Destinos Improváveis escrita por Nara


Capítulo 40
Futuro - Feliz Aniversário


Notas iniciais do capítulo

Olá, esse capitulo embora já estivesse escrito, me custou mais tempo do que previ na revisão, sorry pela demora, mas custou para chegar no ponto em que me deixasse verdadeiramente satisfeita.
Temos algumas revelações acontecendo aqui, e enfim... aproveitem!



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Depois de ter absoluta certeza de que Shara estava mesmo dormindo ali nos seus braços, Severo a colocou na cama, Poppy havia lançado um feitiço de limpeza na criança e a estava trocando, retirando as roupas encobertas de sangue, enquanto ele aguardava olhando pela grande janela central a tempestade que se desenrolava lá fora, ele estava completamente absorto em seus pensamentos, na cena que ele acabará de presenciar ali, ele não esperava por isso, honestamente ele não imaginava que pudesse ser tão ruim assim, algo dentro dele havia mudado, ou vinha mudando nessas últimas semanas, e a sensação de não poder protege-la, de não poder alcança-la o deixava transtornado, e pensar que aquela, que nunca deveria ter se tornado uma preocupação para ele, agora passou a ser o centro de tudo que ele fazia e pensava, será que era isso que um pai sentia por um filho? Por mais que ele tentasse afastar aqueles sentimentos, por mais que ele lutasse contra eles, mais ele era acometido por aquilo, maldita Maeva, ele cerrou os punhos com força.

Severo não podia mudar o passado, a criança naquela cama era real, e ela precisava de ajuda, tinha sido um choque ao compreender que se pudesse existir uma escolha ali, ela escolheria por não viver, aquilo havia sido evidente quando ela mesmo que de forma inconscientemente decidiu viver em outra dimensão, uma dimensão criada com a força da sua mente, uma barreira, forte o suficiente para protege-la dos seus traumas e ela tinha apenas 10 anos de idade, agora 11 já que hoje era seu aniversário, e ela simplesmente havia criado uma barreira mental a qual muitos bruxos adultos jamais conseguiriam levantar com tanta maestria, ela definitivamente não cansava de surpreende-lo, em todos os sentidos e agora havia aquilo, ela havia tentado tirar a sua vida de forma literal,  numa data em que a maioria das crianças aguardariam com bastante entusiasmo, uma data que deveria significar e trazer coisas boas, havia algo de errado naquilo, e ele iria descobrir, por hora ele precisava limpar a sua própria mente, já que vivenciar aquilo tinha sido suficientemente difícil, até mesmo para alguém como ele, que já havia visto coisa pior, mas tudo poderia ser pior quando envolvia sentimentos, ele já sabia disso e ele precisava de algumas doses de whisky para ajudá-lo a suportar aquele dia, dia que mal tinha começado, e não parecia certo, ele tinha aulas para dar nas próxima horas, ele suspirou aborrecido.

Severo notou Pomfrey abrir as cortinas do leito dela, segurando aquelas mudas de roupa completamente vermelhas de sangue, sangue vivo, por que ela ainda não havia se desfeito daquilo? Então sem pensar duas vezes e sem sequer a consultar sobre isso, ele fez, ao levantar sua varinha, fazendo as peças sumirem da sua mão e da sua visão, ela o encarou com as mãos vazias, ela parecia muito mais cansada hoje do que qualquer outro dia, eles não haviam trocado mais nenhuma palavra depois que Shara havia adormecido, mas Pomfrey estava chorando de forma silenciosa desde aquele momento e ele não poderia repreende-la por isso, ele também estava miserável, havia muito tempo que nada o abalava daquela maneira, Shara dormia agora e ela iria permanecer naquele estado por pelo menos mais algumas horas, portanto não havia muito mais o que ser feito ali, Poppy havia administrado sem que a criança percebesse uma poção que induziu ao sono, aquilo foi uma decisão sábia, eles precisavam daquele tempo e ela precisava ser tranquilizada, e era exatamente essa a expressão que Shara tinha em suas feições, enquanto dormia, ela parecia tão serena e pouco se semelhava com a menina de alguns minutos atrás, onde havia tanto barulho e caos, ela era só uma criança, Pomfrey se aproximou, ela estava tremendo, visivelmente abalada.

—Está instável – ela disse

—Tenho certeza que sim – ele disse numa tentativa de acalma-la quando ele mesmo não estava em condições para isso.

—Você não vê Severo? Olhe pra mim, que tipo de curandeira eu sou? Como posso ter deixado passar algo assim? … você não sabe o que eu vi... – ela colocou as duas mãos no rosto tentando esconder o horror em seus olhos – a cena de quando abri a porta do banheiro e a encontrei naquele estado, ela estava totalmente apática a dor, ela ia fazer Severo, só Merlim sabe o que teria acontecido, se eu não tivesse chego a tempo, e tudo aqui na minha ala hospitalar, debaixo do meu próprio nariz. Isso é imperdoável Severo, imperdoável, eu não... – ela estava chorando alto agora de forma descontrolada – eu deveria saber, havia indícios – ele certamente não era a melhor pessoa para tranquilizar alguém, mas ele podia entender aquilo, ele podia entender a sensação de fracasso que ela sentia, simplesmente por que colocando em palavras, ele se sentia exatamente da mesma maneira.

