu quarto e se virou devagar. Esperou ele falar, era o óbvio, quando ele o alcançou colocou a mão no peito, como da primeira vez que o tirar dele, seu bem mais precioso, ele não queria perder aquilo. – Me perdoe. Eu não queria que você soubesse disso, eu, não me orgulho do que disse ou falei, mas, não me arrependo. – O garoto olhou para o pai. – Quero que você entenda o meu lado.

—Pai... – Tinha algo na garganta dele. Ele abriu a porta e deixou o pai entrar, ele se sentou no chão, William fechou a porta e se sentou de frente pra ele, como faziam em Ruphira antes de ele aprender a lutar com espadas. – Eu pensei demais... Pensei em tantas possibilidades de você voltar pra Ruphira conosco. E você não me contou? Nem a mãe contou, eu me sinto traído, eu confiava em vocês e.

—Eu queria que você fosse criado com a sua mãe, do lado dela, o tempo todo, meus sentimentos e pensamentos falaram muito mais alto. – Algumas lágrimas correram de seus olhos. – Eu sei que sua mãe também sofreu, tanto, senão mais que eu, mas, entre todas as mulheres que eu conheci, apenas sua mãe era a mulher que eu não me importaria de lutar. E quando você nasceu, foi um dos momentos mais felizes da minha vida, Orion, você era perfeito, você é perfeito! – O garoto abaixou a cabeça, limpou as lágrimas. – Eu fiquei atordoado, e sabe o que me doeu mais? Eu ouvi cada primo seu nascer, eu os segurava, mas, não eram você.

—Você tinha Evie.

—Não era a mesma coisa, ela não era você, nunca será. Sua mãe havia dito que iria fazer com que você soubesse que eu não ligava para sua segurança; mas, eu não entendo nada do outro lado. E só depois que sua tia Estela foi sequestrada eu entendi que não era uma questão de egoísmo, era proteção, eu fiquei tão nervoso que fui rude com sua mãe, mas, me desculpe. – William segurou na mão dele com força, com arrependimento.

—Eu gostaria que você tivesse dito antes, eu. – Ele engoliu seco. – Entendo como deve ter sido difícil. Mas... Realmente te queria do meu lado em Ruphira. Eu sei que durante toda sua vida você irá me ver, mas... Queria mais.

—Orion, eu amo você. Amo sua mãe, e eu cometi um erro estúpido em um momento de pânico, mas, não tem um dia em que eu não me lembre de você, e estou feliz em te ter aqui. – O garoto sorriu. Uma lágrima deslizou sobre sua bochecha.

—Estou feliz em estar do seu lado. Mas, ainda me sinto magoado. – William o abraçou, o garoto retribuiu e o abraçou com força. – Mas, eu te amo.

—Me desculpe por não estar do seu lado... De não ter nada...

—Eu só preciso de você do meu lado. Herança pra que? Ruphira é feita de ouro, e vai continuar lá quando eu morrer. Você é importante pra mim...

—Desculpe garoto, eu... Tenho vergonha disso. – Eles ainda estavam abraçados, era a mesma sensação de quando ele era bebê, aconchego, carinho e proteção.

Houve um longo silêncio.  

—(...) Á 10 estações atrás, eu ia ter um irmão. – William paralisou. – Minha mãe perdeu ele. Á cinco estações, minha mãe perdeu minha irmã. – Ele encarou o filho por uns segundos, com o olhar de espanto. – Ela não queria que eu contasse.

—Porque não? – Silêncio. – Quem era o pai?

—O senhor.

—Porque sua mãe nunca me falou? Eram meus filhos também.

—Ela se sentiu péssima, não se sentiu bem, muito menos digna. E ela queria você do lado dela. Então ela se sentiu vulnerável e frágil... E em respeito à você ela enterrou.

—Como assim?

—Bebês que morrem na barriga são dados a Mictlantecuhtli. Então ela os enterrou, porque nenhum filho seu seria sacrífico. Eu não entendia antes. – Ele respirou fundo.  – Entendo agora.

