O Curioso Relacionamento Entre A Fada E O Dragão 2 escrita por V P Santos


Capítulo 3
Neil Quer Sorvete, Blacy Pergunta Demais e Uma Surpresa Nada Agradável


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Zartaxes estava prestes a espirrar, quando Anllye tocou em seu nariz, sua mão brilhando com a magia de cura.

— Muito perto dele! – Gesticulou Zac, apontando para Neil. Quando a jovem fada afastou a mão, Zac fez menção de espirrar novamente.

— Não temos tempo para isso! – Sussurrou Neil, revirando os olhos. O garoto humano deu um peteleco na testa do garoto dragão. Zac tocou a testa irritado, mas sentia-se completamente revigorado e sua alergia parecia ter ido embora mais uma vez. Uau. Pensou. Ele é mais poderoso que Anllye! — Não fique muito perto de pólen, sua alergia parece lutar contra a magia de cura. Que bizarro!

— Você é bizarro, seu esquisito! – Rosnou Zac, baixinho. Estou cercada de idiotas... Devia ter ido tirar férias nas ilhas do Reino das Sereias! Pensou Blacy, também revirando os olhos.

— Neil, você consegue apagar os três ao mesmo tempo? – Perguntou a adolescente humana. Neil estalou a língua.

— Você sabe que não, de longe, só dois por vez. Não dá pra chegar perto de todos sem chamar atenção.

— Certo, deixe-me pensar... – Blacy roeu a unha do polegar.

— Demore o quanto quiser, só não exagere muito, já está saindo fumaça dos ouvidos. – Zombou Zac.

— Haha, engraçadinho. Rápido, me digam o que podem fazer. – Sussurrou a garota, sem tirar os olhos dos homens na entrada da caverna.

Blacy bolou rapidamente um plano, depois de se certificar das habilidades de cada um. Segundo ela, não podiam enfrentar aqueles homens diretamente, pois os caçadores de tesouros e a guilda dos mercenários eram conhecidos por sua grande experiência em combate corpo a corpo, então lutar estava fora de questão. Blacy sugeriu que apenas os distraíssem o suficiente para Neil usar seus poderes e entrarem, para Anllye, então, fechar a caverna, seguindo o plano que criara. Zartaxes não queria admitir, mas estava impressionado com a inteligência da jovem humana.

— Ok, vamos! – Blacy deu o sinal. Zac soltou uma grande bola de fogo no caminho por onde deveriam passar, alertando os homens distraídos na entrada da caverna. O rapaz saiu de trás da moita depois de chamuscar a si mesmo — era imune ao próprio fogo — e fingiu estar machucado.

— Me ajudem! – Gritou, com uma atuação exagerada e pouco convincente. – Um hipogrifo de fogo está vindo pra cá!

— Ele é um péssimo ator... – Anllye sacudiu a cabeça e cruzou os braços, observando a cena entre os arbustos da beira da estrada. Ela estava certa, Zartaxes era terrível.

— Eu achei incrível! – Exclamaram os irmãos, admirados. Se moviam silenciosamente, aproximando-se da caverna de forma furtiva.

— Ai! Ai, meu braço! Está prestes a cair! – Chorou Zartaxes, segurando o braço esquerdo com queimaduras superficiais que não doíam por causa de sua imunidade. Dois dos três homens foram até o garoto para ajudá-lo, o terceiro continuou de guarda, porém estava abalado com aquela situação estranha. Neil viu o momento perfeito: O terceiro homem, que deu alguns passos a frente, curioso sobre Zac, estava distraído o suficiente para não ver Neil sair silenciosamente dos arbustos e soprar sobre ele sua magia, fazendo-o dormir de forma instantânea, caindo no chão com o traseiro para cima.

Os outros dois, ouvindo o som do parceiro desmaiado, viraram-se imediatamente e se prepararam para lutar. Um deles pegou Zac e o prendeu com uma chave de braço, fazendo-o de refém. Mas Neil era tão habilidoso, que conjurou rapidamente um arco e duas flechas mágicas e, deitando o arco, acertou os dois homens de uma vez. As flechas, que eram feitas com a mesma magia de sono, zuniram no caminho até a testa deles, deixando um rastro de pólen e fazendo aqueles dois dormirem assim como o outro. Zac fez uma careta e se desvencilhou do homem adormecido que o segurava.

— Cara, como sua magia fede... – Reclamou Zartaxes, andando até os outros. Neil revirou os olhos.

— "Obrigado, Neil, por salvar minha vida!", "Não há de que, Zac, fico feliz de ter ajudado!", "Como posso te agradecer? Que tal se eu beijar seus pés e te comprar sorvete?" – Debochou Neil, imitando a voz de Zac de forma cômica. Zac o olhou com desdém.

