Back to Life - ByaHime escrita por MrsOtosaka


Capítulo 5
Primeiras impressões




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Desde a primeira vez que a viu, Byakuya não sabia ao certo expressar o que sentia, mas conseguia perceber que a ruiva era uma pessoa especial. Quando Sora informou sobre a chegada da jovem e pediu para que ela ficasse na mansão, ele não pensou duas vezes antes de aceitar, afinal, além dela ser a irmã mais nova da pessoa que fez muito por esse reino… ela também era a imperatriz de Karakura, pelo menos era o que pensava. A coroa já não pairava na cabeça da moça, nunca esteve antes, entretanto, o peso dela estava sobre ela desde o momento que seu compromisso se concretizou. Independente da situação, ele não achava que coisas ruins pudessem acompanhar a Inoue até o reino das almas. 

 

 

 

— A escravidão é estritamente proibida no reino todo. — disse Byakuya. — Entretanto…

 

 

 

O duque sabia bem como as pessoas contrabandeavam as outras nas sombras, então não se podia dizer que as palavras da garota de cabelos rosa eram sem fundamentos.

 

 

 

— É perigoso, você não pode ir. — Sora foi contra, não deixaria sua irmã se envolver em algo grande. — Talvez se confundiram e o garoto esteja perdido. 

 

 

 

— Mesmo assim… — Orihime levantou seu olhar para os homens. — Eu irei procurá-lo, Yukio é minha responsabilidade e de mais ninguém. 

 

 

 

Ela foi firme em sua decisão, o Inoue mais velho suspirou ao perceber que não iria conseguir convencer sua irmã do contrário. Então ele se virou e olhou com olhos suplicantes para o Kuchiki mais velho. 

 

 

 

— Bom, deixemos que os cavaleiros da família ajudem nas buscas, afinal, a senhorita e sua gente são nossos convidados de honra. — Ginrei não iria se opor a decisão da jovem, ele também iria a ajudar. 

 

 

 

— Eu agradeço profundamente. — A mulher se curvou em uma reverência, logo olhando para Riruka. — Eu irei me preparar. 

 

 

 

Em frente à mansão, uma carruagem foi preparada e uma dezena de cavaleiros estava ao redor. Em particular, tiraram um jovem soldado que guardava a fronteira para liderar os outros soldados; seu cabelo azul rebelde era em perfeito contraste com sua pele pálida e seus olhos celestes destacavam o homem, que parecia nada contente com a vida. 

 

 

 

"Guardar a fronteira não é nada emocionante, mas acompanhar uma mulher nobre é pior ainda!" pensou ele, irritado. 

 

 

 

Grimmjow queria afundar o seu superior por ter o escolhido para tal missão, entretanto, o azulado só podia suprir sua raiva e a guardar para si mesmo. Ele tinha habilidades incríveis e achava que era um desperdício às usar nos trabalhos que era designado. Bufando em irritação, ele percebeu quando a jovem que iria acompanhar chegou e de todas as maneiras que o rapaz imaginou que ela seria… jamais pensou que ela poderia ser tão diferente.

 

 

 

Ao contrário das típicas damas nobres e até mesmo do que ela costumava usar, Orihime agora não usava um vestido longo cheio de babados; a calça comprida preta estava colada em seu corpo, ressaltando suas belas curvas e as diversas camadas de roupas que ela usava na parte de cima a deixavam com um ar nobre; a primeira impressão que os soldados tiveram eram de uma general que estava pronta para partir para o campo de batalha com seus subordinados, afinal, ela não estava vestida diferente de um. 

 

 

 

— Senhorita. — Riruka se aproximou, colocando um casaco grosso e peludo nos ombros da ruiva.

 

 

 

— Obrigada, Riruka. — seu tom de voz era suave e gentil, o casaco cobria seu corpo, entretanto, a espada que estava presa em sua cintura era visível para todos. — Onde está Kugo?

 

 

 

— Ele partiu na frente, disse que encontraria com a senhorita no "mercado" — informou a empregada. 

 

 

 

— Oh, então ele já descobriu onde é? 

 

 

 

Ela sorriu, tinha pessoas muito competentes ao seu redor e estava feliz por isso. Então logo em seguida ela entrou na carroça com a ajuda de um dos cavaleiros e depois da rosada dizer seu destino, eles partiram para a capital. Em outras circunstâncias, a jovem poderia admirar novamente as paisagens pela janela da carruagem, como também observar o centro comercial, contudo, a Inoue estava séria demais para isso. 

 

 

 

Yukio era o seu membro mais novo, mas ele não carecia de habilidades, idade não representa experiência para ela. Sabia que o loiro não poderia ser pego tão facilmente, então tinha certeza que ele se deixou ser pego, entretanto, não sabia o porquê. O Hans era calado e sempre estava na dele, mas ela sabia que ele poderia ser alguém travesso. 

