… POV Yoongi …

Não sou muito fã de elevadores, tenho um certo receio, mas é necessário subir até o último andar para resolver algumas questões pendentes.

Ao entrar no elevador, a música de fundo irritante começa a tocar, e minha vontade é desviar o caminho e subir pelas escadas. No entanto, isso levaria uma eternidade, e estou com o tempo contado.

Quando as portas do elevador estavam prestes a se fechar, uma mão as segurou, fazendo-as se reabrirem. Revirei os olhos ao ver quem era. Kim Taehyung, a pessoa que tem assombrado tanto meu consciente quanto meu inconsciente.

Ele sorriu para mim, e odeio quando ele sorri daquele jeito, como se estivesse debochando. Sinto como se ele soubesse do frio na barriga que me dá sempre que ele se aproxima.

— Bom dia Senhor Min Yoongi — Ele diz com aquele sorriso perigosamente lindo. 

— O que faz aqui? — Tento disfarçar minha timidez com indiferença, será que ele ta ouvindo as batidas do meu coração? Porque eu sinto que estão bem altas. 

— Resolvendo alguns problemas, nada demais. E você? 

Ele se aproxima de mim, eu recuo até encostar na parede, odeio parecer acuado, mas Taehyung me deixa nervoso. Ninguém me deixa assim, exceto ele. 

— O mesmo. Resolvendo alguns problemas, nada demais — Olho pro chão e evito seu olhar. 

O perfume dele é agradável, um detalhe que pode parecer bobo, mas que deixa meu coração ainda mais inquieto. Ele se aproxima, ficando ao meu lado, seu ombro tocando o meu, e sinto minhas pernas amolecerem. É irritante o efeito que ele tem sobre mim.

Me afasto, mas ele se aproxima novamente, mantendo seu sorriso que não larga seu rosto. Seu aroma inunda minhas narinas e pensamentos, nossos corpos tão próximos aceleram as batidas do meu coração, sua presença me causa calafrios e deixa meu rosto vermelho e quente. Não posso estar no mesmo metro quadrado que Kim Taehyung sem sofrer ataques de pânico e ansiedade, só pode ser isso.

Um tranco no elevador me faz agarrar o braço dele, é inevitável; de certa forma, ele me transmite segurança.

— O que houve? — Pergunto assustado, vendo que o elevador parou. 

— Alguma falha, imagino eu. Calma, vai ficar tudo bem — Ele me abraça e meus braços automaticamente correspondem ao abraço. 

— Eu não to com medo — Minto.

— Você está tremendo — Ele pega minha mão — E suas mãos estão geladas. Não se preocupe, Yoon, logo logo eles vão vir nos tirar daqui. Vou ligar pra manutenção.

Ele pegou o telefone de emergência e eu não consigo soltar seu braço enquanto ele faz a ligação. 

— O que eles disseram? — Pergunto. 

— Vai demorar uma horinha até eles conseguirem nos tirar daqui. 

— Uma hora? 

— Sim. Mas vai passar rapidinho. 

— O que vamos fazer até lá? — Me arrependo de perguntar já que ele sorri de forma sugestiva. 

Ele se senta no chão, e eu, sem muita escolha, faço o mesmo ao seu lado. Afinal, não tenho para onde fugir, e estou preso aqui com ele, a última coisa que eu desejo, certo? Só espero que a manutenção demore a ser concluída.

— Podemos passar o tempo de forma divertida. Você nem vai ver a hora passar. 

— E como você faria isso? — Eu sei como, mas gosto de me fazer desentendido. 

— Te distraindo — Ele toca meu joelho e lentamente sua mão sobe pelas minhas pernas. 

— Taehy… — Tento dizer seu nome para adverti-lo mas as palavras sumiram da minha boca, minha respiração ficou descompassada, meu coração ainda mais acelerado e meu rosto quente como se eu tivesse corrido uma maratona. Deve ser efeito de estar preso em um elevador quebrado. É, eu gosto de me enganar. 

