Desarmonia: Os 4 deuses da Harmonia Livro 1 escrita por Alice P Shadow


Capítulo 2
Capítulo 01


Notas iniciais do capítulo

Estou muito animada com essa história ♥ De verdade. Espero que vocês possam embarcar nessa e amar tanto o Mundo Acima quanto eu.



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As folhas de Outono começavam a cair sobre o chão de Bonavida de forma suave, sem fazer muito barulho. As árvores estavam tingidas pelos tons mais puros, doces e estonteantes de laranja, marrom e amarelo. Era possível sentir na pele o aconchego que a época do ano trazia. A brisa suave que parecia dançar entre as folhas, as levavam pelo ar, tremeluzindo, girando e caindo no chão com graça e delicadeza. Aliás, o cheiro do café com chocolate, e dos bolinhos de banana com doce de leite, era o que pairava pelas casas do pequeno vilarejo. As ruas ficavam mais agitadas, com as famílias ansiosas, olhando o festival de cores terrosas meio… assustadas. Afinal, era a época que todas as avós e mães tentavam acalmar o coração das filhas com idade o suficiente para a Troca. 

Não que os esforços realmente funcionassem. Ao menos, não davam certo com a maioria das garotas do vilarejo, incluindo Opala, a filha única da casa Ecclair. Ela podia sentir o estômago revirar quando o cheiro dos bolinhos entrou por suas narinas, e teve que segurar a ânsia, fechando os olhos com força. Além disso, se visse mais alguma coisa laranja na sua frente, era capaz de arrancar os próprios olhos - o que era um problema, já que seu cabelo era ruivo, então, os riscos eram consideravelmente altos. Por ela, se trancaria em sua casa até que aquela maldita estação acabasse.

Claro que não havia sido sempre assim. Quando pequena, ela amava o Outono. Que criança não gostaria de passar dias comendo bolinhos, pulando em pilhas de folhas e brincando nas Festas do Renascer? Ela não sabia e nem se importava com o significado daquilo tudo. Mas, chegou um momento em que a idade veio. E com ela, Opala não podia mais viver alheia ao que lhe rodiava. Nem ao que a esperava. 

Agora, sentada na cama de seu quarto, a garota suspirou bem fundo enquanto encarava aquele vestido verde claro na sua frente, pendurado no guarda-roupa, quase que a encarando de volta, como se a desafiasse a rasgá-lo. Com os olhos fixos nos detalhes de flores bordadas a mão na parte inferior da saia, tudo que ela mais queria fazer era achar uma linha solta e o desfiar até que não existisse mais. “Talvez se eu pegar uma agulha…”. Mas seus pensamentos foram interrompidos por si mesma. “Não posso fugir”. 

O vestido também não era feio. Longe disso. Se não fosse a circunstância atual, ela teria adorado. Sua mãe passou dias costurando o modelo e bordando cada flor que o adornava. Ele era deslumbrante, assim como ela ficaria nele. E isso a assustava mais do que deveria. 

— Acho que não posso adiar mais. — Sussurrou para o vestido e um novo suspiro escapou de seus lábios — É a hora.

Opala se levantou com cautela e deslizou os dedos pelo tecido suave e macio da peça de roupa a sua frente, segurando o instinto de o partir em retalhos. Adiantaria? “Provavelmente não”. De toda forma teria que se apresentar como candidata para a cerimônia da Troca. Havia recém completado seus vinte e três anos, e se os deuses a escolhessem, não teria como fugir. Seria seu destino. Para sempre. 

Mas Opala sabia. Sentia em sua alma que seria a próxima a sumir e nunca mais voltar.

 

─━━━━━━⊱✿⊰━━━━━━─

— Eu trouxe bolinhos. — A voz da sua mãe ecoou do outro lado da porta algumas horas depois. Opala havia madrugado e se a Sra. Ecclair estava em sua porta, só podia significar que já era por volta de dez horas da manhã. — São seus favoritos. Coloquei até uma dose extra de doce de leite. 

