Os órfãos de Nevinny escrita por brennogregorio


Capítulo 37
Delegacia Noturna




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Ainda sem entender o que está acontecendo, você e seus colegas começam a cochichar se perguntando o motivo dos policiais invadirem o salão impedindo que qualquer um saísse. As pessoas das outras mesas também põem-se a murmurar especulando quando veem os agentes sérios e robustos indo na direção de vocês.

— Ei, é com vocês que eu quero falar — um deles diz, apontando.

— Com a gente? — Lavínia pergunta, receosa.

— Recebemos uma denúncia de algo ilegal feito por um de vocês nesse estabelecimento — o policial completa.

— Um de nós? Só pode ter sido engano. Nós estamos juntos e ninguém fez nada de errado, senhor — Rebekah afirma.

— Isso não foi o que nos passaram — disse o outro agente.

— Então poderiam dizer logo o que "um de nós" fez? — Lavínia pergunta.

— Alguém nos chamou informando que aqui houve um caso de venda de bebida alcoólica para um menor de idade. Essa pessoa nos informou que a infração cometida foi por alguém de um grupo na qual me levou até vocês.

— Só por curiosidade, qual o nome do senhor? — Rebekah pergunta, aproximando-se.

— Antunes. Oficial Antunes — ele responde.

— Pois bem, senhor Antunes. O senhor poderia nos explicar o que está acontecendo. Nós estamos juntos desde que chegamos e não fizemos nada que possa ter ocasionado essa denúncia. Ninguém aqui ingeriu bebida alcoólica. O senhor mesmo pode ver — Rebekah diz apontando para a mesa onde estavam sentados anteriormente.

— Isso não prova nada. Vocês podem ter escondido a evidência — o outro agente declara.

— Mas essa é a verdade, senhor. Por favor, acreditem na gente — Cris fala, suplicando.

— Sinto muito, mas terei que pedir que todo o grupo nos acompanhe até a delegacia — Antunes anuncia.

— O quê?! Que sacanagem é essa?! — Lavínia dispara, incrédula.

— Mas isso é injusto! Não fizemos nada! — Max protesta.

— É. Não fizemos nada, senhor — Heitor diz sem acreditar.

— E não adianta reclamar. Vocês terão que vir conosco por bem ou por mal. Caso contrário terão que enfrentar as consequências — Antunes diz, sério.

— Vê se pode uma coisa dessa. Eu vou ligar pro meu pai pedir o advogado dele — Micaella contesta pegando o telefone.

— Não, Micaella! Vamos obedecer o que ele 'tá pedindo e vamos resolver isso de uma vez. Por favor, não complica mais as coisas — Allison diz — Nós não fizemos nada.

— Tá, mas se der errado eu vou chamar — ela acrescenta.

— Faça o que quiser, moça. Agora vamos logo. Não temos tempo a perder — Antunes conclui.

Com isso, todos do grupo saem em companhia dos policiais enquanto as outras que estavam presente na lanchonete observam a situação tentando entender.

Estando próximos à saída, você — que não está querendo acreditar o que está acontecendo no momento — consegue ouvir uns comentários de algumas pessoas presentes na lanchonete em um tom um pouco baixo coisas como "Esses jovens de hoje só arranjam problemas. Como pode?" e "Tá vendo? Mais um grupo. Quando eles se juntam, ainda mais a essa hora, só pode ser pra aprontar".

Lavínia, também escutando, não gostou nada do que ouve. Na mesma hora ela reage e, olhando para eles, diz:

— O que vocês estão olhando? Vão cuidar da vida de vocês!

Eles nada respondem, sendo assim, vocês continuam a seguir até o lado de fora, na qual há uma viatura que já está a espera.

O carro não é tão grande e não tem muito espaço para caber todos na parte de trás. A única solução viável seria ter que acomodar todo mundo sentado no colo de alguém. Sendo assim, o esquema adotado foi o seguinte: os casais juntos, você sentou-se no colo de Lavínia, Cris no de Micaella, e Heitor, que foi o único a se dar bem, sentou-se ao lado de uma das portas.

 

 

⌚️ Alguns minutos depois…

Cerca de quinze minutos chegam na delegacia. Com certeza a temperatura do carro está bem superior à original que mostra em um dos relógios na rua, na qual marca trinta e um graus. Todos estão um pouco suados graças ao aperto do carro, mesmo com os vidros das janelas estando todas abertas. Quer dizer, quase todos. Heitor e os policiais na frente são os únicos bem acomodados ali.

Sem demora, os oficiais saem da viatura e um deles abre a porta que dá bem de frente para a delegacia. Um por um começa a sair sendo acompanhados enquanto reclamam da situação.

Ao entrarem, Antunes e seu parceiro levam-nos para uma sala reservada para obterem esclarecimentos. Em uma fila de assentos que tem início bem na porta, ele pede para que todos se sentem enquanto pega um fichário em cima de sua mesa anotando os dados pessoais de cada um.

— Pronto. Agora que tenho informações sobre vocês eu preciso perguntar: o que estavam fazendo na rua uma hora dessas? Eram pra estar em casa, vocês não sabem disso? — questiona Antunes.

— Ah, senhor, é que hoje teve um evento na nossa escola e depois de lá marcamos de nos encontrar no Super 8 pra se divertir um pouco — Rebekah responde.

— É. Nós fizemos esse encontro e achamos que não tinha problema nenhum — Micaella diz.