—Shara tem sido cada dia mais imprevisível, não havia como prever algo assim, não isso, tente não se culpar tanto – o que era aquilo? E de onde aquilo vinha? Severo Snape o mestre de poções tão temido de Hogwarts, um comensal da morte, braço direito do lorde das trevas, consolando alguém? que dia memorável, infelizmente não no sentido adequado da palavra – De qualquer forma, eu posso entender isso – ele disse a encarando por um momento enquanto ela estava tentando se recompor – eu falhei com ela também, eu notei que havia algo de errado com ela ontem, ela estava completamente indiferente a tudo que discuti, e aquele não é um comportamento condizente com o dela, eu deveria ter olhado mais de perto, ou pelo menos tê-la deixado ficar com o colar – ele disse retirando a peça que estava no bolso da suas vestes, o pendendo com as mãos no ar para que Pomfrey pudesse vê-lo  – assim pelo menos eu saberia o que ela estava sentindo – ele estava refletindo sobre aquilo enquanto olhava para o colar tão cheio de mistérios – eu poderia ter evitado isso – ele disse por fim – eu falhei de modo miserável – ele disse sentindo o peso que aquelas palavras lhe causavam.

—Ela me abraçou com tanta força, pobre criança, tudo que já passou em tão pouco tempo de vida – Pomfrey disse alheia ao que ele acabará de dizer – Alvo precisará intervir, isso não deve continuar – Severo assentiu, algo certamente deveria ser feito naquele sentido.

—Agradeço por ter me chamado – ele estava sendo honesto.

—Eu estava tão desesperada... como pode ver ainda estou – sim ele nunca havia visto Poppy desestabilizada assim antes, era estranho já que ela era a primeira a ter tudo sobre controle naquele lugar, e aquilo era uma prova de que todos tinham seus limites, e Shara era sem sombra de dúvidas o dele, Severo reparou que agora Pomfrey parecia ter se dado conta da peça que ele exibia ali, já que ela a estava encarando de forma estranha, se aproximando um pouco mais, para vê-la mais de perto – eu já vi esse colar antes – ela disse, ela estava com os olhos fixos na peça, porém era evidente que sua mente não estava ali.

—Certamente, Shara o usou das vezes anteriores – ele respondeu vagamente – mas de forma estupida ela eo tirou para entrar na floresta proibida aquele dia, o colar foi da sua mãe.

—Não, não Shara  – ela respondeu se aproximando um pouco mais – você disse da mãe? – ela perguntou curiosa – o colar era da mãe dela?

—Sim – ele se limitou em dizer, notando a expressão dela mudar, como quem estivesse tendo uma revelação.

—Merlim – ela disse surpresa – é claro, Maeva Lowell 6° ano Sonserina, ela havia se ferido gravemente tentando libertar um dragão que estava sendo mantido preso por nativos na floresta proibida aquele dia, ela foi trazida às pressas, o estado dela era grave, até hoje não entendi como ela havia conseguido sobreviver aquilo, ela tinha algumas queimaduras de terceiro grau espalhadas pelo corpo, mas aquela garota de alguma forma milagrosa tinha se recuperado muito bem, assim como... Shara – Severo analisava Pomfrey processar aquilo, sim ela havia montado parte do quebra cabeça ali e ele era o responsável, já que ele havia acabado de fornecer sem qualquer intenção uma das peças chaves para isso, talvez ele devesse se sentir consternado, e tentar reverter aquele discurso, alegando o que quer que fosse já que ele mais do que ninguém deveria se importar em preservar aquele que era o maior segredo de Maeva, mas depois de toda aquela tensão e de todos aqueles dias insanos que ele estava vivendo ultimamente, talvez, apenas dessa vez ele não quisesse carregar esse fardo sozinho, sim por que aquele segredo tinha um peso sobre humano, então ao invés de se sentir assombrado com a possibilidade da verdade estar vindo à tona ali, daquela maneira ele se sentia aliviado, ela continuava a olha-lo de forma estranha - Severo, você se lembra dela, não lembra? Ela era do seu ano – ela perguntou, pelo menos aquilo a havia feito parar de chorar, e tirado um pouco do foco daquele drama.

—Na verdade um ano mais nova – ele respondeu com bastante precisão, e ele se lembrava daquele acontecimento, Maeva era mesmo demente por se aproximar de um dragão raivoso daquela forma, assim como Shara também era quando enfiava algo tolo na cabeça, ele suspirou com aquela constatação.

