Na manhã seguinte, quando Evie desceu para o dejejum, apenas de ver Eilon e Elisa seus olhos começaram a marejar, seu primo disse que o efeito passaria logo, que não eram lágrimas de tristeza, e sim de raiva, e sim, ela tinha muita raiva do tratamento que os dois recebiam, segundo Orion, eles não sofreriam nenhuma consequência, aliás, eram como Estevão, e como seu avô disse “Se não fosse assim, não seria filho de Estevão. ”O clima no jantar era pleníssimo, e até as desculpas no dia anterior de Elisa, já que Eilon não se desculpou, foram muito fracas; eram completamente insensíveis com ela, e sinceramente, ela nem se importava mais. Mas, o olhar do primo de “seja superior” dava forças pra ela aguentar aquele circo.

—Eu não acredito que você ainda está chorando! – Ethan exclamou. Ela tentou conter as lágrimas, precisava pensar em algo extremamente feliz, ou diferente para afastar aquele sentimento de raiva.  – Para de chorar, está estragando o ambiente!

—Ethan, calma. – Elisa falou suavemente. – Ela tem todo o direito de chorar, nós traímos a confiança dela.

—Mas, foi a melhor coisa que fizemos... – Eilon disse rindo e beijando a mão de Elisa que se sentiu mal pela expressão da irmã, era uma expressão de repulsa misturado com lágrimas, entretanto ela estava aliviada e sorrindo por dentro, como aqueles idiotas não consumaram a droga do casamento?

—Eilon! – Estela chamou a atenção do garoto. – Por favor, respeitem a sua irmã.

—Está tudo em mamãe... – Evie olhou para Estela com os olhos cheios de lágrimas. – O destino é engraçado não é? Mas, o amor sempre vence, eu espero que ninguém mais nessa mesa seja traído. – Ela deu um sorriso bebendo o pouco de chá. Houve um silêncio na mesa, porém Orion inclinou a cabeça pegando uma xícara para beber também.

—Que os deuses te ouçam prima. – William deu um cutucão no filho, que se controlou para não se engasgar com o chá, mas valeu a pena.

—Não precisam notar em mim, continuem como se eu não estivesse aqui, como se eu não tivesse sido traída.

—Chega! – Eilon gritou. – Para com isso que você nem sem importava antes, agora fica pelos cantos chorando, pode parar, sabemos que nós não daríamos certo e.

—Nunca reclamei das suas demonstrações de amor com Elisa. Me sinto magoada, sendo assim, não gostaria de estragar a refeição.  – Evie colocou sua xícara na mesa de uma forma elegante, olhou para seus pais e limpou as pequenas lágrimas que saiam de seus olhos. – Desculpa, mas, eu gostaria de retirar, eu prometo que não farei mais nenhum alvoroço na próxima refeição. Me perdoem pelas minhas palavras. – Ela acenou suavemente. – Com licença. – Foi quando ela se levantou e foi em direção ao seu quarto.

—Eu gostei da postura de Rainha dela. – William comentou depois que ela saiu da visão dos outros. Ele se virou para Estela que respirou fundo, ela sabia o que ele queria dizer. – Ela está sendo uma ótima Princesa, não acha irmão?

—(...) – Estevão o olhou desacreditado. – Bem até demais... – Eilon revirou os olhos e raiva, e Orion teve que esconder o sorriso novamente, sua prima merecia um prêmio.

Estela olhou para Estevão que ainda podia ver os hematomas no pescoço de Elisa, ele não pegou a briga toda, mas, por ela ainda estar chorando o deixava confuso, deixava a todos confusos, Estela não queria aquela bagunça durante as refeições. E estava orando para que tudo aquilo se acalmasse o mais rápido possível, ela praticamente implorou para Estevão com os olhos para a situação melhorar. Na qual ele acenou a tranquilizando, ele não queria Eilon e Elisa infelizes, então, precisava urgentemente que Eveline ficasse feliz, para acalmar a todos. Principalmente acalmar o clima.

