Um novo renascer escrita por AyuCS


Capítulo 1
Prólogo




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—Sakura… escute…- ele tossiu antes de continuar, seu sangue jorra pela boca por conta de seu ferimento na barriga.- É difícil dizer isso mas… você terá que seguir sem mim…

 

Uma tímida e delicada mão passa pelo seu peito tremendo em nervosismo, uma lágrima teimosa descia pelo rosto da garota. Ele mirou naqueles lindos olhos verdes que um dia foi admirado pela sua antiga amada. 

 

Sakura se mantinha estática tentando concentrar seus olhos nos de seu pai, no entanto sua atenção era constantemente desviada para o sangue que manchava o tatame em carmesim.

 

—Não pai, não se esforce tanto. A ajuda chegará logo, aguente mais um pouco!- falou sem pensar querendo conter aquele sangue de todo o jeito. Sua voz treme engolindo o nó em sua garganta, sentia sua voz sumindo em meio ao choro.- Fica comigo, eu imploro!

 

No ato de desespero, agarrou suas mãos com toda a força como se aquilo fosse salvá-lo. Segurou as lágrimas aguentando firmemente, debruçou-se sobre seu corpo. Olhou para a espada cravada em sua barriga, aquilo só aumentava o tormento em que sua mente podia imaginar. Vendo o sangue quente em suas mãos; tudo ao seu redor começou se turvar em um breu se formando aos poucos. Mas ela sabia que não podia. Não queria se entregar aquela escuridão, não diante do seu pai. De mãos dadas, ele depositou forças nelas chamando a atenção de sua filha para si.

 

—Eu fiz o que pude para te proteger… - estava agonizando aos poucos, não conseguiria explicar, mas Sakura sentia uma dor insuportável em seu peito implorando para que aquilo fosse irreal. Com a voz fraca fez um grande esforço para continuar.- Seja forte Sakura... - disse num sussurro fechando seus olhos lentamente. 

 

—Eu te amo… minha filha.

 

E ali cessou tudo. Suas forças, seu suspiro, apenas deixando o corpo vazio e sem vida.

 

Sakura ficou parada esperando ele se mover, porém nada. Ela balançou seu corpo na esperança de que ele reaja mais uma vez, e para sua confirmação continuava o mesmo.

 

—Não pai, acorde por favor! Não vai embora, fica comigo!!!.

 

As lágrimas saiam em disparada sem poder contê-las. Não ligou em segurar mais, seu pai já estava morto. O desespero tomou conta de si.

 

— PAI!!. - Chamou inutilmente.- PAAAIII!!!

 

 _silêncio._

 

Seu choro atravessou aquele quarto numa angústia desesperadora que não pôde ser cessada, Sasuke assistia toda a cena junto com seu irmão e fiel general Itachi, aparentemente inexpressivos. Após algum tempo observando, ele se aproximou e arrancou a espada do corpo de seu rei sem piedade.

 

—Não adianta mais, Sakura. - Ele se pronunciou com frieza atrás dela limpando sua espada em um leve carinho com um lenço.- Ele está morto.

 

Sakura sentiu que aquelas palavras não podiam ser pronunciadas dessa forma, ele não poderia estar morto. Era o seu pai, o imperador do Fogo. Seu país precisava dele. 

 

Olhou desacreditada para ele ainda processando a gravidade daquelas palavras. Seu o rosto vermelho pelo choro só o demonstrou o quão confusa ela estava por seu amado ter feito com ela.

 

Teria entrado naquele quarto no intuito de conversar com o seu pai, convencê-lo pelo casamento em que tanto sonhara desde a infância, porém ele não permitiu. A rosada não aceitou aquela negação, iria insistir até conseguir o que queria. No entanto, chegou no quarto e se deparou com o pior de seus pesadelos.

 

Não entendia, realmente não entendia.

 

—Por que Sasuke? - indagou logo de cara olhando para ele.

 

Sasuke a mirou com o seu gélido olhar penetrante soltando um riso logo em seguida. Sakura sente um calafrio subir em sua espinha com aqueles pares de buracos negro a fitando.

 

—Porquê?. Sakura.- disse calmamente ainda com a espada na mão, se afastou um pouco a vendo melhor.- Está ciente que nesse mundo pessoas com algum tipo de ato sobrenatural são caçados e mortos por ordens do imperador.

 

Ela sabia muito bem, cansou de presenciar execuções desses monstros capturados por ordem de meu pai, tanto que não frequentava mais evitando de ver mais mortes na sua frente. Não suportava isso.

 

—Esse tipo de caçada era praticada desde os tempos antigos depois da morte do primeiro imperador, Hashirama Senju, intitulados como demônios na terra, apesar de nem eu mesmo saber se isso foi de fato. Mas depois daquele dia. Eu conheci quem eram os verdadeiros demônios desta terra.- Sua voz soou estridente. Sua expressão transmitia raiva, talvez até mesmo ódio. 

 

Uma aura avassaladora começou a subir vindo dele. Um tom arroxeado em volta de si emanou pelo quarto sentindo uma pressão em volta.

 

Estremeceu assustada vendo aquilo. Ele continuou.