—Eu não mereço vocês... – Ele deu um beijo na testa do garoto. Na opinião de Orion, seu pai merecia sim, talvez em Saphiral seria um lugar mais acessível. Houve um silêncio agradável. – Eu só queria ter sabido dos bebês que sua mãe perdeu. – Orion o olhou com um meio sorriso.

—Estamos quites então. 

William revirou os olhos e bagunçou os cabelos do filho, ambos riram, olhando por um lado, algumas pessoas desse lado eram cruéis, cruéis como Rubis Negros e falsos como Esmeraldas. O que era horrível. Mas, internamente ele estava muito magoado, era um sentimento incomodo.  

*

Havia acontecido algo muito preocupante entre os comerciantes, onde William precisou averiguar, ele convidou o garoto para ir com ele, mas, ele não se sentia bem para ir. Apenas perguntou se o castigo havia acabado, era apernas o que ele queria saber.

—O que você tem?

Orion estava no pátio sentado sozinho sobre o banco, chateado. Evie tinha acabado de colocar Gameon no estábulo e caminhou até o primo, ele a olhou de cima a baixo, com uma expressão diferente do seu habitual. Ela se sentou do lado dele, esperou ele responder, o que não houve resposta.

—Orion, está tudo bem? – Ele inclinou a cabeça para o lado, não respondeu, ela tocou no ombro dele, que olhou nos olhos dela.

—O que? – Não conseguia dizer o que estava se passando na cabeça dele.

—O que você tem? – Estava tudo bem na noite anterior, porque ele estava tão quieto? Ela estava começando a ficar preocupada? – Não me diz que você gostava de ficar de castigo. – Ela disse sorrindo.

—(...) Meu pai era Rei de Ruphira... – Ela o olhou surpresa, seu tio era um Rei? – Mas, ele não poderá mais ser.

—Porque? – Ele olhou ao redor.

—Posso te contar uma história? – Evie deu um suspiro, ele não iria contar, ela acenou. Orion tirou um lenço rosa e um lenço vermelho bolso segurando eles em mãos diferentes. Ele se levantou. – Á muitas eras atrás, vivia uma Rainha chamada Blumya, ela era Rainha de Saphiral. – Ele esticou o lenço rosa. – Ela era doce e harmoniosa, justa e compreensiva, ela conseguia fazer todos os Reinos vivessem em paz por anos, ela era ótima. Ela deu à luz a sua primeira filha, Éfellya, a herdeira de Saphiral. – Ele mostrou o lenço vermelho. – Ela era completamente o oposto da sua mãe, era amarga e rude, todos diziam que ela nunca seria uma boa Rainha; enquanto Blumya desfrutava de sua paz, fazendo de tudo para acalmar a fera, os deuses construíram um santuário para ela, onde seu amado companheiro residia, e onde Éfellya não poderia entrar, ela tinha três irmãos e quando eles saiam para brincar, ela os matava, eles entravam no santuário, ela não. Tomada pela fúria e pelo ódio, ela atraiu a mãe para fora do santuário fingindo um ferimento, ela invadiu o local e quando sua mãe interveio, o santuário de pedras brancas virou uma pintura rosada do sangue dela.

Evie abriu a boca.

—Éfellya roubou a coroa, se declarou Rainha e então o caos se instaurou por todo lugar. Ela matou os Guardiões de sua mãe, torturou os seus próprios, dominava feras como quimeras e em visita a outros Reinos como nova Rainha as feras devoravam os Reis, os Herdeiros e quem viesse pra cima. Ela se juntou a um Rei, um homem sem nenhum caráter, capaz de matar os filhos se fossem imperfeitos, ela fingiu simpatia, criou uma aliança e destruiu inúmeros Reinos, reduzindo eles a chamas, aniquilando um a um. Mais de 70 Reinos. O presente que ela ganhou do Rei que a ajudou? Dois filhos. – Ele misturou os panos, o rosa virou azul e o vermelho roxo. – Ela matou o Rei em seguida e esperava até seus filhos nascerem, ela seria Rainha eternamente. Mas, ela não contava que ela teria um filho da sabedoria e uma da guerra. – Mostrou os panos. – O filho da sabedoria impediu ela que os matasse. Ele a colocou em duas urnas e selou sua alma. Mas, o estrago já estava feito. Todos odiavam os filhos dela, todos odiavam e queria os filhos de Saphiral mortos. Eles ficaram reclusos, e o refúgio de Herdeiros foi criado para que eles não assassinassem ninguém, porque era isso que Perseu e Auterpe eram, crias de uma criatura maligna.

