Eu no seu lugar escrita por annaoneannatwo


Capítulo 12
Décima regra: (essa é óbvia) Não contar pra ninguém




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Ochako deveria estar furiosa com ele. Sério, qual o problema do Bakugou? A ideia de esconder esse segredo foi basicamente dele, ele vive brigando com ela pra não dar bandeira e entregar os dois, e do nada, ele vai e chama só o melhor aluno da sala para um combate num corpo e individualidade que não são suas. Pra alguém tão inteligente e criativo, o Bakugou tem uns lampejos de estupidez alarmantes! Não tinha como isso terminar bem.

E não terminou. Pela segunda vez em duas semanas, Ochako foi parar na enfermaria após uma luta e levou consigo um garoto. As diferenças, claro, são que da primeira vez, ela não estava lutando contra o garoto em questão, e na segunda, ela não é exatamente ela, ela é um garoto impulsivo e inconsequente que fez chover gelo no Ground Beta e machucou o corpo dela e do manipulador do tal gelo no processo.

Por sorte, os danos no Todoroki e no Bakugou foram mínimos se comparados ao que eles fizeram na arena. Alguns cortes e queimaduras leves aqui e ali, mas nada muito sério, ou pelo menos foi o que a Kyouka ouviu a Recovery Girl explicar para o professor Aizawa ao plugar um de seus cabos na parede próxima à enfermaria e fazer sinal pra todos os curiosos da turma que queriam saber no que essa luta deu ficarem quietos. Ochako resistiu à necessidade de saber se tava tudo bem e manteve-se o mais distante possível, já que o verdadeiro Bakugou não taria nem aí pra isso, mas ela pôde contar com o Sero e a Mina pra despejar tudo que eles ouviram, e assim, ficar sabendo que estava tudo bem, e que a “Uraraka” e o Todoroki só estavam dormindo e se recuperando, nada de bronca pra eles pois tudo foi considerado aceito nos limites de uma aula prática de combate. Agora, quem ganhou a luta?

—  Eu chamaria de empate. —  Todoroki respondeu à pergunta do Iida depois de beber um copo de água e se sentar na beirada da cama, preparando-se para deixar a enfermaria —  Ela derrubou todo o gelo que eu criei em cima de nós e eu usei meu fogo para derreter tudo antes que nos atingisse, ela desmaiou por ter excedido o limite de peso e eu pelo calor em excesso. Empate.

—  Foi um movimento um tanto… imprudente. —  Iida analisa quietamente.

— Sim… imagino com quem ela aprendeu isso. —  o olhar heterocromático do Todoroki pousa nela —  Aliás, o que você está fazendo aqui, Bakugou?

—  Eu… vim ver o estrago. —  uau, Ochako! Sério? Essa foi a melhor resposta que ela conseguiu pensar? Burra! —  E… eu não tenho nada a ver com o que essa maluca faz ou deixa de fazer fora do nosso treino!

—  É, Todoroki-kun… a Uraraka-san deve ter pensado nisso tudo sozinha… eu diria até que foi bem semelhante ao que ela fez na luta contra o Kacchan no Festival ano passado… —  Deku apoia a mão no queixo, e ela quase consegue imaginar as engrenagens no cérebro dele trabalhando — … se bem que os saltos e manobras para quebrar o gelo não são algo que ela normalmente faz, nesse ponto, eu devo concordar, os movimentos lembram vagamente… —  ele joga um olhar na direção do suposto Kacchan, ou ela, no caso — ... estranho.

—  Estranho o quê? Não… não viaja, Deku!

—  É sim um tanto estranho, a Uraraka-kun que eu conheço é bem mais cautelosa do que o que se viu naquela arena… até quando nós lutamos ontem, ela… lutou diferente, meio sem… controle.

—  Como se ela tivesse perdido o controle da própria individualidade… —  Deku murmura. Ai caramba! Ela precisa falar alguma coisa antes que ele convença os outros dois de que tem alguma coisa muito errada.

Todoroki, porém, é mais rápido do que ela.

—  Acredito eu que eu e a Uraraka tenhamos algo em comum, ambos temos um senso de autopreservação muito grande, eu por não saber a extensão do meu poder de fogo, e ela por saber exatamente a extensão do dela, ela se contém muito mais que eu, mas… ultimamente ela parece ter perdido o medo de seus limites. É imprudente, sim, mas… é um passo importante, disso eu sei bem.

