Be your everything (BlackWater) escrita por Amanda Vieira, MandysGonçalves


Capítulo 28
Vinte e oito




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[Leah]

 

 Rebecca estava me encarando, aparentemente eu havia tocado em um ponto sensível. Jacob, que estava atento a toda a conversa se mexeu inquieto, discretamente fiz um gesto indicando que eu tinha tudo sob controle.

 -Esse é o tipo de coisa que não faz nenhum sentido para mim. A Rachel que eu conheço jamais seria amiga dessas pessoas. -desabafou Rebecca.

 -Sei que pra você deve parecer estranho, mas, infelizmente ou felizmente, todos aqui são tão próximos uns dos outros, que a convivência acaba sendo inevitável em algum grau. Quando sua irmã voltou a morar aqui, ela não tinha nenhum círculo de amizade, logo, fazia muito sentido se aproximar de quem já era próximo ao Paul, além do fato de serem casais, então havia cumplicidade. -falei. -Sinceramente, eu não quero ninguém escolhendo lados, pra mim isso tudo já está resolvido. A cena que você acabou de ver, é simplesmente porque Emily sente culpa e busca a redenção, tanto tempo já se passou e ela não consegue entender que algumas coisas são pra sempre, não tem volta. Quanto ao Sam, ele é apenas um babaca provocador.

 -Maduro da sua parte. -falou Rebecca, sem entusiasmo. Dei de ombros.

 -Sua irmã é uma mulher incrível, ela e Paul me tratam super bem, independente de quem são amigos. Sei que agora deve soar ainda mais bizarro, pois namoro seu irmão, mas de verdade, eu não ligo, só quero que cada um siga sua vida. -acrescentei, ela assentiu.

 -Você faz muito bem ao Jacob, meu pai e Rachel não me contaram, mas eu sei que ele passou por problemas, que ficou fora de casa. -falou Rebecca de repente.

 -Bom, não cabe a mim falar, mas eu entendo o que Jacob passou, talvez, por esse motivo nos damos tão bem. -respondi.

 -Parece haver tantos segredos na minha família agora, e eu sou a única de fora disso tudo. -falou, chateada. Não respondi, Rebecca era aquele tipo de pessoa que sabe quando estão mentindo para ela, era melhor não falar nada do que aumentar a desconfiança dela.

 -Vocês vão ficar aí sentadas o dia todo? -perguntou Jacob, se apoiando na minha cadeira.

 -Irmãozinho, vai pegar umas bebidas pra gente, enquanto eu conheço melhor sua namorada. -mandou Rebecca, Jacob revirou os olhos, mas fez o que ela pediu, dei risada.

 O churrasco dos Lahote foi até o começo do anoitecer, quando as pessoas começaram a ir embora. Apesar do momento desconfortável com Sam e Emily, o dia havia sido agradável. Estava encostada no carro, esperando minha mãe para irmos embora, Jacob e Seth também estavam comigo. Ela chegou e veio diretamente até Jacob.

 -Jake, querido, sinta-se muito bem vindo para dormir lá em casa, mas, quando o fizer, gostaria que entrasse e saísse pela porta da frente. -falou Sue, do nada. Seth começou a rir, Jacob ficou sem graça, eu não sabia onde enfiar minha cara. -Somos todos adultos por aqui, vamos agir como tal.

 -Sim, senhora! E me desculpe qualquer incômodo ou constrangimento. -respondeu Jacob, prontamente.

 -Incômodo nenhum, querido. -falou minha mãe docemente. Então entrou no carro.

 Jacob começou a rir, ainda envergonhado. Abriu a porta do carro e eu entrei, me acomodando no banco de trás, Seth era o motorista da vez, já que não havia ingerido nada alcoólico.

 -Nos vemos mais tarde, então. -falou Jacob, assenti. Ele fechou a porta e Seth deu partida no carro.