Evie ficou imóvel, o tom na voz de Orion mudou. Era de raiva, de tristeza...

—Todos os amores que eles tinham morriam ou se matavam, quem iria querer essa carga na sua vida? Ambos os gêmeos fizeram seu melhor para manter a paz e tentavam fazer alianças, mas, eram rejeitados. Então, de repente, a Rainha encontrou o amor dela na qual teve um filho. – Ele aproximou o lenço roxo no peito, era ele. – Mas, o Rei, era muito desafortunado para isso, a única que ele amou e chegou a ser correspondido e não morreu o deixou para trás com um jardim suspenso que ele fez pra ela e uma dor profunda. – O lenço azul caiu no chão. – E por causa dela, ele quase morreu, ele nunca perdeu uma batalha, ele fazia tudo direito, ele queria consertar aquela bagunça, e ainda assim, segundo ele, chegou atrasado demais, e preferia ter morrido do que viver e sofrer.

—Que horror.  – Ela não sabia o que falar.

—O meu futuro é refém do meu passado. – Ele disse. – E se o Rei ficou sozinho, eu tenho medo de ficar sozinho também. Por isso, eu queria que me pai não tivesse ficado preocupado comigo... – Ele se sentou misturando os lenços novamente transformando em um tecido da cor roxa entregando para Evie. – Eu tenho muito medo de você se tornar como Éfellya e acho que minha mãe te deu essa fita dourada para te proteger, não que você não saiba se defender. Mas, eu gosto de cuidar de você, eu queria ter tido uma irmã pra eu cuidar. – Ela não sabia o que dizer.  – Primeiro, essa sua roupa de montaria está péssima, como eu vou te levar pra Ruphira assim?

—Qual o problema da minha roupa?

—A cor é horrível. – Ele tomou o lenço da mão dela. – Eu vou costurar uma roupa mais chamativa pra você.

—Não quero.

—Por favor Evie, se você vai montar no Gameon não quer se destacar com graça? – Ela inclinou a cabeça para o lado. – Aliás, você tem que montar em Ruphira.

—Porque?

—É bem triste ele ficar sozinha no covil, dê atenção a ela também, você consegue, monta ela com a penca dos seus irmãos e Gameon à tarde. E quando estiver pronta te ensino a voar nos dois ao mesmo tempo. – ela começou a rir, seria impossível. – Acredite, minha mãe tem um dragão e meu tio um Pégasus, eu já vi muita loucura daqueles dois. Agora tem que se trocar, quero arrumar esse caos que você chama de roupa de montaria. – Ela sorriu.

—Obrigada por cuidar de mim. – Ele acenou a cabeça. – Eu adoraria ser sua irmã. – Evie o abraçou, no qual ele retribuiu com calma, ela tinha uma conexão boa, mesmo que cresceu em um lugar tão ruim, era mais como ele mesmo, com a diferença que seus pais se importavam com ele.

—Minha irmã tem que ter bom gosto de vestimenta. – Orion deixou um sorriso escapar dos lábios e ela sorriu aliviada.

Não sabia a finalidade dele em contar a história da sua família, mas parecia que tinha tirado um peso dos ombros. Ela foi trocar de roupa e Orion pegou sua roupa surrada, ela precisava ser confortável, não muito refinada, mas, também não muito apagada, ele daria seu toque, aprendeu com Lennus e Musphee, ficaria ótimo.

