Rainbow 5 escrita por Lee George


Capítulo 11
Uma noite com o desconhecido




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A lua pairava no céu noturno, um farol frio e distante na vastidão escura. Di, envolta em sua própria tempestade emocional, permanecia no parque deserto, onde a brisa noturna agitava as folhas das árvores, ecoando sua inquietação. O banco, agora testemunha silenciosa de sua ira, era um espectador impassível enquanto a jovem ex-líder das Rainbow 5 despejava sua frustração no mundo ao seu redor.

Os punhos de Di eram um reflexo de sua raiva contida, marcados pela violência contra o banco que agora exibia as cicatrizes de seu desespero. Gotas de sangue pintavam a cena, contrastando com a luz do luar, testemunhando a batalha interna que assolava a jovem. Seus olhos, normalmente cheios de vivacidade, estavam nublados pelas lágrimas que escapavam de sua resistência, descendo suavemente por suas bochechas.

Sentando-se no banco, Di permitiu que a dor emocional se manifestasse, rendendo-se ao peso do fracasso que pairava sobre ela. As sombras dançavam ao seu redor, ecoando os cantos sombrios de sua mente. O gelo, uma extensão de sua própria essência, começou a percorrer seu corpo como um lembrete frio de seu poder, um poder que, por um momento fugaz, a fez esquecer das limitações impostas por sua condição humana.

O silêncio era opressor, apenas quebrado pelo soluçar solitário de Di, uma sinfonia triste ecoando no parque deserto. As palavras não ditas pairavam no ar, e a jovem se via perdida em seus pensamentos, questionando não apenas suas ações recentes, mas seu papel na banda que ela tinha o orgulho de liderar.

"Eu deveria ser a força, a âncora," pensou consigo mesma, observando a noite ao seu redor como se buscasse respostas nas sombras. "Mas, em vez disso, só trouxe caos."

A brisa noturna sussurrava segredos não ditos, e Di, enquanto enfrentava seus próprios demônios internos, mal percebia a energia gélida que emanava dela, transformando o ar ao seu redor em uma aura de gelo sutil.

A garota, envolvida pela noite e pela penumbra, deixou seu olhar se perder na vastidão celeste. A lua, testemunha silenciosa de muitos segredos noturnos, parecia sussurrar promessas de força e renovação. A jovem idol, ainda assombrada por suas próprias inseguranças, sentia-se atraída pela serenidade do satélite que iluminava seu caminho incerto.

O frio noturno, aliado aos seus poderes gélidos, acariciava a pele da jovem cantora como um lembrete constante de sua dualidade. Inspirando profundamente, afastou-se do banco marcado pelo seu desabafo, determinada a domar a tempestade que fervilhava dentro de si. Com a mão ferida elevada, a artista buscava canalizar sua energia gélida, uma dança delicada com os elementos que a rodeavam.

Seus dedos, ainda tingidos com a evidência da violência anterior, estavam agora estendidos em direção ao banco, como se a energia pudesse moldar a própria realidade. No entanto, o gelo que pulsava em suas veias parecia tão indomável quanto o caos interno que a consumia.

"Controle...", murmurou, como se a palavra pudesse invocar a maestria sobre seus próprios dons. A noite estava repleta de silêncio e expectativa, como se a própria natureza aguardasse a manifestação dos poderes que Di mal compreendia.

No entanto, seus esforços iniciais foram frustrados. O banco permanecia inalterado, uma testemunha imóvel da batalha que se desenrolava. O ar ao redor, ao invés de congelar em resposta ao seu comando, permanecia teimosamente imperturbável.

Di, apesar de sua determinação, sentiu a sombra da dúvida pairando sobre ela. As lágrimas secas em seu rosto testemunhavam a luta interior, enquanto ela confrontava não apenas as expectativas externas, mas também suas próprias limitações.

A lua, agora coberta por uma nuvem passageira, lançou uma sombra sobre o parque. Di permaneceu ali, entre a escuridão e a luz, uma figura solitária em busca de algo além do alcance imediato.

As lembranças do tumultuado dia assombravam Di enquanto ela tentava, sem sucesso, canalizar seus poderes. Um turbilhão de eventos dançava diante de seus olhos, como sombras do passado que se recusavam a se dissipar. O cenário do ensaio, as tensões dentro da banda, a pressão do gestor Min Jae, tudo contribuía para um caos interno que ela lutava para conter.