A mão dele para na minha coxa e aperta com suavidade, arfo e mordo os lábios para tentar me conter. Ele se aproxima, seu rosto colado no meu, posso sentir sua respiração. Seus lábios estão quase tocando os meus, consigo sentir sua boca na minha. Então, eu acordo abruptamente sentindo todas as sensações que eu sentia no meu sonho, preso com Taehyung no elevador. Eu sei que isso parece o roteiro de um filme porno, mas esse idiota está danificando meu cérebro e me fazendo pensar nele em situações nada comuns. Não só dormindo, mas também acordado. Devo estar ficando louco. 

O fato é que agora preciso lidar com as consequências desse sonho. Preciso de um banho demorado para aliviar a tensão causada por Taehyung. Se só sonhando eu fico assim não quero imaginar como seria na vida real. Que bom que ainda tenho muito tempo antes de sair. 

…

Yoongi andava pelos corredores da escola, desconfiado e determinado a evitar Taehyung a todo custo depois do estranho sonho que tivera. No entanto, para sua "infelicidade", eles estavam logo à frente, e Hoseok fez um sinal chamando-o. Relutantemente, Yoongi se aproximou deles, sentindo-se observado por ambos. Sua caminhada ficou desajeitada à medida que se aproximava, nervoso e envergonhado por causa do seu sonho, como se Taehyung soubesse exatamente o que ele havia feito naquela manhã, pensando nele.

“Aja naturalmente Yoongi” — Pensou consigo mesmo.

— Bom dia Yoon — Hoseok o abraçou — Dormiu bem? Sonhou comigo?

— Com você? Sim sim, claro, com toda certeza — Yoongi forçou uma risada. 

— Então você sonhou comigo? Ouviu isso, Tae?

Taehyung deu de ombros.

— E como foi o sonho, me conta. Era só você e eu?

— Sim sim, só nós dois — Yoongi desviou o olhar, não gostava de mentir para Hoseok. 

— Só nós dois? E como foi? Onde nós estávamos? 

— A-aqui na facul mesmo… não foi nada demais, só sonhei que estava atrasado e você foi até o portão me buscar. 

— Já vi esse filme antes — Hoseok sorria com orgulho — Viu só, Tae? Yoongi sonha comigo. 

Yoongi olhou para Taehyung, que evitou seu olhar e parecia chateado. Enquanto Taehyung tentava se distrair com o celular, evitando encarar Yoongi, ele sentia uma certa frustração ao ver Hoseok esfregando sua felicidade em sua cara. Embora considerasse que Hoseok estava sendo infantil, Taehyung secretamente desejou ter sido o protagonista dos sonhos de Yoongi.

…

Yoongi acordou às sete da manhã com o toque estridente do celular invadindo seus tímpanos. Cada vez que ele desligava o celular, a mesma pessoa ligava novamente. Sonolento e irritado, Yoongi nem conseguia ver o nome de quem estava ligando, apenas desligava a chamada automaticamente. Ele havia ficado acordado até tarde na noite anterior jogando e conversando com V sobre o estranho sonho e a pessoa que protagonizava esse sonho. Como era seu dia de folga, tinha a intenção de dormir até tarde. Entretanto, alguém teimava em interromper seu sono. Após esfregar os olhos para clarear a visão embaçada de quem acabara de acordar, a raiva tomou conta dele ao ver o nome do contato insistentemente chamando: "Idiota". Yoongi bufou de irritação.

— Porra Taehyung, o que você quer, caralho? — Yoongi odiava ser acordado.

— Como assim o que eu quero? Não está esquecendo de nada?

Yoongi tentava abrir os olhos e fazer download de sua alma.

— Esquecendo de que? Fala logo idiota.

— Meu Deus, como você acorda rabugento. O dia está lindo, os pássaros estão cantando, o céu está azul, as flores estão…

— Mano, é sério, vai tomar no meio do…

— Calma, calma. Não precisa ser tão mau humorado. 

— Eu nem acordei ainda, preciso de café. Na verdade eu preciso voltar pra cama. Se você só ligou pra encher o saco eu vou voltar a dormir. 

— Você é um subordinado muito rebelde. Como ousa falar assim com seu mestre? 

Yoongi suspirou irritado. Tinha esquecido do seu compromisso com Taehyung.

— Esqueci completamente dessa merda, dormi tarde ontem e não consegui acordar cedo.

— Eu também dormi tarde e acordei faz tempo, e por sinal estou muito disposto... Minha primeira ordem é pra você levantar agora e se arrumar, te pego aí às oito.