—Sim, um ano mais nova... tens razão, então você sabia o tempo todo que Maeva era a mãe dela? – ela perguntou, não parecendo chateada ou coisa assim mas ela parecia estar ligando mais pontos, e ele não estava disposto a impedir aquilo, afinal tão cedo ou tão tarde isso acabaria acontecendo – Shara Epson, filha de Maeva Lowell, inacreditável – ela disse.

—Sim, ela é  – ele respondeu de forma honesta.

—Eu me lembro com clareza dela agora, Shara tem traços físicos que se assemelham muito com ela – Poppy disse olhando a criança repousar na cama com mais atenção – Maeva, pelo que me recordo ela foi assassinada por seguidores de Voldemort, isso após a guerra, lembro de como Alvo e Minerva haviam ficado abalados com aquela notícia, ela fazia parte da ordem, mas ela havia desaparecido meses antes... ela morreu quando Shara era apenas um bebê e isso explica o orfanato – ela disse de forma triste concluindo aquele raciocínio – ela tem os olhos verdes... os olhos...

—Da mãe – ele completou, enquanto Pomfrey se virava com atenção para ele novamente, como se ela o estivesse vendo pela primeira vez naquele momento, o que era um tanto desagradável.

—Sim, ela tem muito da mãe, exceto... pelo tom de pele e pela cor do cabelo – Pomfrey disse finalmente, desviando o olhar, se voltando novamente para a criança e tirando uma mecha do cabelo que insistia em ficar sobre o rosto dela – curioso  – ela disse caminhando entorno da cama aparentemente imersa em algo que estivesse pensando ali - nesses dias que ela ficou desacordada aqui, testei algumas poções de restauração, para ajudar com o núcleo mágico, e notei que ela tem alergia a uma certa substancia, nada que a prejudique ou coisa parecida, mas ainda assim é algo bastante raro de se ver - Tapinella – ela disse sem o encarar, e ele agradeceu por isso, sim ele sabia que ela havia chegado lá agora, ela havia descoberto a verdade, toda a verdade, e ele podia sentir seu coração pulsar, enquanto ela o observava.

—Apenas conclua aquilo que está pensando – ele pediu, a incentivando a continuar e ela fez.

—Eu só tive um único aluno com alergia a essa substancia em todos os anos que trabalhei  nessa escola, e curiosamente eu estou olhando para ele nesse exato momento – Severo respirou fundo, fechando os olhos, buscando a mesma cadeira que ele havia ocupado nas noites anteriores, e se sentando, já que de repente havia ficado difícil sustentar o próprio corpo e agora ele estava esperando que ela apenas dissesse o obvio ali – é por isso que você se importa tanto com ela - ela parecia mais séria agora – eu não conseguia entender o seu comportamento Snape, simplesmente não fazia sentido, mas agora, é tão claro...  Por isso que quando ela te chamou de pai naquele dia, sob o efeito da medicação, você ficou tão incomodado... isso, sim isso explica muita coisa, só não explica uma coisa – ela disse o fuzilando com o olhar, e com um tom de voz mais agressivo – Severo Snape como pode fazer isso com a menina? – ela o acusou.

—Desculpe? – ele perguntou confuso, aquela reação não era bem o que ele esperava – do que estamos falando agora?

—Oras, deixar a sua filha, sim a sua FILHA Severo Snape – ela elevou a voz, olhando para a menina outra vez – naquele lugar horrível, como pode? Todos esses anos... – então era isso, então ela havia deduzido que ele a havia deixado lá, que ele sabia sobre a existência dela durante esse tempo todo, e que ele a teria abandonado, mesmo depois da morte da mãe, honestamente ele nunca havia parado para pensar em como as coisas teriam sido, se ele tivesse descoberto sobre a existência de uma criança naquela época, mas pensando bem e de forma bem lucida, talvez ela não estivesse tão equivocada assim, talvez aquilo seria algo bastante plausível, algo que ele realmente teria feito no passado, afinal ele não tinha um passado para se orgulhar, mas isso não soava bem, não agora... o que havia acontecido em tão pouco tempo que tinha simplesmente feito ele mudar daquela maneira radical? Ele não cansaria de amaldiçoar Maeva por tudo isso.

—Vejo que faz um excelente julgamento de mim – ele disse, levantando um leve sorriso de escárnio no canto da boca, não que ele se importasse com o que as pessoas pensassem ao seu respeito – mas terei que desapontá-la nesse ponto, já que eu não sabia da existência da menina até o início deste ano letivo – estava feito, ele havia assumido verbalmente ali que ele era o pai de Shara e quebrado sua promessa, a promessa que havia feito a Dumbledore de que se dependesse dele, ninguém jamais saberia, Pomfrey certamente era esperta o suficiente para ligar aqueles pontos sozinha e isso não levaria mais muito tempo, ele havia apenas fornecido alguns indícios que a fizessem antecipar aquela constatação óbvia, ele não se importava agora e sem falar que ela entre todos, era de extrema confiança, certamente que ela saberia administrar aquele segredo melhor do que ninguém, isso era algo que ele mesmo podia provar, já que ela era uma das poucas pessoas que conheciam o seu passado também, que sabia dos abusos que ele mesmo sofreu na infância pelo seu pai, e ela havia prometido nunca mais tocar naquele assunto, ela fez, já se passaram muitos anos agora.