A mente de Di era um campo de batalha onde suas inseguranças e anseios colidiam violentamente. Cada esforço para controlar seus poderes era obstaculizado pelo eco das palavras ásperas trocadas durante a manhã. A ameaça sutil de Min Jae pairava como uma sombra indesejada, um lembrete constante da delicada posição em que se encontrava.

Num impulso de frustração, ela voltou a atacar o banco com os punhos. A violência de seus golpes ecoou no vazio do parque, uma expressão física da tempestade interior que ameaçava consumi-la. Sob a luz intermitente da lua, Di parecia uma figura selvagem, desafiando o universo com uma intensidade desenfreada.

"Por que tudo tem que ser tão complicado?", murmurou para si mesma, como se a noite pudesse oferecer alguma resposta. A raiva pulsava em suas veias, um fogo que queimava tanto quanto os poderes gélidos que ela lutava para compreender.

O banco, agora marcado pelas marcas de sua fúria, testemunhava a dualidade de Di. As lágrimas que antes eram símbolos de sua vulnerabilidade agora se misturavam com a chuva que começava a cair, uma fusão de desespero e redenção. Di, em sua crise, buscava uma catarse que o mundo ao seu redor parecia relutante em conceder.

Sob a chuva fina que começava a cair, Di permanecia sentada em frente ao banco, seus olhos fixos no nada, mas sua mente imersa em um turbilhão de lembranças. As imagens do show de estreia da banda, o êxtase da multidão aplaudindo, reverberavam como ecos distantes em sua mente. O coração acelerou com a doce lembrança do sucesso momentâneo, mas rapidamente afundou ao relembrar a noite fatídica do assalto.

O assalto não era apenas um evento traumático, mas também o catalisador que revelou os poderes gelados de Di. O frio naquela noite era um presságio do que estava por vir, uma metamorfose incontrolável de seu ser. As memórias se entrelaçavam, formando uma narrativa complexa de triunfos e tragédias, um roteiro que Di não escolhera, mas que era agora parte indissociável de sua jornada.

E então, as lembranças da visita de Min Jae ao alojamento ecoaram em sua mente. O momento em que ela deixou de ser a líder da banda era uma ferida aberta, uma marca que açoitava a já vulnerável autoestima de Di. O fardo da responsabilidade parecia ter sido arrancado de seus ombros, mas em seu lugar, uma sensação de perda e inadequação cresceu como uma tempestade interior.

Enquanto as emoções tumultuavam dentro dela, os poderes da jovem respondiam à sua agonia. Uma onda de frio emanava dela, como se o próprio desespero se materializasse na forma de gelo. Quando ela estava prestes a liberar um grito, a expressão de sua angústia, o frio atingiu um ponto crítico.

Um estouro ressoou pelo parque quando o frio explodiu em torno de Di. Uma pedra de gelo maciça se formou, envolvendo suas pernas e braços, transformando-a em uma escultura efêmera, uma obra de arte congelada que capturava o tormento interior da jovem idol. A chuva continuava a cair, agora contornando a figura imóvel de Di como lágrimas invisíveis de um céu que compartilhava sua tristeza.

O bloco massivo de gelo aprisionava Di, uma escultura solitária na noite chuvosa. A fina camada de gelo que cobria parcialmente sua visão transformava o parque em um mundo distorcido de sombras e vultos. Seu corpo tremia involuntariamente, não apenas pela condição de congelamento, mas também pelos arrepios que a ansiedade e o desamparo causavam.

A chuva persistia, como lágrimas silenciosas do céu, misturando-se com a água que escorria pelo bloco de gelo. Di tentava mover-se, mas a prisão de gelo resistia a seus esforços, mantendo-a imóvel, vulnerável à crescente ameaça de hipotermia. Seu corpo, agora resfriado, respondia com tremores que ecoavam na escuridão da noite.

Na penumbra, uma figura masculina emergia, como se tivesse surgido das sombras do próprio parque. O rosto estava envolto em uma escuridão que desafiava a visão de Di, tornando impossível discernir qualquer característica. Cada passo da figura parecia carregar um peso invisível, e a sensação de ameaça crescendo no peito de Di tornava-se quase palpável.

Ao tentar gritar por socorro, as palavras tremiam tanto quanto seu corpo congelado. A voz, uma sombra de seu vigor habitual, mal conseguia escapar de seus lábios trêmulos. Ela sentia a vulnerabilidade em cada fibra de seu ser, enquanto a figura se aproximava silenciosamente, a intensidade da ameaça aumentando a cada passo. O desespero pairava no ar, assim como a fria certeza de que algo sinistro se desenrolava naquela noite chuvosa e congelante.