 

 

 

"Talvez ele quisesse matar tempo?"

 

 

 

Não era um palpite ruim, destruir um mercado ilegal de escravos por diversão era a cara do rapaz. Apenas imaginando isso, ela suspirou cansada, cada membro do seu esquadrão tinha uma personalidade bastante única. Depois de certo tempo, a carruagem parou em frente à uma loja de jóias, umas das mais caras do centro. A porta da carroça abriu e Grimmjow ajudou a dama a descer. 

 

 

 

"No fim, ainda é uma mulher nobre", suspirou internamente, aparentemente um pouco decepcionado. 

 

 

 

Como o transporte tinha o símbolo ducal, todos ao redor olharam para a mulher com olhos curiosos, afinal, ninguém lembrava de uma dama de beleza exótica hospedada na mansão do duque. Antes de adentrar na loja que tinha extravagância em seu sobrenome, deixou apenas que alguns soldados entrassem com ela. 

 

 

 

— Nunca conheci uma dama tão bela como a senhorita na mansão do duque! — disse um senhor baixinho e gordinho. 

 

 

 

Ele era o dono da loja e para receber os clientes que vieram naquela magnífica carroça negra, o conde iria os atender pessoalmente. A influência dos Kuchiki não era algo que pudesse se brincar. 

 

 

 

— Posso saber seu nome? 

 

 

 

Orihime o olhou de cima a baixo, seu olhar frio mostrava desprezo por aquela pessoa e ela não fazia questão de esconder isso. O corpo do conde — que era o dono da prestigiosa joalheria — estremeceu, sentindo que o olhar da dama poderia arrancar sua alma. A ruiva desviou seu olhar para os arredores da loja e não havia sinal algum de Kugo, supostamente ele estava dentro do depósito de escravos. Voltando seu olhar para o homem baixinho, que tocava em seu bigode em sinal de desconforto; ela sorriu. 

 

 

 

— O meu nome… — seu sorriso se alargou, entretanto, ela deixou bem explícito que ele não passava de um sorriso falso.

 

 

 

Os nobres ao redor começaram a murmurar, comentando como a misteriosa dama agia de forma arrogante. O soldado de cabelos azulados estava flutuando no ambiente, não fazia ideia do que aquela mulher nobre estava fazendo ou qual era o seu objetivo. 

 

 

 

— É Orihime Inoue. 

 

 

 

Assim que suas palavras chegaram aos ouvidos de todos, ninguém teve a oportunidade de mostrar sua reação, pois a parede ao lado dela e o fundo da loja — onde supostamente ficava o depósito — explodiu e pedaços de concreto voaram para todos os lados. Felizmente, ninguém se machucou. 

 

 

 

— Senhorita!

 

 

 

A voz familiar fez a ruiva levantar a sua cabeça, para ver um homem de cabelos negros pulando no ar e carregando um garoto loiro em suas costas; ambos pareciam se divertir e seus olhos brilharam ao vê-la. 

 

 

 

— Mas o que…?! — O cavaleiro estava em frente à Orihime, a cobrindo com seu corpo e ficou perplexo ao ver aquelas duas pessoas saltando. 

 

 

 

Kugo caiu em pé no chão, não havia nem mesmo um fio de cabelo seu fora do lugar. Yukio, que estava agarrado nas costas do grande homem, acenou com uma das mãos para a ruiva. 

 

 

 

— Veio me procurar também?? — sua pergunta carregava um pouco de felicidade, como se estivesse contente pela jovem ter vindo ao seu "resgate".

 

 

 

— Ah! Céus! O que é isso?! 

 

 

 

Uma das damas presentes no local apontou com o seu leque para o fundo da loja e quando a poeira abaixou, eles puderam ver pessoas dentro de jaulas em condições precárias. Não era preciso muito esforço para entender a situação, era óbvio que aquela loja ocultava e fornecia escravos para o mercado negro. 

 

 

 

— Conde — A voz da mulher era suave, porém fria. Ela passou pelo azulado e ficou em frente ao senhor.

 

 

 

O homem caiu de joelhos no chão, sua face estava congelada de medo e seu corpo tremia como se implorasse por piedade. Ele jamais imaginou que seu negócio pudesse cair tão facilmente; sempre soube que muitos estavam atrás dele e tentavam o prender, mas faltava provas e agora… as provas estavam diante de todos. Ele levantou a cabeça quando sentiu a ponta do objeto metálico em sua garganta, seus olhos se encheram de medo quando encontrou os olhos cor de mel da ruiva.

 

 

 

— Você está preso.

 

 

 

Três palavras que saíram da boca da sala foram o suficiente para o conde sentir uma grande pressão vindo da jovem e ele desistir de completamente tudo, afinal, ele entendeu que estava sem escapatória agora. Os soldados rapidamente o prenderam.