Taehyung desligou o celular sem esperar Yoongi retrucar, como de costume. Enquanto isso, Yoongi se jogou na cama, lutando contra o nervosismo que sentia. Saber que ficaria sozinho com Taehyung por dois dias lhe causava um frio na barriga, mas seu desejo por uma soneca era ainda mais forte. Ele se aconchegou nas cobertas, fechou os olhos e, apesar de seu nervosismo, logo se perdeu em pensamentos sobre Taehyung, que parecia ocupar uma parte significativa de sua mente. Yoongi nem percebeu quando o sono o dominou novamente.

Em mais um de seus sonhos com Taehyung, Yoongi se viu imerso em um cenário doce e romântico. Eles estavam em um parque, a grama macia sob eles, o sol brilhando e o céu azul formavam um pano de fundo perfeito. O clima era agradável, uma brisa suave acariciando suas peles.

Yoongi deitado no colo de Taehyung, que lia um livro em voz alta, preenchendo o ar com sua voz encantadora. Mesmo que as palavras não fossem o foco, ele não conseguia evitar admirar os lábios de Taehyung, enquanto a voz grave dele penetrava seus ouvidos como a mais bela melodia. Um momento de silêncio se seguiu quando Taehyung parou de ler, seus dedos delicadamente acariciaram as bochechas de Yoongi, e ele se inclinou mais perto do seu corpo, sussurrando suavemente em seu ouvido:

— Yoon, eu te amo...

Ouviu a voz dele repetidas vezes.

— Tae, eu também te amo…

— Fica comigo, Yoon.

Aquela voz parecia tão real, tão próxima.

— Taehy, me beije…

Em seu sonho, Taehyung o beijou com doçura, em um beijo lento e apaixonado, e Yoongi retribuiu o gesto com ardor. Ele acordou lentamente, ainda sentindo os vestígios daquela experiência onírica, quando de repente percebeu que alguém o estava beijando na vida real. Seus olhos se abriram assustados, apenas para encontrar Taehyung debruçado sobre ele. Rapidamente, Yoongi o empurrou para o chão, confuso e surpreso.

— Que porra você está fazendo?

— Você que pediu. Cheguei aqui e você estava dizendo todo manhoso “Tae, eu te amo”, “Tae, me beije”. Então, quer dizer que na verdade você sonha é comigo? 

— Vai se foder, era um pesadelo. 

— Pesadelo? Você gemeu meu nome tão gostoso, não parecia um pesadelo. 

— Você está inventando coisas, não é pra tanto.

— Não estou não, você disse: “Taaaaae, me beijaaa” — Taehyung imitou a voz de Yoongi de um jeito manhoso — Você sabe que eu não estou mentindo.

— Não, eu não sei de nada, e você já falhou, combinamos de não ter contato físico e você me beijou… Nossa, verdade, como você entrou aqui? 

— Eu vim te buscar e sua mãe abriu a porta e falou pra eu vim te acordar. Bem, eu te acordei… de certa forma. Aliás, já são oito e meia, querido. Você está meia hora atrasado. 

Yoongi balançou a cabeça e bufou irritado.

— Minha mãe também é foda, fica abrindo a porta pra qualquer um. 

— Não sou qualquer um. Sou Kim Taehyung.

— E o que eu tenho a ver com isso?

— Ué, sou o futuro genro da sua mãe, acho que ela sentiu isso também. 

— Não fale merda — Yoongi revirou os olhos, se levantou e jogou a coberta em Taehyung — Vou tomar banho e já volto. 

— Quer companhia? 

— Não enche. 

Taehyung olhou em volta, perplexo com a bagunça no quarto. Roupas espalhadas, um copo vazio de Nescau na escrivaninha, um prato com restos de biscoitos Oreo, papéis amassados no chão e outros objetos fora do lugar. Ele balançou a cabeça negativamente, questionando como um anjo tão adorável poderia ter um quarto tão bagunçado. Determinado, Taehyung se levantou, arregaçou as mangas e começou a limpar. Ele dobrou as cobertas e as roupas limpas, colocou as roupas sujas no cesto, jogou o lixo fora e levou o copo e o prato para a cozinha. Com um paninho úmido de desengordurante, ele cuidadosamente limpou a mobília, removendo manchas de achocolatado e poeira. Enquanto verificava se havia algo mais para limpar, seus olhos caíram sobre um moletom estendido na cadeira. Taehyung pegou a peça e a cheirou, apreciando o cheiro de Yoongi. Por alguns minutos, ele abraçou o moletom, enterrando o rosto no tecido para se envolver ainda mais na fragrância de seu amado.