Antes do almoço, Evie estava junto com Gameon, o escovava com calma, e o tratava bem, ela não queria ser como suas irmãs que montavam dragões. Ela o levou para caminhar um pouco, sabia que se subisse nele, um incidente ocorreria, ela ficaria suja, despenteada, seu personagem estaria comprometido e Orion ficaria chateado. Mas, não apenas pelo primo ficar chateado, seu tio William estava orgulhoso dela, já o seu primo era o único que parou um pouco para lhe dar atenção, e a ouvia, a fazia rir, e lá dentro, estava sendo um pouco divertido sim, bateu na irmã, não houve punição, quando fizesse o mesmo com o bezerro dourado, poderia receber um puxão de orelha, mas, havia um porém, ela podia contar com seu tio e seu primo; ela não podia mais contar com a mãe, a amava, mas, não dava para contar com ela.
Foi quando ela viu o garoto de cabelos meio a meio acenando pra ela da sacada, ele ainda estava de castigo, não podia sair do castelo, ele era desbocado e obediente, coisa que ela não conseguiria fazer se estivesse no seu lugar. Orion se movimentava pra ela ir até ele, já que ele não podia sair. Ela fez carinho em Gameon e o deixou no estabulo confortável, ele não parecia estressado por não voar, ele estava calmo.

—O que houve? – Orion estava sentado na sacada e quando ela chegou ao seu lado, ele se levantou. – Está tudo bem?

—Não que eu precisei de muito... – Evie deu um sorriso.

—O que você fez?

—Digamos que é muito fácil por ideias na cabeça da sua irmã. – Evie concordou, mas, o garoto não tinha acabado. – E eu acho que talvez, apenas talvez o casal vai se desentender um pouco. Na verdade, vai ser um casamento sofrido.

—Eles se amam.

—Mas, não quer dizer que ela não vá sofrer. – Orion olhou para o céu por uns segundos. – Você precisa parar de ficar com raiva de Eilon, senão vai continuar chorando.

—E como eu faço isso?

—Bate nele também, ué. – Era bem óbvio, bater nele aliviaria quase completamente a raiva, ele não sabia por quanto tempo o efeito daquela poção durava, mas, ela precisava deixar a raiva de lado.

—Com que motivo?

—Você foi traída? – Orion quase gritou mas, se conteve. – Eu vi uma vez, lá na Aldeia de Deméter, em Saphiral; – Evie se lembrou do que seu tio William falou sobre a aldeia de Deméter, era de lá que vinha o melhor trigo e os melhores cereais para pães e cereais para os animais. – uma mulher que pegou seu noivo beijando uma vendedora de rosas. Elas brigaram brevemente, mas, o noivo, ele não teve tanta sorte não...

—O que aconteceu com ele?

—Digamos que ela costurou os lábios dele. – Evie abriu a boca. – Mas, não acabou por aí não, ela bateu bastante nele, causou um belo estrago no rosto dele, e depois ela jogou alguma coisa nas cicatrizes, e o rosto dele nunca foi o mesmo. –Orion levantou um dedo. – Posso te dizer com certeza, uma mulher traída, faz muito estrago a quem traiu. Vai deixar ele tirar sua coroa de Rainha e sair impune?

—(...) Aan. Não?

—Isso mesmo. Não vai! – Ela deu um sorriso, seu primo no mesmo tempo que animava ela, se divertia também. Ele se abaixou perto do ouvido dela. – Tenho certeza que ele brigou com ela a noite.

—Porque tem tanta certeza?

—Eles não consumaram o casamento.

—Certo. – Evie concordou, e talvez eles nunca consumassem, ela só não entendia porque.

—Segundo ele, porque ela é muito nova.

—Ah! Que besteira! – Ela exclamou.

—Concordo. Por isso eu comentei com ela que, talvez, Eilon tivesse gosto por homens.

—Eilon não...

—Ela me pareceu bem convencida. E sinceramente, acho que consigo convencer ela mais um pouco. – ele deu um sorriso. – Á ponto de até ele duvidar.

—Isso seria muito inteligente. – Orion acenou com a cabeça.

