Be your everything (BlackWater) escrita por Amanda Vieira, MandysGonçalves


Capítulo 39
Trinta e nove




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[Jacob]

 

 -Quer dizer então que tudo bem pra ele você ter pegado a esposa dele e agora a filha?

 Encaro Embry.

 -Aparentemente. -respondo, dando de ombros.

 -Não tem ninguém são naquela família não? -pergunta irônico.

 -Aquilo que Renesmee disse, sobre o imprinting fazer você gostar da Bella pra estar perto da Renesmee, tenho que admitir que faz sentido, não é como se não tivéssemos outro exemplo bem debaixo do nosso nariz. -comenta Quil, recebendo olhares meu e de Embry.

 -Como assim, gênio? Tá falando de que? -pergunta Emby, confuso.

 -Leah. Ele está falando de Leah e Emily. -respondo, Quil assente.

 -Sinceramente, nunca me imaginei falando “mal” do imprinting, mas todos nós vimos o quanto foi cruel com Leah, nós sabemos que ela foi usada como uma ponte para que Sam chegasse a Emily. -prossegue Quil.

 -Nessa lógica, Bella foi a ponte para Jacob encontrar Renesmee, literalmente, já que são mãe e filha. -fala Embry, fazendo careta. -Bizarro.

 -O quão absurdo é isso? -questiono irritado. -Um jogo do destino, no qual somos meros peões.

 -Dois casos… quem garante que outros de nós não passemos pelo mesmo? Estou enjoado. -resmunga Embry, fazendo careta.

 -Só essa conversa já coloca muita coisa em jogo. -comenta Quil, cabisbaixo.

 -Nossa geração está colocando muitas coisas à prova, são muitas mudanças. -fala Embry.

 -Falando em mudanças, e a nova dinâmica com Sam? -pergunta Quil, dou de ombros.

 -Sinceramente, nem sei. Não parei pra analisar nada disso e muito menos conversar com ele. Graças a Deus ele e Jared têm se mantido à distância, sem causar nenhum problema. -respondo.

 -Jared está segurando as pontas, um grande milagre. -zomba Embry.

 -Paul deve ter dado uma baita chamada nos dois, afinal, colocaram a saúde de Billy em risco. -supõe Quil.

 -Só espero que eles estejam conseguindo aproveitar a lua de mel. -falo cabisbaixo.

 -Eu só espero que todos nós saiamos vivos dessa confusão. -brinca Embry.

 -Do jeito que o Jacob é imã de problema, acho que nunca teremos paz. -debocha Quil.

 -Haha, idiota. -resmungo.

 -Sabe o que é engraçado? Leah sempre zombou de Seth por gostar dos vampiros, mas foi o namorado dela que teve um imprinting com um deles. -provoca Embry.

 -Sabe o que é mais engraçado? -pergunto, ele me olha, sorrio. -Que vocês dois vão calar a boca agora. -ordeno usando o comando de alfa. Quil revira os olhos, Embry bufa. -Bem melhor, não é? -debocho.

 

 Já são 4h21 da manhã e eu não consigo dormir. Estou deitado no chão do corredor, entre meu antigo quarto onde o cheiro de Leah está enfraquecido, evidenciando sua ausência e meu novo quarto, onde Renesmee esteve a poucos dias. Depois que eu acendi milhares de incensos pela casa, o cheiro dela diminuiu consideravelmente, porém, eu ainda conseguia senti-lo se me concentrasse. Racionalmente, eu queria Leah, mas, meus instintos gritavam para ceder a tentação da híbrida.

 Ouço a respiração baixinha do meu pai dormindo em seu quarto e penso em quanto sofrimento o estou infringindo novamente. Ele não diz nada, mas posso ver seu olhar triste e preocupado sobre mim. Acho que, tanto ele como Rachel, imaginavam que eu havia encontrado meu rumo na vida e que havíamos passado da “Fase Bella”, infelizmente, eu estava ainda mais encrencado com a família Cullen agora do que no passado.