Evie estava conversando com Orion no pátio da frente, o garoto estava mais animado, e ela também, a energia dele era ótima e no meio daquela bagunça, se a luz dele se apagasse seria um breu que ela aturou por anos.
Jonan observou os dois de longe, o garoto de cabelos esquisitos fazia gestos com as mãos, não conseguia ouvir sobre o que eles estavam conversando, mas, de jeito nenhum ele iria deixar aquele garoto em cima da sua noiva, não era a princesa que ele queria, mas, era a que tinha e ele não podia perder essa oportunidade, sabia disso e dado que um irmão casou com sua antiga noiva, o que impedia do primo casar com a prima? Ele não podia deixar aquilo ocorrer novamente, então ele se aproximou dos dois devagar.

—Não é uma costura muito difícil. – O garoto dizia quando Jonan se aproximou.

—Olá, minha noivinha - disse dando uma leve cotovelada em Orion, que o olhou indignado e enojado - Posso participar da conversa?

—Olá Jonan. – Evie disse incomodada, Orion revirou os olhos. – Não sei se você vai gostar da conversa. Mas, pode... Se sentar. – Ela disse receosa, Orion a encorajou com o olhar. – Se quiser opinar, é bem-vindo.

—Obrigado, querida - Jonan parecia ensaiado, e realmente estava, olhou Evie de cima a baixo antes de sentar - Você é quase tão cortês quanto sua irmã - o sorriso que brincou em seus lábios era do mais puro deboche, Orion franziu o nariz olhando para o garoto desacreditado, sério que ele estava fazendo isso?!

—Obrigada. – Evie disse acompanhando o olhar que a analisava. Estava tudo bem, Orion estava do lado dela e com certeza a conversa entediaria Jonan tão rápido quanto ele apareceu. – Quanto tecido seria preciso para a costura?

—Não precisa de muito. – Orion olhou para Jonan com atenção, o garoto era estranho. – Eu só preciso das suas medidas...

—Você costura? - Jonan trancou uma risada - Isso é coisa de mulherzinha - riu - Escute, quando nos tornarmos família, te levarei na melhor casa dos prazeres de Drakoj, você vai ver, são tantas mulheres que a costura nunca voltará para sua mente

Orion trincou os dentes, que mente perturbada achava que apenas mulheres costuravam? Os pontos que os homens faziam eram tão bons quanto o das mulheres.

—Casa de que? Para que? – Ele ergue a sobrancelha, ele queria ter certeza que ele não queria dizer o que disse na frente de Evie. A garota escondeu uma risada na expressão de confusão do primo. – Elas costuram de graça? – Evie quis gargalhar, ele realmente não sabia o que era? Ou do outro lado tinha um nome diferente?

—Não –Jonan riu. – É sexo, é para ter prazer, o nome sugere. – O outro sentiu o estômago revirar, ele evitava falar sobre isso, claro, ele sugeriu isso a Eilon e a Elisa, mas, ele não usava a palavra crua, era tão rude.

—Você não está sugerindo isso na frente da sua noiva né? Isso é deselegante. – Evie se virou para o lado. - Até porque, você teria que parar de frequentar esses lugares em respeito a ela. – Orion deu um sorriso.

—É verdade, fomos traídos. – Evie falou com um olhar calmo.

—(...) – Orion ficou sem palavras, seu corpo se arrepiou. – Acho que agora, nesse caso, ela se importaria, não é? – Ele se levantou. – Eu deixar vocês discutirem isso á sós. Três em um noivado é demais. – Orion fez uma expressão de que estaria de olho, chamaria seu pai se fosse preciso.

—Então, o que acha da gente se conhecer melhor? - Jonan sorriu - Como você se sentiu com a escolha do seu irmão?

—(...)Eu gostaria de saber seus pensamentos sobre essa ofensa contra nós dois. Mas, eu me senti muito traída, e você? Com certeza detestou. – Ela mantinha uma voz serena, mas, estava incomodada.

—Bem...príncipes são privilegiados, podem escolher quem quiserem, mas eu tinha ótimos planos com sua dócil irmã - Evie percebeu o brilho assustador e doentio que tinha os olhos de Jonan. Ele suspirou - Uma pena.

