Um novo renascer escrita por AyuCS


Capítulo 2
O fim de um sonho: PARTE I


Notas iniciais do capítulo

[Revisado]

Preciso urgentemente de algumas aulas de português, peço perdão pelo meus erros.



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Hanami Matsuri ou festival da contemplação das flores, um evento para contemplar o desabrochar das flores; o qual floresce na estação mais linda do ano, mesmo passando por um intenso inverno, seus troncos permaneceram firmes.

 

E hoje, comemoraremos uma nova fase. Para o ano, para as flores e para nossas vidas.

 

Apesar do céu estar brilhante, ainda pode-se sentir o frio iminente do inverno anterior. Com o descongelamento da grama mostrando suas tão vívidas cores verdes, o ar adocicado dos botões recém desabrochando exalam pelas extensões do reino.

 

As ruas enchiam-se de vida para o primeiro dia do festival - Que por acaso, durará esses cinco dias. - mostrando o finalizado trabalho dos cidadãos: com as decorações, comidas típicas, danças e músicas tradicionais e suas atrações que viriam a apresentar.

 

O templo certamente estará lotado com as pessoas demonstrando suas gratidão por mais um ano e fazendo seus pedidos pelo que irá por vir. Famílias aproveitando o dia para se reunirem, oportunidade para novos romances e amizades. Um verdadeiro dia de descanso.

 

O que não é o meu caso.

 

Recrutado como capitão da patrulha no portão principal, Kakashi ficou responsável por comandar aquela área durante a semana do festival enquanto um guarda de sua confiança chamado Yamato vigiaria a princesa em seu lugar. Normalmente esse era o seu trabalho. No entanto, ficou aliviado por tirar sua "folga" de sua alteza imperial. Não diria isso a ninguém, mas a princesa não era alguém fácil de lidar.

 

O palácio todo ficaria bem agitado, não somente pelo festival e sim pelo aniversário de sua alteza, Sakura Senju, que por coincidência cai bem no dia do festival. O trabalho foi intensivo nas preparações, no entanto valerá a pena.

 

Os convidados do imperador chegam de várias vilas e até de outros países como a do Ferro para festejaram o tão esperado evento anual. A festa durará cinco dias como homenagem ao festival, tempo suficiente para todos aproveitarem. Apesar de que Konoha é um dos poucos lugares com maior vegetação de árvores de cerejeiras e pessegueiras no país, não deixava de chamar a atenção tanto dos civis de Konoha como também de outras vilas.

 

O lugar é bem grande por sua extensão territorial que quase assemelhava ao tamanho de uma vila, com sua típica ornamentação oriental com decoração esculpida de ponta a ponta, preservado a milênios desde o primeiro imperador. Cercado dos tons branco, verde e rosa das árvores ao redor, sendo finalizada pelas pétalas que caem no chão. Mesmo com a correria dos criados ainda se mantinha a pacífica tranquilidade que sempre se instalou nos recipientes do palácio. Longos corredores de madeira maciça que davam para bela vista do jardim florido perfeitamente alinhados que seguem até o pequeno bosque com um lago circular cercado de pedras e flores silvestres ao redor. 

 

Para quem não conhece o palácio, se perderia fácil aqui.

 

Em um cômodo em específico estava uma correria de se chamar a atenção e não é de se estranhar já que naquele lugar habituava os aposentos a princesa. Ela gosta de ser detalhista e quando não está do seu jeito. O que nos resta é só paciência.

 

Andando pelos corredores elevou sua atenção na direção do cômodo barulhento escutando a voz alta de sua alteza.

 

Imaginou a senhorita Senju deixando as chambelanes pelos cabelos. Reparou no entra e sai desesperado delas, a princesa de cabelos rosados como as pétalas de cerejeira possivelmente estava reclamando até dos mínimos detalhes imperfeitos. Isso não seria de hoje já que muitas vezes suas atitudes arrogantes chegam a passar dos limites. Mas isso não é totalmente culpa dela, crescer como título de princesa exige muito de si. Nascer para ser criada como uma digna imperatriz de seu país não seria tarefa fácil, então certamente ela exigirá dos outros também.

 

Quem diria que em todos esses anos como soldado do império, treinado dentre os melhores, seria convocado como guarda pessoal da princesa. Seguindo seus passos por todo lado desde seus três anos de idade. Suas fugas do castelo eram as melhores.

 

Hum, enfrentei batalhas pra depois ser babá.- Sorriu com o pensamento.

 

Agora não adianta reclamar, já se passaram treze anos, seria um desperdício de tempo se lamentar por todos esses anos que teve que correr atrás dela. 

