Destinos Improváveis escrita por Nara


Capítulo 94
Futuro - Um reencontro na eternidade


Notas iniciais do capítulo

Que tal ler esse capitulo com um pouco mais de emoção? Sim... eu o incentivo a faze-lo ouvindo a musica que usei de inspiração para escrever esse que pra mim é o momento mais sublime dos personagens em questão.
A música tem o potencial de trazer nossos sentimentos a tona, e eu escrevi esse capitulo com eles a flor da pele... mas no melhor sentido possível. Esse capítulo está carregado de emoção!

Perfect for me - Justin Timberlake reflete esse casal... Reflete esse momento... sim um capitulo todo de Severo e Maeva!
https://www.youtube.com/watch?v=zH1Ap4VeG0U - Ouça, acredite fará toda a diferença.



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Tudo aconteceu muito rápido, e num impulso completamente involuntário Severo abriu os olhos, ele sequer percebeu que os havia fechado, a única coisa que podia se lembrar era de que precisava agir, e foi o que ele fez… ele agiu, sem pensar duas vezes, ele se jogou, se posicionando na frente dela, afinal se aquela noite exigia mesmo um sacrifício, ele o faria e ao fazê-lo, Severo sentiu quase que instantaneamente as consequências da sua escolha, primeiro veio a dor e depois as imagens se dissipando diante dos seus olhos, até que não houvesse mais nada... e agora, ele se encontrava num lugar desconhecido… então era isso? não que houvessem grandes expectativas sobre... mas era assim que se morria? e ao avaliar aquilo melhor, ele se deu conta de que na verdade ele já conhecia aquele lugar, sim ele já havia estado ali antes, aquela era a mesma plataforma de trem exageradamente grande e iluminada que ele havia visto em seu sonho com Maeva a apenas duas noites atrás... então aquele lugar era mesmo real? e era para lá que as pessoas iam quando morriam? Aparentemente sim… afinal era isso que havia acontecido com ele... ele estava morto agora, ele sabia... afinal não havia simplesmente como sobreviver a aquilo que ele acabará de fazer ali.

—Severo - ele a ouviu chamar e seu coração disparou ao se dar conta de que sim, Maeva estava mesmo ali e isso também era real… afinal ambos estavam mortos agora, e isso tornava aquele encontro possível, ele se virou no sentido da sua voz, mal podendo acreditar que depois de todos aqueles anos miseráveis, carregados de culpa, dúvidas e também de incertezas, ele finalmente a veria… havia tanto… tanto a ser dito ali, e todas as revelações sobre ela, sobre o seu passado, sua família, os seus segredos… a filha que tiveram, isso certamente havia mudado a forma e o rumo da conversa que teriam, e sem falar que era estranho revê-la assim, já que ela não havia envelhecido, enquanto ele sim… o tempo parecia não funcionar ali, foi o que ele deduziu, mas isso não importava… não quando se tratava dela… Maeva o encarava, aparentando surpresa com a sua chegada, ela havia levado as duas mãos sobre a boca, sua expressão revelava mais do que palavras poderiam ou seriam capazes de dizer e assim como ele, era evidente que ela também não esperava por aquele encontro repentino - Não deveria estar aqui – ela disse quebrando o silêncio – não agora Severo... não ainda... isso não está certo... eu… eu não entendo, o que você fez? – ela perguntou, ela estava confusa, e ele a encarou por um longo momento, antes de poder trazer clareza sobre as circunstâncias que o haviam trazido até ali.

—Digamos que - ele fez uma pausa, era difícil formular aquilo - que aquilo que eu fiz, não seja tão diferente daquilo que você mesma fez… antes de mim – ele disse, passando os olhos por ela, isso por si só já seria suficientemente esclarecedor.

—Shara – ela disse o nome da filha deles – então... está aqui... por ela… você… você fez…

—Sim – ele disse não permitindo que ela concluísse, aquela era uma afirmação carregada de emoção e ela parecia ter compreendido o significado daquilo para ele, já que agora haviam lágrimas em seus olhos, aquele olhar… ainda era exatamente o mesmo olhar de sempre, e isso o desconcertava – portanto... – ele enfatizou - penso que eu… não seja o único… que não deveria estar aqui nesse lugar, não agora Maeva… não ainda... – ele disse, repetindo aquilo que ela havia insinuado sobre ele, ela baixou os olhos.

—Não tive escolha - ela disse com dificuldade – se eu tivesse tido alguma, eu não teria feito – ela completou, ele fechou os olhos absorvendo aquela verdade… talvez ela não pudesse ver da forma como ele podia, mas querendo ou não ela havia sim feito uma escolha, ao decidir que lidaria com tudo aquilo sozinha, e uma vez feita, aquela escolha havia decretado uma sentença em seu destino e no destino da sua filha.