—Sim...  Uma grande pena. - Ela respondeu se afastando um pouco dele. Não que se sentisse ameaçada, era mais pra perturbada. - Talvez você possa conversar com seu pai, talvez, fique com a princesa que você quer, não é? Não gostaria que criasse planos comigo contra sua vontade...

—A princesa que eu quero está casada com o príncipe herdeiro – O sorriso desmanchou – Acredito que seu irmão não abra mão dela. – Ele se aproximou – Mas nós podemos nos divertir.

—(...) Se divertir? – Ela ergueu a cabeça. – Quer compartilhar sua ideia de diversão, Jonan? – Ela precisava estar pronta para sair dali se ele se aproximasse mais.

—Claro, se divertir, meu bem - levou a mão ao rosto dela – Podemos brincar – A voz era rouca – Exceto que você queira ficar falando de seus irmãos...

—Eu não quero falar dos meus irmãos. – Ela afastou o rosto do toque dele suavemente. – E não acho adequado a forma que você está insinuando sobre brinca. – Ela se levantou. – Posso te acompanhar em uma caminhada, mas, acho que não quero brincar.

—Certo – Bufou - Sua irmã também se afastaria assim? – Ele ficou de pé ao lado dela, a menina parecia pronta para correr – Elisa parece bem...domesticada

—Eu não sou Elisa, sou Evie.

—É, eu sei – Disse com desdém – Vamos, minha amável noiva, vamos fazer a caminhada que sugeriu.

Ambos começaram a caminhar, Evie estava desconfortável com a presença do garoto, mantinha uma certa distância, que era encurtada por ele a cada passo, porque ela concordou em caminhar com ele? Ela pensou em levar ele até o covil, mas, quando viu os animais dos seus irmãos voando em Ronar e Tyrax, Jonan olhava admirado para as feras, ele estava distraído, Evie começou a se afastar aos poucos, porém, de repente, Jonan subiu a mão até o pescoço dela, o que a fez pular e ser imediatamente contida pela pressão que ele aplicou em sua nuca, os dedos se enrolaram nos fios soltos, mantendo a cabeça dela para cima.

—Você não é sua irmã...– Ele disse a empurrando contra uma árvore, Evie olhava em volta, procurando uma rota de fuga, mas Jonan foi mais rápido a encurralando contra o tronco da árvore, os olhos dela estavam arregalados, era um toque que sua mãe e Elisa aceitariam. – Mas é bem parecida... – Ele avançou sobre ela a beijando com brutalidade, Eveline se debateu, estapeou o peito dele, mas sem sucesso - Bom...fisicamente parecida, Elisa jamais lutaria.

—Eu não sou Elisa! – Ela socou seu ombro, e quando viu que não fazia efeito se preparou para mordê-lo.

—Jonan! Que merda você tá fazendo? – O chamado o fez se afastar, mas, ele não soltou a garrota imediatamente. Evie o empurrou e seu afastou. Era Michael, ele olhou para Evie com vergonha e abaixou a cabeça enquanto ela passava por ele. – Desculpe princesa Eveline, ele... – Jonan a encarava, ela era uma princesa difícil. Visivelmente difícil. – Eu me desculpo pelo meu irmão.

Ela o olhou por uns segundos, o analisou de cima a baixo e olhou em seus olhos por um longo segundo, e deu um sorriso fraco.

—Aceito suas desculpas. – Ela voltou para o castelo, foi quando o garoto explodiu.

—O que você está fazendo aqui? Estou com minha noiva! Ela precisa começar a se comportar e.

—Isso é vergonhoso. – Michael disse enojado.- Ainda bem que Elisa se livrou de você.

—E é por isso que não é pra você interferir, porque senão aquela vai também, aquele primo dela já é uma ameaça.

—Hãn, se não fosse por ele, Deus sabe lá o que você teria feito com ela. – Jonan franziu o cenho que garoto desgraçado. – Tem como você se comportar? Minimamente?

Ele ignorou o irmão e voltou para o castelo, Michael suspirou envergonhado, seu irmão era um desequilibrado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

~♥Beijos da Autora♥~



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Among Other Kingdoms - Terceira Temporada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.