— Yoongi, eu te amo... seu cheiro é tão gostoso... apesar de você ser um porquinho bagunceiro — Taehyung riu — Na verdade acho que eu é que sou seu subordinado. Estou totalmente à mercê de você.

Yoongi saiu do banho com os cabelos molhados, e Taehyung o olhou como se o mundo tivesse parado. Naquele momento, ele parecia ainda mais lindo do que o normal.

— Vem cá Yoon, deixe eu secar seus cabelos, se não você vai ficar gripado.

Yoongi se sentou na cama, e Taehyung se posicionou atrás dele com a toalha nas mãos, começando a secar seus cabelos de forma carinhosa. O gesto era tão afetuoso que Yoongi sentiu uma onda de sonolência, como se tivesse sido hipnotizado pela gentileza de Taehyung. Ele perdeu a luta contra o sono e deixou a cabeça pender para trás, deitando na coxa de Taehyung.

O sorriso surgiu no rosto de Taehyung ao ver que Yoongi havia cochilado. Ali, com a cabeça repousando em seu colo, Yoongi, que normalmente era marrento, assertivo, corajoso e de personalidade forte, parecia pequeno e frágil. Taehyung sentiu um impulso de protegê-lo do mundo, de mantê-lo seguro. Saber que Yoongi se sentia confortável com ele e confiava em sua companhia era uma sensação que aquecia o coração de Taehyung, mesmo com os erros cometidos no passado.

...

Yoongi abriu os olhos lentamente, e seu coração deu um salto ao perceber que estava deitado ao lado de Taehyung, com seus rostos bem próximos. Taehyung ainda estava mergulhado em sono profundo, e Yoongi não conseguia entender como tinha adormecido tão rapidamente. Era curioso como Taehyung conseguia ser ao mesmo tempo irritante e relaxante.

Yoongi considerou a ideia de se levantar, mas hesitou quando Taehyung, ainda dormindo, apoiou o braço em sua cintura e o abraçou com firmeza. Ficou paralisado, mal conseguindo acreditar na proximidade daquele abraço. Sentia o ritmo tranquilo das batidas do coração de Taehyung contra seu peito. Um sorriso brotou em seu rosto enquanto ele admirava o rosto sereno do rapaz adormecido, mesmo que Taehyung frequentemente o tirasse do sério.

“Tenho que admitir, ele é muito lindo... e tem os cílios grandes...”

Yoongi levantou a mão com a intenção de acariciar o rosto de Taehyung, mas hesitou e desistiu quando percebeu que Taehyung começava a acordar. Ele fechou os olhos e fingiu estar dormindo. Taehyung bocejou, puxou Yoongi para mais perto e deixou um beijo suave em sua testa, tudo com cuidado para não acordá-lo. Enquanto Yoongi estava se entregando a esse momento, a tristeza logo o invadiu ao lembrar de Hoseok.

A complexidade de seus sentimentos o confundia, e ele estava preso em um dilema entre sua atração por Taehyung e o compromisso que tinha com Hoseok. Seu coração estava dividido, e ele não sabia como resolver essa situação.

“Não posso fazer isso com o Hobi... Não posso gostar do Tae, eu prometi”.

Deu um leve empurrãozinho para tentar se desvencilhar do abraço gostoso de Taehyung.

— Acordou, Yoon?

— Me desculpe, acabei pegando no sono na hora que você tava secando meu cabelo.

— Não se desculpe, amei dormir com você... Também acabei pegando no sono, você estava dormindo tão gostoso no meu colo que eu não resisti.

Yoongi se levantou a contragosto, sua vontade era ficar envolvido naquele abraço o dia inteiro, mas não podia se colocar à prova, se sentia cada vez mais atraído por Taehyung. Pegou o celular e viu as horas. 

— Meu Deus, Tae! Já é meio dia, dormimos tudo isso? Você deveria ter me acordado.