— Eu tô enjoada só de sentir o cheiro.

Mesmo com as reclamações, ela abriu a porta e trocou olhares silenciosos com sua mãe por dois segundos. As duas pareciam nervosas, mas, o olhar temeroso da mais velha logo se tornou repreensivo. O que sua filha fazia não vestida? Partiriam em menos de uma hora para a cerimônia da Troca e seu vestido permanecia intacto no guarda-roupa.

— Filha… não vai acontecer. Não se preocupe. Nossa família chegou aqui bem depois das outras. Irão selecionar alguém com raízes antigas. Foi assim com sua avó e comigo. Nós duas continuamos aqui. Sã e salvas. E você também irá ficar.

— Mãe, tanta coisa mudou desde a Troca de vocês. Na sua época as regras eram seguidas. Um garoto e uma garota eram selecionados e ambos voltavam depois de dois anos. — A raiva subia na voz de Opala, que reprimia a vontade de chorar na base de sua garganta — Hoje em dia só garotas vão. E não voltam. Faz cinco anos que é assim, mamãe. E cada ano a gente perde duas garotas com um futuro todo pela frente. A cada ano duas famílias são deixadas desoladas por conta dessa maldita cerimônia. E eu não quero isso pra mim!

As lágrimas enchiam os olhos da garota, que fungou assim que sua mãe a abraçou de maneira carinhosa e protetora. Um abraço tão forte quanto o medo das duas. Evelyn Ecclair também tinha medo. Ela tentava se manter forte e otimista, mas, era impossível negar que Opala cumpria todos os requisitos para ser escolhida. A única chance de a salvar, talvez, fosse uma das Rosas Sagradas que cresciam no templo. Ela havia pensado milhares de vezes em encontrar uma maneira de conseguir uma para a filha: contratar ladrões para um furto, suborno, chantagem ou até mesmo encontrar aqueles que praticavam magia para recriar uma das plantas. Não era a toa que havia bordado rosas brancas no vestido da cerimônia. Sabia que Opala poderia ser escolhida, e, tudo que pudesse fazer para que isso não acontecesse, ela faria.

Sra. Evelyn Ecclair se afastou do abraço e limpou uma lágrima que descia pelo rosto de sua filha. Doía vê-la daquela forma. Era como se uma parte de si mesma tivesse sido ferida. 

— Vamos, precisa se vestir. – Pediu e pegou o vestido, já ajudando a filha a colocá-lo – Cuidado! Essa renda é delicada e você quase rasgou. Se eu não te conhecesse, diria que foi de propósito.

— Talvez tenha sido. – Brincou, um sorriso fraco percorrendo seus lábios.

Depois de alguns minutos a jovem Opala, filha única da casa Ecclair, estava deslumbrante. O vestido verde lhe caía como uma luva, de forma que complementava com uma sutileza impecável a cor de seus olhos num tom parecidíssimo. Feito sob medida, o corset da peça desenhava sua cintura perfeitamente, e realçava seus seios sem que mostrasse demais. A saia, por sua vez, era grande, volumosa, e cobria até mesmo os seus pés. O bordado impecável que sua mãe havia feito trazia ainda mais doçura para a garota.

— Eu sou… uma artista. – Suspirou a mãe em admiração – E não estou falando apenas do vestido.

— Mãe! – Opala exclamou, envergonhada, sentindo suas bochechas ruborizar – O cabelo eu pensei em deixar solto. 

— Sério?

— Uhum. Não gosto tanto quando prendo ele.

— Não concordo com a escolha, mas te apoio.

E com isso, Evelyn ajudou a filha a pentear e desembaraçar sua madeixas. Não queria que o vestido amassasse ou rasgasse, e, se dependesse do talento da filha para ter cuidado, aquele vestido já estaria aos trapos. Cuidou para mover a escova de forma que criasse leves cachos na ponta do cabelo liso da filha. Claro que estariam desfeitos nos próximos segundos, mas, pelo menos ela havia tentado.

