Crônicas de Estrada escrita por Vagus


Capítulo 7
Capítulo VII - Acertos, Destino & Estrada


Notas iniciais do capítulo

Enfim com esse derradeiro, encerro essa minha curta coletânea de poemas.
Primeiramente, gostaria de agradecer a todos que leram, comentaram e deixaram sua contribuição interpretativa para o desenrolar dessa minha sutil crônica. Agradeço-os verdadeiramente, e espero que tenham aproveitado essa empreitada (um tanto demorada, admito) de poemas que versam sobre experiências e estradas.
Longos Dias, Belas Noites ~



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Acertos,

Destino &

Velocidade

Houve um erro gradual...

É incomum que minha paixão tenha sido tão ordinária,

Quanto o desejo que me moveu por um erro até você.

Os últimos momentos que tivemos na estrada,

Serviram para quase nada em lembranças que quisesse reter.

Posso ter percebido pouca coisa no seu semblante,

Sua inata se confundiu com meus anseios em um falso diamante.

 

Acelerando estávamos, sob estradas constantes;

Constantemente entorpecidos com a superficialidade da paixão.

Em algum momento, queria que fôssemos mais que amantes;

Faria sentido ter abandonado nossos vícios então?

Os cigarros, a maldita bebida, os inquietantes desejos,

Tudo que entreguei decerto por seus carinhos e beijos,

Que lá longe faria dos meus erros uma vicissitude de acertos?

 

O último lampejo em nosso começo...

Era um motivo final para dirigirmos irreverentes.

Quando fugimos, como dois adolescentes,

A crescente da paixão se tornou indolente em um de nós.

Se eu servia como qualquer um, talvez seja a sina,

E uma falta de propósito que me conduzia.

Fui pago com apatia por só desejar o erro que representar-te-ia.

 

Sinto pena do Prisma grafite manchado naquela garagem vazia...

Seu olhar, pouco dizia, quando o que passamos nada significaria.

O momento de se despedir era próximo e palatável,

E com um gosto amargo, os cigarros que fumamos na rodovia,

Voltavam ao palato da minha boca, em sutil ironia,

Para explicitar por que eu pago com sangue, lágrimas; afoito e indistinto...

O motivo de ter desejado ser tu o destino.

 

Na última via, eu te pedi para acelerar...

Afinal, o que que tem?

Os meus erros surgiam na fumaça do fogo produzido por seu isqueiro,

Enquanto a estrada continuava, eternamente...

Percebi o brilho de um prisma no retrovisor,

Desviar a minha atenção de uma rádio noturna,

Para um eclipse surgindo no exterior.

 

A velocidade que nos guiava era tão maligna...

Tão impura, disruptiva, assassina.

Quando um sorriso brotou de seu lábio naquela noite,

Perguntei-me, tolo, no que tudo aquilo suceder-se-ia.

Desejei primeiro só seu corpo, e me arrependi com vontade;

Depois, quando quis te conhecer de verdade... já era tarde,

Tanto quanto a perda de meus anseios por beijos, cigarros, calor e velocidade.

~Gabriel.


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