 

Treze anos...

 

Realmente, muito tempo se passou. Talvez no fundo, seu único sentimento poderia se resumir em orgulho por ver sua alteza crescer dentro desses portões. E daqui algumas horas fará seu décimo sexto ano de vida. Logo se casará e será imperatriz que reinará essas terras com o futuro imperador.

 

Seja lá quem ele for.

 

Pensativo, decidiu voltar para o portão principal encontrando os guardas novatos que estavam sob suas supervisão, começou a observar as pessoas com seus kimonos e yukatas, deixando de lado o pensamento sobre a princesa. Ao longe via algumas crianças correndo aproveitando a liberdade que elas têm, comerciantes trabalhando próximo ao palácio seguindo enfileirados com os seus produtos, cidadãos evidentemente de outras vilas, pelas suas vestimentas características de sua terra natal passeando pelas ruas. A cidade estava cheia pela multidão na rua.

 

Mesmo com a distância separada pela imensa escada a frente da entrada, é possível ver minimamente as ruas decoradas de lanternas vermelhas e rosa claro como parte da decoração.

 

Observou o céu limpo da manhã de primavera novamente fazendo daquilo seu passatempo preferido e soltou um suspiro.

 

A noite vai ser longa...

 

...

 

Jazia quase dez da noite e ainda continuava a sua ronda pelos arredores do muro e no portão de entrada.

 

Hoje é o último dia da comemoração. O último dia, depois de tantas noites de trabalho duro na patrulha. Kakashi sentia os espasmos musculares pelo seu corpo dos seus dias excessivos, deixando praticamente dormindo pela parte da manhã, mas hoje ele finalmente terá um descanso mais cedo. 

 

Um merecido descanso. 

 

Agradeceu a Kami por esse tormento chegar aos seus momentos finais depois de muitas vezes o deixar quase morto de cansaço.

 

Mas não se engane, eventos assim não podemos nos descuidar. Mesmo sendo o último dia.

 

Se repreendeu mentalmente pela centésima vez naquela semana. Fazia isso para se manter em alerta nos momentos em que queria se entregar ao cansaço. Todavia podia dizer que era apenas uma desculpa para aguentar toda aquela fadiga mas não era.

 

Ultimamente tem dado muitas suspeitas de crime e traição entre as vilas que fazem parte do país do fogo. Mesmo sendo guarda pessoal da princesa, Kakashi participa de algumas reuniões importantes com o imperador e os demais generais.

 

Suspeitam que sejam aqueles monstros que vivem sobre essas terras, as capturas têm sido grandes na fronteira da Vila da nuvem e na vila da pedra. Há gerações esses monstros nos têm ameaçado atacando pessoas inocentes para o seu benefício próprio. Monstros que podem se transformar em animais, uns que fazem pacto com espíritos, outros que podem até se passar por humanos e devorá-lo depois. SUma verdadeira ameaça a humanidade, por isso buscamos seu extermínio. Outros dizem que militares da Vila da névoa estão com ações suspeitas contra outras vilas, espero que sejam apenas boatos. 

 

Mei ainda não se pronunciou sobre isso.

 

Já estamos encarando uma batalha externa, quem dirá interna. Temos soldados preparados mas não sabemos se podemos encarar todos, se isso pudesse ser resolvido de uma vez...

 

Trincou os dentes com pensamento, só o que queria era que ninguém acabasse como o seu pai.

 

O barulho que vinha de fora o despertou voltando para a realidade, estava uma verdadeira festa e mais tarde, começará os fogos no céu estrelado.

 

Flashes de lembranças com sakura no festival invadiu sua mente nesse momento, nesse mesmo dia a dez anos atrás.

 

Essa menina, viu.

 

Quando deu por si estava pensando nela novamente. Se perguntou o porque seus pensamentos sempre voltam pra essa garota. Ultimamente esteve pensando nela durante esses dias, achou normal já que era seu aniversário, só que a frequência que isso estava se tornando começou a ficar preocupante para a sua sanidade. Preferiu despachar quaisquer pensamentos em relação a ela enquanto podia.

 

Tentando se concentrar no agora, se voltou para o palácio. Tudo parecia bem, mas algo está diferente.

 

Não há muitos guarda na áreas dos aposentos reais, isso ele já tinha percebido há algum tempo, o que não é comum. Precisou saber com os guardas que patrulhavam o local, disseram que receberam ordens superiores de que não seria necessário tantos guardas naquela área.

 

Isso não está legal. Estou com um mal pressentimento.- pensou estreitando os olhos.