— Bom, não há problema nisso. Mas o que fizeram, tem — Antunes fala.

— Caramba! A gente não fez isso e nem somos burros de beber coisa do tipo na frente de um monte de gente — Lavínia exclama.

— Mas parece que não foi isso que aconteceu. A pessoa que fez a denúncia não teria por que mentir — o oficial diz.

— Quem foi esse idiota que fez isso? — Tommy pergunta com indignação.

— Isso não vem ao caso — Antunes diz — Agora quero saber se alguém entre vocês vai admitir a infração.

Vocês se olham calados e inconformados com a fala de Antunes. Então, vendo que nenhum do grupo se manifestou como culpada ou culpado, o oficial, já um pouco impaciente, diz:

— Pois bem, já que ninguém vai se manifestar, terei que tomar outra atitude. Todos vocês serão submetidos ao teste do etilômetro.

— O quê?! — Lavínia pergunta surpresa se levantando da cadeira.

— É isso mesmo. A não ser que tenha algum problema nisso — Antunes diz.

— Claro que não. Se acalma, Lavínia. Vamo' fazer esse teste e acabamos logo com isso — Allison fala, concordando.

— Tá — Lavínia diz, sentando-se.

— Mas eu achava que só quem faz esse teste são os adultos.

— Eu também. Quando eu ando de moto com o meu irmão só ele quem faz o teste — Cris fala.

— Quer dizer que seu irmão tem costume de fazer esse tipo de teste? — Antunes pergunta.

— Não. É só que...

— Cris, fica quietx por favor — Rebekah ordena.

Nisso, o oficial Antunes chama um outro policial que está passando pelo corredor e pede para que ele fique na sala observando você enquanto ele vai pegar o aparelho em um outro local.

Passado um tempo, Antunes e o parceiro de antes entram na sala segurando vários etilômetros. Após isso, eles distribuem os aparelhos para cada um, pedindo para que não fizessem nada com ele.

— Vou pedir pra que o oficial Andres faça o teste com vocês enquanto vou resolver algumas coisas. Eu espero que sejam inocentes mesmo como falam — Antunes diz saindo da sala.

Andres, então, põe-se a iniciar o teste. De um em um, ele pega o aparelho em suas mãos e faz as configurações necessárias para que tudo fosse feito corretamente. Após isso, ele pede para que ponham a boca no canudo, assoprando levemente e explica que em vinte segundos a luz led indicaria se alguém está alcoolizado ou não. Se aparecesse a cor azul, estava limpo. Se não, a cor era o vermelho.

Após os testes, Antunes retorna para a sala e, sem perder tempo, já pede os resultados.

— Então, como foi?

— Temos um culpado. Ele — diz Andres apontando para Tommy.

— Ahhh, então temos um culpado. Agora podem ver quem estava certo — declara Antunes em um tom sarcástico — Ele foi o único mesmo?

— Sim, senhor.

— Então, o que me dizem agora? — questiona o oficial azedo, aproximando-se.

— Eu sinto muito, senhor. Não sabíamos que ele tinha feito isso. Eu juro mesmo — Rebekah fala tentando justificar.

— Agora tá explicado o porquê desse imbecil ter demorado pra voltar — Lavínia proclama.

— Ei, também não precisa falar assim comigo, sua idiota! — Tommy exclama.

— O idiota aqui foi você e o García que vendeu a bebida pra ele — ela diz levantando-se rapidamente da cadeira — Aliás, por que ele não 'tá aqui também?

— Ei, ei. Acalme-se aí, garota! Não precisa se exaltar — Andres fala.

— O tio da garota ali já está sendo interrogado. Já estamos cuidando dele — Antunes avisa.

— Ele não é meu tio, é meu primo distante — Micaella declara até que arregala os olhos e diz: — Ai, meu pai! O García 'tá preso?

— Calma, Mica! Ele apenas 'tá sendo interrogado — Rebekah diz com uma expressão duvidosa.

— Mas ele vai perder o bar. O que vai ser dele agora?

— Se ele tivesse pensado antes de vender bebida pra um menor não perderia — Lavínia dispara.

— Não se mete, garota! Não vê que eu tô nervosa? — Micaella exclama, fervorosa.

— Ei, ei! Acalmem-se vocês duas. Nada de desordem aqui ou terei que tomar medidas contra vocês — avisa Antunes na tentativa de tranquilizar os ânimos.

Em meio à isso, Cris, que está ao seu lado, nota que você não fala nada durante a discussão, então lhe pergunta:

— S/N, você 'tá bem?

— O que acha? — você diz.

— Eu não sei. Você não tá falando nada.

— Mas eu não tenho o que falar. Eu só quero sair daqui o quanto antes.

— Infelizmente tenho que te informar que isso vai demorar — Cris diz enquanto observa a discussão.

— Tá vendo? Por isso que eu não queria vir pra cá. Mas aí depois eu quis e vim. Agora deu nisso.

— É, você falou mesmo. Agora estamos todos encrencados por causa de Tommy.

— E o pior é que ele é o responsável e não fala nada. Nem pede desculpas, ou sei lá — você diz com indignação.

— Calma, nós vamos sair dessa. Mesmo porque não fomos nós quem bebemos e nem vendemos nada. Tommy e García foram muito burros.

— Completos idiotas. Será quanto tempo isso vai durar, hein? — você pergunta.

— Eu não sei, mas dependendo do que vai ser falado isso pode durar a noite toda.


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