Jacob.

 Quando a Leah e Seth chegaram, os anciãos já estavam posicionados, prontos para começar. Leah se sentou ao meu lado no tronco, mas não conversamos, pois o velho Ateara havia começado a falar. As noites na fogueira, desde que os Cullen haviam ido embora, tornaram-se mais momentos de descontração entre as matilhas, os anciãos continuavam nos dando conselhos e contando histórias, eu e Sam informávamos sobre as rondas e qualquer outra coisa relacionada ao nosso dever com a reserva, depois disso, todos íamos devorar as comidas e zoar uns com os outros, era também quando Claire, Emily, Kim e as outras meninas se juntavam a nós.

 Quando “fomos liberados”, Leah e eu fomos para a mesa atacar os lanches de cachorro-quente, e os meninos da matilha de Sam se juntaram a nós, para cumprimentar e perguntar as novidades a Leah. Vi minha irmã chegando e indo dar um beijo em Paul, que estava junto com Sam e Jared e me preparei para a “bomba Rachel”, agucei minha audição para poder ouvir o que viria. Ela cumprimentou os meninos e Kim se juntou a eles. Conversaram amenidades, até que ela notou nossa presença.

 -Ah! A Leah está maravilhosa, preciso cumprimentar minha cunhadinha. -exclamou ela.

 -O que? -berrou Paul, me encolhi. Rachel o ignorou e correu em nossa direção.

 -O furacão vem ai. -comentei, Leah me olhou, franzindo a testa.

 -Leah! -gritou Rachel. -Que bom que você finalmente voltou, assim o Jake toma banho e se arruma decentemente. -falou ela, Leah riu.

 -Caramba, Jacob, você não aprendeu que tem que tomar banho todos os dias e não só no sábado? -zombou Leah.

 -Haha, muito engraçadinhas. -respondi.

 -Espero que o Jacob eleve os padrões dele em relação a roupas, você está maravilhosa, Leah! -continuou Rachel.

 -Olha, vou te falar que ele estava até bem gatinho nas vezes em que foi me visitar. -comentou Leah.

 Percebi uma movimentação vinda de onde Sam, Jared e Paul estavam. Olhei de relance e Sam estava nos encarando, de braços cruzados. Percebi que os três estavam bem concentrados em nossa conversa. Decidi ignorá-los e tentar controlar minha irmã apocalíptica.

 -Rachel, você conseguiu segurar a sua língua por tanto tempo, porque não continua? -provoquei, ela bufou.

 -Nem pensar! Como você mesmo disse, tive que ficar quieta por meses, eu não aguento mais. Eu já dei o tempo de vocês, agora que Leah está aqui, preciso de conversas com a minha cunhadinha. -respondeu Rachel, indignada, revirei os olhos.

 -Você está ferrada. -avisei Leah, que riu.

 Então meu pai cometeu o erro de se aproximar da mesa de comidas.

 -Pai! -gritou Rachel. -Você já cumprimentou sua nora?

 -Ainda não tive a oportunidade, querida. -respondeu ele, então se virou para Leah. - É muito bom revê-lá Leah.

 -Bom te ver também, Billy.

 -E o que o senhor está achando disso tudo? -se intrometeu Embry. Meu pai sorriu sem graça.

 -Leah é uma menina maravilhosa, não há dúvidas. -respondeu ele, desconcertado.

 -Olha que maravilha: a casa Black agora será frequentada pelo Paul e pela Leah, dois apocalípticos. -zombou Quil. O velho Billy engasgou.

 -O Paul é um doce! -protestou Rachel.

 -Quil, saudades de quebrar a sua cara. -ameaçou Leah.

 -Vocês já foram perguntar pra Sue o que ela está achando disso? -perguntou meu pai, tentando se livrar da conversa. Quil e Embry se animaram.

 -Boa ideia tio Billy! -falou Embry.

 -Cadê ela? -perguntou Quil, olhando em volta.

 -Minha mãe vai bater nos dois e eu vou ajudar. -avisou Leah.

 -Já chega. -falei, usando o comando de alfa. Os dois bufaram.

 -Qual é Jake! -reclamou Quil.

 -Isso é abuso de poder, mano. -protestou Embry, enquanto eu gargalhava.

 -Vocês parecem que tem 5 anos. -falou Rachel.

 -A culpa é sua, linguaruda, sorte que o comando de alfa não funciona em você. -retruquei, minha irmã fingiu estar ofendida, pois se empertigou toda.

 -Se eu pudesse me transformar em lobo, eu que ia mandar em você, Jacob. -respondeu ela. Gargalhei.

 -Crianças, já chega. -pediu Billy.

 -O papai tanto sabe disso que pediu pra gente parar pra você não chorar. -prosseguiu ela.

 -Tá bom, Rache, fica ai sonhando. -falei, me divertindo.

 -Fiquei sabendo que temos um novo casal na área!

 Ouvi a voz de Emily às minhas costas, estava tão distraído que não percebi o momento em que ela chegará. Imediatamente Leah fechou a cara. Passei meu braço ao redor de sua cintura, a fim de tranquilizá-la e também segurá-la caso ela decidisse avançar na prima (só pra garantir), nos viramos para Emily, que sorria.

 -Quem diria! Acho que é verdade o que dizem, “onde há muitas brigas, no fundo tem amor”. -falou ela. Leah bufou baixinho. -Eu ainda me lembro das discussões intermináveis de vocês dois lá em casa.

 -O tempo e a mudança de ares ajudaram. -falei, sem graça.

 -Leah, posso falar com você? -interveio Rachel, agradeci minha irmã mentalmente.

 -Claro! -exclamou Leah, saindo com a minha irmã.