— Se eu for sem maquiagem, acha que posso não ser escolhida? Digo, não vou ficar tão bonita assim sem maquiagem.

— A garota do ano passado tentou isso. E ela foi escolhida. – Suspirou, afastando a escova e olhando para Opala através do espelho da penteadeira. A jovem estava sentada, movendo as mãos nervosa, apertando seus dedos em um misto de ansiedade e medo – E você é linda, filha. Com ou sem maquiagem. A Troca era diferente antes. Éramos escolhidos por nossa fé. Agora parece um concurso de beleza.

— Então eu não deveria ir mal vestida?

— Devemos sempre apresentar nosso melhor aos deuses.

— Mesmo que isso signifique nunca mais te ver? Não me parece muito justo.

— Mesmo que signifique isso. – Falou com pesar – Vou te esperar lá em baixo. Coma algo. Sairemos de casa em vinte minutos, sim?

E assim, saiu do quarto logo após beijar o topo da cabeça da filha. Opala acompanhou com os olhos a saída de sua mãe do aposento. Assim que a porta se fechou, deixou com que seus ombros caíssem, derrotada. Olhou para o espelho e encarou seu reflexo de volta. Apesar de estar linda, ela não estava radiante. Era como se uma nuvem pairasse sobre sua cabeça e fosse a sufocar a qualquer momento.

Com muito custo, pegou os itens de maquiagem que tinha e realçou seus pontos fortes. Ela sabia se maquiar e sabia como ficar deslumbrante. Talvez aquele ano fosse diferente e o Seletor usaria outra métrica para avaliar as escolhidas. Se duvidar, escolheria dois rapazes pelos próximos cinco anos para compensar o desespero que causou a todas as damas do vilarejo. Mas ela não acreditava tanto nisso. 

A garota se levantou depois de se olhar uma última vez no espelho. Logo depois, saiu do quarto e caminhou em direção a sua sentença.

─━━━━━━⊱✿⊰━━━━━━─

A temperatura fresca era um ponto positivo. Sentada na carruagem aberta junto de sua mãe, Opala sentia que finalmente podia respirar. As ruas do pequeno vilarejo eram bem cuidadas, o que fazia com que o transporte em que estavam não sacolejasse muito no percurso. 

O estofado que se sentava também era de grande ajuda no conforto da curta viagem. Ela sabia que em menos de uma hora chegariam ao Templo do Seletor. Já podia até mesmo sentir o arrepio que aquele lugar causava. E parecia que nos últimos anos, a angústia e o sufoco naquele ambiente só ficavam mais fortes.

— Quando eu era pequena… – Começou a dizer, quebrando o silêncio – Eu lembro que todos adoravam o Seletor e a Troca. – Ela respirou fundo e apertou de leve os dedos das suas mãos para espantar a ansiedade – O que mudou?

— Temos um novo Seletor. – Sua mãe respondeu sem titubear – É o que penso, pelo menos. 

— Não seríamos comunicados disso? 

— Sim. Se alguém voltasse do Reino Infinito, teríamos a confirmação.

— Ele poderia mandar mensageiros.

— Ele não respeita uma única tradição. Parece zombar da nossa fé. – Sr.a Evelyn tossiu enquanto falava isso, tentando esconder a crítica se o cocheiro estivesse prestando atenção nelas.

— Ele ainda abastece nosso vilarejo, pelo menos essa parte do acordo ele cumpre.

— Pelo menos isso.

E o silêncio voltou a perdurar entre as duas. Opala não entendia muito bem o conceito de deuses serem trocados. Eles morriam? Ela imaginava que não. Então, como eles decidiam, lá naquele mundo distante, quem assumia? Porque ela queria protestar contra o novo Seletor. 