—Por que? Por que fugiu Maeva? – ele perguntou, ele não estava ali para fazer cobranças ou apontar falhas, não… não quando ele sabia que havia falhado com ela tantas outras vezes em seu passado… Aquela era apenas a sua maneira de dizer que se importava com o fato dela ter tido que lidar com tudo aquilo sozinha.

—Eu precisava... precisava protegê-la – ela respondeu – era arriscado demais para nós duas e eu sabia que não poderia sustentar aquilo por muito mais tempo, não quando minha barriga estava começando a apontar, aquilo me denunciaria e eu definitivamente não queria ninguém especulando algo sobre isso, não quando alguns bruxos das trevas estavam começando a desconfiar… sobre minha magia, você sabe… - ela olhou para as próprias mãos – a lenda e a maldição… era apenas uma questão de tempo até que descobrissem, Shara não estaria segura… então…. – Maeva baixou os olhos – eu sinto muito Severo – ela pediu em lágrimas – eu sei que não deveria ter sido assim, eu sei que você nunca desejou isso, um filho… eu sei que não te dei escolhas aqui, mas eu a amava e ela dependia de mim, eu não suportaria se você a rejeitasse, não quando eu a queria, eu a desejei desde o primeiro instante, desde a primeira vez que ouvi seu coração bater... uma filha, a nossa filha Severo… eu não podia te contar a verdade, nem a você... nem a ninguém... Eu sei que você fez a poção para o ritual - ele desviou o olhar, ele carregava o peso daquela culpa, a maldita poção para aquele maldito ritual, que usaria o sangue da guardiã, o sangue dela - você não sabia - ela percebeu seu desconforto - então não se culpe por isso - ela disse - Voldemort teria conseguido de qualquer maneira, senão através de você, através de outro… e ele te machucaria, ou coisa pior, então fugir era simplesmente o certo a ser feito, e honestamente… nós sabíamos não é verdade? - ela perguntou - sabíamos que nunca daríamos certo, já que lutamos em causas opostas, e eu faria qualquer coisa… para salvá-la Severo... qualquer coisa – ela repetiu, ele entendia, sim agora ele entendia aquilo muito bem... e justamente por entender que ele se encontrava ali, com ela agora.

—Eu posso ver isso - ele sorriu de forma discreta, validando aquilo que ela acabará de abrir para ele ali, ela estava justificando, e em outros tempos aquilo seria o mínimo, ele a teria confrontado ou algo assim, mas agora não, não mais… e ele podia ver perfeitamente bem, que ela estava certa, sobre tudo, já que aquele havia sido o momento mais sombrio da sua existência, ele não estaria aberto a uma revelação como aquela, um filho… não, uma notícia como essa certamente não seria bem-vindo… então ele a teria machucado ainda mais e isso seria imperdoável - sim… sabíamos - ele se referia ao relacionamento deles - não teria funcionado - ele precisava concordar, aquilo havia sido loucura, uma loucura da qual ele não se arrependia - embora você estivesse certa, sobre minhas inclinações, elas já não estavam mais ali - ele admitiu - mas eu ainda não sabia disso naquela época… e admito que você foi corajosa Maeva… em prosseguir com algo tão grande assim, você fez aquilo que era melhor para a nossa filha - ela parecia comovida ao ouvi-lo se referir a Shara daquela maneira.

—Mas ainda assim… eu não fiz o bastante Severo... eu não consegui protegê-la de Elza… eu fui tão tola… ela era família, uma guardiã, e eu a amava… Elza, eu deixei de confiar Shara a você, mas então confiei a vida da nossa filha nas mãos dela... eu falhei com Shara… eu…. - Maeva parecia verdadeiramente inconformada ali, Elza havia mentido, ele também não podia julgá-la sobre isso.

—Está errada - ele disse - você fez muito mais do que qualquer outra bruxa teria conseguido fazer – Maeva fechou os olhos, deixando as lágrimas fluírem livremente… ele sentia muito, era tão verdadeiro… ele não sabia dizer se era aquele lugar, ou as circunstâncias que o levaram até ali ou até mesmo o encontro com ela… mas ele estava completamente mental agora… ele parecia compreendê-la melhor, havia empatia e ele podia até mesmo nomear seus próprios sentimentos externando aquilo que sentia e isso o fazia se sentir mais vivo do que quando de fato estava… por fim, o fim não parecia ser tão ruim assim… ele estava se curando, ao se libertar de toda aquela culpa, e ela parecia fazer o mesmo, ele retirou um lenço do bolso, o oferecendo para ela.