—Como? – ela parecia confusa e assombrada com aquela realidade – se vocês tinham um relacionamento, como você poderia não saber de uma gestação? Nenhum glamour por mais intenso que seja, poderia encobrir isso.

—Não havia um relacionamento – ele disse de forma fria e direta, ele não gostaria de discutir aquilo, era pessoal demais e não faria nenhuma diferença ali – digamos que simplesmente não a vi mais – ele sabia que aquilo, sendo dito daquela maneira poderia soar de forma bastante desagradável e comprometedora para a imagem que Pomfrey certamente havia construído de Maeva, já que Maeva sempre se esforçou para ser o mais politicamente correta possível, se Maeva pudesse ouvi-lo dizer aquilo, ela o estaria azarando agora, e isso fez ele se sentir um pouco melhor, não que ele pudesse se sentir vingado ou algo assim, mas ajudava, e enfim ele não iria perder seu tempo tentando explicar detalhes de algo que definitivamente não importava.

—Obviamente que o diretor sabe sobre isso? – ela perguntou, tentando ignorar o que ele havia dito.

—Obviamente – ele respondeu.

—Então era esse o segredo? que ambos estavam escondendo de mim esse tempo todo, eu sempre soube que havia algo a mais com essa criança – ela disse pensativa – não sei como não percebi isso antes.

—Não preciso dizer aqui, que isso tudo é um segredo e como tal, deve permanecer assim – ele foi enfático – Acredite Poppy, isso é muito mais complexo do que possa imaginar – ele ponderou.

—Entendo Severo, sabe ainda assim tudo isso não explica uma coisa, a menos é claro… – ela o olhou por alguns instantes, se voltando até a criança e baixando a gola da camisa do pijama limpo que ela usava ali, deixando parte do ombro dela a mostra – que essa seja a marca? - ela perguntou sem sequer o deixar responder - Maeva foi atacada de forma suspeita, mas ela era forte o bastante para se defender, ela era a última guardiã viva... lembro de Minerva comentando sobre isso certa vez, mas ela não era a última, não é mesmo? É isso que essa marca significa? – Verdadeiramente Pomfrey era muito mais esperta do que ele podia imaginar.

—Acredito que tenha matado a charada – ele disse gesticulando com as mãos.

—Eu posso ver o que ela fez, ela morreu, para que a criança vivesse e para que a criança não fosse descoberta, ela fez tudo isso tentando protegê-la dessa maldição – ela disse de forma triste agora enquanto ajeitava a roupa da menina – é por isso que ela não contou a ninguém, é por isso que ela sumiu.

—De fato - ele sorriu com ironia - e todo essa ato heroico nada mais fez que condenar a criança a uma vida com tantos outros problemas, problemas esses que pudessem ser tão ruins quanto aqueles, acredito que não precisamos discutir essa pauta, dado os recentes acontecimentos – ele disse olhando para os pulsos enfaixados da criança que estava deitada a sua frente, um tanto quanto aborrecido agora por se deixar atingir mais uma vez com aquilo, embora depois do ocorrido na floresta proibida aquele dia, ele podia entender de uma certa forma o que Maeva sentiu ao fazê-lo, já que ele também teria morrido por ela se fosse necessário.

—Tens razão Severo – Pomfrey disse, e ele quase se levantou tamanha a surpresa daquilo, francamente essa era a primeira vez que alguém podia entender o que ele estava dizendo, ela havia concordado com ele, então ela também podia ver aquilo – Severo, eu sinto muito pelo que você perdeu – ela disse sinalizando para Shara.

—Não sinta – ele disse com pouca emoção – nunca desejei ter filhos e continuo não desejando – ele sorriu com ironia outra vez, agora se sentindo um pouco mais confortável naquele território que era mais familiar.

— Você está travando uma luta consigo mesmo, e sem muito sucesso, eu percebo – ela disse, tocando o seu ombro outra vez, ele esperava realmente que isso não estivesse se tornando um hábito – eu posso ver que se afeiçoou a ela, não negue, você a checou todas as noites desde que ela está aqui – ela sorriu de forma singela - e bem é mais que evidente que ela se afeiçoou a você também, foi a você que ela respondeu tão prontamente quando estava em coma, razão pela qual tenha sido você a primeira pessoa em quem eu pensei em recorrer essa manhã – ela disse com o semblante carregado outra vez ao fazer menção aquele momento – não pense que foi por que é o diretor da casa Sonserina, não seja tão presunçoso - ela sorriu novamente.

