Home II escrita por llRize San


Capítulo 12
Piratas? Devo confiar?




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(Amicitia - Alguns meses antes do ataque dos Orcs)

 

Preparando-se novamente para adentrar Amicitia, I.N reconheceu a urgência de obter ajuda. Acreditava que as pessoas daquela dimensão seriam cruciais para descobrir informações sobre o suposto homem que havia sequestrado Hyunjin. As conversas hackeadas, estranhas e fora do comum, levaram I.N a desconfiar que o Primeiro Ministro não fosse quem aparentava ser. Com seu conhecimento prévio sobre o Primeiro Ministro, percebeu alterações de comportamento que o intrigavam. Surgiu em sua mente a possibilidade de o intruso ser originário de Amicitia. Afinal, não conseguia fechar o portal original pelo qual entrou, deixando aberta a chance de que mais alguém, ou algo, pudesse ter atravessado.

I.N girou a chave mágica na maçaneta do armário, abrindo a porta para mais uma visita a Amicitia. Dessa vez, encontrou-se em um local distinto. Longe das exuberantes florestas, agora estava em uma ilha tropical, cercado por uma praia de areias brancas e águas cristalinas. Era um verdadeiro paraíso à sua frente.

I.N examinou os arredores e, ao caminhar pela praia, avistou destroços de um navio da marinha. Com cautela, escondeu-se por trás das árvores, tentando se aproximar silenciosamente. Observou dois homens com vestes brancas, empunhando espadas, que, apesar de parecerem marinheiros, tinham orelhas de cachorro. Surpreendentemente, um deles se assemelhava muito a Felix, o delegado do bairro onde I.N morava.

Ao avançar um pouco mais, I.N deparou-se novamente consigo mesmo, essa sua outra versão tinha orelhas de felino. Seu coração acelerou ao ver Hyunjin, embora soubesse que não era o seu Hyunjin; este era o Hyunjin de Amicitia. Vestia botas de couro até o joelho, um longo casaco marrom sobre uma camisa vermelha com babados. Na cintura, um cinto com uma pequena bolsa de couro e duas espadas embainhadas. O mais peculiar era que, além de usar um tapa-olho, esse Hyunjin também possuía orelhas de gato, assim como o Jeongin daquela dimensão. Era evidente que os mares de Amicitia eram habitados por uma variedade de híbridos.

I.N sentia a necessidade de conversar com Hyunjin ou até mesmo com Innie, mas temia a reação deles. Aguardou por uma oportunidade de estar a sós, mas isso demorou. Para complicar ainda mais, Taehyung e Yoongi se juntaram ao grupo, tornando praticamente impossível ter um momento privado. Considerou a possibilidade de esperar até que todos estivessem dormindo, então se aconchegou, cobrindo a cabeça com seu moletom, e acabou adormecendo.

Quando já era noite, sentiu alguém tocando seu ombro para acordá-lo. 

— Só mais cinco minutos — Resmungou I.N.

Dessa vez, sentiu alguém puxar seu moletom.

— INNIE? — Yoongi estava parado diante dele, espantado.

— Yoongi? — I.N se deu conta de que estava falando com o Yoongi de Amicitia e não com o Yoongi que conhecia.

— O que? Como? Eu acabei de te ver dormindo com Hyunjin. Como você chegou até aqui?

— É uma história bem engraçada — I.N sentia-se assustado; era a primeira vez que interagia com alguém de Amicitia. No entanto, imaginava que a situação pudesse ser ainda mais intimidante para Yoongi, afinal, estava vestindo roupas completamente diferentes das de Innie.

— Innie, o que aconteceu com suas orelhas? — Yoongi o estudava, desconfiado. Imaginando que aquele pudesse ser algum feiticeiro se passando por Innie — Vou chamar os outros.

Quando Yoongi se virou para chamar os outros, I.N levantou num pulo e saiu correndo o mais rápido que pôde. Apesar de Yoongi ser incrivelmente veloz, I.N conseguiu se jogar pela porta entre as rochas de onde tinha vindo, sem que Yoongi conseguisse ver, e, assim, encontrou-se novamente em seu quarto. Ofegante e apreensivo, seu coração batia descompassado, como se quisesse escapar do peito.

