Champagne escrita por Gabiy Rodrigues


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oi, galera. Champagne surgiu a pouco tempo e vem fazendo a minha cabeça desde então. Tem grande influencias de meus livros preferidos como vocês vão poder notar, Gossip Girl e Os Delírios de Consumo de Becky Bloom. Todavia, criei meu próprio estilo e assim apresento Katrina Philiph, uma celebridade egoísta e a beira de uma crise existencial. Não há em toda a historia a vilã e a mocinha, todos podem ser bons e maus a partir do que julgarem certo, esse é o livre-arbítrio que dou aos meus personagens. E para vocês com muito carinho, uma boa leitura, te encontro nos review!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/81051/chapter/1

CHANEL FARÁ ENTREGA NA CADEIA DE MAHANTTAN?

Na manhã dessa segunda-feira, a queridinha dos diretores hollydiandos, Katrinna Philiph, fará uma visita ao Tribunal de Nova York. A funcionaria mexicana Graça de Gonçalez, que trabalha com Katrinna à cinco anos, acusou a atriz de agressões verbais e de tê-la acusado de furto. A acessória da atriz não se manifestou ainda, mas em uma breve entrevista cedida a Opha, a acessoria da atriz revelou apenas que se tratava de um infeliz mal entendido e que a funcionaria e Katrinna são muito amigas, e este pequeno equivoco vai logo ser entendido.

 Todavia, Katrinna e sua advogada Dani Collor, se apresentaram à corte. Caso, comprovado a culpa de nossa eterna Judy de Ela vem aí, Katrinna poderá prestar serviço comunitário e pagar uma indenização de possíveis 200 mil dólares, o que daria três de seus sapatos Chanel. O que dificilmente lhe dará uma dor de cabeça.

                                                                                                                                                                            Artigo por Ellie Brown.

 

- John isso irá demorar muito? – cochichei.

- Querida, paciência. – ele disse de volta, parecendo mais entediado do que eu.

             Suspirei e me inclinei para Dani.

- Será que o juiz pode dizer logo quantos zeros eu coloco no cheque, para poder irmos logo embora? – supliquei.

             Ela, no entanto me ignorou e levantando-se da sua cadeira se dirigiu ao juiz que anotava algo.

- Meritíssimo, estou certa que sim, podemos resolver isso de forma legal, todavia acho desnecessária a prestação de serviços comunitários. Minha cliente sempre pagou e ofereceu todos os direitos à Graça de Gonçalez.

             Olhei para o lado e vi a mulher gorducha ao lado de seu advogado se contorcer na sua cadeira e me encarar logo em seguida. Desviei o olhar. Isso, eu sempre a paguei e ofereci todos os direitos, eu ate deixei folgar quando sua mãe morreu. E eu poderia processá-la por difamação, eu jamais gritei com ela... bem, teve aquela vez que ela me serviu iogurte ligth e não diet, mas ela estava ciente da minha dieta, e algumas outras vezes em casos isolados que não deveriam ser comentados em um tribunal, coisas bobas, com certeza.

             Arrebitei o nariz, sim, definitivamente, eu era a vitima!

- Senhor Jhonson, sua cliente ficaria satisfeita em receber uma indenização a altura do trauma sofrido?

             Antes que o advogado respondesse, Graça começou a gritar na sua língua parecendo revoltada, e muitas vezes seu dedo indicador veio parar furiosamente na minha direção e todos que estavam presentes elevaram seus burburinhos horrorizados. Como alguém não poderia se irritar se ela não parava de falar aquela língua horrorosa?

             Um martelo bateu forte. O juiz encarou severo a mulher que tentava manter o controle.

- Sim, minha cliente aceita. – O advogado anunciou e Graça me encarou mais uma vez.           

             O rosto vermelho de raiva, e droga, por que eu não vim com o meu chapéu perolado Dior aba grande? Eu poderia apenas abaixar um pouco a cabeça e não mais veria aqueles olhos amendoados incrivelmente assustadores.

             E u era a vitima, não é mesmo? Ela podia facilmente ter colocado veneno na minha comida naquela vez que acordei de ressaca, porque eu nem havia bebido tanto na noite passada para ter acordado daquele jeito. Sim, poderia denunciá-la.

             Então levantei o rosto, quando ela passou por mim, e a fitei. Ela estava como eu sempre lembrava, roupas simples e aqueles horríveis pares de sapatilha, com o dinheiro que vai ganhar ela pode ate comprar um par de Jimmy Choos.  E de repente, ela se inclinou sobre a mesa onde eu estava sentada e Dani quase se colocou entre nós duas, pronta para acusá-la se ela encostasse um dedo sequer em mim.

