— Chame a equipe de trauma! – Uma enfermeira correu para dentro do hospital universitário de Los Angeles. – Precisamos do cirurgião para agora!

— Mulher, trinta anos. – Um dos enfermeiros que rolava uma maca para dentro do hospital. – Tiro no peito, perdeu muito sangue.

— Ela teve uma parada cardíaca, mas conseguimos trazer ela de volta. – Outra enfermeira completou. – Está literalmente por um fio.

— Leve ela para a sala de cirurgia 1. – O cirurgião correu para dentro da sala. – 1,2 e 3.

— Senhor, você não pode passar daqui. – A enfermeira fechou a pora na cara de um Sam incrivelmente abatido. – Desculpe.

Sam ficou incrivelmente parado na porta, sua roupa completamente ensopada de sangue. Sangue da mulher que ele amava.

Callen correu para dentro do hospital, tentando chegar perto de seu colega, mas assim que o fez, tudo o que ele conseguiu foi puxa-lo para um abraço.

Sua irmã estava dentro de uma sala de operações, depois de levar um tiro direto no peito, de alguém que talvez estivesse...

— Grisha! – Elisa chegou perto dele e entregou uma camiseta para ele e uma para Sam. – Alguma notícia?

— Nenhuma ainda. – Sam estava em um estado totalmente robótico. – E já fazem quase duas horas.

— Bem, talvez isso seja um bom sinal, afinal. – Elisa tentou ser positiva, mas quando dava certo? – Que tal a gente tentar entender o que diabos aconteceu?

— Tudo o que eu sei é que ela e eu estávamos conversando na saída do casamento de Gibbs e Jenny e de repente, ela recebeu um tiro. – Sam olhou para o agora cunhado. – Ela nem sequer ouviu o tiro. Nem mesmo eu ao lado dela.

— Temos que considerar que ela era um alvo. – Callen apenas suspirou. – De qualquer forma, acho que está na hora de fazer o que eu prometi.

— Buscar respostas sobre ela. – Elisa olhou para o marido. – Vou acionar meus contatos no Brasil. Com ela sendo uma brasileira com cidadania americana, não vai ser difícil uma cooperação.

Deeks olhou para o alto. Ele ainda estava do lado de fora da igreja. A poça de sangue foi limpa depois de fotos serem tiradas. Havia algo de problemático em tudo o que havia rolado.

A correria para buscar ajuda para Any antes que ela sangrasse até a morte no chão, a ambulância correndo a toda velocidade e....

— Kensi! – Deeks olhou para o chão quando uma cor acobreada chamou a atenção dele. – Achei algo.

Correndo até ele, Kensi olhou e pegou seu telefone antes de tocar. Uma luva estava em sua mão e ela pegou. Era uma capsula de bala, pequena, mas nova.

— Isso é bem revelador. – Ela virou a bala e revelou o nome gravado nela. – Callen.

— Essa pessoa atirou em Any, mas queria pegar o Callen. – Deeks concluiu. – Mas se ele quisesse, e Deus e Elisa me perdoem, ele poderia ter atirado no Callen. Ele atirou na irmã.

— Se você quer pegar alguém, não vá direto a ela. – Torres chegou com um saco ziploc para colocar a capsula. – Pegue a família, os amigos e deixe a pessoa sofrer.

— É doentio. – Kensi sabia que Nick estava certo. – Será que a cirurgia já terminou?

— Não, ainda estão sem notícias dela. – Abby chegou perto. – Um rifle de caçador. Não é a melhor arma de alta distancia, pelo menos eu não usaria. Mas se for alguém experiente, saberia muito bem como usar.

Enquanto isso, no hospital, Sam olhava para a porta da sala de operação a cada vez que uma enfermeira saia com as roupas cheias de sangue. O vestido de Any foi levado direto para o lixo hospital. Ele estava completamente destruído naquele ponto e ele não se sentia bem.

Callen estava do mesmo jeito. Any e Sam estavam tão felizes e ele também. Afinal, descobrir que ele tinha uma irmã foi uma das melhores coisas. Ela cuidava de seus filhos com gosto e até deu um presente especial para ele.

— Você é Samuel Hanna? – Um médico perguntou. – Eu sou o Dr Curtis. Operei sua esposa.

— Sim. – Sam se levantou e olhou para o sangue no avental do homem. – Ela está bem?

— Bem, a bala chegou há quase 4 cm do coração dela. – O médico viu Callen olhar para ele com horror. – Nós a perdemos duas vezes na mesa, mas conseguimos traze-la de volta. Porém, por causa da perda de sangue, ela está em coma induzido.

Sam nem percebeu que se sentou. Ele não conseguiu mais olhar para o médico sem ficar com tontura. Sua esposa estava em coma. Mesmo que fosse induzido, ela estava em coma.

— Podemos ver ela? – Callen encontrou a voz dele depois de quase cinco minutos ouvindo tudo o que o médico falou para eles sobre o que realmente aconteceu. – Eu tenho.

— Sinto muito, ela está na UTI nesse momento e eu... – Ele viu Elisa se levantar e ir até ele.

— Senhor, eu sou a juíza Elisa e estou aqui primeiramente como cunhada dela e melhor amiga. – Ela o olhou, quase com a expressão vazia. – Segundamente como representante da lei. Apesar de parecer apenas um tiro perdido, ela na verdade foi vítima de alguém que pode ser perigoso. E você deverá fazer exceções para esse caso.

— Certo, então talvez eu deva ir. – Ele olhou para os três. – Eu vou enviar alguém para buscar vocês.

Elisa olhou para Callen e logo seguiu o homem, pisando forte, sentindo como se o homem não fosse quem dissesse ser.

— Desculpe, mas eu não terminei de falar ainda. – Elisa o encurralou na parede do hospital. – Estou dizendo que você vai ter uma conversa comigo e então fazer as concessões necessárias. Eu vou colocar a guarda aqui, marinha. Até a aeronáutica se eu quiser, mas ninguém vai tocar na minha amiga.

— C-certo. – Ele gaguejou. – Agora, vá resolver isso e nos mostre onde é o quarto dela.

O homem fez o que Elisa exigiu, não querendo ficar do lado ruim da juíza.

Enquanto isso, Gibbs e Jenny se entreolhavam. Eles decidiram que a festa de casamento iria ser adiada até o momento em que Any se recuperasse. O vestido de noiva de Jenny foi mudado para algo mais confortável e ambos arregaçaram suas mangas para começar a busca.