 

 

 

— Eu sabia que a senhorita poderia me encontrar. — Yukio esboçava um leve sorriso, o garoto de tamanho médio e que usava trajes negros tinha uma aura elegante e séria.

 

 

 

A expressão da mulher se suavizou, como se não estivesse prestes a executar uma pessoa segundos atrás. Ela guardou sua espada e se voltou para os membros de seu esquadrão. 

 

 

 

"I-impossível, ela…" olhando atentamente para a Inoue que sorria de maneira calorosa para os seus companheiros, ele sentiu seu corpo tremer. "Ela sabia que isso iria acontecer?!"

 

 

 

Grimmjow Jaegerjaquez aprendeu que as primeiras impressões eram, de fato, importantes. Aquela mulher não fez muito, mas a impressão que ela deixou foi marcante demais e ele lembraria disso por muito tempo. Logo todo o ocorrido percorreu a capital, com um nome incomum: Orihime Inoue.

 

 

 

 

•| ⊱❆⊰ |•

 

 

 

 

— Isso foi perigoso! — exclamou Sora. — Jamais faça isso de novo! 

 

 

 

— Irmão… 

 

 

 

— Jamais! 

 

 

 

A ruiva abaixou o olhar, impotente contra o seu irmão super-protetor e só podia deixar o braço a torcer agora. Embora soubesse do que iria acontecer, ela não estava nem um pouco arrependida de como as coisas foram, afinal, um dos maiores mercados de escravidão foram por água abaixo e muitas pessoas tiveram suas vidas salvas. 

 

 

 

— Reconheço sua coragem, isso foi ótimo! — Ginrei a elogiou, a jovem sentada à sua frente era de fato única. — Vamos lá, Sora, sua irmã fez um ótimo trabalho! — O velho deu algumas palmadas nas costas do homem ao seu lado, que não tinha uma expressão muito boa. 

 

 

 

— O conde perdeu seu título e suas terras, suas riquezas foram todas confiscadas. — disse Byakuya. — A senhorita Inoue fez um ótimo trabalho. 

 

 

 

Era fim da tarde, o reino estava agitado com a queda de um dos líderes do mercado ilegal de escravos e ninguém podia imaginar que a responsável por isso era Orihime Inoue, juntamente das pessoas que trouxe consigo. Era de se esperar que a irmã mais nova de Sora Inoue fosse esse tipo de pessoa, deixando todos no império curiosos sobre sua existência. Rumores começaram a correr sobre a dama de beleza exótica, entretanto, seria ruim se eles fossem para bem longe. 

 

 

 

— Droga! 

 

 

 

O homem largou a pena que usava para escrever, sua expressão era de puro cansaço e desconforto. Ichigo Kurosaki não tinha mais a aura nobre e elegante que ele exalava ter.

 

 

 

Dias atrás, sua ex-paixão voltou juntamente de uma criança, alegando ser seu filho e isso abalou seu noivado com a mulher que estava prestes a se casar. De todas as situações possíveis, ele jamais imaginou que Orihime pediria a ruptura e fosse embora… desde que ela foi, sua vida se tornou um caos. 

 

 

 

— Sua alteza, a senhorita Rukia deseja encontrá-lo agora. — informou um dos servos. 

 

 

 

— Diga a ela que estou ocupado! 

 

 

 

Uma ex-paixão ainda era uma ex-paixão, o ruivo não sentia e não conseguia sentir absolutamente nada pela mulher que antes tanto amava. Toda vez que a olhava, apenas uma pessoa vinha à sua mente: Orihime Inoue. Pensou que adotar a criança junto da ruiva era a melhor escolha, entretanto, ele estava enganado e agora o espaço da princesa herdeira estava vazio. Ele sofreu algumas pressões dos nobres para que Rukia ocupasse esse espaço, contudo ele foi totalmente contra, afinal, apenas de pensar que outra mulher sem ser a Inoue pudesse ocupar tal lugar… seu estômago revirava. 

 

 

 

Orgulho era algo que ele já não tinha mais, foi por isso que ele se levantou e se virou para seus servos, pronunciando as seguintes palavras:

 

 

 

— Estarei partindo agora para o marquesado Inoue!

 

 

 

Ele tinha se decidido, Ichigo precisava daquela jovem para viver e estaria disposto a tudo para consegui-la novamente; amá-la era algo que ele acreditava ser capaz de fazer — ou se já não estava fazendo. Contudo, o choque que levou ao saber que a tão especial flor da sociedade de Karakura jamais pisou na casa Inoue… Foi imenso. Quando anoiteceu, um príncipe caiu em desespero ao saber que tinha perdido sua amada, mas suas esperanças ainda estavam acesas e uma busca foi iniciada. 


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