Destinos Improváveis escrita por Nara


Capítulo 2
Passado - Parte II


Notas iniciais do capítulo

Vamos lá pessoal, Shara está quase chegando...



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06/11/1981

Não havia sido uma noite fácil, mas honestamente todas as últimas noites também não, talvez e obviamente em virtude dos últimos dias da gestação, as dores, o excesso de peso da barriga, o cansaço, a falta de posição, mas sem dúvida tudo piorou depois da notícia do menino Potter e das lembranças que essa notícia a haviam trazido.

Por que Severo estava envolvido nisso? Oque ele estaria fazendo naquele lugar?

Apoiando as costas com as mãos e caminhando devagar até sua poltrona preferida na sala de estar, Maeva convoca sua xícara de chá, quando sente a primeira e forte contratação… Enfim, havia chegado o dia, ela sabia.

Controlando a respiração, Maeva começa a contar os intervalos entre as próximas contratações, ela havia decidido fazer isso sozinha, quanto menos pessoas envolvidas no processo e sabendo da existência do bebê melhor e mais seguro seria. Ela era uma bruxa competente, ela leu e se preparou pra esse momento durante meses e dessa forma ela lançou o primeiro feitiço de diagnóstico para averiguar que já estava com alguns centímetros de dilatação.

Maeva relaxou, enquanto as próximas contratações vinham cada vez mais frequentes, as duas últimas tinham sido bastante dolorosas e Maeva sabia que o momento do tão esperado encontro entre elas estava chegando.

—Shara, pode vir mamãe está preparada e te esperando aqui fora – ela sussurra para a barriga enquanto a acaricia com cuidado, esse era o nome escolhido para a sua filha, sua princesinha, Maeva havia o escolhido na adolescência, muito antes de pensar em namorar ou em ter filhos, era um nome árabe que ela havia ouvido em uma viagem quando sua mãe ainda estava viva, ela havia se encantando por aquele nome, e significava princesa naquele idioma, era isso que Shara seria, e de alguma forma lembraria um dos sobrenomes do seu pai que ela não iria poder carregar, Prince em outro idioma, Maeva resolve empurrar esses sentimentos para o lado aquele não era o momento para pensamentos dessa categoria, ela coloca um disco com uma coletânea de músicas clássicas que ela havia ganhado de Severo, novamente não para deixar aquele ambiente triste, mas para trazer um pouco dele para aquele momento, que ela havia decidido sozinha em não deixa-lo participar, ele não poderia, ele jamais desejaria aquilo, era loucura ela sabia, mas aquele bebe era a sua esperança, ela ouviu a campainha da porta tocando, a assustando, ninguém nunca ia ali, ela se levanta devagar, sabendo que havia algo a mais naquela visita, ela tinha suspeitas.

—Boa noite meu anjo – a senhora idosa entrou sem convite - cheguei antes de começar – ela disse olhando para a barriga - os dias estão uma loucura sabia, ohh não me olhe assim, você sabe que não pode esconder nada de mim, e você irá precisar de ajuda, não é assim que as coisas funcionam, agora vamos precisamos de água quente e umas toalhas esta quase na hora posso ver.

Elza Lowell, por alguma razão, Maeva achou que isso poderia acontecer, Elza era sua avó e depois da morte da sua filha, no caso sua mãe, ela havia sumido e ficando cada vez mais difícil de contactar, ela não era uma mulher comum, era misteriosa, tinha habilidades incríveis, e estava envolvida em algo maior, Maeva não havia falado com ela a alguns anos, e ela não sabia da gestação, mas ela tinha seus meios, e por alguma razão Maeva se sentiu acolhida naquele momento tão especial, seus pensamentos foram interrompidos por uma contração que a fez assobiar de dor.

—Venha querida – sua avó a ajudou a chegar até a cama – nossa princesinha está querendo nascer, não vamos deixa-la esperando não é mesmo, Maeva sorriu, a referência ao título de princesa não foi mero acaso, Elza sempre esteve presente mesmo quando não estava, ela sempre sabia do futuro.

—Como você soube, e principalmente como chegou até mim? – Maeva perguntou – achei que minhas proteções eram suficientes para blindar qualquer tipo de magia.