—Obrigada Severo - ela disse - por tudo - e ela não estava se referindo apenas ao lenço, mas se alguém deveria agradecer por algo ali, esse alguém era ele, afinal Maeva havia lhe dado muito mais que um recomeço, ela lhe deu uma razão para viver… uma filha, Shara era sua redenção, ele assentiu comovido… ao mesmo tempo em que sentia seu coração pesar ao se dar conta de que ele havia compreendido aquilo tarde demais… já que agora ele estava morto, viver não era mais uma opção…

—Então esse é o fim? - ele perguntou, sim era óbvio até, havia acabado para ele, assim como um dia acabou para Maeva também e se agora estavam os dois juntos ali… naquele lugar, e por mais que ele apreciasse isso, Shara não… ela não estava ali, e a percepção daquilo fez com que um vazio esmagador ocupasse um lugar significativo em seu peito... ele entendeu que não veria mais a sua filha, de que não sentiria mais os braços dela envolverem sua cintura, de que agora eles estariam separados por toda a eternidade, afinal se Shara estava viva, ele não… e agora ela teria que seguir sozinha a partir dali… ele suspirou, ao pensar que eles haviam tido tão pouco tempo juntos, era injusto que o destino fosse tão cruel assim… talvez fosse egoísmo da sua parte, mas lhe doía saber que mais uma vez ele não a veria crescer, de que não estaria lá para ela, quando ele mesmo havia prometido permanecer… ele sabia que Shara o culparia por isso, mas diante de todas as promessas feitas por ele, salvá-la certamente seria aquela que ele priorizaria, embora não fosse sua intenção fazê-la sofrer com a sua ausência, não depois de todas as ausências que ela jatteve em sua vida, mas entre ele e ela, ela viria primeiro… então pelo seu ponto de vista, ele julgava ter cumprido bem aquilo que prometeu, ele não de arrependia.

—Na verdade, esse ainda não é o fim - Maeva informou, o tirando de seus devaneios e o fazendo arquear a sobrancelha - esse lugar é apenas uma estação de passagem, existem outras estações como essa, por aí… e de certa forma todas elas se conectam, mas é aqui que todos os que morrem passam e apartir daqui encontram o seu destino… - ela esclareceu - existem dois destinos específicos e o trem costuma passar todos os dias, você saberá qual é o trem certo quando ele chegar... e então quando embarcar, sim... o trem o levará para aquele lugar que você denomina como sendo o fim - ela finalizou, o fazendo rir pelo nariz, ao se lembrar das histórias que sua própria mãe contava para ele quando ele ainda era um menino, sobre uma estação como aquela, sobre o céu para os bons e o inferno para os ruins, então aquilo… também era verdadeiro.

—Dois destinos - ele repetiu, não havendo nada mais a questionar a respeito, era tão evidente para ele qual havia sido o destino dela, assim como era evidente qual seria o seu, o inferno obviamente – então só tenho que esperar o trem certo chegar – ele disse e ela assentiu – aquele que me levará até o inferno - afinal com a vida que ele havia vivido não lhe restavam dúvidas sobre o seu fim, Maeva agora o analisava... suas feições ficaram tristes, talvez ela soubesse sobre aquilo e se importasse de alguma forma, mas ele não… honestamente ele não se importava… e ele queria dizer para ela que não haviam razões para ela se importar também, afinal ele estava bem ciente de que merecia aquele desfecho, que aquilo era apenas a consequência de suas decisões erradas aqui, ela se aproximou dele, o surpreendendo principalmente pelo fato de agora estar segurando a sua mão, e era perfeitamente agradável poder senti-la outra vez, ele teve que se controlar para não puxá-la ainda mais contra si.

—Sim... está certo sobre o trem, tão logo ele virá... - ela disse - mas não tenha tanta certeza assim sobre o seu destino Severo - acontece que ele tinha… - Você… acaba de salvar a nossa filha, e por mais que insista em dizer... mas você não é como acha que é... eu realmente posso ver o seu coração, meu dom… acredito que mencionei isso certa vez - ela sorriu, e ele se deu conta de que sentia falta até mesmo daquele sorriso - e você mesmo acaba de confirmar que eu havia acertado sobre as suas inclinações, portanto não duvide quando digo que poderá se surpreender sobre o trem – ela disse... sim ele sabia que havia se sacrificado por Shara, e ele faria de novo, quantas vezes fossem necessárias, afinal nenhuma sensação no mundo poderia se comparar a aquela que ele sentiu, segundos antes de perceber que a maldição da morte estava sendo proferida contra a criança bem na sua frente… sim ele faria novamente, mas aquilo não mudava quem ele era, e quem ele havia sido, o seu passado, nada seria capaz de mudar o passado… e muito menos a dor que o seu passado causou - está sangrando Severo - ela disse ao inspecionar a sua mão - certo, havia isso também… ele havia ficado com a adaga, e por alguma razão que ele não podia compreender, ele a usou, a posicionando contra o peito, exatamente sobre o seu coração e o acertando em cheio, tudo isso enquanto se lançava na frente de Shara, para protegê-la da maldição da morte, visto que aquela era uma maldição imperdoável que não causaria dor… mas ele precisava da dor, ele sabia que Maeva havia morrido pela lâmina afiada daquela adaga, e ele não achava justo padecer sem sentir dor alguma… ele queria sofrer, sim... sofrer como Maeva um dia sofreu, então ele havia feito... essa era a razão pela qual ele estava sangrando ali, apesar de que naquele lugar ele não sentisse dor ou desconforto algum.

