Sete horas...

De uma noite chuvosa.

As folhas farfalhavam, e a garoa começa a apertar.

A chaleira chia com alguma pressa;

Ei, que tal esquentar o chá?

Vestido de moletom e sandálias,

O rádio está ligado tocando as mesmas velhas músicas.

Espero perto da porta você chegar,

E é nessas horas que eu consigo imaginar

E até escutar, você subindo as calçadas ensopado pela chuva.

Luzes fracas, um vento forte...

Refrescando uma noite cinzenta.

Os morcegos voam levantando uma poeira pustulenta.

A chuva cai, os rios inundam,

Enquanto eu observo tudo do muro.

O videogame está desligado,

E a minha ansiedade aquece o meu chá.

Não fiz para bebê-lo, e sim para espera-lo

Chegar antes de esfria-lo.

O tempo parece que não vai firmar.

No rádio agora, uma melodia calma...

Que naquele momento me faz lembrar.

De você, da sua companhia;

Que, mesmo quando você partir,

Vai me acompanhar.

Finalmente as dobradiças da porta se abrem,

E você chega.

No exato momento que meu dia se transforma.

Parece que só estava esperando, por essa hora...

Quando finalmente o vislumbro agora.

E eu aguardo o seu abraço,

Mesmo cansado.

Pois nele eu me sinto viajando pelo espaço,

Tão diferente dos brinquedos em meu quarto.

E eu só espero que esse momento seja eterno de fato...

~Gabriel.