Ochako pode não ser muito próxima do Todoroki, mas ela o considera, sim, um grande amigo. No primeiro ano, eles mal conversavam e só saíam juntos por conta dos amigos em comum —  Iida e Deku. No Festival Esportivo desse ano, eles se enfrentaram nas quartas de final e Todoroki fez questão de cumprimentá-la após uma massacrante e justa vitória, a partir dali, ele pareceu ter se soltado um pouco  e houve uma leve aproximação, nada muito gritante, mas eles mantêm breves conversas e ela jura que já o fez rir uma vez. Seja como for, ela nunca o ouviu falar tanto assim, ainda mais sendo ela o assunto, não é chocante perceber que ele é muito mais observador do que pensam, Ochako só nunca imaginou que em algum momento da vida dela foi observada pelo melhor aluno da sala, filho do atual herói número 1. Tal revelação a deixa… desconcertada, claro, mas também… orgulhosa?

—  É… acho que sim… —  Deku aparentemente concorda —  B-bom, então você está bem, certo, Todoroki-kun?

—  Sim, eu até já fui liberado. Só estou esperando ela acordar para cumprimentá-la, mas… acho que posso fazer isso outra hora, é melhor deixá-la descansar por ora.

—  Concordo. Além do mais, as meninas queriam vê-la, não monopolizemos o horário de visita, senhores. —  Iida explica, andando em direção à porta — Midoriya-kun? Bakugou-kun? Vamos, vocês podem falar com ela assim que ela for liberada.

Ela olha pro Deku, olhos verdes e brilhantes a olham de volta, e Ochako sente um calafrio descer pela espinha, tem algo na expressão dele… não é aquele Deku doce e nervoso de sempre, ele parece… preocupado e determinado ao mesmo tempo… será que…? Ele percebeu alguma coisa? Não, não tem como! Tem?

Ochako relutantemente sai da enfermaria, ela realmente não pode monopolizar o horário de visita, mas sabe que as meninas indo lá agora não verão nada além de uma suposta Uraraka dormindo… ela também sabe que o Bakugou só vai parar de fingir que está dormindo quando estiver a sós com ela. Ugh, lá se vai mais uma visita à enfermaria.

Ochako deveria estar furiosa com ele, e parte dela talvez esteja. Mas o Bakugou usou o corpo e a individualidade dela pra arrancar um empate com ninguém mais ninguém menos que Todoroki Shouto, então talvez, só talvez… Ochako esteja bem feliz.



***

Katsuki abre os olhos e dá de cara consigo mesmo. É patético perceber que a esse ponto, isso nem o assusta mais. Conformado? Nem fodendo! Mas ele já se acostumou a lidar com a troca de corpos.

—  Você é um grandíssimo idiota de ficar fingindo que tá dormindo só pra evitar as meninas, sabia disso?

—  Quem você pensa que é pra me chamar de idiota, Cara de Lua? —  ele imediatamente a olha feio, preparando-se pra mais um sermão interminável dela sobre as regras e de como ele conseguiu quebrar pelo menos umas três nessa luta com o Meio a Meio —  Você que-

Ele fica completamente tenso quando ela se aproxima, apoiando as mãos no colchão da maca e encarando-o sem piscar. Curiosa, preocupada, irritada… ele não tem ideia do que ela tá pensando, e por incrível que pareça, esse silêncio dela o incomoda mais do que se ela tivesse dando um chilique, é bem… divertido vê-la gritando com ele… peraí, o quê?

—  Ah, é só uma queimadura leve, não vai ficar cicatriz… —  ela murmura, observando a vermelhidão no ombro dele. E tão rápido quanto ela se aproximou, Uraraka se afasta, fazendo-o soltar a respiração que ele mal percebeu que estava prendendo —  Bakugou-kun, você…

—  É, eu sei, Cara de Lua, não precisa começar com o drama, eu só fiquei entediado de lutar com o Quatro-Olhos e a Menina Sapo e quis um desafio maior, você precisava ver, o Meio a Meio tava implorando pra tomar uma coça com toda aquela pose do caralho e-

—  Foi incrível, Bakugou-kun! —  ela ergue os punhos e sorri o maior sorriso que ele já viu no próprio rosto —  Saltar pra forçar o gelo a se quebrar e fazê-lo levitar foi sensacional! E se desviar do fogo pra distraí-lo? Foi… uau, Bakugou-kun!