—Estou bem - ele informou, sabendo que em outras circunstâncias ele deveria se preocupar com a gravidade daquele ferimento, mas como constatado por ele esse não era o caso ali – sem dor – ele achou por bem reforçar, ainda sem compreender o por que mais uma vez ela o estava encarando com aquela expressão de pura perplexidade, bem… ele estava morto e aquilo definitivamente não deveria importar naquelas condições.

—Não sentirá... de fato não existe dor aqui – mas então por que ela ainda parecia tão surpresa? - Severo… você usou a adaga, não usou? - ela pediu, se aproximando um pouco mais afastando suas vestes, havia um rasgo nelas, bem à altura do seu peito, e havia sangue coagulado ali... Maeva buscou os seus olhos e ele notou que agora ela possuía um brilho diferente no olhar.

—Sim - ele respondeu vagamente.

—Então… foi assim que você morreu? - ela perguntou agora com alguma euforia.

—Não posso afirmar com exatidão, já que Elza havia lançado o feitiço da morte, portanto não sei se a adaga fez o trabalho primeiro ou se foi o feitiço em si, visto que me lancei na frente dele para bloquea-lo e assim proteger a menina - ela o estava deixando confuso, afinal que diferença aquilo faria?

—Severo... preciso que me responda, você sentiu alguma dor antes de chegar até aqui? - ela perguntou e sim ele havia sentido... aquela não era uma lâmina qualquer, ele sabia, estava encantada e parecia ter o potencial de elevar a dor por infinitas vezes mais do que teria sido se fosse uma lâmina normal, mas ainda assim havia sido breve… e quando ele achou que não pudesse mais suportar tanta dor, ele havia desperto... aberto os olhos ali... naquela estação.

—Sim - ele respondeu, aquela conversa parecia fazer cada vez menos sentido, ela sorriu mais uma vez… dessa vez um sorriso largo, ela estava feliz por que ele havia sentido dor? Talvez estivesse… enfim...

—A adaga… você não vê Severo… mas existe uma chance, sim... por Merlin, talvez esse não seja mesmo o seu fim... - ela disse.

—Do que está falando? – que chance era aquela? A regra era clara, nada e nenhum feitiço, por mais escuro que ele pudesse ser, seria capaz de trazer alguém de volta a vida, muitos bruxos tentaram... mas aquela definitivamente não era uma opção, a morte era de fato invencível. Contudo não era isso que os olhos de Maeva pareciam querer lhe dizer... do que ela estava falando afinal? Era obvio que ele não queria ter partido assim... abandona-la, a sua filha... Aquilo não estava nos planos e era terrível que tivesse que ter sido assim, e se houvesse mesmo uma forma... talvez...

—Certo… tenho certeza que a essa altura, você já conheça a história por trás da adaga... correto? - ele achava que sim… não que houvesse muito, mas juntando algumas peças era possível posiciona-la dentro de um contexto, havia magia ancestral nela e isso mudava sua natureza, ela era encantada para... ele olhou Maeva... sim ela estava certa, talvez houvesse uma forma... Como ele havia deixado passar algo assim? algo tão importante… ele a encarava enquanto uma pequena chama, que ele identificou ser de esperança parecia renascer dentro do seu peito dilacerado - a adaga tem o potencial de retardar os efeitos da morte, é momentâneo, algumas horas para ser mais especifico… esse é o verdadeiro encantamento sobre ela, e enquanto você estiver dentro desse período Severi, você ainda tem uma chance, sim poderá ser resgatado… claro, não é algo tão simples assim, precisará de magia ancestral - ela o encarou… seu semblante ficando mais sério - Shara, ela precisaria fazer… já que precisa ser feito por alguém que possui a nossa magia... mas ela só tem 11 anos… ela certamente não saberia como... Afinal isso é algo ainda inexplorado… mas podemos tentar… não sei… - ela tentou soar positiva.

—Ela já fez isso antes - ele alertou, Maeva o encarou ainda mais surpresa – uma longa história… mas Shara não é uma criança qualquer Maeva… saiba que quando ela almeja, deseja muito algo…

—Ela vai atrás... até conseguir - Maeva completou, sim era isso.

—Sim ela faz… infringindo regras, se colocando em perigo… passando por cima das minhas ordens - ele bufou e achou que ela merecia saber a pestinha que havia colocado no mundo, Maeva sorriu…

—Encantador - ela disse um tanto quanto sem graça.

—Acredite, você não tem ideia do quão encantador isso pode de fato ser - ele disse colocando ironia ali, por vezes ela era terrivelmente desafiadora.

