O Túmulo de Safira escrita por Hana


Capítulo 1
O começo de tudo


Notas iniciais do capítulo

Comecei a escrever essa história há um tempo, e finalmente criei coragem pra postar. Espero que gostem! E comentem, isso me ajuda e me incentiva muito ♥



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Há séculos, lendas e histórias sobre um tesouro misterioso escondido em algum lugar do deserto circulavam entre aventureiros, arqueólogos e exploradores. Dizia-se que apenas os mais corajosos e astutos seriam capazes de encontrar o caminho para o tão sonhado tesouro. A verdadeira localização era um mistério, mas a crença de que o tesouro existia e poderia mudar a vida de quem o encontrasse era suficiente para manter as histórias vivas. Foi então que surgiram rumores sobre um túmulo antigo, construído para proteger esse tesouro valioso, que havia sido esquecido pelo tempo e escondido nas profundezas do deserto, e é claro que um certo jovem explorador que muito havia pesquisado, descobrira onde estava o túmulo, e lá estava ele, pronto para iniciar sua perigosa aventura.

O Túmulo de Safira se erguia majestoso e imponente no meio do deserto, com suas paredes de pedra verde-esmeralda brilhando ao sol escaldante. A entrada do túmulo estava adornada com runas antigas, que prometiam segredos e riquezas para aqueles que conseguissem desvendá-las. A cada passo em direção à entrada, o solo se tornava mais árido e a tensão no ar aumentava. 

Alexandre olhou para o horizonte distante, pensando em como chegara até ali e em tudo o que ainda teria que enfrentar para alcançar seu objetivo. Um nó se formou em seu estômago enquanto ele se lembrava de suas pesquisas onde leu um pouco sobre as armadilhas que teria que desativar para chegar ao altar contido dentro do Túmulo de Safira. Mas ele sabia que não podia desistir naquele momento. Respirou fundo, enxugou o suor da testa e continuou em frente.

O aventureiro caminhava com cuidado, observando atentamente cada passo. Ele sabia que uma única distração poderia ser fatal. Mesmo assim, a curiosidade, movida pela adrenalina que corria em suas veias, o dominava. Ele se abaixou para examinar uma laje no chão e, em um piscar de olhos, uma dúzia de flechas venenosas dispararam em sua direção. Alexandre mal teve tempo de se esquivar, antes que elas o atingissem em cheio. Ele sabia que o veneno poderia se espalhar muito rápido e que precisava de um antídoto imediatamente. Sentiu um medo profundo, pensando por alguns instantes que poderia morrer ali mesmo, antes de sequer iniciar a exploração do local. Sua mão tremia ao abrir a mochila, mas finalmente encontrou o pequeno frasco que continha o antídoto. Como um bom pesquisador, e por saber que estava indo para um lugar perigoso, resolveu levar consigo um antídoto para possíveis envenenamentos. Ele não tinha certeza se a quantidade que tinha seria suficiente para salvar sua vida, mas não tinha outra escolha. Com as mãos ainda trêmulas, ele injetou o líquido em sua veia e esperou, torcendo para que fosse o suficiente. De fato, o jovem poderia ser considerado imprudente, afinal, apenas os mais habilidosos e astutos aventureiros seriam capazes de desativar as sete armadilhas mais perigosas que já existiram. 

Enquanto aguardava o efeito do antídoto, o jovem começou a repassar mentalmente o caminho até o túmulo, lembrando-se das informações e dicas que coletou em suas pesquisas. Ele sabia que a jornada seria difícil e perigosa, mas a promessa de riquezas e glória o impulsionava adiante.

Com a mente focada e o corpo recuperando aos poucos as forças, o jovem decidiu continuar sua missão. Ele estava determinado a provar para si mesmo e para o mundo que era capaz de chegar ao altar presente no Túmulo de Safira e desvendar seus segredos, não importando os obstáculos que encontrasse pelo caminho. Estava pronto para se levantar, quando ouviu passos de alguém se aproximando. Olhando em direção ao som, viu uma figura alta e esguia emergindo das sombras. Era um homem mais velho, com cabelos grisalhos e um olhar malicioso.

— Você é um homem de sorte por estar vivo. — disse o estranho, com uma voz profunda e rouca. 

Alexandre analisou o homem, agora parado bem em sua frente. O homem continuou:

— Eu posso ajudá-lo a passar pelas sete portas, mas você deve estar disposto a dividir o tesouro comigo.

O jovem se levantou com cautela, ainda se sentindo fraco. Sabia que não podia confiar em qualquer um nessa missão perigosa, mas algo no olhar do estranho inspirava alguma confiança.

— Quem é você? — perguntou o jovem.

— Meu nome é Malik — respondeu o homem — E eu sou um especialista em desativar armadilhas. Juntos, podemos chegar ao Túmulo de Safira, e sair vivos com o tesouro.

Alexandre observou Malik cuidadosamente enquanto este falava, e embora parecesse confiável, ele não conseguia ignorar a sensação de que havia algo suspeito por trás daquela aparição tão oportuna. Talvez fosse apenas paranoia de sua parte, mas ele sabia que não podia baixar a guarda tão facilmente, pois já havia aprendido da maneira mais difícil que o mundo dos aventureiros era repleto de traições e armadilhas (ele mesmo estava presenciando algumas). Alexandre hesitou por um momento, mas no fim, acabou cedendo diante da insistência de Malik. Ele começou a andar ao lado de Alexandre e, durante o trajeto, começou a contar um pouco sobre sua história.