— Quase fui pego! Aquele Yoongi é ainda mais sinistro que o Yoongi daqui. Ufa, ainda bem que ele não conseguiu me pegar. Preciso tentar novamente, e dessa vez tem que ser em um lugar em que Hyunjin e Innie estejam a sós.

Respirou fundo, focou nos pensamentos sobre Hyunjin e Innie de Amicitia, e, em seguida, girou a maçaneta para entrar no armário novamente. Dado que o tempo em Amicitia seguia uma lógica diferente, ele poderia retornar um dia depois, ou mesmo após alguns anos, mesmo que passasse apenas alguns minutos no nosso mundo. Precisava se concentrar para girar a maçaneta na época certa.

Dessa vez, I.N encontrou-se dentro de um armário, percebendo pelo balanço do local que talvez estivesse em alto mar, em um navio, talvez. Ao ouvir as vozes de Hyunjin e Innie, espiou curioso pelas frestas da porta do armário e viu Innie beijando Hyunjin. Era como se visse a si mesmo com seu namorado em um espelho. I.N engoliu em seco, pensando que seria interessante esperar que terminassem para ver o que aconteceria em seguida. Contudo, acabou sendo descoberto quando os dois sentiram seu cheiro e abriram a porta do armário, surpreendendo I.N.

— Quem é você? — Hyunjin apontou a espada. I.N tentou recuperar, estava assustado — Eu perguntei quem é você?

— Me chamo Jeongin.

— Não! Eu sou o Jeongin! — Disse Innie, irritado.

— Innie, você tem algum irmão gêmeo?

— Não Hyun, isso deve ser algum tipo de magia.

— Não, não é magia, eu realmente sou o Jeongin. Como posso explicar? — I.N tentou encontrar as palavras mais simples que pudesse explicar aquela situação inexplicável — Innie, eu sou você, só que de outra dimensão, de outro mundo.

— De outro mundo? — Hyunjin estava confuso.

— Sim, veja, eu sou como vocês, também sou um pirata.

— Você é um pirata? Não parece — Hyunjin o examinou de cima a baixo. I.N usava uma camiseta preta com a imagem de algum personagem de anime. Uma calça jeans e um All Star. Um traje bem estranho na opinião de Hyunjin.

— Sim, eu sou um pirata, só que com métodos um pouco diferentes. No meu mundo somos chamados de Hackers.

— E por que você não é um híbrido felino como o Innie?

— No meu mundo não existe esse negócio de magia. Claro que isso até eu descobrir um portal que conecta os nossos mundos.

— Acho que entendi um pouco, mas, o que você quer aqui?

— Eu preciso de ajuda, o meu Hyunjin corre um grande perigo.

— Eu?

— Sim e não, é você, só que do meu mundo.

— E o que houve com o “eu” do seu mundo?

— A primeira vez que entrei aqui algumas criaturas do seu mundo me perseguiram. Consegui sair, porém, eles me seguiram até o meu mundo. Aqui eles são apenas orcs e espíritos malignos, mas lá eles estão disfarçados de políticos influentes.

— O que são políticos?

— São tipo reis. O problema é que eles querem foder com tudo.

— Foder com tudo? Que termos são esses? 

— Eles querem criar o caos. O meu Hyunjin nada mais é que o filho do presidente, que seria como se fosse o rei do meu reino, e por isso ele corre perigo.

— Eu sabia que eu era um príncipe em algum lugar — Hyunjin sorriu orgulhoso.

— Sim, você é, o problema é que essas criaturas sequestraram Hyunjin. Eu invadi o sistema deles e descobri que o plano é fazer parecer que o reino vizinho, a Coreia do Norte, foi quem o sequestrou, isso será desastroso, uma guerra terrível está para começar, muitas pessoas inocentes vão morrer... Preciso de ajuda — I.N tremeu e tentou segurar a vontade de chorar. Hyunjin não entendeu metade do que ele disse, mas entendeu o suficiente para saber que o seu outro eu estava com problemas e que a vida de muitos corria risco.