 

 Mais tarde naquela noite, Jacob cumpriu as regras da minha mãe e entrou pela porta da frente.No dia seguinte, ele tomou café da manhã com a minha família e saiu para abrir a oficina. Eu passei o dia em casa, Jacob iria ajudar nos preparativos do casamento após fechar a oficina. À noite, ele, Billy, Rebecca e Solomon vieram comer pizza aqui em casa.

 -Solomon, você já conhecia La Push? -perguntou Sue, puxando assunto. Estávamos todos sentados à mesa de jantar, aguardando as pizzas chegarem. 

 -É a segunda vez que venho, mas da outra vez foi uma passagem bem rápida, não tive a oportunidade de conhecer o lugar, então é como se fosse a primeira vez. -explicou ele.

 -E o que está achando? -perguntei, ele sorriu.

 -Só fazem três dias, mas estou achando muito divertido, todos parecem tão unidos. -respondeu. Fiz careta, ele riu.

 -E você, Rebecca, como está sendo voltar pra casa? -questionou minha mãe.

 -É estranho, o lugar continua o mesmo e ainda assim parece que mudou absurdamente, eu reconheço os lugares e as pessoas, mas parece que estou descobrindo tudo pela primeira vez. -respondeu ela, visivelmente insatisfeita.

 -É como eu disse, querida, as novas gerações estão mudando esse lugar, estamos ficando modernos. -falou Billy.

 -Tenho que concordar, o pessoal da Reserva está cada vez mais enturmado com Forks, não temos ficado tanto a deriva. -concordei.

 -Finalmente! -exclamou Rebecca. -Não faz sentido querer ser um lugar à parte quando Forks já é minúscula.

 -Às vezes é preciso se manter à parte, querida. -falou Billy suavemente.

 -Então, vocês vão ficar mais alguns dias após o casamento? -Sue mudou de assunto, Rebecca assentiu.

 -Ficaremos mais uma semana. -respondeu ela.

 -Precisamos fazer uma noite na fogueira! -exclamou Seth, animado.

 -As tradicionais fogueiras Quileutes? -perguntou Solomon, também animado.

 -Sim, uma vez por mês nos reunimos com os anciãos, que agora são Billy, o velho Quil Ateara e minha mãe, que assumiu o lugar do papai representando a família Clearwater. -explicou Seth. -Não é com a tribo inteira, mas somos em muitos, temos o Sam Uley, o Paul Lahote, Jared Cameron, eu, Leah e Jacob, o Embry Call, o Quil Atera neto, os outros garotos: Andrew O’Hara, Oliver Atkinson, Brody Calhoun, Kayden Lynch, Gabriel Kerr e Caleb Reese. E claro, Rachel, Emily, Kim e Claire, as namoradas.

 -Antigamente era um conselho apenas masculino, né? -Solomon estava interessado.
—Há muito tempo, antes de eu nascer. -respondeu Billy.

 -Durante o tempo que eu morava aqui não lembro de nada disso. Apenas as pescarias entre papai, o velho Quil, Charlie e Harry. -comentou Rebecca.

 -Vocês todos eram muito pequenos, não havia motivos para fazermos reuniões na fogueira tarde da noite. -argumentou Billy. -Foram os garotos, como Paul, Jared, Sam e Jacob que trouxeram a tradição de volta. O que nos fez resgatar nossas origens.

 -Vocês também contam histórias de terror? -prococou Rebecca.

 -Apenas lendas da nossa tribo. -retrucou Jacob, sério.

 -Eu vou adorar participar disso! -exclamou Solomon, fazendo todos rirem.

 O entregador chegou em seguida, Jacob e Seth foram pegar as pizzas. As caixas de pizza foram colocadas na mesa e todos se serviram imediatamente.

 -Dica da fogueira: assim que acabar a falação, corre pra mesa de comida ou vai ficar sem! -avisei.

 -Ela não tá brincando. -enfatizou Seth.

 -Os garotos parecem mortos de fome, como se nunca tivessem visto hambúrgueres e cachorros-quentes na vida. -reclamei.

