A Pedra Filosofal: Regulus Black Mestre de Poção 1 escrita por Bruna Rogers


Capítulo 18
Capítulo 18




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Depois que Firenze o deixou com Hagrid, os quatro finalmente foram dispensados de volta às suas comunais.

Neville partiu para o quarto assim que pisaram na comunal, enquanto Harry e Hermione percebem Ron dormindo em uma poltrona na sala comum.

O garoto ruivo balbuciou um pouco sobre o quadribol quando Harry o sacudiu para acordá-lo.

O sono do menino evaporou assim que os dois outros começaram a contar o que aconteceu na floresta.

— Você disse que o sangue de unicórnio pode manter pessoas vivas — Hermione diz ao lado de Ron no sofá — a Pedra Filosofal também, lembra, ela pode ser usada para fazer o elixir da vida.

— É por isso que Voldemort está caçando aqui.

— Não diga esse nome — Ron sussurrou assustado.

— Então ele está tentando roubá-lo. Como ele faria isso daqui? — Harry continuou — Dumbledore saberia.

— Sim, mas e se ele está sendo ajudado por alguém?

— Quem? — Ron perguntou.

— Eu vi... na noite que entrei na sessão restrita — Harry começou a comentar — Os professores Quirrell e Black discutindo.

— Bem, os Black são reconhecidamente uma família que apoiou Você-sabe-quem —Ron contou — mas, todos os meus irmãos dizem que o professor Black é diferente dos outros. E que ele já falou publicamente que é contra ele.

— O professor Black sempre foi legal com todos, e até puniu os sonserinos por serem maus e preconceituosos — Hermione defendeu o homem — ele não age como alguém que quer matar todos que não são puro-sangue.

— É isso que meus irmãos dizem — Ron deu de ombro.

— Tem outra coisa — Harry disse, chamando a atenção dos dois — quando Voldemort veio me atacar...

— Pare de dizer esse nome — Ron choramingou.

— Eu senti uma dor, era como se minha cicatriz estivesse queimando — Harry continuou ignorando o ruivo — a última vez que senti essa dor foi no primeiro dia aqui. Quando estava olhando para o professor Quirrell.

— Aquele homem age como um rato assustado — Ron disse espantado. Ele pega Perebas que estava dormindo na almofada na mesa de centro. Puxando até ele e olhando nos olhos do animal — desculpa Perebas.

Hermione e Harry apenas olharam para a cena por um minuto antes de apenas decidirem ignorar.

— Exatamente por isso ninguém suspeitaria dele — Hermione disse — Dumbledore até pediu a ajuda de Quirrell para as proteções da pedra.

— Temos que falar com o diretor — Harry afirmou.

— Não temos qualquer prova — Ron disse alisando se rato — ele não vai acreditar em três crianças sem uma prova.

***

Regulus Black

— Isso é estupidez — Goyle disse baixo ao lado de Draco.

Regulus que estava no meio da sua explicação de porque os bruxos nunca venceriam uma guerra contra o mundo trouxa quando foi interrompido pelo menino. Como todos os alunos dos primeiros anos, há sempre os que foram doutrinados mais ferrenhamente na mentalidade puro sangue para pensar um pouco fora do conhecido. É por isso que Regulus ainda faz essa reunião, sobre esse mesmo assunto todos os anos, e ele pode acrescentar novas descobertas e novos fatos sobre o mundo trouxa a cada vez, para tentar desmistificar o que se sabia sobre eles, para aqueles que nunca estiveram na presença de um trouxa.

Com uma quantidade maior de alunos ligados ao Lorde das Trevas, os filhos dos Comensais de sua própria época, essas reuniões vinham se tornando mais necessárias.

— Repita senhor Goyle — Regulus disse encarando o garoto ao lado de seu afilhado — em um tom mais alto.

Goyle olhou ao redor, esperando apoio de seus colegas, mas percebeu rápido que tentar chamar seu professor, e diretor de sua casa de estupido não era uma boa ideia, se as expressões de desgosto e irritação de todos os alunos mais velhos.

— E-eu disse — ele gaguejou se encolhendo diante a atenção de todos — que isso é ridículo. Os trouxas são escória.