— Se acalme rapaz, acho que podemos ajudá-lo. Mas preciso saber como vou chamá-lo, será confuso chamá-lo de Jeongin, e Innie só existe um.

— Podem me chamar de I.N, é assim que me chamam no meu mundo... E acho que vocês têm algo que me pertence.

— Aquele objeto estranho é seu? É algum tipo de relíquia? É um recipiente mágico que está prendendo algum demônio?

— O único demônio que tem ali é o que come a bateria do meu celular, preciso andar com um carregador no bolso — Cochichou consigo mesmo — Enfim, esse objeto estranho na verdade é chamado de celular.

Os dois o olharam confusos.

— Celular? 

— É um meio de comunicação.

— Tipo um pássaro? — Perguntou Innie.

— Sim, tipo um pássaro.

— Mas ele não tem asas, como faz para as mensagens chegarem na outra pessoa?

I.N suspirou.

— Isso vai ser difícil de explicar... É tipo magia, tudo bem que lá não tem magia, mas tem outras coisas que parecem mágicas.

Os dois o olhavam ainda mais confusos, tentando entender o que I.N dizia.

— I.N, você e Hyunjin, são um casal? — Perguntou Innie, curioso.

— Não, infelizmente assumidamente ainda não, mas trocamos uns nudes.

— Nudes?

— Innie, melhor deixar isso de lado, mas voltando à sua dúvida, ainda não somos um casal assumido.

— Se você veio até aqui para pedir ajuda para salvá-lo é porque gosta dele. E levando em consideração o que sinto pelo Capitão Hyun, imagino que nossos sentimentos sejam iguais em relação a eles, então, por que não são um casal? Vocês se gostam, não é?

— Sim Innie, nós nos gostamos muito, mas é meio complicado ficarmos juntos.

— Por que?

— Porque eu sou homem e ele também.

— E por que isso seria complicado?

— Innie, no meu mundo, é difícil para dois homens que se amam ficarem juntos, ainda mais se um deles for o filho do presidente. Algumas pessoas não vêem isso com bons olhos, lá eles acham que homens devem ficar apenas com mulheres. Tudo o que for contrário a isso, é visto de forma ruim.

— Isso é triste. Não poder ficar com a pessoa que ama é muito cruel. Que mundo horrível.

— Sim Innie, é um mundo horrível... Mas enfim, posso contar com a ajuda de vocês? Sozinho eu não conseguirei.

— Preciso falar com a minha tripulação e fazer alguns preparativos para irmos ao seu mundo estranho — Disse Hyunjin. 

— Obrigado Hyunjin.

— Não me agradeça, só estou indo me salvar.

— Mesmo assim obrigado. Só por via das dúvidas, se algo der errado, tem alguém nesse mundo que eu possa pedir ajuda além de vocês?

Hyunjin fez uma expressão séria, parecia preocupado.

— I.N, se algo der errado, procure por Min Yoongi e Kim Taehyung.

I.N já estava familiarizado com Hyunjin e Innie, tendo-os visto tanto na caverna quanto quando foi pego por Yoongi na ilha. Sabia como encontrá-los facilmente caso algo desse errado. 

Após conversarem com os outros tripulantes, Hyunjin e Innie estavam prontos para vir para o mundo de I.N. Ao abrir a porta do armário, o fundo do mesmo se transformou magicamente em uma passagem. Hyunjin passou por ela, segurando a mão de Innie, e logo em seguida, I.N os seguiu. Quando atravessaram, Innie deu um grito ao olhar para Hyunjin, enquanto este, espantado, colocou a mão na boca ao olhar para Innie. Ambos não tinham mais as orelhas de gatos; agora eram apenas humanos normais.

— O que houve com a gente? — Perguntou Hyunjin, espantado.

— Calma — I.N estudou a situação — Estamos no mundo real, aqui não podemos usar magia. Vocês são criaturas mágicas, quando voltarem para Amicitia tudo voltará ao normal.