—Claro que seria, e além, do mais, seria divertido. São ações das suas consequências...

—Que seriam?

—Mexer com a sobrinha favorita do meu pai! Tampouco vão ficar impunes! – Evie deu um sorriso longo, quando Orion a abraçou; era uma pena ter conhecido o primo apenas naquela idade, e para falar a verdade, ela queria ser irmã dele, filha do seu tio William. Pelo grande dragão, porque sua mãe não escolheu melhor? Aliás, porque ela não teve uma sorte melhor?

*

Naquela tarde, Elisa estava sentada na biblioteca, estava desfrutando de uma boa leitura. A primeira discussão com seu noivo lógico, foi um pouco assustadora, mesmo que em seguida levou a noite a ter mais um momento agradável e em êxtase com ele, não do jeito que ela gostaria, nem do jeito que ela desejaria, mas, como era do jeito que Eilon desejava ela apenas aproveitou, era agradável, mesmo que ela quisesse mais, quisesse ser praticamente mais mulher aos olhos dele, não importava estava feliz com ele, e sabia que não devia dar ouvidos ao primo, mesmo que ele tivesse a melhor das intenções.

—Vocês têm uma bela biblioteca! – Elisa deu um pulo na cadeira, não esperava que ninguém estivesse ali, e quando se virou, Orion estava passando os dedos sobre os livros, quando se virou devagar para a prima. – Ela é bem bonita. Como está hoje prima?

—Ah. Orion... – Ela disse sem jeito, se encolhendo, o garoto não era intimidador, nem parecia uma ameaça, ele era visivelmente encantador, e segundo Evan, Elora e Ethan ele era muito bom em entreter crianças, principalmente fazer truques de mágica que Elora e Evan acharam muito legais, embora o final foi assustador. – Estou bem e como você está? Dormiu bem?

—Sim. – Ele disse pegando um livro qualquer abrindo ele e se sentando afastado de Elisa, não queria assusta-la. – Obrigada por perguntar, aqui eu consigo dormir muito bem, sem medos, sem ninguém perseguindo.

—Isso é bom. – Ela deu um sorriso. – Você não tem saído muito do castelo não é.

—Estou de castigo, e eu não gosto de chatear meu pai. Sabe desobedecer as ordens dele, não é bom ir contra as vontades dele... – Elisa engoliu em seco, ele estava certo, não era o ideal desobedecer os pais, ela não era de fazer isso... Bem, mas, foi necessário. – Mas, provavelmente amanhã vou poder sair, as marcas dele já estão sumindo.

—Você fez aquilo nele? – Por um segundo Orion ficou sério, e arrependido.

—Foi um acidente. Eu não machuco as pessoas, e como ele é bem forte, só tem as raízes de raios. – Ele deu um sorriso, no fundo, ele parecia mais um garoto solitário, curioso, não tinha porque Eilon ficar com raiva dele.

—O que importa é que o tio William está bem e você não fez porque quis.

—Eu jamais atacaria meus pais. Sempre foi involuntário. Eu faço comentários involuntários... – Ele mudou a voz. – Eu queria me desculpar pelo que disse ontem.

—Sobre? – Elisa abaixou o livro para prestar atenção no primo, enquanto Orion colocou o livro na frente do rosto escondendo o sorriso.

—Sore minhas suposições. Eu pensei um pouco, posso ter sido um pouco indelicado.

—Bem, não se preocupe. – Ela deu um sorriso meigo que fez Orion querer revirar os olhos, ela era doce demais, sem um pouco de sal ou pimenta, apenas açúcar e mel. – Eu entendo que você vem do outro lado e as coisas são diferentes. E tudo bem você quiser falar isso, não é errado tirar dúvidas.

—Sério? – Orion abaixou o livro e a olhou com um largo sorriso, Elisa viu aquilo como um sinal positivo e sorriu também. – Então conversou com seu noivo á noite? Deu tudo certo?