— E ainda assim já foram para a lua, criaram uma arma que pode devastar uma cidade e matar milhões em poucos segundos e tudo sem magia.

— Eles são animais.

— Tecnicamente nós também — isso sempre fez seus sonserinos franzir os narizes, mas era a mais pura verdade — Animais mamíferos, bípedes e racionais, animais chamados de seres humanos, que adivinhem só, os trouxas também são. A única diferença é que eles não tem magia, mas eles podem fazer as coisas, viverem suas vidas sem qualquer magia e nem sentem falta dela.

Os trio do primeiro ano, Goyle, Crabb e Malfoy se entreolharam, havia desgosto naqueles olhares, igual ele viu em todos os seus anos como professor. Afinal, Regulus não queria que seus alunos passassem a amar os trouxas, apenas saberem o suficiente e os respeitaram para não cair nas armadilhas dos velhos e antiquados sangues puro, estes que já estão todos mortos.

— Professor — o garoto sentado atrás de Draco levantou a mão — como o senhor sabe tanto sobre os trouxas?

— Bem, sr. Zabini, há vários modos de aprender sobre eles — disse Black — há livros que contam suas histórias e seus feitos, há a aula de Estudo dos Trouxas, e há sempre a viagem ao mundo Trouxa.

— Nunca pisamos no mundo trouxa — Malfoy disse com orgulho.

— Então como tem tanta certeza de que eles são apenas animais rolando na lama? — Black rebateu — é igual vocês me disserem que não gostam de amendoins só porque nunca provaram. Tudo o que sabem são conceitos pré criados pelo que ouviram falar, não pelo que viveram.

— O senhor já viu um trouxa? — uma das garotas perguntou.

— Sim, já estive em Londres e na Paris trouxas, lugares adoráveis.

Regulus sorriu com a expressão de choque no rosto de vários de seus alunos, mesmo alguns dos mais velhos não sabiam que ele visitará o mundo trouxa, bem não fora das missões de assassinato que o Lorde das Trevas lhe deu.

— Mas você é puro sangue — Crabb chiou em choque.

— Sim, sou. O último da minha linhagem familiar — ele disse olhando de relance para Draco.

Poucas semanas depois do aniversário de onze anos do loiro, seu avô Cygnus Black, tio de Regulus, faleceu. Regulus não se importou muito, o velho não tentou mudar nem por um momente seus preceitos de superioridade sanguinea, mesmo que uma de suas filhas tenha sido renegada — e a única que trouxe o genes de metamorfomagia de volta — e outra esteja presa por sequestro e tortura de dois grandes aurores, e claro assassinato de um monte de bruxos e trouxas também. E apenas sua filha caçula esteja seguindo os ideais de sangue puro. Ainda assim, Regulus é o único que pode passar o sobrenome Black adiante, considerando que Sirius está preso.

Bem, Regulus não pretendia levar seu nome adiante, talvez um dia se conhecesse a pessoa certa. Mas por hora, se algo acontecer com ele, adeus Nobre e Antiga Família Black.

A consanguinidade que os velhos pregam para manter alguma pureza em suas linhagens é o que está os matando. Isso aconteceu entre os trouxas também, na época da monarquia, e os trouxas perceberam que isso era estupidez e praticamente condená-los à morte, e os velhos bruxos não. Onde está o senso de sobrevivência em sua comunidade?

— Quero que pensem sobre algo — ele diz — quantas famílias bruxas, puro sangue, conservadoras ainda existem? Que tem mais de um filho?

— Que diferença faz a quantidade de filhos? — a jovem Greengrass questionou.

— Bom, como poderemos manter o mundo bruxo apenas com puros sangues se apenas um filho por casal vier a cada geração? — ele respondeu mirando os mais novos — pensem assim, há vinte famílias com um filho, para a próxima geração considerando que se casem entre si, serão dez casais cada um com um filho. Na terceira geração, com cinco casais vindo da anterior, vão restar apenas cinco pessoas. Conseguem me entender?

— Sempre será cortado a metade, a quantidade de pessoas filhos da geração anterior.

— Mas não há somente vinte famílias puro sangue — quase gritou Goyle.