 

Sentindo-se incomodado com a sua afirmação, decidiu se dirigir a festa dando uma breve olhada no lugar. Havia bastante gente como esperado. A maioria dos convidados eram de outras vilas como prova de sua aliança ao imperador e também para parabenizar sua alteza pela data especial, os criados correndo de um lado pro outro servindo-lhes, não havia muitos guardas no salão.

 

Sua majestade comprimentava os convidados junto com o seu conselheiro chefe de estado, Nara Shikaku, a senhorita Sakura conversa com a senhorita Yamanaka, reclamando de algo aparentemente, o que não é surpresa já que as duas são amigas desde que eu me lembre, Sasuke cumprimenta algumas senhoritas de classes nobres até mesmo de outras vilas com o seu jeito calmo de ser. 

 

A área externa também estava bastante cheia, podia-se ver alguns rostos vermelhos pela abundância de bebidas que consumiam, tudo pela comemoração do aniversário da princesa.

 

Relaxou um pouco os ombros. Talvez esteja imaginando coisas ou era apenas o cansaço.

 

—Preocupado, Senhor Hatake?- a voz de um dos guardas se pronuncia bem próximo a ele.

 

—Não. Só vim ver como está a festa.- Respondeu sem se virar pra ele. Por outro lado, o guarda sorriu divertido conhecendo como seu capitão é.

 

—Sei, está tudo sob controle, não precisa ser tão ranzinza, a festa é para todos, devia aproveitar.- Respondeu simples, kakashi franziu o cenho com o comentário. 

 

Não devia abaixar a guarda desse jeito, está cometendo um terrível erro, sabe muito bem disso.

 

—Estamos aqui a trabalho, deixe para descansar na sua folga. Não relaxe porque é uma festa, somos guardas não convidados.- Respondeu seco em tom autoritário, o guarda bufa com as suas palavras. 

 

—Sendo autoritário como sempre, por isso que te chamam de sangue frio.

 

Ele solta uma risada abafada quase que divertida pelo apelido. Ele continua. 

 

—Fico impressionado que uma pessoa como você virou cachorrinho de sua alteza.

 

Kakashi deu uma olhadinha de soslaio e voltou-se para a festa.

 

—Gosta de fazer piadas né? Eu tenho uma pra você. - se inclinou sussurrando próximo a ele.- Faça seu trabalho ou eu te rebaixo para o plantão noturno na fronteira da Folha.

 

Falou bem devagar. Ele congelou na hora.

 

A fronteira do reino com certeza é o terror para qualquer soldado, pois além dos ataques de regiões desconhecidas, poderiam enfrentar seres absurdamente fortes. E ainda tinha o frio extenso a noite por ser perto das montanhas.

 

São poucos com coragem o bastante para enfrentar aquele lugar, sem falar nas assombrações que diziam ter nos arredores.

 

Um ótimo lugar para passeios noturnos.

 

—Estarei bem atento senhor.

 

—É bom mesmo.- seguiu se afastando.- E cuide da senhorita Senju.- disse ainda de costas.

 

—Sua Alteza está em boas mãos.

 

Por um instante suas pernas travaram ao ouvir suas últimas palavras. O tom de voz mudou.

 

Não soube bem dizer mas aquilo soou bastante estranho, sentindo uma espécie de calafrio junto. Balançou a cabeça com pensamento. 

 

Aaaah... devo estar cansado mesmo.

 

...

 

A festa estava em seus momentos finais, os convidados se retiravam recolhendo-se para os seus lares, outros indo para seus devidos aposentos no palácio. Faltava pouco para o seu turno acabar e finalmente ter um belo descanso. Estava contando os segundos para isso.

 

Mais adiante a escolta de sua majestade apareceu levando-o até seus aposentos, todos se curvam em reverência perante a ele. Faço o mesmo. Quando sua majestade some pelas sombras dos corredores cercado por guardas, levanto a minha postura inicial e vejo alguns se despedindo voltando para suas casas. Dava pra ver que ainda continuavam animados. Apesar da festa ter encerrado no palácio, do lado de fora ainda continha nas ruas. Não duvidava que sairão daqui para aproveitar o festival.

 

Dentre tanto vai e vem, não encontrou a senhorita Senju como de costume, talvez tenha se recolhido mais cedo e não a viu. O desleixo que Yamato demonstrou mais cedo o deixou um pouco apreensivo, mas ainda sim confiava no seu trabalho.

 

—Senhor, assumirei daqui.- teve um leve espanto pelo chamado repentino. Ebisu o comprimenta em silêncio.

 

—Certo.