Malik era um arqueólogo experiente e renomado que dedicou sua vida à busca por artefatos antigos e tesouros escondidos. Ele contou que sempre foi fascinado pela história e mitologia das civilizações antigas e acreditava que os artefatos que ele procura possuem segredos que podem mudar a compreensão da humanidade sobre sua própria história. 

— Fui atraído para a missão de acessar o Túmulo de Safira porque acredito que o tesouro contido dentro pode ser a chave para desvendar um dos maiores mistérios da história antiga. Meu pai passou anos procurando por ele, mas nunca conseguiu encontrá-lo antes de morrer. Nem sequer chegou neste ponto em que estamos. Sei que já estou ficando velho, mas estou determinado a honrar a memória de meu pai e desvendar os segredos do Túmulo de Safira… tanto quanto você. Mesmo que isso signifique arriscar minha própria vida. 

Alexandre escutava atentamente. Malik continuou:

— Pareço um homem sério, mas posso dizer que tenho um certo talento para improvisar soluções criativas para problemas difíceis. — em seguida, ele riu, olhando gentilmente para Alexandre, enquanto seguiam com a caminhada. 

Malik mencionou ainda, que havia ouvido falar do Túmulo de Safira e tinha uma teoria de como chegar lá. Contou que haviam 7 portas, cada qual com sua chave e contendo armadilhas extremamente perigosas, desafiadoras e, em alguns casos, letais. Alexandre ficou surpreso com a informação e começou a considerar a possibilidade de que Malik pudesse ser realmente útil em sua missão. Ainda assim, ele permaneceu cauteloso e continuou observando cada movimento do arqueólogo.

Durante a caminhada, Malik mostrou suas habilidades em encontrar recursos e provou sua confiabilidade para Alexandre. Gradualmente, o jovem aventureiro começou a confiar mais em Malik e a vê-lo como um aliado valioso em sua missão.

Alguns minutos depois, que na verdade pareceram horas, Malik e Alexandre se aproximaram da primeira porta, onde a Chave da Coragem estava aguardando-os. Mas, antes que pudessem tentar abri-la, uma figura feminina surgiu diante deles. A mulher vestia um jaleco branco, óculos de grau, e tinha um sorriso aliviado no rosto.

— Olá, meus queridos aventureiros! - disse ela em tom amigável — Sou a Doutora Rachel Kim. Sou cientista, formada em Química, e estou aqui para ajudá-los.

A Dra Kim ainda contou que já estava estudando aquele local havia um tempo, que estava ali há dois dias na esperança de que alguém mais aparecesse, devido ao desafio frustrante que não conseguiu enfrentar. Contou também que por pouco não desistiu da expedição, pois seus recursos, como água e comida, já estavam quase no final, e ela se obrigaria a voltar caso eles não tivessem aparecido.

Os dois se entreolharam, sem saber o que fazer ou dizer.

— Antes que falem alguma coisa, eu sei porque estão aqui. Eu vim pelo mesmo motivo. Talvez não exatamente pelo mesmo motivo, mas não vem ao caso agora. —  continuou a Doutora Kim — bom, a primeira chave que vocês precisam obter, é a Chave da Coragem. Ela desativa um muro de fogo do outro lado da porta. Esse muro bloqueia o acesso ao corredor principal, por isso é impossível continuar a expedição sem essa chave. Para conseguí-la, vocês precisarão enfrentar seus maiores medos. 

Rachel baixou o olhar de repente, deixando transparecer sua decepção. Seu semblante cansado e seus olhos caídos denotavam um peso que parecia estar sendo carregado há certo tempo. Talvez pela frustração de não ter conseguido tal façanha. De qualquer forma, havia uma mistura de tristeza e determinação em seu olhar, quando ela voltou a encarar Alexandre e Malik.

— Por isso ainda estou aqui. Não fui capaz de enfrentar meu maior medo, por incrível que pareça, mas estou confiante de que vocês conseguem.

Alexandre engoliu em seco. Ele nem sequer sabia qual era o seu maior medo, então não sabia se teria coragem de enfrentá-lo. Malik, por outro lado, parecia confiante e determinado.

Os dois aventureiros se entreolharam, e depois de um breve momento de silêncio, Malik não pôde deixar de perguntar à Doutora Kim sobre seu maior medo, que a impediu de superar o primeiro desafio. Com um suspiro, a Doutora Kim explicou que seu maior medo era perder o controle, não ser capaz de lidar com situações inesperadas ou ter que tomar decisões difíceis em momentos críticos. Ela havia se preparado muito para a missão, mas quando enfrentou a armadilha, percebeu que estava completamente despreparada para lidar com suas próprias emoções.

Malik e Alexandre estavam determinados, até porque, não havia outra maneira de prosseguir com a missão. Então, se aproximaram cautelosamente da sala. Enquanto isso, a Doutora Rachel Kim ficou para trás, observando-os com atenção. Ela sabia que, uma vez que a Chave da Coragem fosse obtida, um novo mundo de descobertas se abriria diante deles. E ela faria de tudo para ajudá-los a desvendar os mistérios daquele Túmulo.


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Notas finais do capítulo

E aí estão gostando? ♥



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