Aurora das Sombras escrita por Ginty Mcfeatherfluffy


Capítulo 3
Capítulo 3




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McIntyre permanecera calada até o momento de chegarem ao bar; somente voltaria a falar com o barman, com Henry, não abriria a boca. Infantilidade? Talvez.

Henry agradeceu mentalmente pelo fato da moça manter-se em silêncio durante o trajeto, pois não estava muito a fim de conversar naquele momento. Aproveitou, então, para ponderar acerca do que falaria a ela, em hora oportuna.

Rebecca fez seu pedido à balconista, e direcionou seu olhar ao homem que lhe tem atormentado. Dentre instantes, sua bebida chegou, e ela bebeu como se ninguém estivesse por perto, repetindo a dose duas, três vezes. O homem de olhos verdes pediu o melhor whisky da casa à balconista; sustentou o olhar da ruiva, e debruçou-se na mesa.

Já na quarta dose, o silêncio ainda reinava entre os dois; Henry olhou ao redor e sentiu o líquido âmbar descer queimando em sua garganta. Respirou fundo. – Você está em perigo! – Ele declarou, repentinamente – Fui enviado para levá-la a um lugar onde estará segura. Além de mim, mais alguém deve procurá-la e falar a mesma coisa que estou te contando. Claro que você que decide em quem acreditar. – O jovem pediu mais uma dose de whisky, dando um tempo para ela absorver a novidade.

McIntyre percebeu que o “agente”, se é que podia chamá-lo dessa forma, pretendia dizer-lhe algo. Sua espinha gelara só pela expectativa, porém, não diria nada; queria que ele abrisse a boca primeiro.

Pronto, tinha razão em sentir-se apreensiva; não se pode esperar coisa boa desse sujeito. Seu olhar fixou-se no rosto de Henry, nos olhos dele... Falava completamente à sério; Será que preocupava-se com ela? Riu-se do próprio pensamento.

— Diga nomes, Henry, pelo amor de Deus. – Clamou com voz suave, porém, os olhos transpareciam avidez.

Os olhos do enigmático homem não afastaram-se do rosto dela por um segundo sequer, até que ela mesma rompeu o contato e deu uma leve risada. Ele reproduziu o ato, sacudindo a cabeça de forma negativa ao beber mais um gole do drinque. – Por enquanto não posso revelar nomes, não do meu “time”. – Compreendeu a impaciência dela, e cogitando a possibilidade dela levantar-se, tratou de mudar a postura – Moth é o nome de alguém do lado oposto... Soa familiar?

O cara não denunciava ninguém, nota-se que ele é um profissional, e não podia zangar-se com isso; entretanto, sua vontade era de sair de lá, a exaustão tomara conta dela, e ia levantar-se até que o nome “Moth” fora pronunciado pelo rapaz. – Por acaso, sim. Ele veio procurar-me, logo depois que saí da universidade naquela noite... Lado oposto, você disse?

Os lábios dele ergueram-se num sorriso pretensioso enquanto acenava com a cabeça – Hm, imaginei que ele fosse atrás de você – Henry depositou o copo vazio sobre o balcão – Não sei o que lhe foi dito, mas Moth é conhecido por ser um bom manipulador – Proferiu a última sentença quase em um sussurro

— Em questão de manipulação, Henry, você não pode falar nada, creio. – Seu semblante ficara sombrio, e o tom de voz, grave. Certamente, ele usara muito de suas armas para convencê-la, bem como persuadir o policial àquela ocasião. Não possuía muitas informações a seu respeito, contudo, inferia que o homem fazia de tudo para alcançar seus objetivos e os de seu “time”. – Ele afirmou que queria proteger-me.

Touchè. Rebecca era muito esperta, disso Henry tinha absoluta certeza; Toda essa inteligência poderia levá-la mais longe do que ela imaginava. Com o cenho vincado, ele prestava atenção ao que ela dizia. – Bem, eu serei bem honesto – Pediu outra dose à balconista – Não estou aqui para protegê-la, senhorita McIntyre. Estou aqui para recrutá-la; Meus superiores a querem do nosso lado, como uma de nossas armas contra nossos... inimigos.

A formadora, após as palavras de seu companheiro de copo, não pôde conter um riso um pouco alto – apenas esperava que os outros fregueses não reclamassem. Henry, por sua vez, queria avidamente terminar logo com aquilo, usando de seus truques para dominá-la; mas não faria isso, ainda.

— Recrutar-me? Como um grupo de herois, ou agentes secretos? Senhor Henry, por favor... – A ruiva, sem cerimônia e sem barulho, ergueu-se da banqueta.

O homem deixou que a moça achasse graça naquilo, ele mesmo acharia, e supunha que isso fosse acontecer; Revirando os olhos, pediu a conta, ao mesmo tempo em que tomou o braço de Becca – Eu pagaria a conta se minha carteira estivesse comigo. Sendo assim, faça as honras.

Levantou-se, e fez seu caminho até a saída, lançando uma última mirada antes de passar pela porta. Acendeu um cigarro e ficou esperando a moça na calçada.

A professora entregou alguns trocados para a garota do balcão, lançou a ela um sorrisinho e saiu do estabelecimento; Ao passar por Henry, simplesmente estendeu a mão para entregar-lhe a tão necessitada carteira. – Desculpe se lhe constrangi lá dentro. – Disse, com sinceridade, e foi caminhando, sem importar-se se ele a seguiria. – É... Pode me falar mais sobre Moth? – Pediu, voltando atrás.

Henry apanhou a carteira, imediatamente guardando em um dos bolsos; pensou em seguir a ruiva, no instante em que a mesma deu meia volta. – Ora, achei que não fosse pedir nunca. – Comentou com um sorriso de canto – E você não me constrangeu, não se preocupe com isso. – Olhou em volta para certificar-se de que não havia ninguém suspeito por ali; ou ganhar tempo para ver se sentia a presença de Moth ou um de seus lacaios – Contarei quase tudo que quiser saber, mas não aqui. Pode ser no meu apartamento, ou no teu. Você decide.

Rebecca sorria com a “gentileza” do moreno, e elevou uma sobrancelha à menção do “quase tudo que você quiser saber”.

— Pois, no teu apartamento. Não fizemos um acordo?

A professora riu discretamente, iniciando a caminhada até o edifício onde Henry estava hospedado. Talvez mudasse de ideia sobre ele, talvez ele não fosse um cara mau; mas de uma coisa ela estava absolutamente certa: Algo a atraía para ele.

Ambos caminharam, lado a lado; O silêncio tomando conta mais uma vez, apesar de alguns minutos passarem, a sensação era de que horas transcorreram.

O hotel não era dos melhores, no entanto, Henry nunca ligou para luxo, apesar de desfrutá-lo de vez em quando; As coisas simples o agradavam mais. Subiram ao apartamento, e ele deixou que Rebecca entrasse primeiro; era um cavalheiro, afinal – Acho você muito corajosa por aceitar vir até aqui, tua segurança seria maior se estivéssemos em tua casa. – Notando a tensão emanando da ruiva, ele riu – Mas não se preocupe, se eu quisesse machucá-la, já o teria feito. – Apontou o sofá para que ela se sentasse, enquanto ele sentou-se em uma poltrona, diante dela; Repousou os cotovelos sobre os joelhos, ao trazer seu tronco pra frente. – Isto posto, o que gostaria de saber?

McIntyre adentrou o apartamento, um pouco tensa, mas acabou relaxando gradativamente. – Ah, sinto-me muito mais aliviada, senhor Henry. – Disse, um tanto ironicamente – Primeiramente, quero saber sobre esses teus superiores.


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