 

Soltou o ar cansado e prosseguiu para o seu quarto. Mas antes, tinha que fazer o relatório antes de se deitar. Imaginou o tamanho trabalho que teria que fazer àquela noite.

 

Não tem jeito, vou ter que ficar acordado essa noite-

 

—De novo.- completou seu pensamento.

 

Arrastou seus pés exausto pelos dias que se passaram vendo alguns guardas que passavam por si.

 

Pensou em como Yamato poderia estar certo. Trabalhou demais nas rondas, ainda tem o treinamento dos soldados mais jovens o qual fui encarregado de supervisionar em partes e ainda por cima sendo guarda pessoal da senhorita Senju. Depois disso apenas iria se jogar na cama e apagar como se nada mais importasse.

 

Imerso pela exaustão, demorou para perceber algo fora do comum, parou seus passos olhando ao redor.

 

Esse não era o caminho para o seu quarto. 

 

Estava na área externa, um pouco afastado do palácio. Ladeada pela grama verde escura da noite, podia-se ouvir barulho dos animais silvestres que passavam por ali. Além disso, nem uma alma viva.

 

O quarto da princesa estava ali, bem na sua frente.

 

Ficou olhando o imenso quarto que por sua vez era decorado por pequenos vasos flores que a mesma plantava na frente, o local era muito bem conhecido por ele. O hábito de sempre escoltá-la até seu quarto como fazia todos os dias foi mais forte, fazendo assim caminhar automaticamente sem perceber.

 

Perto o suficiente do quarto, decidiu prosseguir, desta vez no ritmo lento. Não há guardas por perto, nem um que seja. 

 

Abriu a porta e deu uma espiada dentro. Estava totalmente escuro com os objetos intactos, sinal claro que ela não havia chegado. Se virou para fora observando o jardim.

 

Não entendeu o que poderia ter acontecido para que hoje fosse diferente dos outros dias. Nem notificado ele foi de qualquer mudança de rotina. Pensando melhor, ele deveria ser o primeiro estar a par das mudanças da senhorita.

 

Imaginou a possibilidade dela ter fugido depois de tanto tempo. Seria óbvio se não a conhecesse o bastante, como tinha o festival ela iria querer ir lá fora de novo. 

 

No entanto...

 

Ela o procuraria primeiro, mesmo se for pra escapar por uma só noite.

 

Kakashi sentiu todas essas dúvidas pesar em sua mente. Precisava de uma resposta.

 

—Yamato. Preciso encontrar o Yamato.- falou pra si mesmo voltando para o salão principal.

 

...

 

Senhorita Sakura, onde você está? 

 

A angústia começou a apertar em seu peito. Seu corpo todo se agita em preocupação.

 

Procurou por todo salão, na área externa, na área da cozinha apesar de ser pouco provável que ela esteja lá, na área de serviço, sala de chá, por todo jardim, ala leste, ala oeste, salão do principal, no bosque, no lago, por todos os andares. Averiguou por cada milímetro daquele palácio e nada. 

 

Se comunicou em relação ao Yamato com os guardas e disseram que o viram sair do salão antes de sua majestade, mas não encontraram sua alteza com ele.

 

Maldito! O que diabos você foi fazer?!- pensou depositando um soco na parede.

 

Estava no limite de sua paciência. Sua preocupação aumentava a cada minuto sem notícia de sua princesa.

 

O que ele pensa que estava fazendo? Ele deveria assegurar a proteção da princesa, será que é tão difícil segui-la como guarda costas?! E os guardas só observaram? Não fizeram nada? Mesmo sabendo da posição dele?

 

Irresponsáveis!

 

Fechou os punhos fortemente sentido a cabeça latejar pelo esforço. Seu corpo todo reclama por descanso, mas agora não podia se dar ao luxo de descansar enquanto sua alteza permanecia desaparecida.

 

Fechou os olhos por um segundo e respirou fundo se acalmando.

 

Sabia que não adiantava se preocupar desse jeito. Afinal, é impossível sair do palácio sem passar pelos guardas primeiro, a senhorita também sabia muito bem disso. 

 

Continuou sua busca alertando todos os guardas por quem passasse pedindo para notificarem por qualquer sinal dela caso a vissem. Soltou um suspiro aliviado ao saber que sua majestade corria bem em seus aposentos.

 

A maioria estavam bastante calmos com a situação, notou isso. Mesmo dizendo que a princesa não foi vista parecem não se preocuparem.

 

Claro que em situações como essas não há motivo para desespero, até porque o histórico de fugas da princesa não eram poucos. Mas quando está calmo demais é motivo para se preocupar.

 

Sua intuição nunca errou quando se trata de algo fora do comum.

