Alguns dias se passaram e eu havia sobrevivido a primeira semana como acadêmica, e para minha surpresa a única coisa que diferenciava a faculdade do ensino médio eram as disciplinas, grande tela de cinquenta polegadas e os professores que eram muito mais exigentes, os alunos eram tão estranhos e problemáticos quanto os pre-adolescentes do ensino médio, ou talvez piores.

Embora eu fosse novata eu não me sentia solitária, tinha a companhia do grupo de jovens da computação, por alguma razão eles se sentiam confortáveis com a minha companhia, talvez pelo fato de não olha-los com desdém como os bombados do time de futebol, principalmente Ayla que já havia me dado o título de best friend, mas apesar de algumas vezes falar coisas estranhas ela era uma garota legal.

Havia terminado os primeiros cinquenta minutos de aula de biomoléculas quando segui pelo pátio de acesso ao estacionamento, precisávamos passar por lá para chegar ao laboratório de aulas práticas, quando avistei o grupo dos garotos do time de futebol rodeando um dos garotos do curso de computação, suspirei incomodada e apressei meus passos falando em um tom de voz um pouco mais exaltado ao me aproximar.

— Vocês não tem nada mais interessante para fazer? Reclamei olhando para o garoto que juntava sua mochila do chão.

— Que tal não se intrometer nisso Biers? Ou vai sobrar para você.- Um deles rebateu.

Sorri timidamente - Eu não tenho medo de você.

Os labios dele se moveram mas um dos que o acompanhavam cochichou algo em seu ouvido, ele apenas me encarou e deu as costas indo embora sendo seguido por seus fiéis súditos.

— Você está bem? Perguntei ao garoto.

— Não devia se meter nisso, eu vou resolver isso sozinho- Disse ele em um tom de aborrecimento e deu as costas indo embora.

O olhei confusa, ele havia se irritado por eu tê-lo defendido, na próxima vez o deixaria sozinho , pensei comigo mesma até a voz grave e melódica me tirar de meus pensamentos.

— Você não pode mudar o vento, mas pode ajustar as velas do barco para chegar onde quer.

Virei a cabeça seguindo o som da sua voz e meus olhos encontraram o par de olhos cor de chocolate, então era ele, o garoto misterioso da faculdade, o olhando de tão perto percebi que suas características fisicas eram parecidas com as de Isabella, os olhos , o tom da pele clara como a neve, mas ao contrário dela ele não tinha olheiras.

A quem eu queria enganar? Eliot Cullen era mais bonito de perto do que eu imaginava, ele era lindo como uma escultura de mármore.

— Cora L. V. Hatch ! Respondi voltando a caminhar.

Você fez o dever de casa - Disse ele tentando me aconpanhar - A propósito sou Eliot Cullen.

O olhei de soslaio- Eu sei, quer dizer, a faculdade inteira sabe, respondi tentando não parecer fácil demais, me perguntei porquê ele estava falando comigo, talvez fosse pelo fato de nunca babar quando o via pelos corredores como as demais garotas.

— Ha, claro - Ele pareceu chateado mas sorriu - Imaginei que soubesse mas não seria cavalheiro de minha parte não me apresentar- Ele se justificou - Além disso eu imagino que esteja se perguntando porque eu vim falar com você.

Ergui as sobrancelhas e olhei para ele, Eliot Cullen até que era bem educado para um cara que havia acabado de sair da adolescência apesar de parecer um pouco antiquada a forma como ele se comunicava.

— Sim, eu tenho varias teorias sobre as razões que o levaram a vir falar comigo.

Ele riu novamente - Um delas seria o fato de ser a única garota a não se interessar em falar comigo?

Minhas bochechas queimaram, por acaso ele lia pensamentos ou eu havia sido muito óbvia- Bem - Murmurei desconcertada - Eu confesso que estou curiosa...

— A professora Janet realizou o sorteio para os projetos, eu cai com você- Ele explicou.

O olhei um pouco surpresa- Os projetos? - Sussurrei passando pela porta do auditório e tentando disfarçar que eu havia esquecido totalmente dos projetos para o final do ano letivo.

— Sim os projetos ele confirmou enquanto me acompanhava, percebi que os olhares dos alunos presentes se direcionaram para mim, ou melhor, para nós dois, busquei o assento mais escondido e me sentei envergonhada.

— Eu não tive tempo de pensar nisso.- respondi, eu havia passado oa últimos dias seguindo o legista e não tinha sequer lembrando dos compromissos da faculdade.

— Podemos pensar juntos - ele sugeriu animado- Poderia almoçar comigo.

Novamente encarei aquele par de olhos marrons, ele estaria dando em cima de mim? 

A expressão dele mudou para preocupação - Não pense que eu estou dando em cima de você, não é nada disso eu só.

— Você por acaso lê mentes? O interrompi.

Ele sorriu e percebi um leve corar em seu rosto - Sim, é um dom que herdei de meu pai, ele também consegue ler mentes.

Mantive meus olhos fixos nos dele e não controlei meu riso- Você até que é engraçado Eliot, essa piada foo ótima.

— Que bom que gostou da piada- Ele falou em um tom de alivio- Então eu tenho aula em outro auditório agora mas te espero as quartoze no estacionamento.

— Tem aula e ainda está aqui? Vai se atrasar.

— Não se preocupa ainda tenho uns minutos, então posso confirmar nosso almoço.

— Tudo bem, eu aceito, mas somente para acertarmos o nosso tema.

Ele se levantou conformando com a cabeça - Como você quiser, até mais Senhorita Biers.

— Até, Senhor Cullen- Respondi o seguindo com os olhos até ele sair do auditório, dei um tímido sorriso e suspirei, a aula estava prestes a iniciar e eu precisava me concentrar.

A aula ocorreu de forma normal apesar dos cochichos dos demais academicos os quais eu tinha certeza que eram sobre Eliot e eu, decidi ignorar e sai apressada, eu tinha apenas quatro minutos para estar no estacionamento.

Diminuí meus passos ao me aproximar e ver Eliot encostado no veiculo luxuoso, um carro de cor azul royal, eu havia visto aquele modelo em uma revista de automobilismo do tio Matt- Rolls-Royce Sweptail- sussurrei dando um sorriso- Você tem uma grande necessidade de chamar atenção.

Eliot deu um sorriso largo abrindo a porta do veiculo- É só um carro.

Rolei os olhos e suspirei entrando no veiculo, Eliot fechou a porta e entrou em seguida.

— Pronta para curtir Seattle comigo?

— O que? Murmurei antes dele sair cantando pneus.