—Bem… eu particularmente acho que ela tenha puxado ao pai em muitos aspectos… e isso pode explicar algumas coisas - Maeva o provocou, mas ela estava certa sobre isso também, afinal quase tudo na menina, que o desafiava, poderia ser atribuído a ele, as vezes era como se olhar no espelho - Agora Severo, sobre a adaga, não é segredo que eu a tenha usado - ela disse com tanta naturalidade, o que de certa forma o deixou desconfortável – sei que você viu a lembrança, aquela que mandei junto com a carta - ele assentiu – Elza, ela me garantiu que estaria me resgatando naquele dia, foi por esse motivo que eu fiz da forma como fiz… - sim ele sabia... Ela não estava desistindo de viver, não ainda, era difícil aceitar aquelas circunstâncias, já que ela tinha as ferramentas certas, a adaga, a magia ancestral... a guardiã, Maeva tinha um plano a se apegar... já ele não, afinal não era como se ele tivesse tido algum tempo para pensar ou planejar algo assim, não.... ele sequer esperava padecer ali... a verdade que diferente de Maeva, ele havia feito o que fez,  apenas como uma forma de autopunição, já que as coisas haviam fugido completamente do controle, Shara não deveria estar ali, mas agora ela estava e sendo assim aquela noite parecia mesmo pedir um sacrifício... Alvo havia dito, ele tinha razão sobre isso, já Severo precisava da dor para validar o sacrifício, esse era seu modo de operação... Por sorte havia algo, a adaga e ele a usou de forma intuitiva... já que assim como a menina, aquele objeto também não deveria estar ali, se não fosse pelo diretor... Severo congelou, com a percepção clara dos fatos, aquele arranjo... sim fazia sentido... Dumbledore... ele sabia, ele sabia que a menina estaria lá naquela noite, ele havia previsto e planejado aquilo tudo, era óbvio agora já que ele havia sido o responsável por mandar a adaga através de Antony, com o intuito de que ele a usasse, aquele velho... Alvo sabia que Severo se sacrificaria se fosse o caso, no lugar da menina... mas como? Bom, de qualquer maneira aquela era uma pauta para outra ocasião.

—De fato, Elza não me parece ser muito confiável com suas promessas - ele usou ironia mas não com a intenção de feri-la, mas naquele contexto simplesmente cabia, afinal ele assim como ela, também havia se tornado uma vítima de Elza agora.

—De fato - Maeva concordou, mas ele podia sentir a relutância dela em faze-lo, ele podia sentir a sua dor, sentir a tristeza que ela externava sem nenhuma barreira para ele ali, ele sequer podia imaginar o quão difícil tudo aquilo poderia estar sendo para ela, ao ter que lidar com toda aquela situação mais uma vez, a adaga... a promessa, sua escolha, uma mentira e as consequências - mas ainda assim Elza não mentiu sobre o seu uso – ela disse – a adaga pode ser uma ferramenta verdadeiramente útil, eu me inteirei sobre o assunto… eu sabia que era real e que aquela era minha melhor opção, bom teria dado certo, se Elza como você mesmo disse, tivesse cumprido com o prometido - ela suspirou – e agora, por ironia do destino ou não, essa também passou a ser sua melhor opção Severo... com a diferença de que no seu caso, pode mesmo dar certo - ela finalizou e ele viu ali uma oportunidade de se aproximar dela também, depositando uma mão em seu rosto.

—Sinto muito Maeva – era sua vez de dizer e era completamente sincero - sinto por tudo aquilo que perdeu… teria sido uma mãe incrível se tivesse tido a chance - ele precisava dizer, ela segurou sua mão a sustentando ali, enquanto fechava os olhos e uma lágrima singela escapou dali, o molhando.

—Obrigada Severo… significa tanto - ela disse com a voz embargada – e apesar do que aconteceu... de tudo que Shara passou antes de chegar em Hogwarts, antes de você… eu… sou feliz que ela tenha te encontrado da forma como ela encontrou, ela o fez com o coração… e apesar de tantas ressalvas… ela conseguiu se abrir a você Severo, confiar e se entregar de maneira profunda e isso tudo antes mesmo dela saber... saber a verdade sobre vocês... as vezes, o destino simplesmente acerta o alvo – sim... mas nem tudo eram flores...

—Não foi fácil pra mim Maeva… uma criança – ele admitiu, não havia mais razões para encobrir qualquer sentimento e era libertador poder expô-los com tamanha naturalidade.