 

Encontrou Ebisu em sua posição no portal de entrada e se dirigiu em sua direção.

 

—Alguma notícia?

 

—Ainda não, Senhor.

 

Fechou os punhos com sua resposta, o suor frio começou a escorrer pelo seu pescoço.

 

Em todos esses anos como guarda da princesa isso nunca aconteceu, sempre a encontrava, onde quer que ela esteja. 

 

Mas agora é diferente, sua cabeça se alarmava em alerta vermelho, suas mãos tremiam em nervosismo ansiando para que a encontrasse. Temia pelo pior que poderia acontecer a ela e ele não estar lá para proteger.

 

Olhou em volta pensando em algo, na esperança de encontrar uma pista de seu paradeiro. Poderia sair para procurá-la nas ruas ou no festival, mas algo dentro de si dizia que ela ainda está ali, só não sabia onde.

 

Foi quando se encontrou com algo novo.

 

Os Uchihas.

 

Soldados Uchihas ainda se encontravam no palácio e não eram poucos. A maioria esperava no portão principal, não que no palácio não tenha, mas hoje tem a mais do que poderia ter.

 

Foi que lembrou de Sasuke Uchiha na festa mais cedo, se virou para Ebisu.

 

—O senhor Uchiha, onde está?- perguntou quase que imediato.

 

—Fala do filho mais novo do antigo general? Ele ainda se encontra no palácio junto com o seu irmão.

 

A notícia o pegou de surpresa. 

 

Itachi? Ele está aqui?

 

Por um momento teve que sair para averiguar as demais áreas do palácio, demorou um pouco já que o lugar é grande. Tinha conhecimento que os Uchihas estariam presentes, só não imaginava que o general da Folha viria junto, normalmente ele só aparece para reuniões importantes.

 

O que eles ainda estão fazendo aqui? A festa acabou faz tempo.

 

Uma ideia lhe surgiu: O Imperador.

 

Não sabia o porque mas teve um mal pressentimento quanto a isso.

 

Saiu dali às pressas seguindo para o quarto do imperador.

 

Os corredores pareciam longos e vazios, apenas iluminado pela lua que transcendiam pelo chão de madeira. O som dos seus passos ecoa pelo lugar o matando bem atento a qualquer movimento. Só uma coisa passa pela sua cabeça ou melhor alguém.

 

Onde está você Sakura?

 

Poderia ficar surpreso por referir a ela pelo primeiro nome se não fosse a situação.

 

Perto o bastante do quarto, uma silhueta masculina me aparece ainda de costas. Estava escuro mas dava pra ver que era um soldado. Apenas um.

 

Chegou bem perto, arrastando seus pés para minimizar o barulho. Quando ele cogita em virar-se para trás, Kakashi o nocauteia com uma cotovelada na nuca fazendo-o cair na hora.

 

Se esgueirou pela porta entreaberta espiando pela abertura.

 

Foi quando ele a viu. Era ela.

 

Seu coração se aliviou na hora, fazendo soltar o ar preso.

 

Aí está você.

 

Com o quarto escuro, viu ela ajoelhada no chão de cabeça baixa. Arqueou as sobrancelhas não entendendo sua posição.

 

Quando quis se aproximar até ela ouviu uma voz.

 

—Sabe, Sakura, hoje é seu grande dia. Não era para você estar aqui, mas como testemunha da morte de Sua Majestade, realmente não me deixa outra escolha.

 

O que?

 

Morte de quem?

 

Devagar passou o olhar para o canto do quarto. Viu um homem alto atrás de si. Com a pouca iluminação do quarto reparou que ele parecia bastante familiar.

 

Ele se aproximou de Sakura e algo cintila na mão dele.

 

Uma lâmina. Uma espada.

 

Juntou as sobrancelhas com a visão. Logo ligou os pontos.

 

Sakura continuava imóvel; uma sombra caía pelo seu rosto impedindo de ver melhor sua expressão, mas só pela espada foi o suficiente para o seu corpo enrijecer. Mirou a cena cravando suas unhas na porta.

 

Se encostar nela...

 

—Eu espero que você me perdoe algum dia.

 

...Quem quer que seja...

 

—Adeus, cereja.

 

Vai pagar.

 

Tocou a espada em sua nuca, em seguida a ergueu acima dela para dar o golpe final. Nesse momento Kakashi não pensou duas vezes antes de entrar com tudo puxando sua espada pulando pra cima do assassino se colocando entre ele e a princesa. Parou seu golpe bem a tempo de ser tarde demais. Agradeceu aos céus por ter chego antes. Vendo o seu ataque, o homem recua surpreso. Outra sombra aparece no canto do quarto.

