There's no one quite like you (TL 3.0) escrita por Anna


Capítulo 1
Sun may shine, but right now it won't rise


Notas iniciais do capítulo

Eis finalmente o primeiro capítulo! A música desse é sun may shine, do Tamino. Cada capítulo vai seguir um ou dois personagens no máximo porque eu quero desenvolver eles melhor, então embora esteja tudo interligado cada personagem vai ter uma espécie de núcleo específico. Os dois primeiros serão do Nico!



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O dia da mudança começou como todos os outros. O despertador tocou exatamente às 7h42 e após tatear cegamente pela mesinha da cabeceira tentando desligar a música maldita Nico ficou 10 minutos olhando pro teto questionando todas as decisões que ele já tomou na vida. Depois de uma rodada generosa de autocomiseração e crise existencial, ele finalmente se levantou da cama e se preparou no melhor de suas habilidades pra enfrentar mais um dia (o que, infelizmente, não queria dizer muita coisa).

Quando Nico chegou no café, Hazel já estava esperando por ele em uma cabine ao fundo com uma bebida à sua frente, distraída com o celular. Com um suspiro, o garoto se jogou no banco da forma mais dramática que conseguiu sobressaltando sua meia irmã. 

"O que tem de tão interessante nessa coisa aí?" perguntou desconfiado olhando pro celular que ela escondeu rapidamente.

"Eu não sei do que você está falando" respondeu Hazel tentando fazer a expressão mais inocente possível segurando sua bebida. 

Nico a encarou mais alguns segundos, mas a expressão da garota nem vacilou. Por fim, ele suspirou mais uma vez e desviou o olhar, se ajeitando melhor no banco. Ela deu uma risadinha, sabendo que tinha vencido. 

"Então, tudo certo para a mudança?" mudou de assunto.

"Essa é uma palavra muito forte" resmungou Nico observando o fluxo de pessoas na loja. "O mais encaminhadas possíveis dadas as circunstâncias". 

"O prédio é ótimo, juro. É bem do lado da nossa república, então se as coisas ficarem demais você sempre será bem vindo pra se trancar no meu quarto e tocar aquela gritaria terrível que você chama de música na altura que você quiser. E o Will é um querido, não tem como vocês não se darem bem. Ele é um ótimo colega de quarto."

Nico não respondeu, ainda observando distraidamente as pessoas do café. Todo mundo estava constantemente em movimento, preso em sua própria rotina, em seu próprio mundo. Todo mundo parecia ter um propósito, um lugar para ir. Menos ele.

As coisas... não estavam ideais ultimamente. Ele sentia que estava constantemente afundando, tentando desesperadamente se agarrar em alguma coisa, qualquer coisa, mas tudo parecia escorrer por entre seus dedos como areia. Por fim, os sinais começaram a parecer alarmantes o suficiente que ele contatou sua irmã, que lhe ofereceu um lugar para ficar e o tempo que ele precisasse, sem perguntas ou julgamentos. 

"Nico" Hazel chamou suavemente após alguns instantes, vendo o rapaz perdido em pensamentos. Quando ele encontrou o olhar dela, ela sorriu. "Eu sei que parece que não, mas as coisas melhoram. Isso também vai passar."

"Isso é uma referência a alguma música daqueles meninos tristes que por algum motivo você gosta tanto?" ele disse por fim, tentando mudar de assunto. 

Hazel soltou uma exclamação de indignação.

"Eu não vou aceitar nenhuma crítica musical vindo logo de você, pirralho!" ela bateu de brincadeira no braço dele e Nico deu uma risadinha. "Vamos indo, então. Thalia disse que já está chegando com a caminhonete". 

Quando eles saíram da loja, uma caminhonete vermelha antiga de 4 portas já estava virando na esquina. A motorista era uma garota alta com cabelos pretos repicados e muito delineador em volta dos olhos azuis. Ela estava vestindo uma regata preta larga de uma banda que Nico não conhecia e tantos pulseiras e braceletes que enquanto ela manobrava o carro, eles tilintavam. 

Hazel acenou para ela e a garota parou a caminhonete com o pisca alerta ligado. 

"Nico, esse é a Thalia, uma das minhas colegas de quarto" apresentou Hazel quando eles entraram no carro. "Thalia, esse é meu irmãozinho Nico". 

Thalia riu. "Prazer"

Nico acenou a contragosto pelo retrovisor e resmungou para sua irmã: "Eu não sou uma criança".

Hazel fingiu que não tinha ouvido. 

"Eu já mandei uma mensagem pro Solace e já está tudo certo no apartamento, é só entrar. Ele se ofereceu para ajudar a arrumar as coisas também, mas eu achei que já ia ser demais. Eu sei o tanto que você preza pela sua privacidade."

Nico concordou distraidamente enquanto olhava pela janela. Não sabia exatamente como se sentir com tudo isso. As coisas pareciam simultaneamente estar mudando rápido demais e não rápido o bastante. 

Logo, o cenário começou a parecer cada vez mais familiar e quando ele menos esperava, estava mais uma vez diante da casa de sua infância. Ele olhou a mansão imponente adiante como se estivesse diante de um velho inimigo. De certa forma, isso não estava completamente errado.

Seu pai, claro, não estava. Ele já deveria ter esperado por isso. A única pessoa em casa era o mordomo, o sr. Stefano, que perguntou educadamente se podia ajudar em alguma coisa e ao ouvir uma resposta negativa, prestativamente se colocou fora do caminho. 

Quando eles chegaram ao seu quarto e as garotas viram a sua bagagem, elas fizeram uma expressão complicada. 

"Isso é tudo?" perguntou Thalia com uma sobrancelha arqueada.

Nico deu de ombros. 

Ele morara a vida inteira com seu pai e todos os seus pertences, toda a sua vida até então, cabiam em um total de 3 caixas e 2 malas. Era um pouco deprimente quando você pensava por esse lado. Mas Nico já estava acostumado com "deprimente". 

"Menos trabalho, eu suponho." Thalia também deu de ombros, pegando a primeira caixa. 

Quando tudo estava carregado na caminhonete e eles se prepararam para partir, Nico lançou um último olhar para a casa e subitamente um pensamento lhe ocorreu.

"Como você disse mesmo que era o nome do meu novo colega de quarto?" franziu o cenho.

"Will Solace" respondeu Hazel do banco de carona. "Ele foi eleito como o melhor colega de quarto da faculdade numa pesquisa feita pela Annabeth."

"Os resultados podem estar enviesados pela quantidade da amostra" opinou Thalia, "mas ele de fato conseguiu uma pontuação bem alta no questionário geral" concedeu. 

Vendo a expressão de Nico pelo retrovisor, Hazel se virou para olhar pra ele. 

"Por que, você conhece ele?"

Bom, pensou Nico. Essa é uma forma de dizer.

Depois, ele fez uma careta. Pelos céus, isso vai ser tão constrangedor. 


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Notas finais do capítulo

Um pouco curto, mas esse foi mais uma introdução. Ainda tô pegando o jeito de novo depois de todo esse tempo. Beijão



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