Isso parece que já me aconteceu antes,

E, ainda assim, é diferente.

O que há sob sua capa brilhante?

Uma joia, um vazio ou um enfeite?

Estou cansado de adivinhações,

E velho demais para charadas.

Venho sentido falta da chuva,

Falta do sentimento de escrever por prazer.

Minhas novas histórias parecem desventuras,

Que eu só queria esquecer.

Por isso, tudo parece repetido...

Quase assíduo o meu desejo frio,

Em atender teus cortejos efusivos.

Porque desejo que seja distinto.

Há quanto eu ando sozinho?

Eu acho que já me perdi do caminho...

Acordei pela madrugada,

Enquanto a névoa me engolia.

E pensava “sentir frio é melhor,

Do que não sentir nada”.

Pareço repousar numa banheira de gelo,

Perdendo a sensibilidade de meu corpo aos poucos.

Em silêncio, minha alma em desespero,

Parece cada vez mais funda nesse poço.

Irá demorar até perder meus sentimentos?

Ou já os perdi em algum momento?

Pois isso é exatamente como fora...

Fora ser completamente dissonante.

Diz somente se existe uma capa brilhante,

Ou se tenho divagado novamente.

O meu café esfriou,

Desde quando isso se tornou um vício?

Não consigo enxergar a chuva que mingou,

Mas lágrimas caem do meu rosto, como um antigo resquício.

Tenho estado mais aflito,

Com meus poemas em vermelho vivo.

Pergunto:

Tua vinda é bem vindo?

~Gabriel.