 

Perto o bastante arregalou os olhos reconhecendo os dois homens ali.

 

—Sasuke?! Itachi?!- olhava pasmo para os dois que de início ficaram surpresos com a sua chegada mas logo voltaram a ficar sérios.

 

—O que vocês estão fazendo aqui? O que é que está acontecendo aqui?

 

Ninguém disse nada, suas perguntas não respondidas só aumentavam sua angústia nesse momento. Se virou para trás encontrando a princesa na mesma posição. Foi um alívio ver que não estava ferida.

 

Mirou nos irmãos novamente tentando chamar a atenção de Sakura.

 

—Senhorita. Senhorita Sakura, você está bem?!

 

Ela não responde. Não sabia dizer como estava naquele momento, porém a montanha russa de sentimentos não parava dentro de si. Não sabia se ficava feliz ou com raiva ou se ficava tenso ou aliviado. Sua cabeça rondava em uma confusão maior ainda. Cansado daquele silêncio ele gritou:

 

—SENHORITA!

 

O grito em quase desespero fez ela se despertar de seu transe.

 

—Kakashi- diz num sussurro.

 

Já é uma coisa. Olho a frente vendo os dois seres que menos esperava. 

 

Que merda está acontecendo aqui?

 

—Senhorit- 

 

Virando a cabeça para trás e congelou ali mesmo notando pela primeira o motivo de sua alteza estar no chão. Quase esqueceu de respirar por um momento.

 

O tatame todo estava banhado de sangue, se preocupou em ser de Sakura primeiramente quando nota um corpo em que ela segura. Aquele é o...

 

A ficha caiu.

 

Perplexo foi a palavra certa que encontrou.

 

Retornou para a frente tentando assimilar a situação. 

 

'O Imperador morto.

 

'Itachi e Sasuke com a espada desembainhada.

 

'Sasuke prestes a matar a princesa.

 

Inacreditável.

 

Mirando diretamente nos rapazes seu olhar escurece, perguntou devagar.

 

—Senhor Sasuke, o que está acontecendo?

 

Sasuke franziu o cenho com aquela pergunta, Itachi se mantém ao seu lado com a espada em posição de ataque.

 

—Eu não tenho que dar satisfação a um mero soldado feito você.- Responde ele.

 

Kakashi dá alguns passos para trás chegando mais perto de Sakura. Ela era sua prioridade, mesmo ainda assimilando a situação, não iria abandoná-la agora. Não permitiria que a machuquem-na quem quer que seja. 

 

O respeito que tinha por eles foi pelos ares nesse momento.

 

Que se foda se é de família importante, que se foda se é sobrinho do imperador, que se foda se é próximo líder do clã. 

 

Não perdoaria.

 

—Tem razão, só não esperava que você levantasse sua espada contra a princesa.- Retrucou Kakashi em tom seco.

 

Por um momento Sasuke hesitou, ele aperta sua espada concentrado.

 

—Tsc, eu não tenho razões para discutir com você, meu assunto é com ela. Se quer me desafiar morrerá junto.- diz ele em tom forte.

 

Pelo canto de olho observou outra vez pra ver se ela estava ferida, parecia bem, no entanto... sua respiração funda atrás de si era evidente, seu corpo continua trêmulo. Se o quarto fosse ainda mais silencioso poderia ouvir suas palpitações. Está apavorada!

 

Vendo a garota em pânico arquitetou um jeito rápido de tirá- la daquele salão. Não havia outra escolha senão lutar.

 

—Deixa ele comigo.- Itachi se dirige a Sasuke sem tirar os olhos de Kakashi.

 

O silêncio de Sasuke responde. 

 

Ele se movimenta para a direita dando espaço a nós dois.

 

Ele observou minimamente seus movimentos, não podia deixar que a peguem-na nem que pra isso defenderia com unhas e dentes.

 

Em um movimento rápido Itachi corta o espaço entre eles com sua espada. A lâmina passa de raspão em sua face formando uma linha fina de sangue em sua bochecha.

 

Aproveitando que Sakura estava no chão, abaixou rápido e puxou seu braço assustando a mesma recuando até a porta. Porém, Sasuke chega primeiro e barra a porta.

 

—Entregue ela Kakashi.

 

Ele a colocou atrás de si, não respondendo.

 

—Sei que quer protegê-la pela sua lealdade ao imperador, mas o que estamos fazendo aqui é por algo maior.

 

Quase riu disso.

 

Algo maior?

 

Matar seu imperador é por algo maior?

 

Pensou com puro ódio nos olhos.