—E são, você ficou muito boa com isso, a ordem desistiu de te procurar tem um tempo, Minerva está inconsolável acredite, mas respondendo sua pergunta, o colar – Elza apontou para o colar de verde diamante que ela usava, era da sua mãe, ela sempre usava, exceto naquele dia fatídico, por alguma razão o colar havia ficado e Maeva se apegou a ele, era como se a sua mãe a acompanha-se, Maeva passou a usá-lo e nunca mais havia tirado, Severo dizia que aquele colar realçava ainda mais a cor dos seus olhos, verdes e Maeva gostava da referência – sim o colar, eu posso sentir a sua localização através dele, está na família desde os primórdios, sempre esteve debaixo do meu nariz esses anos todos, a pedra, fui tão cega, e você fez bem em tê-lo pegado naquele dia, mas terei que leva-lo, por razões que não posso te explicar, mas saiba que estará em boas mãos e de ele irá retornar no momento adequado – Maeva achou toda aquela explicação fascinante, mas não havia mais tempo para divagar sobre aquele ou qualquer outro assunto, ela gritou com a dor e a pressão, ela está suando e Elza segurou sua mão _querida, empurre, é o processo natural da vida, o milagre da vida, o bebê saberá o que fazer, empurre – Maeva fez, uma, duas, três vezes e num ato de força sobrenatural, Shara nasceu, o choro de bebe inundou todo o lugar, Maeva podia sentir as lagrimas incontroláveis que estavam escorrendo pelo seu rosto.

Elza lança um feitiço de limpeza e segura o seu bebê com cuidado, o trazendo e acomodando nos seus braços, uma menina linda, que ao sentir o calor da mãe, se encolhe parando de chorar imediatamente. Maeva sorri em meio as lágrimas de emoção, principalmente ao notar que ela tinha os cabelos pretos, tão escuros como os do pai… ela o lembraria dele, e como ela era uma menina, com facilidade Maeva localiza a marca da água próximo ao ombro de sua bebê, marca que ela carregaria por toda a sua vida, passaria pelas mesmas lutas, as mesmas dores, e agora ela se tornaria uma joia preciosa que muitos tentariam encontrar, a lenda se espalhou e ela era joia da imortalidade.

Tentando não focar nisso, Maeva segura sua menina nos braços com ainda mais força.

— Oi meu amor, você é tão, tão amada! Mamãe não deixará nada e nenhum mal encostar em você, mamãe promete.

—Ela sabe – Elza disse e Maeva sorriu com o comentário – aquelas referencias eram sempre futuras, Maeva sabia.

—Obrigada por vir, eu estava preparada para fazer isso sozinha, mas vejo que assim foi muito mais especial.

—Eu não perderia isso por nada, não é todo dia que nasce um bisneto – ela piscou – e senti a falta de Antony, aquela ave tagarela, o que você fez com ela – Maeva riu, Severo também dizia o mesmo do pássaro, talvez ele realmente fala-se mais do que o necessário.

—Eu o encantei sem ele perceber e então ele está dormindo – Maeva disse baixinho como se estivesse confessando um crime – as cenas seriam fortes demais para ele, e bem achei que seria melhor assim.

—Fez bem, fez bem... -ela disse se levantando e beijando a sua cabeça e a cabeça da bebe – ela se parece com o pai, eu sei o que pretende fazer, não vai dar certo – Maeva ficou séria, ela não queria discutir isso agora.

—Por hora não se preocupe – Maeva sabia que ela havia notado a mudança da sua fisionomia – se preocupe apenas em cuidar dela, e aproveite cada segundo, essa fase passa tão rápido, eu preciso ir, eu sei que foi uma visita rápida, mas o mundo está se movendo, e ainda existe tanto para ser feito, e levarei o colar – ela disse o tirando com todo o cuidado do seu pescoço, Maeva não se importou antes de ser dela, ou da sua mãe era da sua avó e Elza era a pessoa que ela mais confiava na vida, ela sempre tinha boas razões para tudo.

—Obrigada, mais uma vez, contarei para ela que sua bisavó participou do seu nascimento, e o quanto ela é uma mulher incrível e cheia de mistérios, do quais não entendo e não sei se quero entender – Maeva sorriu, era genuíno.

—Todas somos cheias de mistério, te vejo em breve – e assim ela partiu, e Maeva estava feliz, por um instante ela estava imensamente feliz, Shara havia dormido em seus braços, era a sua filha, sua princesinha.

—Eu sempre estarei aqui meu amor – Maeva disse apontando para o coração daquele pequeno serzinho – Sempre! Te amo minha pequena princesa.


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Notas finais do capítulo

Esse é um capitulo mais curto, agora preparados para a aventura?



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