—  Tsk, não sei porque você tá tão surpresa… —  ele resmunga, evitando olhá-la diretamente.

—  Por que eu tô tão surpresa? Porque eu me vi fazendo coisas que eu jamais faria!

—  Como você é idiota!  — ele esbraveja. Ela… ela não percebeu que ele se inspirou na luta dela contra ele no Festival de Esportes?  — Eu ganhei?

—  Hum… acho que tava mais pra empate…

—  Empate?! Ah vão se foder você e aquele metido do caralho! Que porra é essa de empate? Eu não entrei nessa pra empatar! Ah, mas eu vou querer uma reva- —  Katsuki é interrompido pela risadinha dela — Qual é a graça, porra?

—  Eu sabia que você não ia gostar do resultado! —  ela continua rindo, e ele não tem ideia do que mais pode gritar pra fazê-la parar —  Enfim… obrigada, Bakugou-kun.

—  Tá me agradecendo pelo quê, caralho?

—  Ah, por me lembrar… que eu posso muito mais do que eu faço…

—  Porque você é cheia de desculpinha, né? —  ela o olha feio rapidamente, mas logo muda de expressão.

—  Porque eu botei na cabeça que quero ser heroína de resgate e, por mais que seja o mais certo pra mim, não precisa ser a única coisa pra mim, eu… posso entrar em combate se necessário… —  De que porra ela tá falando? Isso tudo já não é óbvio? — Tem muito mais coisas que eu posso fazer pelos meus pais.

—  Tsk.

—  Esse “tsk” foi pra quê agora?

—  Porque você é muito imbecil, só por isso.

—  Eu sou imbecil? —  ela revira os olhos.

—  Imbecil pra caralho! —  ele chuta o cobertor e se senta na beirada da cama para encará-la melhor —  Porque trabalho de herói até pode pagar bem, mas tem muito mais coisa por aí que paga melhor, tipo engenharia ou alguma merda assim, então vai se foder, Uraraka, você não tá aqui só por causa de grana ou por causa dos seus pais, você tá aqui porque adora essa coisa de herói!

Ela arregala os olhos e o encara como se ele tivesse acabado de dar um soco no estômago dela.

—  É-É, lembra que eu te disse que o dinheiro era só um dos meus motivos pra ser heroína? É bem isso mesmo que você disse… —  ela cora, olhando pro lado e balançando os dedos nervosamente — Eu amo isso tudo.

Katsuki olha pras mãos dela, que são as dele no caso, pra ter certeza que ela não ativou a individualidade sem querer e tacou uma explosão na cara dele, porque ele sente o corpo inteiro queimar ao se deparar com o olhar decidido dela.

—  Tsk, eu sabia. —  é tudo que ele consegue responder, dando as costas pra ela por saber que essas bochechas fofas devem estar roxas de vergonha —  Agora vaza daqui! Ou você tá com tanta saudade do seu corpo que vai ficar aqui pra me assistir trocar de roupa?

—  N-não, claro que não! Que coisa mais estranha, eu… eu já vou! A gente… a gente se fala! Tchau! —  ela sai correndo e balbuciando nada com nada.

E sozinho, Katsuki ri. Não uma risada maníaca de quem tá prestes a descer o cacete em algum imbecil, é uma risada doce na voz dela… e ele odeia o quão viciante o som dessa risada pode ser… que merda!

Ele precisa criar vergonha na cara e focar no que é importante, voltar pro próprio corpo sem que ninguém perceba que essa merda de troca de corpos aconteceu, treinar e estudar, preparar-se pra ser o número 1 e nunca se distrair, principalmente distrações bestas como uma risadinha e um rostinho bonito.

Tem tanta coisa mais importante pra se preocupar, e mesmo assim ele só consegue pensar que essa merda de troca de corpos poderia ser muito pior se fosse com outra pessoa. Mas é com a Uraraka, uma pessoa que ele consegue respeitar facilmente, alguém em quem ele confia o próprio corpo e a reputação, uma menina que… ele gosta pra caralho.

Porra, não é que a doida tava certa de novo? Katsuki é mesmo um grandíssimo idiota!

***

Izuku sabia desde o início, mas preferiu ignorar seus instintos. Talvez tenha alguma coisa a ver com o One for All, mas ele sente coisas que a maioria das pessoas não sente, chame de intuição, se preferir. O problema é que, além de muito intuitivo, Izuku é, também, extremamente paranoico, então às vezes fica difícil saber quando está certo ou quando está apenas sendo pessimista e esperando para que alguma coisa errada aconteça.