—Eu sei Severo - ela disse, ao abrir os olhos, aqueles olhos verdes… - eu sei... eu estive aqui - ela apontou para a estação - esse tempo todo... e eu não o julgo por isso... - ela se voltou para ele – eu o vi, vi sua negação, a dualidade, o desconforto mas também vi a mudança, a transformação… e eu posso compreender isso - ela disse - eu me sinto responsável por isso… admito - ela o encarou - eu me sinto responsável por tanto… e justamente por me sentir assim que eu fiquei aqui... eu não podia simplesmente partir… então eu não embarquei no trem, nunca o fiz… não ainda, não com tanto acontecendo lá, com você… com Elza… era meu dever corrigir, até que Shara ficasse bem, até que você ficasse bem… - Maeva lamentou - mas agora você… está bem aqui…

—O que isso significa? - ele perguntou – o que quer dizer com ainda não embarcou no trem? – ela não soava claro o suficiente para ele, mas ele não era um total ignorante, era obvio que ela estava abdicando de prosseguir, se é que aquilo fosse possível... ele não sabia, mas pela forma como estava sendo dito por ela ali, sim aquilo era... e tudo isso por que ela ainda se sentia responsável pela criança, por ele...

—Desde que cheguei aqui... ou melhor, desde que parti do nosso mundo... eu ainda não embarquei no trem - ela disse - eu o vejo passar todos os dias… mas eu não pude ir… - sim... era exatamente o que ele havia imaginado, ela não tinha sequer dado um passo em direção ao destino final, ela havia optado em ficar presa naquela estação, sozinha, e isso por que ela sentia que não havia feito o bastante...

—Está dizendo… que ficou aqui nessa estação esse tempo todo? – ele perguntou tentando soar indignado, como quem quisesse dar-lhe um sermão, agora era ainda mais evidente para ele o quanto ela ainda se sacrificava pela menina, mesmo depois de tudo, talvez sem perceber Maeva também fosse como ele e precisasse do flagelo, ela era movida pela culpa e sendo assim ela não se sentia merecedora do descanso eterno, pelo menos não ainda, a culpa que ela carregava era devastadora... então do jeito dela, aquela foi a maneira que ela encontrou, para sentir dor, ela também queria que doesse.

—Sim – ela confirmou - embora a compreensão do tempo aqui seja um tanto quanto diferente daquela que vocês possuem lá - ela explicou - eu não podia ir… e bem... eu não sou a única aqui, existem milhares de outras pessoas na mesma situação, presas com situações mal resolvidas em seu passado – outras pessoas? aquele comentário fez com que ele involuntariamente olhasse para os lados, mas não havia mais ninguém, além deles ali - o fato de não poder ser visto por você Severo, não significa que não exista - ela disse, expondo a questão.

—Maeva... precisa parar de se sacrificar… acredite você fez o bastante - ele usou a outra mão para segurar o seu queixo, assim como fazia com Shara quando queria que ela prestasse atenção nele – precisa entender isso, precisa ir... precisa descansar... Shara iria querer que o fizesse – ele a incentivou, sem entender muito bem o conceito da palavra descanso ali, mas ele sabia que uma vida melhor a aguardava depois do trem e que sim, ela era merecedora daquilo.

—Eu não podia deixá-la Severo - ela sussurrou, seus olhos se encheram de lágrimas mais uma vez – não tem ideia do quão terrível foi assisti-la, ver tudo que a minha menininha passou, naquele lugar... com aquelas pessoas, esses anos todos… ela era tão vulnerável, indefesa e não havia ninguém para ela... eu simplesmente não podia ir, sabendo que ela estava sofrendo lá... eu vi minha própria filha, uma criança desejar a morte e tentar encontra-la mais de uma vez, eu podia ver o medo em seus olhos a cada nova tempestade e toda a solidão quando ela se trancava naquele sótão sozinha... - Severo podia sentir a indignação de Maeva sobre a vida que havia sido imposta a sua filha, ele mesmo já havia passado pelo estágio de cólera inúmeras veze antes e a cada nova revelação sobre o passado da criança, não à toa ele havia ido até aquele lugar, feito vingança com as próprias mãos, ninguém a machucaria e sairia impune, não mais, ele não permitiria... aquilo havia sido o bastante... mas o que ele não podia mensurar era a dor da impotência, em assistir tamanha injustiça e crueldade sem a chance de poder intervir, Maeva era ainda mais forte e digna por persistir, escolhendo permanecer naquelas circunstancias – você a salvou Severo, não só dessa vez... mas em tantas outras vezes, você a salvou... – ela disse o deixando desconcertado, ele não se sentia assim, ele sentia que havia falhado com Shara a cada novo acontecimento... por Merlin então isso era a maternidade, paternidade? Carregar culpas? Culpas eternas.

—Por mais que tenha sido difícil pra mim, o começo, uma criança... mas acredite foi ela que me salvou primeiro – ele disse de forma honesta, fazendo Maeva sorrir, enquanto ela juntava as duas mãos em formato de concha.

—Ab imo corde – ele a ouviu dizer, era latim, Maeva soprou de forma sutil sobre a concha formada por suas mãos, onde uma linda borboleta azul se formou e levantou voo.