—Não vou negar que me preocupo – ele assumiu pela primeira vez, externando aquilo com tanta naturalidade - já que presumo ter sido premiado pelo destino com uma criança tranquila e que pouco me causa problemas - ela gargalhou com aquilo, ele aproveitou que ela estava mais descontraída para perguntar – acredita em carma? – e até mesmo ele podia rir daquilo.

—Tenho certeza que saberá lidar com isso - ela respondeu, soando um pouco mais relaxada - Tem minha promessa de que manterei o segredo – ela disse séria - bem, você sabe que sim – Sim, ele sabia - Por Merlin estou tão exausta, penso que tudo isso tenha sugado as minhas energias, e pensar que o dia mal começou, a propósito você não tem aulas essa manhã? – ela perguntou olhando para o relógio, eram 7:00 hrs agora.

—Dentro de uma hora – embora ele não desejasse ir realmente, e ele entendia aquela exaustão, a carga mental por trás de tudo aquilo era avassaladora – infelizmente não posso dispensar a turma, mas volto assim que a aula terminar – ele informou - sim aquilo era exatamente o que ele faria.

—Claro – ela disse o incentivando – tome um bom café também, e não se preocupe, ela não deve acordar antes do almoço - ele assentiu, achando engraçado o tom preocupado que ela havia empregado ali - talvez devêssemos avisar o diretor? – ela perguntou com cautela.

—Avisarei ele mais tarde – ele informou - não se preocupe com isso - e ela assentiu positivamente, ele saiu.

A aula daquela manhã parecia se estender mais do que o habitual, os cabeças ocas do primeiro ano eram sempre os mais complicados de tolerar e aquela era a turma de Shara o que tornava tudo ainda mais difícil para ele, essa era a segunda semana que a bancada que ela costumava ocupar se encontrava vazia, bem, parcialmente vazia, a garota Weasley ele notou, também não parecia estar em seu melhor estado essa manhã, ela sequer havia conseguido finalizar a poção proposta para o dia, e não que ela fosse um completo fracasso naquilo, assim como seu irmão mais novo era, certamente havia algo acontecendo ali, algo que ele não sabia e nem queria se inteirar, ele já tinha o suficiente em suas costas.

Algumas bancadas a frente Diaz mantinha o protocolo, ela era soberba o suficiente e controlava sua dupla com certa prepotência, mas ela se esforçava para entregar um trabalho de qualidade, ele não podia negar, conhecendo seus pais, Severo sabia que eles deveriam exigir nada menos que a perfeição, era assim que a maioria das famílias de puro sangue agiam com seus filhos, ao analisa-la ali, ele não pode negar que havia sido um prazer mantê-la em detenção por toda aquela semana anterior e vê-la esfregar o chão do seu laboratório, sim aquilo era ainda mais humilhante do que esfregar caldeirões sujos, obviamente que ela tentou argumentar, espernear, usar sua influência e tudo mais, mas ele Severo Snape, não abria margem e muito menos tolerava tal comportamento, fato que ela custou mas entendeu, ela havia esfregado cada canto daquele piso imundo, por vezes mais de uma vez, caso não o agradasse, ele também podia ser bastante exigente, e ele havia sido, ele suspirou perdido naqueles pensamentos enquanto se dava conta e via o último aluno sair da sala de aula, aquele seria um dia realmente ruim.

—Pomfrey alguma novidade aqui? – ele pediu assim que entrou na ala hospitalar outra vez, ele nunca havia frequentado tanto aquele lugar, Pomfrey estava organizando algumas medicações e apenas gesticulou de forma negativa, ela parecia aquém da realidade – se puder faze-la comer algo, agradeceria – ele entendeu que ela havia acordado, ela estava deitada em outra posição, totalmente escondida pelas cobertas, ele suspirou.

—Epson – ele chamou, percebendo um leve movimento dela ali - Shara….

—Por favor vá embora – ela disse com a voz fraca – por favor... - ela estava com vergonha, obviamente, ele olhou para a tigela de sopa que Pomfrey havia deixado em cima de uma bandeja na bancada de apoio ao lado da cama, com um feitiço de aquecimento.

—Desde que coma a refeição proposta, eu posso atender seu pedido – ele sugeriu, ele nunca havia barganhado daquela forma com uma criança antes, esse era um território inexplorado.

—Não estou com fome – ela respondeu vagamente, resposta que não o surpreendeu em nada, mas ele não iria desistir tão fácil, vendo uma ideia surgir, aquilo certamente iria atrai-la.