 

É ainda mais complicado quando ele parece ser o único vendo que tem algo estranho no ar, porque aí só tem mais certeza que é tudo cisma da sua cabeça. Cisma essa que aumentou pelo jeito que a Eri agiu quando viu a Uraraka aquele dia na academia. Izuku tinha certeza que o Todoroki tinha percebido também, talvez fosse por isso que, ontem,  ele tivesse topado lutar com a Uraraka, pra confirmar suas suspeitas, mas na enfermaria, o Todoroki agiu normalmente. 

E ainda tem o Kacchan… talvez ele também tivesse notado, mas a julgar por aquela conversa que eles tiveram no domingo, o Kacchan é o que mais acredita nessa suposta Uraraka… será que ele é a vítima, então?

Bom, a prioridade é a Uraraka, por enquanto. Ela não está sendo ela mesma, e de alguma forma isso tem a ver com uma missão que ela fez junto com o Kacchan, o Shoji e a Yaoyorozu, certo? Ela passou a noite na enfermaria, e a partir de então, tem agido diferente: sempre distante e quieta, mas quando ela fala, é com raiva e nervosismo, tem evitado os amigos mais próximos e grudou no Kacchan de uma maneira quase obsessiva, isso sem falar que parece não se lembrar de algumas coisas como nomes de pessoas da escola e conversas que teve no passado, tanto distantes quanto recentes… não importa o que aconteça, a Uraraka nunca o trataria de maneira tão fria mesmo depois de ter se confessado e não ter tido uma resposta imediata, ela continuaria sendo gentil, apoiando-o e pedindo ajuda quando necessário, sorrindo intensamente e gritando “Plus Ultra” com o mesmo entusiasmo e dedicação que ela tem pra tudo na vida… 

 

Uma coisa é certa, essa Uraraka não é a mesma que o salvou no exame de entrada da U.A. Outra coisa é certa: essa de agora simplesmente não é a Uraraka. Não é paranoia, é intuição. Ele sabe disso.

Izuku precisa fazer algo quanto a isso, mas sem alarmar ninguém, principalmente o Iida e a Tsuyu. Não, se eles não perceberam, é melhor que seja assim… ele vai resolver isso sozinho e, se a situação se mostrar muito pior do que aparenta, pedirá ajuda dos professores. Por enquanto, isso fica só entre ele e essa suposta Uraraka.

—  Uraraka-san, podemos conversar? —  Izuku a intercepta na saída do vestiário após o término das aulas da tarde.

— Sobre? — ela o encara com uma expressão vazia.

—  Hã, é… pessoal, não acho que a gente deva falar sobre isso na frente dos vestiários. —  ela arregala os olhos e parece ter engolido em seco — Vamos até… o Ground Beta?

—  Não se você não me falar o que você quer antes, Deku m-, hã… Deku-kun. —  visivelmente desconfortável, ela esfrega a parte de trás da cabeça — Se for sobre aquela por- a confissão, eu não quero falar sobre isso ago-

Droga! Ele planejava usar a confissão de isca pra saber se era mesmo ela ou não, mas essa pessoa sabe que a verdadeira Uraraka se declarou pra ele. Rápido! Ele precisa pensar e agir mais rápido!

—  Não é sobre a confissão, Uraraka-san. Tanto você quanto eu precisamos de um tempo pra decidir isso. É sobre outra coisa, e é urgente. —  ele responde firmemente, nem cogitando a possibilidade de recuar agora.

—  Tá, mas é melhor ser rápido. —  ela dá de ombros e passa por ele, e Izuku a observa silenciosamente. O rosto, os cabelos, a postura… tudo nela parece o mesmo de sempre, tirando o fato de que ela não tem usado meia calça preta ultimamente… ele se sente corar, sabendo que não é hora pra pensar nisso… sabendo também que outra coisa diferente, a mais importante, é a personalidade dela.

Os dois caminham até o Ground Beta, e Izuku sente as mãos tremerem de nervosismo, ele quer tanto estar errado! Mas algo em seu íntimo diz que não está. E isso é horrível.

—  Eu vou… eu vou perguntar só uma vez: quem é você? —  ele diz assim que os dois param frente a frente próximo aos limites do Ground Beta.

—  Do que você tá falando agora? Bateu com a cabeça ou alguma m-

— Eu não sei quem você é, mas de uma coisa eu sei: você não é a Uraraka Ochako.