Hyunjin e Innie olharam pasmos para tudo no quarto de I.N, perguntando o que era tudo aquilo, especialmente as caixas mágicas que refletiam luzes do além, mas na verdade eram apenas as telas dos computadores. I.N tentava explicar da forma mais simples possível. Ele ensinou coisas básicas sobre o nosso mundo, que era muito diferente do mundo medieval de Amicitia. Mostrou fotos, explicou como as pessoas se locomoviam, falou sobre carros, aviões, e tudo mais. Além disso, explicou sobre armas de fogo e o quão perigosas poderiam ser. I.N abordou tudo o que era possível e necessário. Hyunjin e Innie estavam exaustos com tantas informações diferentes.

— Vamos fazer uma pausa para comer e descansar — Disse I.N pegando o celular.

— Certo — Disse Hyunjin se levantando e desembainhando sua espada —, Irei lá fora caçar um belo javali para assarmos, Innie, faça a fogueira...

— Não, não, não precisa — I.N deu risada — Vou pedir comida pelo meu celular. 

— Esse objeto estranho também pode te trazer comida?

— Não é que ele me traz comida, eu peço e a pessoa do outro lado traz o que eu pedi, vejam... — I.N mostrou como funcionava o delivery de comida, claro que eles se impressionaram com aquilo e se impressionaram ainda mais quando o entregador trouxe exatamente o que pediram.

Eles se deliciaram com os lanches. Acharam incrível e diferente a bebida do nosso mundo. 

— Confesso que prefiro meu bom e velho Rum, yohoho — Disse Hyunjin — Mas isso aqui também é muito bom, parece explodir na boca. Só faltou ter algum teor alcoólico. 

— Não tem álcool, isso é refrigerante, ele tem esse efeito por causa do gás — Explicou I.N. 

— Eu gostei dessas batatas em formato de palito. Normalmente fazemos um guisado na brasa com animais que caçamos ou peixes que pescamos e colocamos as batatas... mas desse tipo e nesse formato, eu nunca tinha comido — Innie não parava de comer as batatas fritas.

Após a refeição, I.N organizou roupas limpas e toalhas para que pudessem tomar banho e vestir trajes típicos do nosso mundo. A presença de uma versão de si mesmo em casa era peculiar, mas I.N já não se sentia mais desconfortável com a situação. Naquele momento, nada mais o surpreendia. 

...

O dia prometia ser desafiador, pois precisavam seguir o plano meticulosamente. Para dar início à estratégia, Hyunjin de Amicitia deveria dirigir-se à Casa Azul e assumir a identidade do filho do presidente. Essa artimanha permitiria ganhar tempo para resgatar o verdadeiro herdeiro sem desencadear um conflito internacional. Enquanto isso, Innie ficaria ao lado de I.N, e a dupla faria uma parada na casa de um amigo de I.N para obter informações cruciais que impulsionariam o plano de resgate de Hyunjin. Certamente, Innie usaria uma máscara e permaneceria no carro, afinal, dois Jeongins no mesmo lugar poderiam causar complicações.

Seguiram à risca o plano estabelecido. Após a despedida de Innie, Hyunjin preparou-se para se dirigir à Casa Azul. I.N e Innie partiram para a casa do amigo de I.N, onde estacionaram o carro e I.N pediu a Innie que o aguardasse, garantindo que não demoraria.

Contudo, mais de uma hora se passou, e I.N ainda não havia retornado. A impaciência tomava conta de Innie, e o mundo desconhecido ao seu redor parecia cada vez mais assustador, mesmo dentro daquela peculiar "carroça de ferro". Innie começou a ficar apreensivo até ser abordado por um policial, que bateu na janela, solicitando que ele a baixasse. Com algum esforço, Innie conseguiu lembrar como realizar essa ação.

— FELIX? — Sem querer, Innie gritou quando viu o policial — Você também está aqui?

— Sim Senhor Jeongin, eu trabalho por essas redondezas. Temos um mandado de prisão, terá que vir conosco. Você está sendo preso por crime cibernético, sabemos que é um dos maiores hackers do mundo e finalmente conseguimos te pegar.