— Realmente, há muitas famílias puro sangue em todo o mundo, mas nem todos são conservadores e que odeiam os nascidos trouxas e trouxas, os que vocês gostam de chamar de traidores de sangue — Regulus continuou — mas a lógica contínua, pode não ser em três gerações, podem ser em dez, quinze. Mas e os abortos? As crianças filhas de incesto e consanguinidade tendem a ser mais frágeis, mais doentes e não vivem tanto. Além da infertilidade.

— É possível o mundo bruxo acabar?

— Não, porque a magia vive em todo o lugar, e os nascidos trouxas estão aí para trazer a magia e sangue novo ao mundo.

— Nunca me casarei com uma nascida trouxa — Crabb disse com muita convicção.

— Como se uma fosse querer casar com você — Jessani Lowell, uma quintanista nascida trouxa zombou do seu lugar perto de suas amigas que apenas riram do garoto.

— Como se qualquer uma fosse querer — outra murmurou não tão baixo.

— Aposto que vai ser um daqueles casamento por contrato, só assim para esse ai desencalhar.

— Senhoritas — Regulus advertiu.

— Desculpe professor Black — as três disseram em coro, quando Regulus apenas meneou a cabeça em direção aos meninos elas apenas resmungaram um pouco antes de falarem novamente — Desculpe Crabb.

— Foi cruel da nossa parte dizermos isso.

— Mesmo que seja verdade — Lowell murmurou, mas dessa vez baixo o suficiente para as pessoas do outro lado da sala não ouvirem.

— Bem, todos vocês são muito jovens para pensar em casamento — Regulus disse, dispersando uma possível briga — pensei muito bem em seus futuros antes de casamento e filhos. Crianças não são fáceis de lidar, experiência própria, tenho todos vocês e meus sobrinhos para provar isso.

Houveram risos em meio ao grupo, e mais alguns comentários antes deles serem dispersados, as provas estavam chegando e eles precisavam estudar para conseguirem boas notas. Então, depois de mais meia hora de conversa ele dispensou seus alunos para que pudessem estudar, e passou mais duas horas ajudando-os com suas duvidas.

[...]

A semana de provas chegou e com ela a confusão e o caos que sempre vem com as avaliações, nada muito fora do novo normal para Regulus. Suas reuniões semanais foram tomadas para ajudar alunos com os desafios do fim do ano letivo, principalmente os quintos e sétimos anos com seus NOMs e NIEMs respectivamente.

Lágrimas e crises de identidade quanto aos seus futuros assaltou a maior parte dos alunos do último ano, e com isso ele não só foi conselheiro de seus sonserinos, como de vários alunos de outras casas.

Graças a isso também houve uma considerável redução nos problemas causados e sofridos pela escola. Por isso ele relevou as reclamações incessantes de Draco sobre sua noite de detenção que o loiro teve que cumprir na floresta proibida.

Veja bem, Regulus não concorda em colocar os alunos nesse tipo de risco. Aliás, ele sempre se perguntava: " Por que diabos a uma floresta com seres perigosos tão perto de uma escola? Mas esse é um tipo de coisa que ele não pode mudar, então ele tenta não enviar nenhum aluno para lá. Se eles forem por conta própria, bem, o peso na consciência dele será muito menor.

Draco recebeu essa detenção de McGonagall porque foi estupido o suficiente para sair de sua cama no meio da noite, desobedecendo uma regra, para flagrar e dedurar outros alunos que estavam fazendo a mesma coisa. Bem, talvez com isso ele aprenda o significado de hipocrisia, ou talvez não. Por mais sangue Black que Draco possua, ele teve muita influência Malfoy em seu crescimento.

No entanto, a história de terror que ele anda contando deixou Regulus intrigado, todos sabem que há perigos na floresta, afinal ela não recebeu o título de proibida levianamente, com tudo ele nunca ouviu sobre criaturas que matam unicórnio. Ele sabe, ao contrário de Draco e seu pavor particular por lobisomens, que essas criaturas não matam os equinos. Mas a questão que veio a ele foi, se Hagrid sabe que a um perigo desse tipo, Dumbledore também sabe — afinal o velho sabe de tudo o que acontece na escola, ou é o que ele diz — com isso as chances de McGonagall estava ciente disso antes de mandar quatro primeiros anos para algo tão perigoso é mínima. A conclusão óbvia é que os Grifinórios são lunáticos com pouco senso de sobrevivência, seja os deles ou de qualquer pobre coitado por perto.