—Eu conheci sua mãe – ele disse passando por cima mais uma vez do que ele havia prometido ao diretor em certa ocasião, de que ele não iria fornecer nenhuma informação do passado da criança, mas ele sabia que ela precisava daquilo, ela precisava de algo para se apegar, ele notou Pomfrey levantar a cabeça de onde estava, mas ele continuou, tendo o cuidado de não entregar nada que pudesse comprometer o segredo – ela foi uma bruxa muito inteligente e muito à frente para a sua idade, ela chegou tardiamente para finalizar os estudos em Hogwarts, foi quando a conheci, ela foi selecionada para a Sonserina obviamente – ele estava fornecendo informações bastante genéricas ali, mas aquilo havia chamado a atenção da criança que baixou a coberta o fazendo se sentir vitorioso, ele não era tão ruim assim afinal de contas, sim ele havia conseguido chegar até ela e agora ela estava prestando atenção em cada palavra do que ele dizia ali, ele notou os pulsos e mãos cuidadosamente enfaixados o lembrando mais uma vez do quanto ela precisava dele e de ajuda – infelizmente ela teve muita dificuldade em se encaixar, digamos apenas que ela não concordava com o posicionamento da casa Sonserina diante da guerra eminente que estava se formando ali, ela, sua mãe, fez parte do que o diretor chamava de resistência, e fez muitos inimigos por causa disso – Shara se ajeitou melhor, agora se sentando encostada a cabeceira da cama, ele havia mesmo conseguido alcança-la e era perceptível o quão surpresa ela estava, ela não conhecia e não sabia nada sobre quem Maeva foi – após se formar, ela lutou pelo lado da luz, lutou bravamente por aquilo que ela acreditava – ele disse se recordando do quão ativa ela havia sido naquela guerra, antes de sumir de forma misteriosa – ela foi uma bruxa com um coração muito generoso, umas das melhores pessoas que conheci – ele notou os olhos marejados da criança, ao ouvi-lo.

—Então ela não era... – ela o olhou encabulada, ele sabia o que ela queria dizer.

—Uma seguidora do lorde das trevas? – ele sorriu com o canto da boca, lembrando que aquela era uma das maiores preocupações da criança – ela jamais se associaria a algo assim – ele disse, enquanto colocava a bandeja com o prato de sopa a sua frente, Shara pegou a colher e começou a comer, Pomfrey estava chocada e ele sentiu algo aquecer em seu peito.

—Não vá embora – ela pediu – eu sei o que eu disse antes, eu não queria dizer exatamente, eu vou comer, mas por favor fique... – ela pediu contradizendo aquilo que ela havia dito minutos antes, e ele aproveitou aquele momento para se sentar, aquela era a abertura que ele estava esperando encontrar.

—Ficarei – ele afirmou, enquanto a analisava comer, ela segurava a colher com uma certa dificuldade, certamente devido aos cortes que não haviam cicatrizado de forma adequada ainda, ela pareceu notar.

—Está doendo um pouco – ela disse sem graça – me desculpe por isso professor, tudo isso, eu não queria...  – ela pediu, de forma triste, e então ele percebeu que ele podia sentir falta até mesmo da maneira irritante com que ela pedia desculpas em excesso por tudo que fazia.

—O que exatamente você não queria? – ele perguntou aproveitando a oportunidade que havia se apresentado ali.

—Bom... a floresta, ter tirado o colar, perder a varinha, ter desobedecido, destruir o espelho do banheiro, sujar o chão, a pia, minha roupa, tomar o tempo de todos com tudo isso – ela disse sequencialmente, parecendo ter pensando e escolhido aquelas palavras.

—Entendo, e quanto ao resto, você queria? – ele disse sinalizando para os curativos nos pulsos, ela havia se desculpado por tudo, menos pela tentativa de se machucar daquela maneira, ela ficou em silencio por um momento.

—Sim – ela sussurrou, enquanto as lagrimas desciam pelo seu rosto pálido, Severo notou que Poppy estava limpando as lagrimas também, ele precisava se manter firme e frio para sustentar aquilo, ele era bom em ser frio, ele suspirou.

—Por que? – ele perguntou, ele sabia de todo o histórico, mas aparentemente havia algo ali que ele ainda desconhecia e ele estava disposto a descobrir.

—É complicado... – ela disse com bastante dificuldade – eu só sei que sinto que tudo seria melhor, se eu não existisse – ela o olhou, havia tanta dor naquele olhar e por um momento ele queria poder extrair aquela dor e dizer que aquilo não era verdadeiro, quando ele mesmo já havia pensado assim sobre ela inúmeras vezes, mas algo havia mudado ele sabia.

—Quantas vezes você já fez isso antes? – ele queria mantê-la falando, ele sabia o quanto isso era importante. 