 Me sinto péssimo novamente, pessoas estavam sofrendo e era tudo culpa minha. E ainda tinha família Clearwater, Sue e Seth deviam pensar que as coisas também estavam se resolvendo na vida de Leah antes de eu começar a estragar tudo. Depois de anos tentando se reerguer da tragédia com Sam e Emily, lá estava eu, a colocando exatamente na mesma posição de antes. Claro que minha maior preocupação era com Leah, mas eu não podia ignorar o fato de que talvez tivesse arruinado minha relação com Sue e Seth para sempre no processo. Ambos ainda continuavam sendo cordiais comigo, não sei se pela minha posição na matilha ou se por ainda haver uma esperança de que tudo acabasse bem.

 Suspiro encarando o teto, pela primeira vez, desejo que Rachel estivesse aqui, que estivesse ao meu lado nesse exato momento para que eu pudesse lhe contar tudo o que minha mente não para de gritar. Queria minha irmã me dizendo que confia em mim e que sou forte o bastante para superar isso, ela com certeza saberia dar um jeito nas coisas.

 Droga, eu gostaria até que Rebecca estivesse aqui agora. Eu provavelmente lhe contaria cada maldito segredo da tribo e esperaria que ela expulsasse Renesmee da minha vida, claramente um delírio da minha parte. Eu com certeza estava enlouquecendo.

 

 Perco a noção de tempo e em algum momento adormeço, mergulhando em um sono turbulento. Quando acordo, assustado, o sol ilumina a casa, estou coberto por suor, ainda no chão do corredor. Pisco os olhos, a fim de afastar a confusão e entender o que está acontecendo.

 -Você dormiu no chão? -questiona Rachel, bem na minha frente.

 -É uma miragem? -questiono, confuso.

 -Não, somos nós mesmos, de volta a La Push, baby! -responde Paul, surgindo atrás dela.

 -O que…?

 -Decidimos voltar mais cedo. -explica Rachel.

 -Por minha causa? -pergunto, me sentindo um merda, volto a jogar meu corpo no chão.

 -Achamos que você precisava de apoio. -fala minha irmã, docemente.

 -Droga, Rache, não precisava fazer isso! -resmungo, envergonhado.

 -Aparentemente precisava e muito, você literalmente dormiu no chão cara! -exclama Paul. Faço careta.

 -Rachel, é você querida? -a voz de Billy ecoa de seu quarto.

 -Sim, papai, acabamos de chegar. -responde ela.

 -Espere, se papai sabia, isso foi um complô contra mim? -questiono, encarando minha irmã, ela dá de ombros.

 -Sabíamos que você tentaria nos convencer a não voltar e não queríamos correr o risco de você usar o comando de alfa com o Paul.

 -Eu não faria isso! -protesto.

 -Eu te conheço, Jacob, você faria qualquer coisa se achasse que estava causando um transtorno conosco. -rebate minha irmã.

 -Nem sabemos se funciona. -bufo, Rachel sorri.

 -”Não queriamos correr nenhum risco”. -repete ela.

 -Sinceramente, não entendo porque se dar ao trabalho de voltar antes do programado numa viagem com a qual vocês tanto sonharam. Sei que as coisas ficaram agitadas por aqui, mas conseguimos sobreviver sem vocês. -falo, um pouco irritado.

 -Será mesmo? -provoca Rachel. -Escute Jacob, não é questão de conseguir ou não sobreviver sem nós, é questão de família, você precisa de nós, papai também precisa e eu seria uma péssima pessoa se pensasse apenas em mim nesse momento. Quando tudo se acalmar, não se preocupe, pode ter certeza de que arrastarei Paul de volta para a Torre Eiffel num piscar de olhos.

 A porta do quarto do meu pai então se abre e ele se aproxima de nós, sorridente.

 -Que bom te ver, querida! Como estava a Champs-Elysee?

 Minha irmã se ergue e vai abraçar nosso pai.

 -Senti sua falta, pai. Paris estava incrível. -responde ela.

 -Bom dia, sogrão! -cumprimenta Paul, também abraçando Billy.

 -Como vai, garoto? -responde Billy, dando tapinhas nas costas de Paul.

 -Estou bem, obrigado. Vou preparar o café da manhã, alguém tem algum pedido especial? -fala Paul.

 -Omelete? -peço, ele sorri para mim.

 -É pra já, cunhadinho. -responde ele, então desaparece dentro da cozinha.


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