—(...) Bem... – Elisa ficou receosa e passou a mão sobre o pulso em que Eilon havia aplicado uma força exagerada. – Conversamos... – Ela deu um meio sorriso. – E ele não prefere homens.

—Oh! – Orion voltou seus olhos para o livro. – Então a espera chegou ao fim! Estou feliz por.

—Não. Ainda não. – Ela deu um suspiro. – Ah, primo, você não entenderia os motivos... – Orion olhou para ela, parecia prestar atenção.

—Eu acho que entenderia. – Elisa ficou surpresa. – Eu vejo como ele olha para o Mandrik como admiração.

—Sim... – Ela deu um sorriso, aliás, ele quem convenceu Eilon para que ambos voltassem pra casa. – O tio Mandrik é muito bom com as palavras é corajoso e.

—E tem dois homens... – Orion interrompeu os elogios que Elisa iria dizer, ela ficou sem palavras. Era um detalhe irrelevante.

—Bem... Mas, ele.

—Antes ele saia com mulheres. – Orion a interrompeu novamente, ele procurou muito saber, Leodak era muito simpático. – E de repente arrumou um, e do nada; ele tem dois. Não dá para negar.

—Mas...

—Não estou julgando, eu apenas fico receoso com essas... – Ele fez uma pausa dramática. – Esquivadas dele. Eu quero que você seja feliz. Aliás, todo mundo merece ser feliz, não acha?

—Eu... – Ela estava procurando as melhores palavras, realmente, ele parecia preocupado com o casamento deles, não apenas a fazendo brigar com seu noivo.

—Ele pode gostar dos dois, como seu tio Mandrik. – Elisa colocou a mão na cabeça pensativa, o raciocínio dele fazia sentido. – Mas, não significa que ele não te ama. Apenas que tem outras preferencias... – Ele voltou os olhos para o livro novamente. – Mais preferencias...

—Você acha isso mesmo Orion?

—Eu só acho que você merece ser feliz no seu casamento... – Elisa colocou a mão no peito, ela podia sentir que ele estava preocupado com ela, com o casamento. – Mas, claro, se ele preferir outras opções ele nunca iria te falar...

—Mas, ele não... – Ele se levantou com calma fechando o livro e o colocando no lugar com calma, foi quando ele a e observou com atenção.

—Ele pode esconder muito bem, talvez ele tenha medo.

—Do que ele teria medo? Eilon é corajoso.

—De descobrir que ele prefere homens e casou-se com você, apenas para manter as aparências no Reino. – Elisa ficou imóvel por uns instantes. – Seria um problema ele se casar com um homem. Não seria? – Os olhos dela se encheram de lágrimas. – Não chore, eu não disse que ele não te ama, apenas que pode amar outro cara. – Ele limpou as lágrimas dela com delicadeza.  – Não quis te entristecer, apernas quero que pense nessas possibilidades. De onde eu vim, acontece bastante e por aqui também...

Como ele queria jogar na cara dela que se Evie se casasse com Eilon com certeza no primeiro momento, que estivessem casados ele teria consumado o casamento com ela, não entendia o ponto dela em momento nenhum, nem o mistério deles, sinceramente, detestava como eles nem foram punidos. Até em transgressões pequenas, tanto sua mãe como seu tio Perseu o puniam, castigos pequenos ou longos, quando ele sumia, independente de amar ou não, ser o filho único ou não, uma punição era esperada. Era uma palhaçada...

—Não diga uma coisa dessas Orion, porque tem que ser tão cruel?

—Cruel? Estou falando de uma possibilidade, você precisa entender mais a fundo do porque ele não quer realmente consumar o casamento.

—Porque eu sou muito nova ainda. – Orion fez um bico, pelo visto Eilon queria mesmo fugir de Evie. Ficou tão desesperado que pegou mesmo a irmã, sem a idade “adequada” e agora tá com a menina de refém do prazer que não tem.

—Claro, pode ser. Mas, talvez, ele ainda tenha desejos secretos. Mas, uma coisa pode te ajudar.

—Sério? O que? – Ela perguntou animada.