 

—Não importa o que que vocês digam, não entregarei.- falou ríspido. 

 

Itachi avança outra vez colocando a espada por trás de si, Kakashi empurra Sakura para trás ouvindo seu gemido de dor ao chegar no chão. Prevendo seu ataque mais uma vez, defendeu cravando suas espadas ali mesmo, o som metálico se brandindo ecoou pelo quarto. Itachi gira seu corpo e intervém uma cotovelada bem direto no meu rosto, inclino a cabeça para trás colocando o máximo de força no meu braço direito para baixo levando sua espada junto. Quando tento encontrar uma abertura brando minha espada direto no seu peito, ele recua a tempo rasgando parte de seu uniforme.

 

—Kakashi, pense nisso como uma nova mudança. Você sabe a situação em que o reino está caminhando, nós não queremos isso.- Sasuke diz caminhando para perto de itachi.

 

—Não justifique seu crime, o imperador morreu por suas mãos!

 

—Foi um sacrifício que nós fizemos pelo reino.- disse ele calmo e impassível.

 

Sacrifício.

 

Seus ouvidos não podiam acreditar no que ouviam.

 

Em seu ser uma raiva descomunal subiu o envolvendo até o último fio de cabelo, apertou a espada com tanta força que quase imaginou que ela fosse quebrar ali mesmo.

 

Desgraçado.

 

Atacou sem controle partindo pra cima dos dois agora com todo o ódio. Deu um golpe horizontal fazendo um pequeno zunido da espada, os dois correm em sentidos oposta o cercando, sua concentração foca em Sasuke. - O que quer matar primeiro-. Partiu pra cima dele porém Itachi o empurrou com os ombros impedindo com a espada, olhou para ele com o desejo de sangue no olhos e antes que Kakashi caísse deslizou-se pra trás fazendo Itachi ficar na sua frente, com isso fez um corte em sua costa fazendo seu sangue jorrar gemendo de dor. Itachi dá dois passos para frente e se ajoelha se recusando a cair completamente. Kakashi levantou o olhar e se dirigiu a Sasuke que estava de frente a frente com Sakura encolhida no chão o olhando com uma expressão de terror. Merda. Foi em sua direção com a espada em posição, quando estava perto de o atacar, Sasuke se vira, no entanto ele não faz nada, nem se defendeu. Por um momento ele viu naqueles olhos o verdadeiro Sasuke que conheceu quando ele era apenas uma criança, o mesmo que brincava com a princesa ao visitar o palácio, que fazia rir e chorar a todo momento. "O garoto gentil do antigo general" como era tratado por todos no palácio, inclusive Kakashi. Vendi agora, ele não só cresceu como também mudou. E mudou pra pior. 

 

Foi cortado da sua linha quando uma sombra negra atravessa a iluminação que saia da janela e no ar mudou sua posição para contra-atacar os dois fechos de luz vindo em sua direção. Estendeu o braço para o golpe certeiro mas Itachi o segura fazendo os dois caírem, o moreno ficou por cima do prateado com a lâmina próximo ao seu rosto, Kakashi agarrou seus braços e sustentou seu corpo o jogando para trás de si fazendo ele bater com tudo na parede.

 

Se voltou rapidamente para Sasuke e a princesa, ele se mantém no mesmo lugar o impedindo de chegar na princesa. Só pensou em acabar de uma vez com ele, porém o que ainda o impedia era a visão daquele garotinho teimoso e sorridente. Suas mãos tremem fraquejando, mesmo que tenha passado literalmente segundos desde que começou o ataque foi como horas pra ele.

 

Seu corpo mais uma vez reclama de dor, não do ataque agora a pouco, mas da fadiga da semana de esforço. O que ainda o mantém de pé; além do ódio iminente pelo seu alvo à frente, é a vontade de proteger a pessoa mais próxima de si como família.

 

Ainda de pé, quase movido pela adrenalina, deu um golpe rápido em Sasuke que o fez recuar e rapidamente alcançou a princesa finalmente a envolvendo nos braços.

 

—Kakashi, entenda que estamos fazendo isso pelo nosso país.- ele começa entendendo a sua mão. -Podemos mudar isso, apenas me entregue a Sakura.

 

A rosada se encolhe no peito do guarda buscando proteção. Ele estando ali ela finalmente sentiu um alívio em seu ser por alguém ter vindo ao seu socorro. Com os braços em volta de seus ombros, ele a aperta contra si.

 

—Vai a merda.- cuspiu as palavras na cara dele.