Di, aprisionada na fria escultura de gelo, sentia a aproximação do desconhecido como uma sombra sinistra. Seu corpo, congelado e imobilizado, respondia apenas com tremores e a consciência acentuada de sua vulnerabilidade. O calor da respiração do homem era um contraste terrível com o gelo que a envolvia.

Os olhos de Di, apesar de embaçados pela fina camada de gelo, buscavam desesperadamente captar qualquer detalhe da figura que a atormentava. Aproximando-se sorrateiramente, ele não era mais que uma silhueta escura contra a noite úmida.

A garota idol, com o coração batendo em descompasso, sentiu a presença do homem próximo ao seu rosto. A sensação tépida dos dedos dele tocando seu rosto era um toque indesejado, uma violação de sua intimidade enquanto permanecia indefesa na prisão gélida.

O terror a envolvia quando, subitamente, o calor desapareceu. O alívio foi breve, pois o homem ressurgiu diante dela como um fantasma que desafia a lógica. Era como se ele tivesse se teleportado, intensificando a atmosfera de pesadelo que se desenrolava.

Novamente, o calor intrusivo aproximou-se de seu rosto, agora mais ousado. A presença do homem tornou-se uma sombra mais nítida, e Di percebeu que a proximidade não era apenas física, mas uma invasão íntima. O beijo roubado, uma afronta a sua dignidade, foi sentido como um ato de poder sobre sua vulnerabilidade. Seus esforços para resistir eram fúteis, e ela estava aprisionada não apenas pelo gelo, mas por uma ameaça indefinível que se materializava na figura misteriosa.

Di resistia, mas o estranho persistia, cada vez mais envolvente. O beijo começou como uma dança lenta, mas logo se tornou um redemoinho de emoções e desejos, uma tempestade que ela não tinha mais forças para enfrentar.

A jovem idol tentava desviar seus pensamentos, afastar-se do calor que a consumia, mas cada toque, cada traço da boca do desconhecido, a puxava de volta para uma espiral de sensações. Aquele beijo, inicialmente uma violação, tornou-se uma entrega mútua ao frenesi do momento.

O estresse, as frustrações e a intensidade do encontro misturaram-se, sobrecarregando a mente de Di. Em meio ao calor e ao frio, ela sentiu suas forças diminuindo, a resistência sendo substituída pelo cansaço.

O corpo da jovem, trêmulo e enfraquecido pelo frio, cedia aos caprichos do desconhecido. Suas pálpebras pesavam, e ela afundava em um torpor irresistível. O último lampejo de consciência foi a percepção do abraço do estranho, que agora a sustentava não apenas fisicamente, mas como uma peça de um jogo cujas regras ela desconhecia.

E assim, Di desmaiou nos braços do enigmático homem, envolta em mistérios que ultrapassavam os limites de sua compreensão. O parque, palco de suas emoções tumultuadas, mergulhou na quietude noturna, enquanto a chuva fina continuava sua dança suave sobre a cena obscura.

Di despertou de seu sono agitado em um salto, o coração martelando em seu peito como os ecos de um tambor distante. O eco do pesadelo ainda vibrava em sua mente, o toque do estranho, o gelo aprisionando-a, uma dança sinistra sob a luz da lua.

As mãos da jovem tremiam enquanto ela tentava distinguir a realidade do pesadelo. Um alívio temporário a envolveu quando percebeu que estava na segurança de seu próprio quarto. No entanto, a ilusão desmoronou rapidamente quando notou que ainda vestia as roupas encharcadas da noite anterior.

As lembranças da chuva, do gelo e do homem desconhecido invadiram sua mente como uma maré furiosa. Aquela noite a perseguia, mesmo nos confins de seu próprio alojamento. O medo e a confusão se misturaram, e ela se viu presa entre a linha tênue entre a realidade e o pesadelo.

As roupas grudadas ao corpo eram testemunhas mudas da experiência surreal. Di levantou-se rapidamente, sentindo o frio da noite ainda ecoando em sua pele. A caminhada pelo alojamento era um labirinto de memórias turvas, cada corredor relembrando a jornada tumultuada da noite anterior.

Ao confrontar o espelho, os olhos de Di refletiam não apenas a jovem idol, mas também a sombra daquela que enfrentou seus próprios medos sob o luar. A preocupação cresceu enquanto ela percebia que o pesadelo não terminara quando acordou; estava apenas começando.


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