— Acho, e tenho certeza que se você pedir com jeitinho, do jeitinho certo, sem mencionar nada, ele irá aceitar e vai com tudo. – Ele deu um sorriso malicioso. – Mas, não façam muito barulho eu gosto de dormir tranquilamente. E claro, seja firme, com jeitinho todo mundo consegue. – Ele fez uma reverência com um sorriso e se retirou.

Elisa observou o primo sumir de vista, e respirou fundo. Não seria possível que ela deixou passar uma coisa tão importante assim, será que estava tão cega de amor assim que nem notou que talvez seu irmão possa estar sentindo essas coisas, mas, como Orion disse, ela só precisava pedir com jeitinho; e então, qualquer dúvida ou receio que ele tivesse acabaria. E amos ficariam felizes.

Eilon havia passado uma parte da tarde no solário, estava refletindo nas coisas que Elisa lhe disse na noite anterior, como aquele garoto dissimulado, do outro lado, ousava a falar tanto? Brincar tanto com as palavras, a ponto de fazer sua noiva duvidar dele, preferir homens que coisa absurda, o quão desrespeitoso aquele meio a meio poderia ser? Nada no seu casamento era da conta dele, porém, ao mesmo tempo, ele fazia questão de fazer questão de saber cada detalhezinho, era irritante, era incoerente, era, totalmente inadequado. Ele estava começando a pensar em mandar Ronar assustar ele, talvez com um pouco de simpatia mandar ele de volta para o buraco de onde veio.

—Ah, você... – Eilon ergueu a cabeça, Evie estava na entrada do solário, e quando se deu conta, os olhos dela estavam cheios de lágrimas.

—Que droga Eveline! – Eilon berrou se aproximando dela apontando o dedo no rosto dela. – Quando você parar com isso? Já pedimos desculpas e já sabemos que não ficaríamos bem juntos.  Então para de chorar porque já está ficando patético! – Evie franziu o cenho.

—Se eu pudesse controlar, eu parava, mas, não consigo, vocês me magoaram! – Ela exclamou, era meio verdade, de fato, ela não conseguia controlar as lágrimas, mas não estava nem um pouco magoada. – Me traíram! Você me traiu! – Eilon deu um sorriso de deboche.

—Sério que eu te traí? Você se livrou de mim, você me odeia, não adianta fingir. Então pare de chorar, eu amo a Elisa, eu não tenho sentimentos românticos por você, a não ser sentimentos de pena. – Evie deu um passo para trás. – Ás vezes os traidores também são vítimas, e as mais solitárias, porque ninguém entende o ponto de vista deles.

—Que ponto de vista? Aos meus olhos vocês estão errados, meu coração doeu com essa notícia, você sabia que esse não era o planejado. Elisa tirou tudo de mim. – Eilon riu.

—Você é má, você é insuportável! O clima ao seu redor é pesado! Você nunca seria uma boa Rainha, você nunca será uma boa filha nem uma.

As palavras de Eilon foram interrompidas por um tapa forte que lhe acertou de surpresa no rosto. Antes que ele pudesse reagir, e a irmã o acertar novamente ele conseguiu agarrar as duas mãos dela e impedir ela de ataca-lo. Ele segurava com força, e ela lutava com força para se soltar das mãos dele.

—Era pra gente se casar e não pra você ficar com uma adultera!

—Não fala assim de Elisa! – Eles estavam gritando, enquanto ela tentava soltar suas mãos para bater em Eilon, mas, ele era mais forte, tinha mais habilidade. – Ela é tudo que você nunca seria ou será! Ela terá filhos meus, e não seus! Eu a amo, já você. Eu tolero, pela paz que você destrói!

—Você é um patife! É um degenerado! Traidor!

—A desequilibrada da família é você! – Foi quando Evie tomou um impulso fazendo ele desequilibrar e batendo a cabeça na parede. – Sua vagabunda! – Eilon a girou fazendo ela se chocar contra a parede. – Eu não me importo se você está mudada, se está tentando, a luta está perdida! – Ele gritou fazendo ela se virar de frente para ele. – Está decidido, meu casamento com Elisa será validado e você se casará com Jonan! – Ele deu um sorriso malicioso e sarcástico que pegou Evie de surpresa. – Legal não é? Você vai virar Condessa!