 

—Desista Sasuke, ele não vai ceder.- disse Itachi se levantando do chão colocando a mão no seu ombro esquerdo, sentiu deslocado depois que Kakashi o jogou caindo de mal jeito no impacto.

 

Sasuke relaxa os ombros desistindo.

 

—Se é assim, então não me deixa outra escolha. GUARDAS!!!- Ele grita.

 

No instante seguinte apareceram pelo menos uns trinta guardas uchihas e mais alguns do palácio na porta.

 

Merda. Vocês não estavam aqui quando era necessário.

 

Todos vestiam-se de preto e estavam com as espadas apontadas para eles.

 

Kakashi hesitou um pouco suspirando. Dessa vez se encontrou encurralado na parede olhando atentamente cada um enquanto Sakura olhava com claro espanto no rosto.

 

Um plano. Um plano.

 

As mãos de Sakura agarrou seu uniforme dando sinal de que não soltaria tão cedo e Kakashi agradeceu por isso, pois não iria soltar. Recuou com ela para um canto tentando ganhar tempo, parado com tantos guardas a sua volta olhou pela janela circular de madeira no quarto.

 

A janela. 

 

Um escape.

 

Segurou firme a cintura da princesa. E preparou-se para correr.

 

Os primeiros avançaram atacando de frente, ergueu a princesa em seu colo e se defendeu com a espada na mão direita. Com um pouco de dificuldade venceu os primeiros logo mais chegando os restantes, à medida que eles golpeiam, Kakashi se esquiva dando prioridade a princesa. Mas o número se multiplicava a cada golpe dando uma infinidade de sangue e corpos no chão.

 

Olhou a janela novamente. Parecia impossível de chegar até ela.

 

Quando deu por si estava rodeado deles. Botou o máximo de força de suas gotículas de células do seu corpo sentindo seus músculos se rasgaram com tanto esforço, mais que a metade se encontrara no chão. Percebeu o número se diminuir e conseguiu ver uma brecha. Com o único impulso correu como o vento fazendo uma rajada de ventania com a lâmina aniquilando os que permaneceram na sua frente até chegar na saída mais próxima.

 

Com um pulo se jogou quebrando a janela quase caindo em cima da Sakura, por sorte colocou o braço em volta da cabeça dela a protegendo antes de chegar ao chão.

 

—Está bem?- perguntou analisando seu rosto. 

 

Ela balança a cabeça afirmamente.

 

—Peguem ele!

 

Ouvindo a voz do Sasuke se levantou rápido a erguendo pelos braços e a carregou em seu ombro esquerdo, começou a correr assim que se manteve de pé. Sem alternativa de chegar na saída principal, correu em direção ao bosque. Parou quando estava longe o bastante dos cômodos do palácio, onde não havia mais refúgio para si e muito menos pra rosada. Colocou sua senhorita no chão com delicadeza e se apoiou nos joelhos ofegante. 

 

—Kakashi.

 

Pela primeira vez ela se pronuncia desde que a encontrou, sua voz saiu como um sussurro fraco em seus ouvidos. Olhou para ela.

 

—E-está machucado.

 

Ela apontou para os braços arranhados com sangramento no local, ele observou o ferimento e se voltou para ela.

 

—O ferimento não é leve mas também não é profundo. Vou sobreviver.- disse com um olhar gentil. -Isso é o de menos, o importante é que você esteja bem.

 

Analisou rapidamente seu corpo para ter certeza que estava bem. Tinha apenas alguns arranhões. No entanto, seu pequeno corpo tremia, encolhida na árvore, vagou seu olhar a um ponto qualquer. Não disse mais nada. 

 

Se permitiu descansar um pouco fitando o grande monumento à sua frente pensando num jeito de sair. 

 

Na entrada principal é impossível. Estão rodeados de guardas, não tem como saber quem estão do lado dos Uchihas. Poderia até mesmo escalar os muros mas o palácio fica acima de uma extensão de terra muito alta, seria muito difícil descer, se fosse um dia qualquer até tentaria a risca entretanto o palácio está todo cercado, então só havia uma alternativa:

 

No portão principal.

 

Como passaria por ela?

 

—Kakashi.

 

Se virou pra ela outra vez.

 

—Estou com medo.

 

Ela diz com sua voz trêmula, rouca talvez pelo choro. Olhou terno para ela.

 

—Eu sei. Vou te tirar daqui, prometo.

 

Pela escuridão daquele bosque vendo sombras vermelhas e pretas correndo para todo lado, chegou a conclusão de que fugir seria mais difícil que sobreviver e Sakura não precisaria estar sozinha nessa. Ele iria protegê-la até o último suspiro.

 

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
É a minha primeira fic kkkk



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