— É que você dormia tão fofinho, parecia um ursinho no inverno, não queria te acordar.

A mãe de Yoongi bateu na porta.

— Yoon? Posso entrar?

— Pode mãe.

Ela entrou no quarto cheia de sorrisinhos, deduzindo que Taehyung fosse o tão aguardado futuro genro. 

— Leve o Tae lá pra baixo, fiz um almoço bem gostoso pra vocês.

— Tae? Já está com essa intimidade toda com ele?

— Claro, nos conhecemos quando ele chegou, já ficamos amigos. Amei seu namorado, você tem um bom gosto, filho.

Taehyung corou e sorriu, tentou mexer em algum objeto em cima da escrivaninha para disfarçar sua timidez, mas isso só o deixou ainda mais desajeitado. 

— Mãe, ele não é meu namorado, é meu amigo, só isso.

— Você dormiu a manhã inteira agarradinho com ele. Não parecia ser só seu amigo... Até tirei foto, olha que fofo... — Ela mostrou algumas fotos de Yoongi e Taehyung dormindo abraçados.

— MÃE! Apaga isso!

— Não mesmo, nem pensar. São minhas fotos.

— Manda pra mim, por favor, Sra. Min?

— Pode deixar meu querido Tae — Ela piscou pra ele — Mando sim.

Yoongi revirou os olhos com toda aquela cumplicidade dos dois.

— Tae, vamos almoçar logo e ir pra sua casa.

— Nossa filho, que pressa é essa pra ficarem sozinhos?

— Mãe! Pelo amor de Deus. Eu marquei algo com ele e quero terminar logo.

...

Taehyung se divertiu com a Sra. Min enquanto ela contava as histórias mais engraçadas e constrangedoras de Yoongi. Surpreendentemente, isso o deixou ainda mais apaixonado por ele, porque o lado engraçado e imperfeito de Yoongi era uma das coisas que o atraía.

— Ele parece ser frio e emburrado, mas na verdade é muito manhoso e adora carinho... Só lamento Tae, você terá um trabalho árduo namorando esse menino, tem que encher ele de amor e atenção.

— Se depender de mim, isso nunca vai faltar.

— Que coisa mais fofa, meu filho tem o melhor namorado do mundo — Ela fez carinho nos cabelos de Taehyung — Cuide bem do meu bebê.

— Vou cuidar, Sra. Min. Não se preocupe.

— Ah! Lembrei agora, tenho uma coisa pra te mostrar Tae — Disse ela com a mão no queixo. 

— Ah mãe! É sério? O álbum não...

— Que álbum? — Perguntou Taehyung, interessado.

— De quando eu era criança — Suspirou, entediado.

Os olhos de Taehyung brilharam de curiosidade. Ele estava ansioso para ver as fotos de Yoongi quando era bebê. A Sra. Min saiu do quarto e voltou rapidamente com o álbum nas mãos, parecendo saltitar de alegria. Ela adorava mostrar seu "bebê" para todo mundo e não perdeu a oportunidade de compartilhar as adoráveis fotos de Yoongi na infância.

— Olha Tae, Yoongi sempre foi fofo...

Cada foto que Taehyung via fazia seu coração derreter de tanta fofura. A seu ver, Yoongi era como um anjo, um ser iluminado e perfeito, moldado para ser o ser humano mais incrível do mundo. Ao observar essas fotos de Yoongi em sua fase de aprendizado, sentia que estava se aproximando mais dele. Embora fosse uma criança, Yoongi já tinha aquele sorriso lindo e encantador que o caracterizava. A única diferença era que ele havia crescido, mas a aura angelical e divina continuava a cercá-lo. Kim Taehyung estava profundamente apaixonado por ele.

...

Depois de almoçarem, Taehyung se dirigiu à pia para lavar as louças do almoço.

— Como você é fofo, Tae. Tão atencioso, vai ser um ótimo marido — Disse a mãe de Yoongi, orgulhosa. 

Yoongi balançou a cabeça negativamente, não adiantava discutir com sua mãe quando ela colocava algo na cabeça, então foi até a pia e pegou um pano de prato.

— Eu seco... Está tentando parecer legal? — Sussurrou Yoongi.

— Não estou tentando, eu sou legal, sua mãe já me ama.