Foi quando Evie berrou, pulando em cima do irmão.

—Jonan era de Elisa! Você era meu! – Eilon não gostou nem um pouco daquela frase.

—Elisa sempre foi minha, e você pode ser de quem quiser você! – Foi quando outro tapa atingiu Eilon, mas, dessa vez ele revidou, dando dois tapas em cada lado do rosto dela, entretanto, seu corpo estava quente, queimando, Eilon se afastou, mas, ela o agarrou pelo pescoço, onde ele acabou fazendo o mesmo, mesmo que parecia que estava tocando em brasas.  – Eu devia ter te matado no útero! Elisa seria toda minha!

—Como se você fosse capaz disso...

—Eu sou capaz de ser amável. Ao contrário de você!

—Eilon! Eveline! – Estela chamou a atenção dos irmãos que se soltaram quase que imediatamente, amos estavam desorganizados, seus cabelos estavam uma bagunça e quando ela viu os dois correu no auxílio de ambos. – O que estão fazendo? Eu achei que estavam bem e de acordo e.

—Eu não nasci pra ser Condessa! – Evie se levantou arrumando os cabelos. – Era pra eu ser Rainha e. – Estela colocou as mãos nas costas da filha.

—Como assim?

—(...) – Evie se levantou encarando os dois de forma fria. – Eu não quero ser rebaixada a Condessa, era para Elisa ser a Condessa, eu mereço a coroa...

—Não. Você me agrediu! – Eilon se levantou. – Nunca toque no seu futuro Rei.

—Você não me pediu desculpas em nenhum momento!

—Eveline, Eilon. – Estela tentava fazer eles se acalmarem, ela não queria chorar. Mas, não sabia mais o que fazer. Ou dizer. – Por favor, se acalmem, vocês são irmãos, são meus filhos, e eu não gosto que vocês briguem, por favor, parem com isso, tudo já está decidido e.

—Ela não aceita ordens mamãe, você precisa falar mais alto.

—Estela, está tudo bem cunhada? – Orion segurava no pai, ele ouviu a gritaria e foi chamar ele. Quando ele olhou para Evie, ela começou a chorar e o abraçou, William a olhou sem entender e em seguida olhou para Estela que estava dando atenção á Eilon, ela não sabia o que tinha acontecido, além das palavras contadas, tirando isso, ela não sabia como agir. – Eu vou levar ela para o quarto. Tudo bem? – Estela confirmou e Orion ficou olhando para a tia e o primo por uns instantes.

—Ela te bateu?

—Não machucou. – Eilon retrucou.

—Então bateu... – Orion disse e se retirou. Eilon olhou para a mãe.

—Eu odeio o Orion.

—Não diga isso querido. Por favor, chega por hoje. – Ela respirou fundo. – Vai dar tudo certo no final, e as brigas vão acabar.

—Promete?

—Se vocês pararem de brigar, prometo manter a tranquilidade por aqui. Só dêem espaço a ela. Por favor...

William estava sentado ao lado de Evie na cama novamente. Dessa vez, ela estava deitada sobre seu colo, não tinha lágrimas pra chorar, estava cansada, o tio acariciava seus cabelos da garota com calma, como fazia quando era pequena.

—O que aconteceu? Ainda está emocional por causa do.

—Eu não sei, apenas aconteceu e eu me senti bem, eu não sei o que acontece agora, mas, seja o que for, o bezerro de ouro não sofrerá nada.

—Bezerro de ouro? – William perguntou. – Está se referindo á Eilon?

—Claro. – Ele riu.

—Evie, escuta, eu sempre estive aqui pra você e não vou te abandonar, eu não e disse que eles não valem suas lágrimas?

—Disse. – Orion bateu na porta e depois entrou fechando ela se sentando no chão de frente para Evie e seu pai. – Mas.

