Odeio esse cheiro de novo...

Exalando forte da minha varanda.

Parece mofo,

Criando bolores às minhas dores cor lavanda.

Estou perdido em muitos pensamentos,

E pouco deles são um alento.

Odeio esse caderno novo...

Atraindo histórias de como fomos.

Eu desejo sentir algo diferente,

E descrever sobre coisas aparentes.

Todavia, fico preso ao mesmo esboço,

Intrigado com passados sucessivamente, “de novo”.

Odeio essa cama nova...

Com cheiro de perfumes antigos.

Deito-me com meretrizes,

Para tentar calar conflitos.

Entretanto, não sinto mais felizes,

Os pensamentos algozes que permeiam minha crise.

Odeio essa vista nova...

Cheia de luzes que me ignoram.

Aos poucos, elas cessam e voltam,

E, quando acordo fora de hora,

Ainda sonho com destinos esquecidos.

Ergo pouco aflito e atingido.

Odeio essa “nova” escrita...

Para onde foram os amores,

As críticas, a metalinguagem, as dores?

A vida?

Tudo se torna tão cinza.

Penso se seria certo começar a colori-la;

Ou se já é tarde, e encontro-me entorpecido em...

Melancolia.

~Gabriel.