—Uma borboleta? – ele questionou sem entender o proposito daquilo.

—Magia ancestral – ela disse – foi minha mãe que me ensinou esse encantamento quando eu ainda era uma criança, é uma tradição de família, sei que parece bobo e até mesmo infantil, mas a borboleta reflete as características pessoais de cada guardiã, aquilo que guardamos no nosso coração, e ela pode atravessar o tempo e o espaço... ela pode transcender mundos e encontrar aqueles que mais amamos – Maeva explicou – na noite que minha mãe morreu eu vi a corde dela, é assim que chamamos a borboleta e eu a vi muitas outras vezes depois daquele dia, ela estava sempre ali pra mim... eu sabia, podia sentir e isso foi tão importante – Maeva sorriu mais uma vez, ele encarou aquela borboleta azul por um momento, com a impressão de que ele já a havia visto antes... em algum outro lugar, sim...

—Eu já vi essa borboleta antes – ele se voltou para ela, aquilo era mesmo impressionante.

—Sim – ela disse - Sala precisa – ambos responderam juntos, isso era ainda mais surpreendente, ele se lembrava daquela borboleta como um bom presságio e de fato aquilo era um – estou mandando minha corde até Shara, a corde saberá o que fazer – Maeva disse – ela dará um sinal, se Shara ou Antony souberem interpreta-lo, o que não tenho dúvidas de que farão, eles entenderão o seu sacrifício, o uso da adaga e suas implicações e então eles poderão alcança-lo outra vez, e em breve você estará de volta Severo, de volta para o seu lar... de volta para Shara, nossa filha – Maeva disse erguendo uma das mãos, Severo viu a borboleta pousar nela – Vá – Maeva orientou e a borboleta simplesmente sumiu.

—Impressionante – ele disse ao vê-la sumir – é como um patrono corpóreo – ele tentou correlacionar com algo de sua própria magia.

—Bom... de certa forma existem algumas semelhanças, mas são usos e colocações bem distintas... um patrono não transcende o tempo, assim como um corde não poderá lhe proteger de dementadores – sim haviam de fato algumas boas diferenças ali, mas ainda assim não deixava de ser impressionante – Severo, quando ouvir a voz de Shara... precisará ir... se não responder ao chamado, ou demorar... não haverá uma nova oportunidade – Maeva disse séria.

—Farei... mas deve me prometer que pegará o trem – ele impôs.

—Severo... eu, não posso... – Maeva disse visivelmente abalada com a sua condição – eu preciso...

—Não, Me deixe cuidar dela – ele se aproximou, segurando suas duas mãos – você mencionou que estava feliz com o fato dela ter me encontrado – ele a relembrou – então permita que isso funcione entre nós… apenas vá, encontre sua mãe, sua própria família... vá descansar Maeva – ele também falava sério.

—Severo, precisa prometer que irá cuidar dela – ela disse, sabendo que ele faria – ensine a ela o encantamento da corde – ela pediu em meio as lágrimas – e não a deixe lidar com as coisas sozinha, não como eu fiz... prometa... – Severo a encarou e num impulso a puxou para si, fazendo com que seus corpos se aproximassem, isso a havia calado, ela fechou os olhos e então ele não resistiu, ele a beijou com bastante intensidade, ele sabia que aquela era uma despedida, e ela parecia sentir o mesmo, e isso fez com que o beijo fosse tão desesperadoramente intenso, tão intenso como a história que eles haviam vivido, intenso como tudo aquilo que escreveram juntos e intenso como a família que eles haviam formado, sim... Severo a amava, ele tinha certeza agora… mesmo quando achava não ser possível amar mais alguém... sim, era isso, ele a amava.

“Pai... por favor, eu preciso de você aqui… por favor, preciso que volte para mim” ele ouviu a voz da sua filha, e isso o fez enrijecer... havia sido rápido demais, eles se soltaram, Maeva o encarou, ela entendeu... – está ouvindo a voz dela, não está? – ela perguntou, ele sinalizou positivamente, como podia ter sido tão rápido, e mais uma vez Maeva parecia ter entendido aquilo – o tempo é diferente aqui – ela sorriu - precisa ir Severo – ele sabia que sim.

—Vamos nos ver novamente? – ele perguntou

—Se eu pegar o trem, apenas quando você o pegar também... – ela informou e ele entendeu que a resposta para sua pergunta era não.

—Pegue o trem Maeva – ele ordenou “Pai... sei que pode me ouvir, eu sei que é muito melhor ai onde você está, mas não me deixe aqui sozinha, não me abandone... por favor” Shara estava chorando.

—Eu farei... Sobre o trem – ele sabia que ela faria – Severo – ela disse seu nome... – Eu preciso dizer... Eu...