 

(Amicitia, distrito de Hillvards - Após o ataque dos Orcs)

 

Yoongi, majestosamente sentado em seu trono, degustava um cálice de vinho. As cavernas dos Elfos Noturnos de Hillvards eram o local mais agradável; afinal, a luz do dia não penetrava ali. O ambiente era escuro, frio e silencioso, características que Yoongi apreciava profundamente.

Ele havia tomado o lugar de Kai como alfa dos Elfos Noturnos. Assim como os lobos, os Elfos Noturnos obedeciam o líder mais forte, Yoongi humilhou Kai em um duelo mortal, decapitando-o e erguendo sua cabeça como se fosse um troféu. Todos se ajoelharam perante Yoongi, vendo que ele era o mais forte dentre os Elfos Noturnos. 

A tranquilidade reinava, algo que Yoongi apreciava profundamente. No entanto, essa paz foi interrompida pela presença irritante de um prisioneiro em particular.

Taehyung, o cativo, gritava incessantemente, silenciando apenas na presença de Yoongi. Embora estivesse confinado em um quarto, era devidamente alimentado pelo próprio Yoongi, um gesto que os outros Elfos consideravam uma afronta ao poder do majestoso Yoongi, questionando por que ele se daria ao trabalho de nutrir um mero humano que só sabia gritar e lamentar.

— Arqueiro humano, você está atrapalhando a minha paz! — Disse Yoongi com um olhar sério — O que eu preciso fazer para que você se cale?

— Fica comigo.

— O que? — Yoongi engasgou.

— Yoon, fica comigo essa noite, por favor. Aqui é muito frio e esses cobertores não me aquecem — Pediu Taehyung, com um jeito manhoso. 

Yoongi limpou a garganta, um pouco tímido.

— Eu só preciso ficar com você e você não vai mais gritar?

— Depende do que a gente vá fazer… — Taehyung deu uma risadinha e Yoongi arqueou as sobrancelhas — É brincadeira… Prometo ficar quietinho.

— Tudo bem. Que fique claro que só vou fazer esse sacrifício para manter a paz e o silêncio desse lugar. Não gostamos de barulho.

Yoongi fechou a porta do quarto e com um suspiro dirigiu-se até a cama e sentou-se na beira. Uma leve sensação de desconforto pairava no ar. Taehyung, por sua vez, engatinhou na direção dele e se acomodou ao seu lado.

— Yoon, posso deitar no seu colo?

— Não! Que audácia é essa? Humano ousado. Fique longe, só vou ficar aqui até você dormir, apenas isso.

— Veremos — Disse Taehyung com um sorriso. 

— O que quer dizer com “veremos”?

— Sei do seu ponto fraco, Min Yoongi.

— Eu posso dizimar um exército inteiro com apenas um piscar de olhos, não tenho ponto fraco.

— Sim, você tem!

— E qual seria meu ponto fraco?

— Eu.

— Você? Como você pode ser meu ponto fraco?

Taehyung desceu da cama e ficou em pé, imóvel diante de Yoongi. Lentamente, começou a despir-se, e Yoongi não conseguia desviar o olhar, completamente cativado pelo corpo à sua frente. Taehyung permaneceu parado diante dele, e Yoongi, mordendo os lábios, não conseguia mais esconder a atração que aquele humano despertava nele. Taehyung aproximou-se delicadamente, deixando Yoongi sem palavras, apenas engolindo em seco enquanto seus olhos permaneciam fixos no humano diante dele.

— Ainda quer que eu fique longe? — Perguntou Taehyung, envolvendo seus braços ao redor do pescoço de Yoongi. 

Olhavam um para o outro, deitados na cama, com os rostos vermelhos e o suor escorrendo da testa, ainda tentavam controlar a respiração descompassada, causada por aquele momento de saudade, amor e paixão. 

— Eu sabia que você se lembrava de mim — Disse Taehyung, acariciando o rosto de Yoongi. 

— Eu nunca me esqueceria de você — Yoongi beijou sua testa. 

— Então por que foi indiferente comigo? Até mesmo fingiu não me conhecer. 