Silêncio. Até que ela começa a rir descontroladamente.

—  Deku… Deku-kun, do que você tá falando? Tá tudo bem com você?  — ela pergunta, pondo as mãos na cintura e o encarando com um sorriso doce… porém forçado.

—  A princípio, eu achei que fosse tipo a individualidade daquela Utsushimi Camie que estuda no Shiketsu e consegue copiar o corpo de outras pessoas-

—  Hã? A individualidade dela não é essa, seu id- bobão… —  o quê? Ah, espera, isso não importa.

—  Me deixa terminar! —  ele berra e ela se cala, olhando-o feio —  Depois eu percebi que não seria isso porque aparentemente ela só consegue copiar a aparência e não a individualidade… então eu pensei que seria uma individualidade semelhante ao do Monoma-kun, mas ele só copia a individualidade, não a aparência, e por um tempo limitado. Então a minha conclusão é de que, quem quer que você seja, é alguém que, de alguma forma, roubou o corpo da Uraraka-san por completo, e fez isso quando ela estava dormindo na enfermaria depois daquela missão no laboratório.

—  Você parece ter muita certeza disso. —  ela responde, completamente inabalada.

—  Eu estou desconfiado há um tempo, e até achei que fosse loucura minha, mas a Eri-chan também percebeu, e depois eu te vi lutar ontem e… enfim, nada disso importa, o que importa é que eu conheço minha melhor amiga o suficiente pra saber que você não é ela. Então me responde logo: você tá com a Liga dos Vilões?

—  Liga dos Vilões? De que p-

—  É parte de um plano pra sequestrar o Kacchan de novo? É por isso que você grudou nele e tá… seduzindo ele se passando pela Uraraka-san?

—  Você tá lendo histórias em quadrinhos demais, seu… nerd! E porra… “seduzindo”?  Mesmo se fosse verdade, que lixo de plano! Eu que não vou ficar aqui dando trela pra essa sua brisa, não. —  ela dá as costas e faz que vai embora.

Izuku é rápido, concentrando todo o poder nas pernas pra saltar e parar na frente dela. Ela parece um pouco surpresa, mas não recua, devolvendo o olhar firme e decidido.

—  Eu não vou deixar você ir sem me dar uma resposta!

—  Ah é? E o que você vai fazer? Vai me bater pra me fazer falar? Você teria mesmo coragem de bater na sua querida Uraraka-san?

—  Você não é ela! —  ele esbraveja, afastando-se um pouco pra entrar em posição de ataque e ativar o One for All —  O que você fez com ela? A consciência dela tá adormecida aí dentro? ME RESPONDE!

Izuku se lança pra cima dela, jogando-a no chão e imobilizando-a. A verdadeira Uraraka com certeza teria reagido e o chutado pra longe, essa impostora permanece parada, apenas o olhando com ódio, até que a expressão dela se suaviza a ponto de parecer… magoada?

—  D-Deku-kun… você… o que tá acontecendo?

—  U-Uraraka-san, é você mesmo?  — ele alivia a tensão que a segura, e ela sorri diabolicamente. Izuku só percebe seu erro quando ela solta uma das mãos e o empurra. Antes que ele possa fazer qualquer coisa, seu corpo já está subindo e a impostora ficando cada vez mais longe. Ele a assiste juntar os dedos, e o corpo dele atinge o chão, apenas para sentir algo que parece muito a sola de um sapato acertando seu peito com tudo.

Suas costas e cabeça batem com força no chão, e ele geme de dor e surpresa, a impostora se aproxima, encurralando-o ao parar por cima dele, abaixando-se para encará-lo.

— Tsk, não interessa em que corpo eu tô, eu sempre ganho de você!  — ela esbraveja.

Espera… esse jeito de falar, esse olhar…

—  C-como assim? A gente j-

— Você tá dominando esse poder emprestado mais e mais, mas se for pra não levar seu adversário a sério só porque ele tem uma carinha bonitinha, melhor devolver o One for All pro All Might, seu nerd do caralho!

Não pode ser… não, isso é impossível, não é? Isso é… EITA PORRA!

—  K- KA- KACCHAN?!


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Notas finais do capítulo

Pra quem se perguntava qual dos amigos dele descobriria primeiro: É CLARO que seria o Deku huasjuajs

Espero que esteja curtindo! Obrigada por ler!



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