—Amo você Maeva – ele disse antes dela – eu sempre amei – ela limpou as lagrimas que escorriam pelo seu rosto com as mãos – me perdoe por não ter dito antes – ele havia conseguido dizer, sem peso… sem ressalvas... E isso era de fato grandioso.

—Eu amo você Severo Snape... para sempre – ela retribuiu, e assim que ela acabou de dizer, ambos ouviram o barulho do trem… se a vida fosse uma grande peça de teatro e a história deles fosse um romance, aquele teria sido um final digno de aplausos... Embora não fosse um final feliz, mas ainda assim era um final perfeitamente digno de aplausos.

—Sempre – ele repetiu.

—Ahhh Severo tem algo… algo que preciso relatar, isso é muito importante também… apenas diga a Alvo... diga a ele que Pedro Pettigrew, não está aqui, que ele nunca esteve... eu saberia – ela informou o pegando de surpresa com aquela informação sem nexo nenhum, naquele momento tão íntimo dos dois, o trem havia parado na estação, aguardando pelo embarque do seu novo passageiro… “pai... eu não vou conseguir sem você” – Vá Severo – Maeva sussurrou, mas antes dela ir…. ela se jogou em seus braços, uma última vez, ele fechou os olhos com força... sentindo o calor do seu corpo se dissipar aos poucos  “pai...” ele ouviu a voz de Shara agora um pouco mais perto, ele sentiu frio, dor... sentiu que estava encharcado, sentiu gotas de água molharem o seu rosto, e ao abrir os olhos... um trovão, ele estava de volta.

—PAI – Shara gritou, estava chovendo bastante...

—Severo... porra... nós conseguimos – aquela era a voz de Antony... e Severo queria chamar sua atenção, o alertando a não falar palavrões na frente da sua filha, mas a dor em seu peito simplesmente não permitia que ele o fizesse, ainda assim ele não pode deixar de notar o exato instante em que a borboleta azul, que parecia ter pousado no ombro de sua filha, desaparecer em meio a escuridão.

—Maeva – ele conseguiu sussurrar, com certa rouquidão, e um clarão, estampou o sorriso no rosto de sua filha... ela tinha os olhos da mãe.

—Não... – ela respondeu, sem entender seu ponto de vista – Shara – ela disse seu próprio nome – Shara Snape – ela sorriu em meio as lágrimas ao usar o seu sobrenome, se jogando contra ele, assim como Maeva havia feito, a poucos segundos atrás - que bom que está de volta pai - ela havia dito e sim ele também estava feliz por estar de volta.

 “Afinal... a vida é feita de escolhas e escolhas são feitas de renuncias” Simplesmente não se é possível possuir todas as coisas.


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Notas finais do capítulo

Esse é um dos capítulos mais difíceis pra mim, sim foi difícil escrevê-lo... E queria que fosse especial. Aqui me sinto encerrando um ciclo, já que essa é de fato a ultima aparição de Maeva nessa história, sim... ela pegou mesmo o trem!

E a analogia da estação é a mesma que JK fez nos livros... e que nos filmes podemos ver Harry e Dumbledore conversando.
Uma estação... não podia ser mais promissor, Maeva em seus dilemas ainda não havia embarcado no trem, um encontro inusitado pode mesmo mudar tudo... e eles tem TANTO mas TANTO para ser dito um para o outro, afinal se passaram tantos anos né... eles tem uma filha!

E sem falar que Maeva partiu e eles não haviam tido uma despedida, e aqui eles tiveram a oportunidade de se despedir...

"Se a vida fosse uma grande peça de teatro e a história deles fosse um romance, aquele teria sido um final digno de aplausos... Embora não fosse um final feliz, mas ainda assim era um final perfeitamente digno de aplausos" sério chorei... Não sei vocês, mas imaginem viver a dor da perda de alguém que você ama muito e poder ter apenas um reencontro na eternidade com essa pessoa... O que você faria? O que você diria? E por essa razão que fiz desse um capítulo onde Snape deixa de lado seu humor sombrio, sua postura arrogante e boçal para ser ele mesmo, o homem que ele esconde atrás de seus ataques e retaliações, e bem... isso simplesmente não cabia aqui... afinal essa é uma despedida, e como uma boa despedida, ela é (deveria ser) carregada de emoção.

E em resumo, eles puderam se abrir, ser sinceros um com ou outro... ter uma conversa verdadeiramente intensa, cheia de emoção, puderam se declarar, se beijar... e então partir, cada qual para o seu destino... Maeva seguindo para a eternidade e Severo voltando com uma missão, cuidar de Shara.

Obrigada Maeva você foi incrível... Ab imo corde - em latim significa do fundo do coração... e do fundo do meu coração foi incrível escrever sobre uma personagem tão forte como ela.

E encerramos com um spoiler para o terceiro livro hahaha Pedro Pettigrew, não está morto (não brinca, conta outra kkkk)

Severo...estamos todos felizes por você estar de volta!



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