- Você nunca vai ser feliz, Senhorita Philiph. É realmente uma pena. – e saiu pela porta lateral.

             OK, aquilo foi apavorante. E eu ainda estava grudada no espaldar da cadeira de madeira, com a boca semi-aberta. Como ela ousava fazer aquilo?

- Você esta bem, Katrinna?

- Isso é uma ameaça, não é Dani? – a encarei.

- Não. – ela sorriu, colocando papeis dentro da sua maleta de couro. – Talvez apenas um desejo particular da Senhora Gonçalez. – e sorriu de volta pra mim, deixando-me sozinha.

             Vi o juiz levantar-se de sua cadeira e as pessoas saírem.

- Katrinna? – John postou-se a minha frente.

- Graças a Deus, isso tudo acabou. – lhe mandei meu sorriso triunfante, mesmo que por dentro ainda estivesse tremendo. – Vamos sair daqui, e tomar um Martini duplo, por favor.

             O tribunal fora fechado para a audiência e eu batia os meus saltos altos Chanel para fora da sala. Definitivamente eu devia ter trazido aquele maldito chapéu, pareceria uma dama da máfia sedutora, bastaria apenas mais uma passada de batom La Mer, vermelho intenso e eu poderia entrar em mais um de meus papeis.

- Preciso de um cigarro.

             John, meio equilibrista, enquanto falava ao telefone, sacou da bolsa um Malboro Ligth, e passou para mim.

- Você não ia parar de fumar?

- Você não ia parar de ligar pro Jefrey Fox e deixar de azará-lo. – disse acida.

             Odiava quando ele tentava bancar o paterno. Ouvi ele gargalhar atrás de mim.

- Katrinna, seus pais me ligaram. – eu parei e o encarei.

             Aquele definitivamente era um péssimo momento, talvez por que estávamos no saguão do Tribunal de Nova York!

- Estão preocupados, eles leram aquela maldita reportagem da Ellie Brown.

- Diga-os que estou ocupada de mais gravando alguma coisa, que pague a pensão dos dois. – disse em seco.

             E voltei a andar, eu podia ver o sol radiante entrando pela porta e janelas envidraçada, estava tão ansiosa para sair dali e encarar Manhanttan e os fotógrafos e jornalistas de Manhattan que estavam ali fora me esperando, para dizer-lhes como estava feliz pela força que meus fãs me passaram neste momento difícil e anunciar meu novo filme, como o diretor Daniels Bryan.

             Eu já colocava meus óculos aro de tartaruga Gutti e John alcançava a maçaneta para abrir a porta, quando:

- Senhorita Philiph?

             Encarei uma garota asiática, com uma roupa de uma senhora de 70 anos não usaria. Pelo menos, não as senhoras de 70 anos que eu conheço.

- Sim? – eu queria gritar com ela, por ter atrapalhado aquele momento e por deixar as pessoas lá fora me esperando.

- O juiz Follen, quer falar com você.

- Quem é juiz Follen? – sussurrei para John, ainda encarando a garota.

- O juiz que lhe deu uma indenização.

             Droga, ele mudou de idéia não foi? Aquela algazarra da senhora Gonçalez surgiu efeito depois de um tempo? Eu ia ser presa? Eu teria que gravar meus filmes dentro de uma cela?

- Não irá demorar.

             Caminhamos para o lado oposto da saída e meu estomago parecia reclamar a falta de algo forte com uma azeitona.

- Mas o que está acontecendo? – murmurei e pude ver um John mais assustado do que eu.

- Quer que eu ligue para Dani?

- Por aqui. – a garota abriu uma porta de carvalho e pude ver uma elegante sala de estar.

- Obrigada. – nos entramos.

- Senhorita Philiph! – o juiz estendeu a mão.

- Olá, meritíssimo. – gaguejei.

             Follen estendeu a mão para um sofá de couro e nos sentamos.

- Bem, espero que não a esteja atrapalhando... – ele tamborilou e acendeu a um charuto.

             Quase disse que sim. Eu tinha daqui a uma hora estar em um estúdio, examinando meu novo camarim e experimentando figurino.

- Serei breve, todavia eu preferia que falássemos a sos.

             Encarei um John, que pelo jeito concentrado, não havia entendido o recado.

- John... – ele me encarou confuso. – Por favor. – sim, eu queria muito gritar.

- Ah, sim. Desculpe, juizissimo. – E saiu.

- Desculpe, é que ele sempre esta comigo, então... o que o senhor quer? – vamos direto ao ponto.