—eles também não merecem a sua dor ou suas emoções. Eu falei que você pode ser uma Rainha sem coroa. Pode ser a minha Rainha sem coroa.

—A minha também. – Orion falou. Porém, pensou um pouco. – Claro, depois da minha mãe, porque, a minha mãe. E a mãe hein pai? – William riu.

—Eu tenho muitas Rainhas na minha vida, mas, agora eu só preciso proteger uma. – Ele fez Evie se sentar na cama e tocou em seu nariz. – Você. Eu me orgulho de você todos os dias, mas, se ficar muito nervosa, eu vou perder o contato, e então eu não vou mais conseguir. Preciso que você seja forte. – Ela acenou e respirou fundo.- O que aconteceu no solário?

—Eu não quero ser Condessa. – William colocou a mão na boca.

—E quem te disse uma coisa dessas?

—Eilon disse que eu vou me casar com Jonan e ser Condesa, e eu não quero!

—O que é uma Condessa? – Orion olhou para o pai, em seguida olhou para Evie. – O que diabos é um Conde?

—Como assim? Você não sabe o que é? – Evie olhou desacreditada. – Não existem Condes onde você mora? – Ele negou.

—Ou você é Rei, Rainha, Príncipe, Princesa, Herdeiro ou você é outra coisa, agora, Conde. Essa é nova!

—Condes são responsáveis por proteger e governar territórios reais menores. – Orion fez uma cara de indignado.

—Uma função menor que o de uma Princesa? Bem menor...

—Mas, é menos perigosa. – William falou.

—Não importa pai. Isso seria um ultraje, ela é uma Princesa, não pode ser uma Condessa de uma região menor, ela...

—Ainda vai ser Princesa, só vai usar um título diferente. Evie, me ouça... – Ela olhou para o tio, o respeitava, na briga sua mãe estava do lado do seu irmão. – E daí se você for Condessa? Ainda vai ser uma Princesa, uma Rainha sem coroa, eu sei que não era isso que você queria, mas, eu estou do seu lado, sempre que eu puder... Não quero que você cause brigas, porque odeio ouvir seu pai reclamando.

—Mas, a culpa não é sua. – Orion falou, William bagunçou os cabelos do garoto. – O destino é engraçado, antes de chegar no topo, você mata uns leões.

—Você não está sozinha. – ele colocou a mão no ombro dela. – Eu prometi que eu ia te proteger sempre, e que estaria ao seu lado. Mas, preciso que você me ajude.

—Como eu posso te ajudar?

—Desestabilizando. – Orion falou e William ergueu uma sobrancelha, Evie deu uma risadinha.

—O que?

—Estabilizando! Se acalmar! – O garoto “se corrigiu. ”

—Para começar, Jonan vai fazer muito barulho e digamos, que ele vai causar problemas com a troca de esposas.

—Jonan era o noivo de Elisa? – William acenou. – Puxa, nem Zeus foi tão rápido. – Foi quando William pegou nas mãos da garota.

—Eu prometi cuidar de você. Desse lado você é uma prioridade, assim como Orion é minha prioridade em todos os lugares.

—Pra quem você prometeu? – Ela esperava que ele falasse para seus pais.

—Para mim mesmo, e para uma pessoa extremamente fluente. Além do mais, prometi pra mãe de Orion. – Ela sorriu quando eles a abraçaram. Era um carinho reconfortante. – Apenas me diz que você vai dar o melhor de si mesma, você não vai ser Princesa pra sempre.

—Quem sabe sendo Condessa você expanda o reino, se rebele e.

—Orion, não!

—Desculpa. – Evie e Orion deram um pequeno sorriso.

—Quer apostar que no final das contas, quem vai enlouquecer vai ser seu pai?

—Eu aposto! – Orion disse animado. – E olha que eu sempre ganho.

—Nós ganhamos. – William disse. – Nós três ganhamos. Não é Evie?

—Sim. – Ela sorriu para eles.

Que pensamento gostoso seria fazer parte daquela família tão animada. E alto astral, da cor preta e branca, perfeitos.