—Duas vezes – ela admitiu – eu prometi para Catie que nunca mais iria fazer nada assim de novo, eu não queria que ela sofresse mais, mais do que ela já sofria, mas... eu simplesmente não gosto desse dia – Shara sussurrou - e hoje ela não está aqui,  e tinha a tempestade, os raios verdes e o barulho - ela se encolheu ao dizer aquilo - e eu não queria ser colocada para fora de novo, foi tão assustador, e tinha o caderno, a foto, e eu não iria suportar perder aquilo outra vez, talvez se eu não tivesse derrubado os biscoitos, mas é tudo minha culpa, como sempre... entende por que eu não deveria existir? - ela pediu, e ela estava soluçando agora e soando suficientemente confusa para ele, do que exatamente ela estava falando ali? Algo havia acontecido e ele entendeu que aquele acontecimento tinha sido uma espécie de gatilho, desencadeando a motivação para que ela fizesse o que fez essa manhã, ele não podia deixar aquilo passar, ele não havia planejado algo assim, mas num impulso ele se levantou e se aproximou dela segurando o seu queixo como eventualmente fazia, agora com um pouco mais de afabilidade, ela não iria estranhar aquele movimento e alguns segundos seriam mais que o suficiente, ele era bom nisso, muito bom, e ele sabia exatamente o que procurar, ela o olhou, aqueles olhos verdes e ele mergulhou ali, encontrando a lembrança, era seu aniversário, havia uma tempestade terrível, a garota trouxa estava lá, um presente especial, uma luz verde, os biscoitos espalhados pelo chão e o maldito trouxa, Severo saiu da mente dela tão rápido quanto entrou, seu sangue fervia ali, ele tinha sede de vingança, e ele sabia exatamente o que fazer, ele tinha uma visita pendente e aquilo não passaria dessa noite ela ainda estava o encarando, esperando por alguma coisa que viesse daquele movimento e ele tinha algo, sim algo que precisava ser dito.

—Shara – ele começou pelo seu primeiro nome sem qualquer dificuldade em faze-lo – gostaria que soubesse que sua mãe lutou muito por você, eu não sei o que te disseram sobre isso, mas você não foi abandonada, sua mãe jamais faria algo assim e ela teria sido uma excelente mãe, se tivesse tido a oportunidade para isso, infelizmente por motivos que não vem ao caso no momento – ele disse isso com cautela - ela teve que partir, cedo demais eu sei, mas tenha a certeza de que ela fez tudo o que podia estar ao seu alcance, para te manter segura e te proteger, e portanto quero que você se lembre sempre do quanto a sua vida importa - ela limpou as lágrimas com a roupa, havia um brilho diferente no olhar agora, algo parecido com felicidade.

—Ninguém nunca me disse qualquer coisa sobre ela, obrigada por isso senhor - ela disse - por me contar, significa muito, eu passei todos esses anos achando que havia sido indesejada... Noah me disse que... – aquele trouxa lhe causava repulsa e ele a interrompeu sentindo que a simples menção ao nome dele agora o afetava além do normal.

—Aquele trouxa desprezível – Severo disse aquilo com bastante ódio enquanto se movimentava – eu garanto que ele pagará por cada maldita palavra dita e cada ação cometida  – Shara o olhava assustada, e ele precisou respirar fundo para se conter, de relance ele podia ver Poppy parar o que estava fazendo prestes a intervir, e numa tentativa de tirar o foco daquilo, ele retirou o colar de Maeva de dentro do bolso de sua veste, o colocando em uma das mãos da criança e o fechando com cuidado - Isso é seu, sua mãe gostaria que você o usasse – ele sabia do impacto que aquelas palavras haviam causado a alguns minutos atrás, e pela primeira vez entre tantas outras, ele sentiu que ela realmente entendia a importância de usá-lo e que ela realmente o faria agora.

—Obrigada - Ela disse, segurando o colar com ternura - eu farei isso - ele assentiu satisfeito.

—Antes de ir, trouxe algo para você - ele disse tirando um pequeno envelope do bolso, ela o olhou desconfiada - não é todo dia que se fazem 11 anos de idade não é mesmo - ele disse arqueando a sobrancelha, ela não gostava de comemorar aquela data agora ele sabia, mas aquele não era um presente qualquer e ele não queria dar aquilo sem que houvesse um motivo especial, já era estranho o suficiente presentear alguém e antes de fazer ele havia pensado e refletido sobre isso com cautela, mas desde o episódio na floresta proibida e depois do ocorrido mais cedo essa manhã, ele teve certeza de que ele deveria mesmo faze-lo, e aquilo seria perfeito, completaria o pacote de “cuidados” que ele mentalmente organizou.

—Professor… eu não posso aceitar - ela disse olhando para o envelope enquanto gesticulava com a cabeça.

—Saiba que negar um presente é algo muito feio, é uma ofensa a quem o está entregando – ele disse um pouco mais sério, afinal ele precisava convencê-la a aceitá-lo, e como previsto aquilo surtiu o efeito desejado, ela fez, pegando o envelope cuidadosamente da sua mão, ela não queria ofendê-lo era evidente, não depois de tudo, embora ela estivesse bastante desconfortável ao aceita-lo e abri-lo.

—Uma moeda - ela disse segurando a pequena iguaria em sua mão enfaixada e ele achou engraçado a forma como ela não entendeu o que aquilo poderia significar, mas tentou demonstrar exultação ao recebe-lo.