             Ele colocou o charuto no cinzeiro e o encarei. Talvez tivesse nos seus cinqüenta anos, tinhas alguns cabelos grisalhos e uma barriga saliente desapontava.

- Menina, quantos anos você tem?

             Enrijeci. O que aquilo significava?

- Tenho vinte e um anos. – Será que ele não lia os tablóides?

             Ele sorri, servindo-se de uísque.

- Apenas um ano mais velha do que a minha filha. Ela é uma grande fã sua.

- É mesmo? – olhei para os lados entediada, onde aquele papo iria terminar?

- Me mataria se a condenasse, mas é o meu trabalho. Tenho de ser justo. – sua voz atingiu um timbre de responsabilidade ao qual eu não reconhecia.

- Tenho certeza que adoraria conhecê-la. – sorri educadamente, enquanto checava as horas.

- Acho que não. – o encarei. – Vocês duas são muito diferentes, a única preocupação dela esse momento é tirar a carteira de habilitação, você... tem outras prioridades nesse momento. – sorriu de esguelha.

             Arquei a sobrancelha. Droga, eu deveria me levantar dali, e lhe desejar um bom dia, será que ele poderia me condenar por desacato a autoridade e me prender?

- Bem, eu ainda não entendi o motivo de ter me chamado?

             Ele limpou a garganta e me fitou.

- Senhorita Philiph, ouvi o depoimento da Senhora Gonçalez e definitivamente, é terrível pensar que uma jovem como você, grite com as pessoas e as arremesse vidros de perfumes.

             Perfumes CH, só para constar.

- Senhor, acho que tudo isso já foi esclarecido mais cedo. – fechei meus punhos em torno das alças da minha bolsa.

- Você poderia ser minha filha e eu jamais admitiria uma atitude dessas.

             O que?

- Senhor Juiz, eu não sou sua filha, e qualquer sermão paternal esta totalmente fora da sua ossada! – elevei alguns oitavos meu tom de voz.

- Perdão, eu sei que não. Mas poderia... Você tem alguém por perto, só por gosta de você, Senhorita Philiph? – ele se inclinou da poltrona a minha frente, uma mesinha de centro com algumas revistas empilhadas nos separavam.

             Abri a boca, para dizer sobre John. Mas... eu contratei ele, depois que achei bonitinho ele ter escrito todo o currículo com caneta glitter, e pagava todo mês uma quantia com muitos zeros, nos gostarmos fora apenas conseqüência de um convívio feliz. Bem, tinha Dani Collor, eu estudei com ela no ginásio, e fui a sua formatura, mesmo que ate hoje ela seja me odeie pelo fato de que eu fiquei com o seu namorado bonitinho na festa e por um acidente, acabei fazendo o seu discurso de formatura. No entanto ela agora era minha advogada e eu apagava.

             Encarei o juiz que esperava minha resposta. Por favor, se eu precisar de um psiquiatra, eu o posso pagá-lo.

- Tenho. – menti. – Alguns amigos distantes. – disse vagamente.

- Então não é solitária?

- Por que acha isso? – eu? Solitária? Definitivamente não.

- Senhora Gonçalez lhe descreveu como solitária.

             Maldita velha, eu devia tê-lo mandado embora antes. Ah, meu Deus! Tenho que impedir de dá uma coletiva. A revista Sun com certeza esta neste instante lhe oferecendo um cheque exorbitante para ela falar sobre minha vida pessoal! Oh, droga! Espero que ela fale aquela ou qualquer outra língua estranha!

- Eu não sou solitária, posso lhe garantir.

- Ela se demonstrou preocupada.

- Preocupada? – não seria histérica? Ela estava histérica da ultima vez que a vi.

- Deixe-me dá-la um conselho. Conheça o outro mundo alem do seu.

- Desculpe, eu não entendi. – apenas não queria entender.

- Se você não é solitária, possivelmente ficara futuramente. É isso o que quer, dando uma de Naomi Campbel? Eu espero que não. Você não é melhor do que as outras pessoas, ao contrario, todos nos queremos ser tratados com respeito e afeto. Seu dinheiro não lhe comprara um amigo ou um marido, ainda é jovem e...

             Aquilo era demais! Bufei e em um pulo estava de pé.

- Obrigada pela sua preocupação. Mas deixamos nosso convívio para processos judiciais. Tenho um pai, Senhor Follen, e não pego um avião de Nova York para Nova Orleans para não precisar ouvir todo esse sermão. Tenha um bom dia. – e deixei a sala sem olhar para trás.

             Nesse momento em que o sangue pulsava furiosamente em minhas veias, a ultima coisa com que eu me importava era ser presa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Só postarei o segundo capitulo, se houver pedidos.