O Túmulo de Safira escrita por Hana


Capítulo 4
Perdidos




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Enquanto caminhavam em busca da Chave da Força, Rachel se lembrou de como tudo começou. Desde pequena, ela sempre foi fascinada pela natureza e pela ciência. Seu avô, por exemplo, um renomado botânico, a levava em suas expedições e ensinava tudo o que sabia sobre plantas e suas propriedades medicinais, mas sua maior paixão era a Química, o que a fez se formar na área. 

Rachel Kim sempre foi uma cientista curiosa, dedicada e obstinada em suas pesquisas. Quando estava na universidade, conheceu um grupo de cientistas que trabalhavam com a pesquisa de minerais raros e valiosos, conhecidos como minerais estranhos. Eles a convidaram para se juntar à equipe na época, e ela aceitou. Juntos, eles se especializaram na pesquisa de um mineral específico muito raro e valioso chamado Azurita, que só pode ser encontrado em algumas regiões remotas do mundo. Rachel se apaixonou pelo desafio de encontrar esse mineral e dedicou muitos anos à busca pela Azurita, até que Rachel e sua equipe finalmente descobriram onde encontrá-lo. Descobriram que estava escondido em uma antiga tumba, no coração de um deserto misterioso. No Túmulo de Safira. Foi devido a essas pesquisas, que descobriu também que havia uma série de enigmas e desafios a serem resolvidos para poder acessar o tesouro contido lá dentro, tesouro este, que poderia estar mantendo a Azurita em segredo. 

Por isso, determinada a encontrá-la, Rachel propôs à sua equipe, a expedição até o túmulo, mas eles recusaram, pois acreditavam ser uma perda de tempo, além de ser extremamente perigoso. Então, mesmo sabendo que seria uma jornada perigosa e cheia de obstáculos, ela desvencilhou-se de sua equipe e embarcou na aventura sozinha, até cruzar com Alexandre e Malik.

Enquanto continuavam a caminhada pelo túmulo, os três aventureiros se depararam com uma bifurcação. Malik, supostamente o mais experiente do grupo, tentou se lembrar das informações que havia coletado sobre o mapa do local, mas sua mente estava confusa e cansada da jornada. Alexandre, que supostamente havia trazido consigo o mapa, não havia percebido até aquele momento que havia deixado-o para trás no caminho e, Rachel, por sua vez, que normalmente confiava em sua intuição, estava confusa e insegura, sem saber para qual caminho seguir.

Escolheram então, seguir pela direita, mas a cada passo dado, o terreno parecia se tornar mais árido e hostil. Caminharam por horas, até que se deram conta de que haviam se perdido ainda mais.

A equipe avançava com cautela, carregando suas lanternas para iluminar o caminho escuro e empoeirado. O terreno rochoso e árido do local estava repleto de intrincados hieróglifos esculpidos nas paredes, testemunhas silenciosas do passado antigo e misterioso do Egito. A cada momento, o silêncio era quebrado apenas pelo eco abafado de seus passos e a respiração pesada devido ao ar rarefeito do Túmulo de Safira.

A tensão entre os três aumentou, ao começarem a discutir sobre os caminhos a seguir, pois mais bifurcações começaram a aparecer. Rachel, a mais racional dos três, tentava manter a calma e propor soluções, mas Alexandre e Malik estavam tão exaustos e desesperados que acabaram por discutir e se xingar. Em meio a essa tensão, o trio acabou se dividindo em dois, seguindo caminhos diferentes.

A mente de Rachel, normalmente focada e determinada, começou a se sentir aflita pela situação. Ela lutou para manter a calma, sabendo que a ansiedade só atrasaria ainda mais o progresso. Apesar do cansaço e do medo, decidiu continuar sozinha em busca da chave da força, confiando em seus instintos e em sua capacidade de sobreviver no deserto. Enquanto isso, Alexandre e Malik se mantiveram juntos, mas continuaram se desentendendo e se culpando mutuamente pelo erro de terem se perdido.

Enquanto a cientista seguia adiante, os pensamentos de Malik e Alexandre, que estavam do outro lado, se voltavam para o passado de maneira profunda e reflexiva.

Alexandre rememorava uma experiência de anos atrás, quando se perdeu durante um acampamento escolar. As lembranças dessa experiência ressurgiam com nitidez em sua mente. Ele recordava a sensação de ansiedade e desorientação que o envolveram naquele momento, quando a floresta parecia fechar-se ao seu redor, deixando-o sem noção de direção. Sentia novamente a aflição que o acompanhou até ser encontrado pelos monitores do acampamento. Naquela ocasião, ele aprendeu lições importantes sobre a orientação e a comunicação em situações desafiadoras, e essas lições ainda o acompanhavam ao explorar aquele Túmulo com a equipe de arqueólogos.

Enquanto isso, Malik, imerso em suas próprias reflexões, pensava sobre as escolhas que o levaram a se tornar um arqueólogo. Ele se perguntava como teria sido sua vida se tivesse optado por outro caminho profissional. Imaginava-se seguindo uma carreira completamente diferente, talvez como pesquisador ou professor universitário em uma área distinta da arqueologia. Esses pensamentos eram naturais, pois, em meio às descobertas fascinantes que fazia como arqueólogo, Malik também se questionava sobre os rumos que sua vida poderia ter tomado em outras circunstâncias.

Entretidos com suas reflexões, cada passo que davam, parecia que estavam se afastando ainda mais do objetivo principal. Rachel, porém, não perdia as esperanças e continuava a acreditar que conseguiria superar qualquer obstáculo.

Enquanto Rachel continuava sua jornada solitária em busca da chave da força, Alexandre e Malik tentavam seguir o caminho mais seguro, mas sem sucesso. Eventualmente, eles acabaram se perdendo novamente e, desesperados, começaram a procurar por qualquer sinal da cientista ou de uma rota segura.

— Nós nunca deveríamos ter nos separado da Rachel. Ela sabe melhor do que nós, o que está fazendo nesse lugar — falou Alexandre, sentindo-se culpado.

— Eu sei, eu sei. Mas você também tem culpa nisso. Foi você que insistiu em seguir esse caminho ao invés do outro. — disse Malik.

 Depois de horas caminhando sem chegar a qualquer lugar relevante, acabaram encontrando Rachel sentada em uma pedra, desolada. Ela não fazia ideia de onde estava. Ao verem Rachel em tal estado, Alexandre e Malik se entristeceram, arrependidos por terem se separado dela. Eles se aproximaram e a consolaram, pedindo desculpas e prometendo trabalhar juntos dali em diante. 

Com a equipe reunida novamente, eles finalmente encontraram o caminho correto e chegaram à porta do desafio da chave da força. Eles se entreolharam com uma mistura de medo e determinação, sabendo que o que os aguardava era ainda mais perigoso e desafiador do que tudo o que haviam enfrentado até então.

 


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