 -É por isso que a dispensa lá de casa tá vazia? -perguntou Rebecca.

 -Paul é um comilão. -respondeu Jacob.

 -Você também. -acusei, ele fez careta.

 -Desde quando você fica do lado do Paul? -retrucou Jacob.

 -Desde que ele não esteja presente e seja pra insultar você. -respondi, divertida. Jacob riu.

 -Sorte que eu gosto muito de você, então vou deixar passar. -brincou ele, dando uma piscadela.

 -Desde quando vocês ficaram tão melosos? -protestou Seth.

 -Então, Seth, deixa eu te explicar: quando um homem e uma mulher se gostam e começam um relacionamento…

 -Eu já sei como os bebês são feitos! -exclamou Seth, desesperado. Jacob o olhava sério.

 -Como eu ia dizendo, é natural que…

 -Eu não quero ouvir, lá lá lá. -berrou meu irmão, tapando os ouvidos. Revirei os olhos, enquanto Jacob gargalhava.

 -Quantos anos vocês tem mesmo? -perguntei irônica.

 -Cinco! -respondeu o idiota do meu namorado.

 -Então Rebecca, deu tudo certo com a prova do vestido hoje? -minha mãe mudou de assunto.

 -Ai nossa, deu tudo certo, graças a Deus, senão a Rachel ia surtar. -respondeu ela.

 -O seu vai ter fenda? -perguntei, ela assentiu.

 -Fiquei sabendo que o seu vai ter e as outras não, então vamos formar um time. -explicou, me dando uma piscadela.

 -Leah ficou maravilhosa, tenho certeza que você também Rebecca. -falou minha mãe.

 -Um pedaço de mal caminho a Leah naquele vestido, com todo o respeito sogrinha. -comentou Jacob, sorridente.

 -JACOB! -gritamos eu e Rebecca, Billy engasgou, minha mãe arregalou os olhos, Seth fez cara de nojo.

 -Ah, cara, eu não quero ouvir isso! -reclamou Seth.

 -Viva o amor! -exclamou Solomon, rindo.

 -Essa nova geração é muito pra frente. -finalizou minha mãe.

 -A senhora também, dona Sue, liberou o Jacob pra dormir aqui. -alfinetou o tonto do meu irmão.

 -Seth, querido, sua irmã é adulta, responsável e nunca fez nada que desrespeitasse essa casa, a mim ou a seu pai. Jacob é um bom garoto, eu estou muito feliz e de acordo com o relacionamento dos dois e confio neles, então, não há motivos para que não tratemos a situação com naturalidade. -rebateu minha mãe com toda a classe do mundo.

 -Agradeça por eu não me mudar pra cá, como o Paul fez conosco. -disse Jacob, zombeteiro.

 -Leah, você é super bem-vinda em nossa casa a qualquer momento. -afirmou Billy, sorri pra ele.

 -Obrigada, Billy. -respondi.

 -Realmente, estão todos modernos, graças a Deus! -comemorou Rebecca. -Já somos tradicionais, não precisamos ser arcaicos.

 -Mamãe até namora um cara branco, que era amigo do papai. -comentou Seth.

 -Seth! -berrei, e foi a vez da minha mãe engasgar. -Contexto, não que seja da conta de alguém aliás, mamãe é viúva e tem direito de ficar com quem quiser, Charlie era amigo do papai, sim, mas ele também é uma pessoa desimpedida, ambos estão felizes e isso só diz respeito a eles.

 -Charlie Swan, o policial? -perguntou Rebecca, assenti. -Lembro dele assistindo futebol com meu pai.

 -Ainda assistimos, querida. -falou Billy.

 -Ele era um cara bem legal, fico muito feliz que você esteja seguindo em frente Sue, você é uma mulher jovem, magnífica e merece tudo o que quiser. -falou Rebecca, fazendo minha mãe sorrir sem graça.

 -Isso ai! -comemorou Solomon.


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