Sem muito o que fazer, ela começou a observar o caminho para se distrair. Adorava qualquer oportunidade de viajar para cidades próximas ou casas de parentes. Bonavida era um vilarejo maravilhoso, mas pequeno para seus desejos e sonhos juvenis. Ela queria viver. Conhecer o mundo. E talvez essa sede de experiências a tenha tornado uma encrenqueira. Fugir de casa na calada da noite para ir até o lago ver o nascer do sol pela madrugada havia se tornado um costume não muito raro. Ela pegava seu livro preferido, uma garrafa de água, lamparina, e ia direto para o lago. Gostava de se sentar embaixo de uma árvore e esperar o sol nascer, lendo com o auxílio da luz que trazia. Às vezes não lia. Apenas pensava.

Curiosamente, havia trago o mesmo livro consigo e abriu em uma página para ler.

— Se você enjoar e vomitar nesse vestido, eu juro que te faço ser escolhida, Opala Ecclair.

— Eu não vou enjoar, mãe.

Mas minutos depois, a carruagem parou às pressas para que a jovem colocasse o estômago para fora.


─━━━━━━⊱✿⊰━━━━━━─

 

O Templo era exatamente como ela lembrava. Frio, exuberante e muito chique. As paredes de mármore branco ornavam com o aspecto elegante das colunas de ouro, envoltas por trepadeiras verdes e vibrantes, que se estendiam por todo o interior da construção. Na ponta de algumas folhas da planta, era possível ver pequenos diamantes. Conforme Opala caminhava pelos corredores do Templo até o salão de espera, mais se sentia pequena. Seus passos ecoavam no corredor graças ao salto que usava, se confundindo com os sons dos passos de sua mãe. Evelyn parecia nervosa, então, a jovem levou a mão até a dela e a segurou com força. As duas se olharam por um segundo, parando no corredor.

— Vai dar certo. – Assegurou a mãe, olhando no fundo dos olhos da filha. Não sabia se estava falando para ela ou para si mesma. – Daqui a uma hora estaremos nós duas em casa juntinhas, fazendo bolinhos para uma das festas e tudo isso aqui não terá passado de uma história que contaremos aos meus futuros netos enquanto rimos e tomamos chá. 

— Ou você não terá netos porque estarei presa no Infinito. – Sussurrou temerosa, mas ao ver os olhos de sua mãe vacilarem, com o mesmo medo, tentou mudar para um modo mais positivo – Não, isso não vai acontecer. Estaremos juntas em casa, tenho certeza.

E então voltaram a andar. O corredor dava em um lindo jardim, composto de flores que Opala nunca tinha visto antes. Todas as outras vezes que veio no Templo, havia ficado apenas no salão de recepção. A Sra. Evelyn parecia conhecer o caminho, porque olhava as flores com atenção e guiava Opala entre elas, até a porta a frente, onde a outra metade do Templo se encontrava. Quando abriram a porta, finalmente se depararam com o Salão de Espera.

Ela podia ver dezenas de garotas com suas mães, todas apreensivas, ao ponto de quase gritar, mas disfarçando muito bem. Por outro lado, havia alguns garotos conversando alegremente, nada preocupados, e sem a companhia dos pais. Eles riam, se abraçavam, tiravam sarro da cara um do outro e se serviam da comida que ficava numa mesa ali próxima. Nenhuma garota ousava tocar na comida. Todas provavelmente vomitaram de nervosismo se o fizessem.

A jovem nunca havia desejado tanto ser um daqueles rapazes quanto naquele momento, afinal, eles tinham a certeza que não seriam escolhidos. Aquela visita ao Templo era só um momento para ver amigos e depois ir direto para uma das comemorações.

— Meu estômago está revirando. – Reclamou ao sentir o cheiro de um bolinho de doce de leite.

— Claro, você vomitou no caminho para cá. Eu avisei para não ler enquanto estávamos em movimento.

Opala suspirou. A mãe estava certa, mas odiava quando jogava isso na sua cara. 

— Quase não conheço nenhuma garota daqui. – Mudou de assunto, observando mais atentamente o salão. Havia exatamente duas garotas que conhecia, mas nunca havia falado muito com elas em Bonavida. Os garotos também não eram familiares. – De onde surgiu tanta gente?