 Emily manteve o sorriso, embora tenha percebido sua expressão vacilar brevemente.

 -É bom vê-la feliz, vocês dois. -comentou Emily, como se estivesse falando consigo mesma.

 -Obrigado, Emily. -respondi.

 Ela então se afastou e foi para perto de Sam, que se manteve à distância o tempo todo; Pude sentir seu olhar sobre mim e Leah desde o momento em que minha irmã havia contato a novidade a todos. O restante da noite foi agradável. Quando o pessoal começou a se dispersar, eu e Leah decidimos fazer uma caminhada na praia. Alguns dos caras assobiaram, outros bateram palmas, quando saímos de mãos dadas, nos fazendo rir, Leah, a típica Leah, lhes mostrou o dedo do meio, antes de entrarmos na floresta. Um doce de pessoa essa garota haha.

 -Sua irmã me pediu para ser madrinha de casamento junto com você. -falou Leah, enquanto andávamos sem rumo pela areia. -E eu aceitei.

 -Você sabe que não precisa fazer isso se não quiser, né? -falei. Ela deu de ombros. 

 -Sua irmã é legal e eu acho que vai ser divertido, embora a Emily seja uma das madrinhas. -respondeu ela. -Então… você está pronto para subir num telhado essa noite? -perguntou, mudando de assunto. Sorri.

[...]

 Sai da casa de Leah ao nascer do sol. Cheguei em casa e fui tomar um banho, coloquei uma roupa leve e me joguei na cama. Aproveitei para dormir mais um pouco, já que era domingo. Quando acordei, encontrei Rachel na cozinha, rodeada de papéis.

 -Bom dia, irmãozinho. -cumprimentou ela.

 -Bom dia, Rache. -respondi.

 -Tomei a liberdade de convidar a Leah para ser seu par no meu casamento. -falou ela, com um sorriso enorme. Fingi indignação.

 -Meu Deus, Rachel, você devia ter me consultado! -reclamei, fechando a cara. Minha irmã claramente se ofendeu imediatamente.

 -Eu não devia nada, o casamento é meu, eu decido. Se me irritar, vou colocar você para entrar de braços dados com o Sam. -ameaçou ela, gargalhei.

 -Não acho que ele vai aceitar usar um vestido. -zombei. Então ela percebeu que eu apenas estava enchendo seu saco. Revirou os olhos e encarou os papéis novamente. -Aliás, obrigada por ter chamado a Leah naquele momento. -agradeci, minha irmã me olhou.

 -Nem imagino tudo o que a Leah deve ter passado e acho que não importa muito quanto tempo passe, ainda é escroto tudo o que aconteceu, mesmo que não seja culpa de ninguém. -respondeu ela, me surpreendendo. -Eu, assim como a maioria das meninas, demos sorte, de podermos viver um amor desimpedido. Mas já vi de perto como tudo pode ser cruel e olha que você nem teve um imprinting na Bella.

—É ótimo quando dá tudo certo, realmente… 

 -Uma manhã só da família Black? -perguntou Billy surpreso, entrando na cozinha.

 -Paul está na casa de Sam. -explicou Rachel.

 -Acho que a Leah ainda está dormindo, na casa dela. -respondi.

 -Jacob, meu filho, eu queria levar algumas palavras com você, que bom que estamos só nós aqui. -falou Billy. -Jake, estou muito feliz que você e Leah estejam juntos, eu e sua irmã temos visto como isso tem feito bem a você. Com isso, eu quero dizer para vocês serem cautelosos e terem paciência…

 -Está falando do Sam? -questionou Rachel, me surpreendendo. Meu pai suspirou.

 -Não me entendam mal, acho Sam um bom garoto, mas toda essa história, continua mal resolvida. -respondeu.

 -Acho que você tem toda razão em estar preocupado, pai. Paul me contou, depois que fomos embora, que Sam não pareceu reagir muito bem depois que todos souberam que Jacob e Leah estavam juntos, é um dos motivos dele e Jared terem ido logo cedo pra casa dele está manhã. -contou Rachel.

 -Nós sabíamos que teríamos que lidar com algumas coisas. -falei. -É por isso que estamos indo com calma na frente de todos, porém, nós somos adultos, eu não vou limitar meu relacionamento por causa de alguém que já tem uma vida com outra pessoa. Eu concordo que toda essa situação ficou mal resolvida, por isso, eu e Leah estamos super dispostos a resolver qualquer problema. Não vamos deixar nada atrapalhar nossa felicidade novamente.

 -Você sabe que pode contar conosco, vocês dois. -falou Rachel.

 -Vocês dois amadureceram muito, é verdade, mas eu temo as consequências que isso pode trazer, a tribo não suportaria uma guerra entre as matilhas. -divagou meu pai.

 -Não vai chegar nesse ponto, pai. -falei.

 -Eu espero que não, Jacob. Mas eu e os outros anciãos conversamos, estamos temerosos pelos rumos que isso pode levar. -respondeu ele.

 Um clima pesado tomou conta da pequena cozinha, mas então, o barulho estridente do celular de Rachel tocando, nos distraiu.

 -Rebecca, você devia ter me ligado há duas horas atrás, o que você estava fazendo que era mais importante? -gritou Rachel.

 -Estava cuidando da minha vida! -gritou Rebecca do outro lado, alto o suficiente para qualquer um por perto ouvir.

 -Minhas madrinhas estão completas, precisamos fazer os ajustes finais! -exclamou Rachel, como se anunciasse o fim do mundo. Minha irmã voltou a mexer nos papéis, foi a deixa para que eu e Billy saissemos de perto, a noivazilla estava atacando.

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