Hello Twice! escrita por brngitbck


Capítulo 4
Tomando grandes responsabilidades (até as que não são suas) #nãoéculpaminha!


Notas iniciais do capítulo

Finalmente lembrei de postar mais um kkkkkkkk
Se ler e quiser deixar um comentário ou um favorito, eu agradeço!!!



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Sentada no encosto do sofá, as mãos de Chaeyoung tremiam. Tão visível quanto isso, só a preocupação nos olhos e nas ações de Jeongyeon, que não hesitou em sair de onde estava para se sentar ao lado da amiga e lhe abraçar.

Chaeyoung sentiu suas mãos serem seguradas com tamanho cuidado pela outra que, por um momento, não soube bem como reagir.

— Se importa se eu ler a mensagem? — ela pediu, calmamente.

Quando pegou o celular, primeiro confirmou que a mensagem vinha mesmo do número da dona da Belle Époque, a senhora que morava no andar logo abaixo da república. Era um texto bastante sério e bem escrito, o que por si só já era um bom indicativo de que não tinha sido ela mesma quem escreveu, já que costumava cometer vários erros de português em outras conversas.

Mesmo sem ter pedido permissão para isso, Jeongyeon leu a mensagem em voz alta, e leu até o fim porque nenhuma das duas envolvidas a interrompeu.

— Boa noite, senhorita Son… É com grande pesar que venho informar que, pelo desobedecimento das regras e pela falta de consideração que a senhorita e a senhorita Myoui tiveram pelas outras garotas que também habitam a residência, estou dando por encerrado o contrato de locação dos quartos em que dormem. Por favor, não demorem em começar a esvaziar os armários, visto que o prazo, como consta nas regras descritas no contrato, é de até 7 dias a partir do recebimento do aviso. Obrigado pela compreensão, fico à disposição para qualquer dúvida.

A expressão dela se tornou incrédula no mesmo momento.

— Ela não pode estar falando sério. Quem escreveu isso aqui? Tenho certeza que não foi ela, não é a escrita dela. Deve ser algum trote.

— Trote? — Foi Mina quem respondeu, claramente bem mais calma que a namorada. — Ficou doida, Jeong? Não é trote nenhum. Quem iria ter a permissão para pegar o celular dela e mandar uma mensagem dessas? E pior, um trote que acertou exatamente nas duas únicas pessoas que quebram essa regra aqui em casa? Não teria como isso ser brincadeira. A questão é só saber como ela descobriu.

A questão levantada durou apenas um segundo sem resposta, e levou esse mesmo tempo para que todas elas começassem a se entreolhar com a lembrança que vinha à mente. Até Sana, que não estava acordada para ver, tinha ouvido a história e já associava aquilo tudo à mesma pessoa.

De início, ninguém saiu de onde estava, todas parecendo completamente incapazes de acreditar que fosse verdade. A primeira a se mover, no fim, foi Sana, que estava sentada ao lado de Mina na mesa. Alcançou a última porta do corredor com passos rápidos e pesados.

— Você dedurou as meninas?! — ela perguntou, bem alto, quando abriu a porta com força.

Era bem claro, pelo seu tom de voz, que a nova expulsão era algo bastante pessoal para ela. Claramente ainda não tinha superado a saída de Tzuyu da Belle Époque, e Dahyun teria pensado isso se não fosse o que aconteceu logo em seguida.

Ela estava sentada na cama debaixo, porque tinha resolvido mesmo deixar a cama de cima para Chaeyoung, e lia tranquilamente um dos livros que tinha comprado para a faculdade com a mais pura curiosidade de primeiranista. Sossegada, ao menos até o susto que tomou quando Sana abriu a porta.

Foi tão grande que ela, de sobressalto, acabou acertando a cabeça na cama de cima quando tentou se levantar, completamente rendida pelo barulho que a porta fez quando se chocou contra a parede atrás dela.

A pancada, no fim, também fez bastante barulho, e ela levou a mão até o lugar no mesmo momento, tonta e sem reação. Não soube dizer o que doía mais, o coração disparado ou a ferida na cabeça, mas depois de apenas um instante pensando achou bem pior a segunda opção. Ela agachou no lugar onde estava, esfregando os dedos algumas vezes no local da dor. E encontrou sangue!