As provas, no entanto, ocuparam a mente dele e de todos seus colegas, então ele deixou as preocupações com o que quer que seja o monstro matando unicórnios e o porquê.

***

Regulus foi tolo, ele admite isso livremente, assim como errou muitas vezes no passado, ele errou em não ter apertado mais Quirrell depois das coisas estranhas que ele presenciou nesse ano.

O homem se esgueirando por aí como um rato assustado a maior parte do tempo, e paralelamente lhe fazendo perguntas estranhas sobre o passado, na época da guerra. Regulus se deixou acreditar que era porque o homem mais novo era curioso, ele era assim quando aluno, durante os primeiros anos de ensino de Black.

Regulus manifestou suas desconfianças para Dumbledore algumas vezes sobre o ano, tanto sobre Quirrell, quanto com o que a chegada de Potter poderia acarretar, além da Pedra Filosofal e as armadilhas que foram postas dentro do castelo. E todas as vezes o velho mamute dispensou suas preocupações como se não fosse grande coisa.

Como se não existisse um bruxo das trevas, com quem mais ninguém estava preocupado, vagando por aí em busca de voltar ao poder.

E no fim, para variar, ele estava certo. Regulus pretendia dizer isso repetidamente na cara de Albus, assim que garantisse que as pobre crianças machucadas estivessem melhor. Pobre crianças que foram caçar o problema como dignos Grifinórios estúpidos e com pouca ou nenhum senso de autopreservação.

Particularmente, ele acredita que Quirrell não conseguiria a pedra, mesmo sem as crianças se envolvendo. Dumbledore havia protegido bem o objeto, mas talvez, sem isso eles não descobriram — teriam completa certeza — que Voldemort está de volta. E que conseguiu invadir Hogwarts.Não que Black vá dizer a eles que o que fizeram foi provavelmente inútil.

Ele não vai quebrar o espírito dessas crianças, como seus pais fizeram com ele nessa idade, isso no entanto, não o impede de dizer a eles que o que fizeram foi extremamente imprudente, irresponsável e muito perigoso. Seus ferimentos e os três dias de pratical coma de Potter para corroborar com ele, não que ele acreditasse que seria muito ouvido, afinal eram três crianças de onze anos e, ainda por cima, grifinórios. Além do que, ele não coloca mais sua mão no fogo por nenhum outro bruxo, seja ele do "bem" ou das trevas.

Obviamente há um Weasley envolvido na confusão, parece quase impossível desde 1982 que não houvesse um ruivo dessa específica família envolvido em alguma coisa. Nem Percy se salva. O caçula, até agora, dos Weasley em Hogwarts foi ferido durante a aventura deles, várias escoriações e alguns ossos quebrados, nada que a Madame Pomfrey não pudesse curar. O fato de Molly e Arthur não terem sido chamados, assim que as crianças foram encontradas, é um indício de que Albus está tentando manter o que aconteceu na escola em segredo.

Não que o próprio professor Black não concordasse em evitar o grande alarde, mas ele também quer manter os alunos em segurança, tanto quanto derrotar Voldemort de uma vez por todas.

Infelizmente, para isso ele precisa achar uma forma segura de destruir uma Horcrux, algo que apesar de mais de uma década de pesquisa ele ainda não descobriu. Porque nem os magos das trevas concordavam com fazer horcrux, a ponto de não ter livros sobre fazer ou destruí-las.

Ele olhou pela janela acima da cama onde Harry ainda está na enfermaria, a noite dominava o lado de fora, e o menino, assombrosamente parecido com o pai, dormia como se nada no mundo pudesse o atingir. Sereno e tranquilo como um bebê, mesmo com as escoriações.

Regulus deixou a caixa de chocolate com avelã sobre a mesa ao lado da cama, que já estava cheia de presentes para o menino. Com um suspiro cansado, ele deixou a enfermaria de volta ao seu quarto. Para ter certeza do que aconteceu nas antecâmaras do terceiro andar, eles precisavam esperar o moreno acordar. 

 


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