O Túmulo de Safira escrita por Hana


Capítulo 6
A Figura Encapuzada




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A figura encapuzada parecia não ter notado a presença dos três amigos, então eles se aproximaram ainda mais, tentando ver o que estava sendo examinado. Era um pequeno baú de metal, com inscrições estranhas e símbolos desconhecidos gravados em sua superfície.

Alexandre deu um passo à frente, tentando se aproximar ainda mais do baú, mas a figura encapuzada rapidamente se virou e o confrontou com um olhar frio e penetrante.

— Quem são vocês e o que fazem aqui? — perguntou a figura com uma voz grave e rouca. — Aliás, como é que chegaram aqui?!

— Provavelmente da mesma maneira que você, já que parece ser o único jeito de chegar no ápice dessa tumba — falou Alexandre, em tom debochado.

Malik e Rachel trocaram olhares nervosos, ao que a cientista deu um passo à frente também, tentando acalmar a situação.

— Nós somos viajantes em busca de tesouros antigos. — disse ela com uma voz suave. — E você, o que faz aqui sozinho?

A figura encapuzada hesitou por um momento, mas logo relaxou um pouco. 

— Eu sou um estudioso de antiguidades — respondeu ele, agora em um tom mais amigável.  — E este baú é um artefato muito antigo e valioso que eu estou tentando decifrar. Mas… já que vocês também estão em busca de tesouros antigos, talvez possamos nos ajudar mutuamente.

Os aventureiros ficaram um pouco mais relaxados e começaram a conversar com o estudioso, trocando informações e dicas sobre tesouros antigos e locais secretos. Malik, porém, observava a figura encapuzada, desconfiado, pressentindo algo ruim. Já Rachel Kim, ficou particularmente interessada na figura encapuzada. Enquanto seus companheiros conversavam com o estudioso, a cientista não conseguia tirar os olhos do rapaz. Ele parecia misterioso e atraente, com traços finos e olhos profundos que pareciam penetrar na alma dela. Seu capuz ocultava parte do rosto, mas ela podia ver que sua pele era pálida e suave, e que ele parecia estar em excelente forma física. Percebeu que seus olhares de vez em quando se encontravam com os da figura encapuzada, em um jogo silencioso de atração mútua.

Rachel tentava encontrar uma maneira sutil de descobrir o nome do estudioso encapuzado, enquanto Alexandre seguia sua conversa com ele, e Malik observava de soslaio. Ela pediu licença ao interromper a conversa, dizendo que estava curiosa sobre sua origem e seu nome,  perguntando em seguida se ele se importaria em dizer. O estudioso sorriu e respondeu:

— Meu nome é Ethan.

Rachel sentiu seu coração se acalmar após o sorriso amigável de Ethan. Ela percebeu que, apesar da contrariedade de Malik, todos estavam dispostos a seguir em frente juntos. Com um novo senso de união e curiosidade, eles se apresentaram formalmente um ao outro.

A cientista foi a primeira a se apresentar, destacando sua formação na área da Química e seu amor pela pesquisa em áreas diversas. Em seguida, um a um, os outros membros da equipe se apresentaram. Cada um revelou suas especialidades e habilidades que os tornavam valiosos para a expedição. O grupo era diversificado, com habilidades complementares que se mostravam essenciais para o sucesso da missão.

Malik, embora a contragosto, também se apresentou. Apesar de manter parte de suas suspeitas sobre Ethan em segredo, ele enfatizou sua vasta experiência como arqueólogo e a paixão por desvendar os segredos do passado. Malik era conhecido por sua capacidade de interpretação e dedução a partir das descobertas arqueológicas, o que contribuía significativamente para o trabalho em equipe.

Com as apresentações concluídas, os aventureiros seguiram caminho junto com Ethan, que resolveu levar consigo o baú misterioso. Malik continuava a observar o rapaz de soslaio, notando que Ethan parecia saber mais do que estava deixando transparecer, e seus movimentos eram um tanto quanto estranhos. Mas, como não havia provas concretas, Malik decidiu guardar suas suspeitas para si mesmo.

Alexandre e Rachel continuavam fascinados pela história de Ethan. Descobriram que ele era mais do que um estudioso de antiguidades, era um especialista em artefatos mágicos, o que o tornava um valioso companheiro de equipe na busca pela próxima chave, a chave da compaixão.

Ethan contou ao grupo, que ele havia chegado à tumba provavelmente um pouco antes deles, já que estava um pouco na frente, e que havia passado pelos primeiros desafios sozinho, mas que foi muito difícil. Compartilhou alguns detalhes vagos sobre como havia usado seu conhecimento de história antiga e de química para decifrar as pistas e armadilhas do local. 

Os aventureiros decidiram continuar a jornada junto com Ethan. Malik mantinha-se relutante, mas sabia que precisavam de toda a ajuda possível na busca pela chave da compaixão. Com as informações que possuíam até o momento, eles se preparavam para enfrentar os desafios restantes da tumba e descobrir o que os esperava no caminho.

Após várias horas de exploração, finalmente encontraram uma outra sala. Mas algo parecia errado. Ethan ficou estranhamente silencioso, enquanto olhava a porta trancada. Os aventureiros ficaram alerta ao perceber a mudança repentina na expressão de Ethan. Seus olhos, antes claros e brilhantes, agora estavam escuros e sombrios, como se escondessem segredos assustadores. Rachel sentiu um arrepio percorrer sua espinha, enquanto Alexandre tentava manter a calma e procurava entender o que estava acontecendo.

Ethan se aproximou da porta trancada, analisando-a cuidadosamente. Em seguida, murmurou algumas palavras em uma língua estranha e, de repente, a porta se abriu. Os aventureiros ficaram impressionados com a habilidade de Ethan, mas Malik não parecia convencido. Observava atentamente cada movimento do estudioso, com uma expressão desconfiada.

O estudioso entrou na sala, e os outros o seguiram. Ethan parecia distraído, olhando ao redor da sala como se procurasse algo específico. Rachel se aproximou dele e perguntou:

— Ethan, o que está acontecendo? Você parece preocupado.

— É só que algo não parece certo aqui. Essa chave não está onde eu esperava que estivesse — respondeu o rapaz.

— Como assim? O que podemos fazer para encontrar a chave? — Alexandre surgiu de repente, aproximando-se dos dois.

— Precisamos realizar um ato de compaixão, assim podemos conseguí-la.  — explicou Ethan.

— Isso parece muito fácil, o que há de errado nisso?

Ethan olhou para Alexandre, surpreso com sua pergunta.

— O que você quer dizer com “fácil”?

— Parece que teremos que realizar um ato de compaixão para obter a chave. Isso soa fácil pra mim.

Ethan balançou a cabeça, parecendo ainda mais sombrio.

— Não é sobre o ato de compaixão, em si — ele disse — É sobre a pessoa que devemos encontrar no caminho para realizar esse ato. Algo não parece certo.

Malik franziu a testa, olhando em volta da sala com mais atenção. 

— Você quer dizer que pode haver uma armadilha? — ele perguntou.

— Esse lugar está cheio de armadilhas. Precisamos estar preparados para qualquer coisa. — Ethan respondeu, completando em seguida — Nada é fácil nessa busca.


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