— Acho que estamos num ano ruim. Só tem o alto clero aqui.

— Alto clero? – A jovem riu da expressão usada pela mãe – Tipo, a galera rica da parte do vilarejo que a gente nunca pisou e que faz suas comemorações privadas pra não se misturar com a gente?

— Eles mesmo. – Um sorriso falso surgiu no rosto da Sra. Ecclair, que cumprimentava uma moça esguia e elegante que passava por ela seguida de sua filha. – Odeio essa gente. 

— Mãe, você está irritada hoje. – Opala seguiu o mesmo gesto da mãe ao cumprimentar mais pessoas, mas com um sorriso sincero, curiosa com aquela gente – Em dias normais teria achado isso uma oportunidade única.

— Em dias normais não preciso lidar com a pressão de perder minha filha. – Falou ríspida, mas se arrependeu no mesmo segundo – Desculpe, você era a última pessoa que eu deveria descontar minhas emoções hoje.

— Não me magoou. – Os olhos verdes da garota se encontraram com os castanhos da mãe – Estou tão nervosa quanto você. Acredite. 

— Eu acredito, meu bebê. – Sussurrou e depositou um beijo na testa da filha, ajeitando em seguida uma mecha do cabelo ruivo de Opala atrás da sua orelha. – Minha linda. 

A garota fechou os olhos por um breve segundo. Queria memorizar aquele toque para sempre se pudesse. Respirou fundo e olhou em volta. Todas aquelas pessoas tinham vinte e três anos, a idade limite para se inscrever. Todos os jovens podiam se candidatar a partir dos dezoito anos, e precisavam fazer isso obrigatoriamente apenas uma vez. A maioria sempre deixava pra última hora. Os temidos vinte e três. E ali não era diferente. Opala duvidava que alguém mais jovem se inscreveria. Caso acontecesse, ou essa pessoa queria desesperadamente se livrar da sua família, ou só queria se livrar logo da angústia de poder ser escolhida.

— Por favor, damas e cavalheiros, se despeçam de seus pais para iniciarmos a Cerimônia da Troca. – Uma voz feminina e mais velha soou pelo salão de Espera do Templo. Opala podia jurar que trovões acompanharam a entrada daquela mulher no aposento – Irão vê-los novamente depois que a Troca for realizada.

Um burburinho começou. Garotas segurando o choro. Rapazes se espreguiçando.

— Bom, duas de nós não poderão ver, não é? – Uma garota de cabelo preto cacheado praticamente bradou em meio ao grupo. Seus olhos eram azuis como uma tempestade, e a pele negra com alguns detalhes mais claros, revelando o vitiligo, parecia reluzir em meio a luz dourada do ambiente. Era tão linda, que Opala sentiu a boca abrir por uns segundos. Nunca havia a visto antes. – O que é injusto, não? – Continuou, tirando a jovem Ecclair de seus devaneios – Sermos forçadas a servir pela eternidade alguém que nem tem coragem de aparecer. Ou melhor, que quebra suas malditas regras quando bem entende e brinca com a vida de todos aqui.

— Senhorita Lynn! – O que parecia ser o mordomo da garota praticamente implorou para que ela baixasse a voz, tremendo de medo. – Não é hora de…

— Quantas mais de nós vamos ter que perder? – Ela continuou, falando mais alto. Seus olhos pareciam reluzir ódio. – Quantas mais de nós precisarão virar um sacrifício inútil para que vocês decidam tomar uma maldita atitude? Me diga, sacerdotisa Âmbar: valeu a pena perder sua filha três anos atrás?

O silêncio era esmagador. Era possível ouvir o coração da jovem Lynn bater forte  seu peito e todos do salão prenderam a respiração, olhando fixamente para a sacerdotisa, no aguardo de sua resposta.

— Se despeçam de suas famílias. – Ela respondeu finalmente – Vocês possuem cinco minutos. Inclusive você, senhorita Fiori.

E foi tudo que disse antes de sair pela mesma porta que entrou.


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