— Nem em seus maiores sonhos, seu pirralho nanico! E eu não vou te agradecer, você quase acertou meu olho com sua flecha fedorenta! – Berrou Zartaxes.

— O quê? Eu não cheguei nem perto de te acertar, minha mira é impecável! – Protestou Neil, ofendido.

— Eu achei incrível, Neil! Sua flecha foi tipo, zum! E eles fizeram: ploc! E eu estava tipo, uau! – Admirou-se Anllye, fazendo Neil sorrir encabulado e Zac rosnar indignado, com um olhar assassino voltado para o garoto humano.

— Ok, já chega! Vamos entrar, a magia de sono do Neil só dura cinco minutos. – Interrompeu Blacy, batendo palmas para chamar a atenção dos outros jovens. – E também, não queremos mais mercenários e caçadores de tesouros aparecendo por aqui.

Todos concordaram e entraram na caverna úmida, iluminada com tochas nas paredes. Zac verificou seu braço, estava totalmente livre de queimaduras graças a sua excelente regeneração. Anllye virou-se para a entrada e com alguns movimentos da mão, fez crescer heras e cipós enormes na entrada da caverna, fechando a passagem. Neil assobiou.

— Uau, você realmente consegue conjurá-las do nada? Você é incrível, An! – Perguntou o garoto, impressionado. A princesa das fadas sorriu, orgulhosa e encabulada.

— É, tanto faz, vamos logo, não temos o dia todo... – Reclamou Zac, incomodado. Esses idiotas, eu devia chutar todo mundo aqui! Pensou. – O único caminho que temos é em frente, parece que é uma caverna longa.

— Parece ser bem maior que a sua, Zac. – Anllye andou até seu amigo dragão, segurando as mãos atrás das costas. Zac acenou, concordando e observando o lugar, enquanto todos se dirigiam ao fundo.

— Como assim? Você tem uma caverna, Zac? – Perguntou Blacy, curiosa. Anllye acenou, animada.

— Sim! Ele morou em uma por muitos anos! – Explicou a jovem fadinha, flutuando. – É um ótimo lugar pra dormir, se você tiver um travesseiro confortável...

— Desde quando você mudou de ideia sobre dormir na caverna? – Perguntou Zartaxes, franzindo o cenho.

— Desde que tivemos que dormir naquelas pousadas horríveis, até a caverna era melhor. – Brincou Anllye.

— Você vivia numa caverna? Ha, isso explica muita coisa... – Ironizou Neil. Zartaxes lançou-lhe um olhar mortal, fazendo o garoto estremecer. – Estou só brincando, cara.

— Mas por que você vivia na caverna, Zac? – Indagou Blacy, aproximando-se do garoto. – Você é diferente, não é qualquer ser humano que tem imunidade ao fogo e consegue farejar tão longe... Você é um híbrido?

Zac fez uma careta. Ela pergunta demais.

— Pode-se dizer que sim. – Resmungou Zartaxes, baixinho. Blacy arqueou as sobrancelhas.

— Ah, então você é como o Neil! – Exclamou a garota. Zac franziu o cenho, desgostoso. – Ele é um híbrido meio humano, meio fada. Os poderes dele também não são comuns para humanos normais, mas ele não tem asas, como vocês devem ter notado.

— Ah! É sério, Neil? Que incrível! Então você é como eu também! Bem, ao menos metade de você. – Anllye voou até Neil, mais animada do que nunca. O garoto híbrido riu, mas estava vermelho como um pimentão.

— E você, Blacy? – Perguntou Zartaxes. – Você sabe sobre todos nós, mas não sabemos nada sobre você.

— Ah, não tem muito o que saber, eu sou só uma garota normal! – Riu a adolescente, desconcertada, mexendo no cabelo escuro. – Eu não tenho nada de especial, nem poderes mágicos extravagantes...

— Sei... – Zac a olhou de soslaio. Espere, algo não está certo. O que ela disse antes? — ...Qual é a cor do meu cabelo, Blacy?

— Huh? Que pergunta estranha. É uma pegadinha? – Perguntou a menina, confusa. Anllye observou sua expressão, alerta com a pergunta de Zac. – É óbvio que é ruivo, igual o da Anllye.

— Quem são vocês? – Um grupo de sete homens estava bem em frente a uma grande porta azul brilhante com runas entalhadas — a entrada da masmorra. Ah, que legal! Estamos ferrados! Pensou Anllye.


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Notas finais do capítulo

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