—Sim uma moeda - ele afirmou a encarando - mas não é uma moeda qualquer, você deverá levar a moeda consigo, sempre e em todos os lugares para que ela funcione – Shara o encarava de forma confusa, ainda sem entender oque aquilo poderia mesmo significar – é um artefato bastante raro de comunicação, ao pressionar a moeda por mais que dois segundos, você a ativará – Shara estava olhando a moeda de forma curiosa agora.

—E o que ela faz quando ativada? – ela perguntou finalmente.

—Se a moeda for acionada eu saberei e irei até você, onde quer que esteja – ela desviou o olhar da moeda chocada com o que havia acabado de ouvir – É claro que a moeda só deverá ser usada em casos de real necessidade, alguma urgência, situações de perigo ou coisa assim – ela parecia continuar não acreditando naquilo – é uma comunicação direta comigo.

—Por que o senhor está me dando isso? – ela pediu, ele a olhou por um instante, sentindo que não poderia responder aquilo - o senhor já deu uma moeda dessas para algum outro aluno da escola? – ela perguntou curiosa o encarando.

—Nunca – ele disse.

—Por que? – ela insistiu o obrigando a dar alguma resposta.

—Estou cuidando de você – ele disse com todas as letras a pegando de surpresa também – não por obrigação, por ser chefe da casa Sonserina, ou algo assim, mas sim por que quero – ele continuou, era estranho como ela o estava fazendo caminhar por lugares que ele nunca havia pensando em caminhar antes, e o tirando completamente da sua zona de conforto – de fato, eu não distribuo moedas para os demais alunos dessa escola, simplesmente por que não me importo com eles – ele estava sendo incrivelmente honesto ali – diferente de como tem sido com você – os olhos dela estavam marejados novamente – estou ciente de que você tem fortes tendencias em se envolver em problemas, já falamos disso antes – ele a encarou – mas a moeda é justamente para que eu esteja lá para você, quando você precisar, e eu gostaria disso – ele disse na esperança de que ela entendesse aquilo - portanto se for necessário, não exite em fazê-lo.

—Isso... é tão especial – ela disse segurando a moeda com força a ativando, um brilho resplandecente irradiou do objeto, Shara parecia encantada, ele tirou a outra moeda que estava em seu bolso, onde mostrava em uma das faces a imagem de uma garotinha sentada na cama da ala hospitalar.

—Me parece que funciona – ele disse a encarando, abrindo a mão e mostrando a outra moeda para ela, Shara se ajoelhou na cama, se aproximando ainda mais dele, ela estava curiosa sobre aquilo, sobre ver sua imagem assim em uma moeda tão pequena, então ela entendeu, se jogando em seus braços mais uma vez, ele estava começando a se acostumar com aquele contato físico, já não o surpreendia mais como nas primeiras vezes, não que houvessem muitas, ele passou o braço em torno dela – Feliz aniversário Shara, você é indiscutivelmente a criança mais forte, mais teimosa e tendenciosa a problemas que conheci – ele disse por fim, sentindo que havia feito a coisa certa.

— Obrigada professor – ela disse o segurando com força – por me contar sobre a minha mãe hoje e por decidir permanecer – aquilo o tocou, ele retribuiu o abraçou com mais intensidade, ele nunca havia permanecido antes, para ninguém, isso também era algo completamente novo para ele.

— Agora – ele disse a soltando – precisará terminar sua refeição - ela sorriu, guardando a moeda, e se recompondo, ela puxou novamente a bandeja com o prato de sopa que agora estava pela metade, na sua frente, obedecendo o seu pedido.

— Professor – ela o chamou, ainda sem desviar o olhar - eu preciso de ajuda... - ela disse - por que as vezes eu simplesmente não consigo lidar com algumas coisas que sinto – ela admitiu aquilo com bastante naturalidade para ele, e ele se sentiu agraciado em ouvir aquilo.

— Percebo – ele manteve o olhar fixo nela - nós daremos um jeito nisso juntos.

— Promete? – ela pediu.

— Sempre! – Shara sorriu, voltando a comer, e ele sentiu que eles haviam construído algo novo ali, Poppy sorria para ele também, e aquilo não o incomodou, se não fosse aquele maldito trouxa, aquele dia poderia terminar muito melhor de como de fato começou, mas havia um trabalho bastante sujo a ser feito e que não poderia esperar.


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Notas finais do capítulo

Esse SEMPRE do Snape, é tudo pra mim.
Meu Deus então Poppy sabe da verdade agora, e vejam só nem doeu tanto assim pra ele admitir hahaha
E essa moeda heim... gente me arrepie todinha quando escrevi, ele esta permanecendo para ela :) melhor presente de aniversário impossível.

E no próximo capitulo, eu prometo... teremos o nosso desejo atendido, Noah vai conhecer de perto o terrível Severo Snape, comensal da morte modo ON



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