— Ta falando sério que vai se arrebentar logo agora? — Sana disse, decepcionada, e olhou para trás, para as outras meninas que se aproximavam, dando de ombros. — Eu que não vou socorrer.

Momo e Nayeon também saíam do quarto enquanto Jeongyeon tomava a frente, como sempre, se enfiando entre as outras para alcançar Dahyun ao chão.

— Alguém pega gelo na geladeira, por favor — falou, bastante mais séria do que Dahyun estava acostumada.

Não era porque tinha se machucado feio que não notava o clima pesado ao seu redor. Sana se recusando a lhe ajudar apesar da conversa tranquila que tiveram antes, os olhares estranhos à porta e Jeongyeon e seu tom neutro e monótono definitivamente não eram à toa. Não sabia o que tinha feito, mas não era um bom sinal para quem tinha acabado de chegar à república.

“— Você dedurou as meninas?!”

O que raios aquilo queria dizer?!

— Vamos, gente! — Jeongyeon reforçou, quando reparou que ninguém tinha movido nem um dedo para fazer o que ela pedia. E voltando a falar diretamente com Dahyun, ainda séria, ela completou: — Vamos sentar naquela cadeira, ok? Preciso ver esse corte direito.

Enquanto Dahyun seguia para se sentar, foi Chaeyoung quem tomou a iniciativa de ir buscar o gelo na cozinha.

Mesmo sendo diretamente afetada pela história e pela tal traição da menina nova às regras internas da casa, ainda conseguiu ficar preocupada que a ferida fosse séria e ela tivesse algum problema na cabeça por conta disso.

“Idiota…”

Pensou, lembrando do que Jihyo tinha dito e percebendo que ela estava coberta de razão e não era tão durona quanto aparentava ser. Repetiu mentalmente mais uma vez que era uma idiota e que devia estar ficando louca para estar preocupada com a pessoa que a tiraria da Belle Époque. Essa era a única explicação razoável para isso.

Para confirmar os xingamentos a si mesma, ela pegou não apenas o que Jeongyeon pediu, mas foi um pouco além: o gelo ela enrolou em uma das toalhas da cozinha para fazer uma pequena bolsinha de pano que pudesse apoiar sobre a cabeça da menina, e também levou o kit de primeiros socorros que a senhora dona da casa guardava sob a pia. Encontrou uma pomada para feridas ali perto, dentro de uma caixa de medicamentos, e também a pegou, achando que seria útil para um corte como aquele.

Quando passou pelo corredor de novo, percebeu que nem todas as meninas estavam mais à porta. Nayeon e Momo, que tinham chegado por último, ainda se apoiavam na entrada, mas Mina tinha atravessado o quarto todo para alcançar a região da janela onde Chaeyoung estudava e Sana se apoiava na cama mais ou menos no meio do quarto, mantendo distância da menina machucada. Jeongyeon, claro, estudava o corte na cabeça de Dahyun, mirando a lanterna do celular sobre ele.

— Não é tão grande quanto eu pensava, só inchou bastante ao redor. Deve ser por isso que tá doendo tanto — ela explicou, jogando o cabelo de Dahyun de um lado para o outro para tentar achar o espaço certo para ver o corte por inteiro. — Acho que não vai precisar ir no médico por enquanto… mas precisa ficar de olho e dar algum tempo antes de deitar para dormir. Se sentir muita fraqueza a gente chama uma ambulância. Ainda tá muito tonta?

— Não, só tô com dor, a tontura já passou — Dahyun explicou, levando a mão ao corte mais uma vez e tirando-a logo em seguida porque era bem difícil de tocar o machucado.

Enquanto ela respondia, Jeongyeon aceitou o pano com gelo, o kit e a pomada que Chaeyoung, que já parecia bem mais aliviada, trouxe, e começou a tratar do ferimento. Logo ali ao lado, Sana desencostou da cama, endireitou o corpo e cruzou os braços para voltar a falar:

— Ok, agora que já está bem, foi você que falou para a senhora sobre Chaeyoung e Mina, não foi?

Dahyun a olhou com confusão e, apesar da expressão supostamente bem verdadeira dela, Sana não parecia querer comprar aquela atuação tão rápido assim.

— Sana… — Jeongyeon chamou, parando um pouco sua tarefa. — Precisa mesmo falar disso agora?