 

 -Disseram que meu pai foi visto usando esses poderes sobrenaturais, o que era mentira! Meu pai nunca manifestou esses tais poderes.

 

Depois dessas palavras, as lembranças vieram à tona para a pequena princesa. O clã todo ficou indignado pela morte do general Fugaku Uchiha, pai de Sasuke. Mesmo sob a ordem do imperador, ele ficou arrasado por seu cunhado ter traçado esse caminho. Jamais tinha se perdoado por esse feito. O acusou de ter manifestado um poder que só poderia ser manifestado por monstros terríveis chamados de Youkais e foi executado em público se tornando um exemplo para os cidadãos como se dissessem "não confiem em ninguem". Tudo isso gerou polêmica entre os clãs e vilas começando pelo fato dele ser visto assassinando um membro de seu próprio clã.

 

Sasuke era só uma criança quando tudo aconteceu. Seu maior sonho era ser como o seu pai, dizia isso frequentemente para a sua alteza sempre que se encontravam. Contudo, sua morte trouxe um fim a suas esperanças. Sasuke se afastou completamente deixando um grande pesar nas pessoas em sua volta e principalmente na princesa Senju.

 

—E com o julgamento ele foi sentenciado por pena de morte por seu pai, o Imperador, que podia ter mudado isso se quisesse, mas não fez. - ele continuou, mantendo seu olhar feroz.- O clã agora busca por justiça por esses anos todos pela morte dos Uchihas, e sua majestade, assim como os outros conselheiros reais vem acobertando essas mortes como uma desculpa qualquer para convencer a todos de que foi um ato nobre ou até mesmo um acidente.

 

Ainda sim, não justificou seus atos. Entendia sua dor mas não justificava. Baixou o olhar pensativa.

 

—Você me compreende não é, Sakura? Pela morte de Sua majestade, a imperatriz, por falarem que tinha dado a luz à uma aberração e que tinha que morrer também. Não acha isso muito suspeito?

 

O que ele está dizendo?

 

Minha mãe foi morta por consequência de uma gravidez complicada e não por uma rebelião de revoltosos.- pensou ela defendendo sua mãe. Mesmo nunca tê-la conhecido, jamais aceitaria que alguém falasse assim dela.

 

—Não fale besteiras Sasuke, minha mãe morreu no parto! Todos sabem disso.- disse num impulso.

 

Minha mãe "ser" um deles?! Isso não faz sentido nenhum!

 

Se voltou para o seu pai, sem soltar suas mãos. Mesmo sem vida suas mãos ainda estavam quentes.

 

Sasuke só pode ter ficado louco. Como que minha mãe pode ter algo haver com isso?

 

—Foi isso que quiseram que você acreditasse.- Sasuke fiz com desdém - Acha mesmo que foi isso que aconteceu? Acredita mesmo nessas mentiras?

 

Eu não sei, eu não sei, só quero que esse pesadelo acabe!

 

—Agora, como o novo imperador de Konoha tudo vai mudar a partir daqui. Eu podia te acobertar, mas quem não me garante que você não falará nada? Por isso serei obrigado a te silenciar aqui, Sakura.

 

O desespero só aumentou dentro de si quando entendeu o que viria a seguir. Quis correr, fugir para qualquer lugar longe dali, porém seu corpo não reagia. Se sentia fraca demais para se mover.

 

Ela só queria se casar com o homem que amava, só queria seu final feliz.

 

Não era pra ser assim…- pensou desistindo de tentar se mover.

 

—Temos que nos apressar Sasuke, vão dar por nossa falta.- Itachi se pronuncia pela primeira vez.- Acabe de uma vez com isso.

 

Sasuke solta um suspiro e se aproxima lentamente parando bem próximo da princesa. Admirou por um momento seus fios em tom rosa escuro pela noite, embora estivesse bagunçado.

 

—Sabe, Sakura, hoje é seu grande dia. Não era para você estar aqui, mas como testemunha da morte de sua majestade, realmente não me deixa outra escolha.

 

Seu coração palpita, fazendo sua cabeça girar. 

 

Por tudo que a gente viveu, eu não consigo aceitar que vou ser morta pelo homem o qual acreditei ser minha salvação a vida toda e agora vou ser morta... por ele?

 

—Eu espero que você me perdoe algum dia.-Sasuke disse sem emoção alguma.- Adeus, cereja.

 

Ainda de costas, a metálica ponta da espada gélida é encostada no seu pescoço provocando arrepios, fechou seus olhos esperando seu fim, enfim. Não ousou se mover nem um centímetro. 

 

Já sentia o mundo se apagar em sua volta dando a primeira lembrança de seu pai ainda vivo olhando terno para ela, a permitindo brincar pela primeira vez livremente como uma criança normal. Sorriu triste com a lembrança.

 

Fechou os punhos esperando cair ao lado de seu pai, foi então que uma estranha brisa passou por si fazendo seus cabelos roçarem pelo seu rosto. 

 

 

Será que é assim que seria a morte?

 

 

 

Mas espere, eu não senti dor nenhuma, porquê?...

 

 

—Senhorita…

 

Ouviu uma voz estranhamente familiar.

 

Devo ter morrido tão rápido a ponto de não sentir dor alguma.

 

Então esse é meu fim.

 

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