Doce e Marrento escrita por llRize San


Capítulo 62
Você é a causa da minha euforia




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Jungkook gradualmente abriu os olhos, sentindo-se desorientado. Sua visão estava turva, e levou um momento para que tudo se ajustasse. Quando conseguiu focar, percebeu que estava dentro de um carro, no banco de trás. Sua atenção se voltou para Jimin, que estava adormecido em seu colo.

— Senhor, ele está acordando! — Disse o motorista olhando para Jungkook.

— Aplique outra dose.

A agulha penetrou em seu braço, e uma sensação de dormência se espalhou pelo corpo de Jungkook. Ele tentou desesperadamente resistir, mas logo foi dominado por uma força irresistível, sua visão ficou turva mais uma vez e ele perdeu a consciência.

...

Horas depois, Jungkook acordou lentamente e fez um esforço para recuperar a consciência, suas lembranças do que havia acontecido começaram a voltar. Ele se lembrou do encontro com Jimin no parque, do estranho sonífero que os havia atingido e do homem de jaleco branco no carro que havia injetado uma segunda dose.

Jungkook olhou para Jimin, ainda adormecido devido aos efeitos da substância que haviam injetado nele. Assim como ele, Jimin também estava amarrado numa cadeira. Sentiu um nó de preocupação se formando em seu estômago. Ele precisava encontrar uma maneira de se soltar e descobrir onde estavam. Com cuidado, começou a analisar suas amarras, procurando por qualquer chance de liberdade, mas estava muito bem preso, um nó aparentemente difícil de desfazer.

— Jimin? — Sussurrou para ele, mas Jimin não se moveu — Jimin? — Chamou um pouco mais alto, Jimin despertou lentamente — Graças a Deus! Jimin, você está bem?

— Kookie? — Disse sonolento — Eu acho que estou bem, quer dizer, não muito — Jimin olhou em volta — O que aconteceu? Onde nós estamos?

— Jimin, me escute, tente manter a calma, está bem? Vai ficar tudo bem.

— Kookie, eu tô com medo — Os olhos de Jimin se encheram de lágrimas, algumas escorreram em sua bochecha. 

— Não fique com medo, meu amor. Eu tô aqui, nós vamos sair dessa.

Jungkook lutava em vão para se soltar das amarras que o prendiam com firmeza. Quem quer que o tivesse amarrado era habilidoso nisso. Ele explorou o ambiente ao seu redor, percebendo que estavam confinados em um cômodo exíguo e sombrio. As paredes estavam revestidas de musgo, emanando um odor úmido e desagradável. Ratos corriam furtivamente pelo espaço, sugerindo que o lugar estava abandonado há algum tempo.

A presença de um grande espelho em uma das paredes o fez especular que o cômodo já tivesse sido uma delegacia. Enquanto observava o reflexo no espelho, uma inquietante sensação o assaltou: alguém os observava do outro lado, oculto nas sombras.

— Olá? Tem alguém aí? — Gritou Jungkook em direção a parede de espelhos.

Não houve resposta.

Jimin, ainda amarrado à cadeira, não conseguiu conter as lágrimas que inundaram seus olhos. O medo o envolvia como uma sombra gélida. Ele tentou reunir forças para não chorar, mas a situação era esmagadora, e as lágrimas fluíram livremente, traçando um rastro úmido pelo seu rosto. Era uma sensação de impotência que o dominava, enquanto ele se debatia contra as amarras, ansiando por alguma forma de escapar daquele pesadelo.

— Jimin, olha pra mim — Jungkook tentou chamar sua atenção — Jimin, por favor, olha pra mim.

Com os olhos vermelhos e inchados pelo choro, Jimin tentou se acalmar, mas os soluços ainda sacudiam seu corpo.

— Jimin, eu não vou deixar que algo te aconteça. Vai ficar tudo bem. Se acalma meu amor, eu estou aqui — Jungkook sentia-se impotente por não conseguir proteger a pessoa que mais amava. 

O pânico de Jimin se intensificava a cada momento, ele se contorcia, lutando contra as amarras e soluçava em desespero. Jungkook, compreendendo a necessidade urgente de acalmar seu amado, fez uma pausa profunda e reuniu toda a determinação para manter a serenidade. Sabia que precisava acalmar Jimin.

Consciente de que não podia se soltar, Jungkook recorreu a um plano B. Começou a cantarolar suavemente, emitindo notas melodiosas que flutuavam pelo ar do lugar sombrio. Seus olhos se encontraram com os de Jimin, transmitindo uma mensagem de conforto e segurança. Pouco a pouco, os soluços de Jimin se acalmaram, e ele ergueu o olhar para Jungkook, intrigado e gradualmente recuperando o controle sobre suas emoções.

Jungkook começou a cantar baixinho:

Você é o sol que ressurgiu na minha vida…

Uma reencarnação dos meus sonhos de infância.

Eu não sei o que são essas emoções.

Eu ainda estou sonhando?

Há um oásis verde no deserto.

A princípio, dentro de mim.

Estou tão feliz que não consigo respirar.

Meu entorno está ficando cada vez mais transparente.

Eu ouço o oceano de longe.

Através do sonho, depois da floresta.

Estou indo para o lugar que está ficando mais claro.

Pegue minhas mãos agora.

Você é a causa da minha euforia. 