— Todo mundo quer saber, Jeong, e dá pra ver só pela sua voz que você também quer. Não dá pra esperar, você mesma leu a mensagem, a gente só tem uma semana.

Com Jeongyeon não resistiu, ela voltou a encarar a confusão de Dahyun com a mesma impassividade:

— E então?

— Eu juro que não sei do que você tá falando…

— O namoro das duas — Sana voltou a explicar. — Elas namoram há meses e todas nós aqui sabíamos, não era um problema para ninguém até você aparecer.

— Mas… É um problema agora?

— É, porque existem regras contra namoros e alguém denunciou para a locadora da Belle Époque. Ela quer expulsar as duas.

Assim como as meninas na cozinha, Nayeon e Momo também se entreolharam à porta. O olhar das duas se tornou bastante mais agressivo para Dahyun quando descobriram a informação.

— Eu nem sabia que o namoro delas era contra as regras…

— Mentirosa… — Sana contestou de imediato.

— É sério! Não fui eu que li essas coisas quando entrei aqui, foram meus pais.

— Sana — Foi Jeongyeon que interrompeu o diálogo das duas, e seu olhar nesse ponto já denunciava que ela não estava mais tão certa da culpa de Dahyun no problema —, ela pode realmente não saber…

Era realmente muito suspeito e ela podia simplesmente estar com medo de admitir, mas… Porque mentiria?

Mina, de braços cruzados ao seu lado, resolveu também entrar na conversa.

— Você acredita nela, Jeongyeon?

— Uau… — ela respondeu, sorrindo, a voz tornando-se subitamente um pouco mais triste. — Faz tempo que não ouço você me chamando pelo nome inteiro desse jeito, Mina… — Ela olhou para o lado, para as outras garotas. — Não sei se acredito, mas prefiro a dúvida do que acusar ela sem ter certeza.

Enquanto as duas se conversavam, Dahyun e Chaeyoung trocaram olhares.

O rosto de Chaeyoung era sempre sério, o que confundia bastante as coisas. Era como se não ligasse para nada na vida nem ninguém ao seu redor além dela mesma, e Dahyun teve alguma dificuldade tentando ler as entrelinhas. Por dentro, no entanto, estava na verdade bastante dividida.

Pela forma como falou, sabia que sua namorada não devia acreditar na inocência da garota, e queria ficar do lado de Mina porque sempre preferia seu ponto de vista sobre o dela. Mas… Ela não podia mentir que duvidava também, assim como Jeongyeon.

Sua mente estava um tanto desligada já, viajando em pensamentos sobre como a mulher poderia ter descoberto aquilo por conta própria se não tinha feito isso até agora, quando a voz de Mina a trouxe de volta à realidade.

— Já tivemos umas situações assim e você sabe que eu também não sou de acusar ninguém, mas isso está suspeito demais e…

— A gente fala com a senhora amanhã — Chaeyoung a interrompeu, virando-se de súbito para Mina. — Pedimos para ela explicar, pode ser? Vamos acabar com essa conversa por aqui, porque esse quarto já está virando um tribunal. — E, indo até ela, apoiou a mão sobre seus braços cruzados e falou um pouquinho mais baixo. — Conversamos melhor no seu quarto, tá bem?

Não estava realmente tudo bem para Mina, mas foram necessários apenas alguns segundos em silêncio encarando Chaeyoung para se render e acompanhar ela para fora.

Sana, que era quem estava enfrentando Dahyun desde o começo, na verdade acabou saindo antes mesmo das duas, percebendo que a insistência não traria muitos resultados. Momo e Nayeon também não demoraram muito para voltar para seu quarto depois de ouvir a história toda e perceber que não tinham nada a acrescentar.

Só quem ficou foi Jeongyeon, que finalmente terminava o curativo.

Um silêncio bastante constrangedor se manteve entre as duas enquanto a garota colocava os pequenos esparadrapos na cabeça da outra. Quando ela terminou, deu a volta no corpo de Dahyun e ficou plantada à frente dela.

— Prontinho, a pomada deve fazer parar de doer logo, logo. Talvez perca alguns fios de cabelo quando tirar, mas é por um bom motivo — Ela apoiou a mão sobre o ombro de Dahyun, que levou os olhos ao chão, incomodada com toda aquela história. — Tente descansar, ok? Esqueça essa história um pouco. Eu vou estar logo no fim do corredor se precisar. Só gritar.


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