— Quem tem que te amar sou eu, não é com a minha mãe que você vai se casar, é comigo.

— Ai Meu Deus! — Taehyung se controlou para não abraçá-lo — Você está me pedindo em casamento? Nós nem começamos a namorar ainda.

— Idiota, eu disse isso hipoteticamente. Você iria se casar comigo, se eu hipoteticamente amasse você, e não com a minha mãe. Hipoteticamente falando, é claro. 

— Claro, claro. Tudo hipoteticamente — Taehyung sorriu.

Enquanto Taehyung lavava as louças, Yoongi secava e guardava, uma tarefa corriqueira que, no entanto, os fazia sentir uma felicidade incontrolável.

— Parecemos recém casados — Colocou um pouco de sabão na pontinha do nariz de Yoongi.

— Não parecemos não — Yoongi limpou o sabão do nariz e revidou colocando sabão no queixo de Taehyung.

Taehyung tentou colocar sabão no rosto de Yoongi, mas ele se debatia e o empurrava. Sem perceber, acabaram rindo e se divertindo brincando enquanto lavavam as louças.

— Que casal mais fofo — A mãe de Yoongi parou no meio da cozinha para observá-los. 

— Mãe, a gente só tá lavando louça — Yoongi tentou se recompor — É sério Tae, lave isso direito, sem brincadeirinhas infantis — Yoongi riu e colocou sabão na bochecha de Taehyung — Pronto, agora sim acabou a brincadeira.

— Por que a brincadeira só acaba quando você quer?

— Porque eu que mando.

— E não era pra eu ser o seu Mestre?

— Sim, eu ordeno que você seja o meu mestre... Pronto, o que vamos fazer agora Mestre?

— Vamos pra minha casa — Sussurrou em seu ouvido.

Depois de deixarem a cozinha limpa, se despediram da mãe de Yoongi e foram pra porta, mas ela os chamou novamente antes que saíssem.

— Yoon, cadê sua mochila? — Ela olhou pras mãos vazias de Yoongi — Não quer que eu separe uma roupa pra você? Um pijama, uma toalha?

— Não precisa, dá muito trabalho. O Tae comprou uma escova pra mim, só preciso do meu celular. Sobre as roupas eu uso as dele.

“O Yoon vai usar as minhas roupas?” — Pensou Taehyung, um misto de felicidade e euforia dominaram ele. Imaginar Yoongi usando suas roupas o fazia se sentir seu namorado.

— Venha Tae, vamos, se eu demorar mais você vai querer que eu fique outro fim de semana com você.

— Então a gente pode demorar mais.

— Tae! Vamos — Yoongi segurou sua mão e o puxou. Quando estavam descendo o elevador ele revirava os olhos pro sorrisinho feliz que Taehyung não fazia questão de esconder. Ao chegarem na garagem, Taehyung o conduziu até seu carro e abriu a porta para ele.

— Coloque o cinto meu amor… Ou quer que eu coloque pra você? — Taehyung sorriu. 

— Não precisa, idiota — Yoongi colocou o cinto, estava nervoso e ansioso. Ficar sozinho no carro com Taehyung era um combustível perfeito para sua imaginação criativa. 

Taehyung ligou a chave e se preparou para sair.

— Dispensei todos os empregados e eu moro sozinho, ou seja, seremos só você e eu... Está nervoso?

— E por que eu estaria?

— Não está com medo do que eu possa fazer com você? — Taehyung deu uma olhadinha ao trocar de marcha. 

— E o que você pretende fazer comigo? — Yoongi odiava estar caindo nesse flertezinho barato. 

— Talvez eu te amarre e faça você sentir as sensações mais prazerosas que jamais sentiu. 

“Isso seria bom” — Pensou Yoongi.

— Tenta a sorte. Te mato se fizer isso. 

— Estou brincando, Yoon. Prometi que não faria nada com você, e não vou fazer, a menos que você me peça.

— Isso quer dizer nunca.

Taehyung riu, adorava o jeitinho marrento e teimoso dele.

— Sabe qual a primeira coisa que quero te mostrar na minha casa?

— Não, o que é?

— Meu quarto.

— Grande coisa. O que tem demais no seu quarto?

— Não é um quarto comum. Tenho certeza que você vai adorar. Chamo ele de quarto do prazer...