Jimin observava Jungkook com olhos vermelhos e inchados. Seu choro havia cessado, a voz suave e melódica de Jungkook o envolvia como um abraço acolhedor, acalmando suas emoções tumultuadas. O olhar de Jimin agora refletia não apenas medo, mas também um crescente sentimento de conforto e segurança.

— Jiminnie, nós vamos conseguir sair daqui, tente ficar calmo, está bem?

— Está bem, Kookie. Me desculpe.

— Ei, não precisa se desculpar, é normal sentir medo.

— Você também está com medo?

— Sim Jiminnie, mas vai ficar tudo bem, eu te prometo.

A porta se abriu e ambos ficaram apreensivos.

— Que cena mais comovente — Jeon, o pai de Jungkook, entrou batendo palmas e sorrindo com sarcasmo.

— SEU DESGRAÇADO! — Jungkook se debateu na cadeira, tentando se soltar — EU VOU TE MATAR!

— Se acalme, filho imprestável, se você preza por esse garoto, acho bom manter a calma.

— O que você quer? — Jungkook abaixou o tom de voz — Por que Jimin está aqui?

— Você me subestima mesmo. Qual foi o combinado, Jungkook? Você terminaria tudo com Jimin e eu o deixaria em paz.

Jungkook sentiu raiva de si mesmo e culpa por ter colocado Jimin em perigo.

— Eu vou me casar com Jisoo, então solte-o, ele não tem nada haver com isso.

— Não é bem assim que as coisas funcionam. Eu fui muito compreensivo até agora, mas vocês continuam se encontrando nas minhas costas. Mas isso acaba hoje.

— O que você vai fazer? — Jungkook estava desesperado, sua voz vacilou, tentou inútilmente se soltar da cadeira.

A tensão no cômodo aumentou quando Jeon fez um sinal para o espelho e dois homens entraram. Um deles permaneceu à porta, observando-os com atenção, enquanto o outro se aproximou de Jimin, sacando uma arma com um movimento ameaçador. Os olhos de Jungkook se encheram de desespero enquanto ele lutava contra as amarras, e Jimin, incapaz de encarar a situação, abaixou o olhar para o chão. O toque gélido do cano da arma em seu pescoço enviou arrepios de medo por sua espinha.

— SOLTEM ELE! — Jungkook gritava desesperado — SE VOCÊ ENCOSTAR NELE, EU JURO QUE EU TE MATO!

— Não sou eu que fará algo com Jimin, será ele mesmo.

Jungkook o olhou confuso.

— O que você…

— Já vi que não é possível fazer negócios com você, pois não cumpre sua parte. Mas quem sabe Jimin tenha mais coragem.

Jeon fez um sinal para o homem, que se posicionou atrás de Jungkook e encostou o cano da arma fria em sua nuca. O toque gelado fez Jungkook estremecer de medo. Jeon então se virou para Jimin, que ainda mantinha os olhos fixos no chão, seu rosto uma mistura de medo e ansiedade.

— Então Jimin, você já recusou minha oferta uma vez, mas creio que hoje será diferente — Jeon tinha um sorrisinho no rosto — Olhe para Jungkook! — Ordenou rispidamente.

Jimin levantou os olhos e viu o homem apontando a arma diretamente para a cabeça de seu amado. Seu corpo inteiro estremeceu e um choro pesaroso caiu de seus olhos.

— Kookie — Tentou falar, mas engasgou com as próprias lágrimas.

— Escute, Jimin. Você ama meu filho, correto?

— S-sim, eu o amo muito. Por favor, solte ele, prometo que não vou mais vê-lo.

— Promessas são vazias, Jimin. Precisamos de ação. Está disposto a qualquer coisa para ver Jungkook bem?

— Estou — Sua voz saiu fraca mas seu espírito estava determinado a proteger o homem que amava. 

Jeon fez um sinal para o homem que estava parado na porta, e este saiu por alguns minutos. Quando retornou, trouxe consigo uma prateleira de alumínio com um copo sobre ela.

— Se você realmente ama o meu filho, beba isso, é veneno. Não se preocupe, sua morte será rápida e indolor. Se você não beber, serei obrigado a tirar a vida do meu próprio filho.

Jimin arregalou os olhos, estava assustado, porém, inclinado a fazer o que Jeon lhe pedira.

— JIMIN NEM PENSE NISSO! — Gritou Jungkook, desesperado — ELE SÓ QUER TE ASSUSTAR... JIMIN?

Jimin ficou parado, olhando para o homem que estava atrás de Jungkook. Era como se o medo e o desespero tivessem cessado naquele momento. Parecia sentir uma paz inexplicável, pois já tinha tomado sua decisão e não temia mais a morte.

— JIMIN! ME ESCUTA! — Jungkook gritava.

Jimin olhou para Jeon.

— Você me promete que não fará nenhum mal ao Kookie?

— Sim Jimin, eu prometo — Jeon sorriu. 

Jimin pegou o copo, enquanto Jungkook se debatia na cadeira e gritava para que ele não bebesse aquele veneno. As lágrimas de angústia começaram a cair.

— JIMIN! POR FAVOR. NÃO FAÇA ISSO! VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO! — Jungkook chorava e gritava.

Jimin sorriu docemente para Jungkook.

— Kookie, eu te amo...

Jimin levou o copo até a boca e bebeu todo o líquido nele, aceitando seu destino com um olhar conformado, enquanto Jungkook gritava em desespero, impotente para evitar o que estava acontecendo.


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