— Porque eu queria que você fosse embora. 

— Por que? A gente se ama tanto...

— Tae, eu te machuquei, não quero fazer isso de novo, é melhor pararmos por aqui.

Taehyung segurou seu rosto e o olhou sério.

— Yoon já passamos por muitas coisas juntos. Já fomos inimigos, depois aliados, já lutamos batalhas que pareciam impossíveis. Conhecemos melhor um ao outro e passamos a nos amar ainda mais. Você me pediu em casamento e eu aceitei, isso porque o que sentimos um pelo outro é muito forte, Yoon. 

— Forte, porém, perigoso. Fiquei daquela forma porque fui fraco, não consegui me controlar, eu queria te proteger, não podia imaginar aqueles malditos Orcs lhe ferindo, então perdi o controle e acabei te machucando também. Eu sou um monstro, Tae. Precisa encontrar alguém bom pra você, que não vá te colocar em risco. 

— Pare com isso, meu amor. Aquilo foi um acidente e não vai acontecer de novo. Eu vou te ajudar, juntos nós vamos aprender a lidar com isso.

— Eu não sei Tae, é melhor nos separarmos...

— Vai mesmo abandonar a gente?

— A gente? — Yoongi parecia confuso.

Taehyung lhe beijou e então colocou a mão na barriga.

— Já estou com um mês. Parabéns Yoon, você vai ser papai.

Yoongi arregalou os olhos, perplexo.

— Tae... espera, você está... meu deus, você está grávido?

— Sim, meu amor. Nós conseguimos, vamos ter um bebê.

Yoongi estava completamente atordoado diante da notícia; ele seria pai, teria um filho com a pessoa que mais amava nesse mundo. Seus olhos se encheram de lágrimas, e ele não conseguiu conter a emoção ao abraçar Taehyung, celebrando a maravilhosa notícia.

Ouviram alguém bater na porta, o que os fez se afastarem.

— Falei que não queria ser incomodado — Disse Yoongi, irritado, olhando para a porta.

— É urgente, Lord Min! — Disse Sehun do outro lado.

— Vai lá meu amor, eu te espero, continuamos depois — Taehyung distribuiu breves selares em seu rosto. 

— Vai ser rápido, prometo que já volto.

Yoongi se levantou e se vestiu, antes de sair do quarto sorriu para Taehyung.

— O que tem de tão urgente, Sehun? — Perguntou Yoongi, com uma expressão séria ao fechar a porta do quarto, queria continuar com Taehyung.

— Estamos sendo atacados, Milorde.

— Como é? Os orcs foram dizimados, ninguém ousaria nos atacar.

— Não são Orcs, Milorde… São humanos!

— Humanos? Não pode ser, os humanos não fariam isso. 

— Mas esses humanos não são daqui de Amicitia.

— E são de que reino?

— Acredito que não sejam deste mundo. São humanos, mas há algo diferente neles. Suas vestimentas são distintas, e eles estão atacando com algum tipo de objeto metálico que seguram nas mãos. Esse artefato é capaz de nos ferir mortalmente, pois dispara projéteis de metal que atravessam nossos corpos. Alguns Elfos já perderam a vida; fomos pegos completamente desprevenidos, e desconhecemos a natureza exata desse terrível dispositivo.

Sehun era um poderoso e destemido Elfo Noturno, era a primeira vez que Yoongi via medo em seus olhos, então ficou preocupado.

— Fique aqui e proteja Taehyung, irei devastar esses humanos que ousaram nos atacar.


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Notas finais do capítulo

Os humanos do nosso mundo invadiram Amicitia... Fujam para as colinas, Amicitianos! Rsrsrsrsrs

Poxa, Innie será preso no lugar de I.N. Tudo bem que ele é um ladrãozinho, mas tadinho do meu gatinho

Já notou que toda criatura mágica que entra no mundo real se torna humana? Pois então, todos sabem que TaeGi de Amicitia vira pro mundo real, obviamente Yoongi perderá seus poderes de Elfo, mas e o Tae? Aqui homem não engravida, o que acontecerá com o bebê?



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