A Pedra Filosofal: Regulus Black Mestre de Poção 1 escrita por Bruna Rogers


Capítulo 17
Capítulo 17




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Quando finalmente eles entraram na floresta, a noite estava ficando mais fria com o passar das horas. A brisa bagunçava seus cabelos enquanto eles seguiam o caminho sinuoso de terra batida que se esgueira e desaparece por entre as árvores.

Depois de alguns minutos, a maior e quase única fonte de luz é a lanterna que Hagrid carregava no alto. Nem a luz da lua conseguia se infiltrar por entre as copas das árvores o suficiente para fazer alguma diferença.

— Olhem ali, estão vendo a coisa brilhante no chão? — Hagrid pergunta apontando para a base de uma árvore, fazendo os quatro estudantes olharem para o local — Prateado? É sangue de unicórnio. Tem um ferido gravemente por alguma coisa. É a segunda vez essa semana. Achei um morto na quarta—feira. Vamos tentar encontrar o pobrezinho.

Hagrid diz sério, como se fosse normal dizer isso para quatro crianças em seu primeiro ano na escola. Harry ficou internamente alarmado com a ideia de que algo estava caçando unicórnios e agora ele tinha que procurar tal coisa.

Ele olhou de relance para Hermione, e a garota devolveu o olhar. Se ele pudesse chutar o que ela está pensando, seria algo como: " não conte comigo de novo Hagrid". E por mais que Harry gostasse de Hagrid, foi ele que mudou sua vida, e o tirou do terror na casa dos Dursley, e ele será eternamente grato por isso.

Mas ele nunca quis colocar sua vida em risco dessa forma. Não precisava ser um adulto para saber que é uma terrível ideia ir caçar algo que está MATANDO unicórnios.

— E se a coisa que feriu os unicórnios nos encontrar primeiro? — Malfoy perguntou, incapaz de esconder seu medo.

E infelizmente Harry se solidarizou com isso, só dessa vez ele concordaria com Malfoy. Nunca de novo, jamais em voz alta.

— Não há nenhuma criatura viva nessa floresta que vai machucar você se estiver comigo ou com Canino. E siga a trilha. Muito bem, agora vamos nos separar em dois grupos.

Hermione encarou Harry com um olhar arregalado por um momento, Hagrid claramente não notou porque continuou a falar.

— E seguir a trilha em direções opostas. Tem sangue em toda parte, ele deve estar cambaleando pelo manos desde a ontem a noite.

— Eu quero Canino — disse Malfoy apressadamente.

— Muito bem, mas vou-lhe avisando, ele é covarde. Então eu, Harry e Hermione vamos por aqui — ele apontou para um lado — Draco, Neville e Canino por ali. Agora se vocês acharem o unicórnio, disparamos centelhas verdes para o alto. Ok? Se algo de errado acontecer, lancem centelhas vermelhas e vamos procurá-lo. Vamos.

Os grupos se separaram.

Por alguns minutos de caminhada os três ficaram em silêncio, enquanto rastreavam o sangue.

— Acha que um lobisomem fez isso? — Harry perguntou.

— Não com tanta rapidez, unicórnio são criaturas muito fortes, feri-los e matá-los não é fácil.

Eles continuaram a andar, seguindo a trilha que ziguezagueava por entre a trilha de terra e as árvores.

Harry pode ouvir o som de água corrente de um riacho próximo.

Hagrid agarrou Harry e Hermione por suas vestes, puxando-os para fora da trilha e os empurrando para trás de uma árvore na escuridão. Os dois não conseguiram mais ver nada, além da silhueta de Hagrid puxando uma flecha, armando o arco pronto para atirar. Eles apuraram os ouvidos, mas tudo o que podiam ouvir foi o vento, até que o som de algo deslizando pelas folhas mortas ali perto, chegou aos seus ouvidos, parecia uma capa se arrastando pelo chão.

Eles permaneceram em silêncio enquanto Hagrid apertava os olhos para ver melhor a figura misteriosa. Levou vários segundos até os ruídos desapareceram.

— Eu sabia — o meio gigante murmurou — Tem algo fora do lugar.

— Um lobisomem? — sugeriu Harry.

— Isso não era um lobisomem — disse Hagrid, sério — nem um unicórnio. Muito bem, me sigam, mas tenham cuidado.

Eles continuaram a caminhar em silêncio, atentos a tudo ao seu redor. Quando chegaram a uma clareira, viram algo se mexendo.

Quando as crianças já estavam apavoradas, a criatura se revelou. Um centauro, Ronan. Um amigo de Hagrid aparentemente.

A próxima coisa que os dois grifinórios menores aprenderam é que centauros são muito completamente adeptos da astrologia, não falavam coisa com coisa quando se pedia alguma informação. Isso só foi reforçado quando um segundo centauro, Agouro, apareceu.

— Hagrid! Olhe! — Hermione disse agarrando o braço do homem e apontando para o céu — centelhas vermelhas!

— Vocês dois esperem aqui — gritou Hagrid — fiquem na trilha, volto para buscá-los.

Então o homem dispara na direção das centelhas.

— Acha que é uma boa ideia? — Harry perguntou, ainda parado.

— Tem algo matando unicórnios Harry — ela disse com um bufar, mas o medo ainda era claro em seu tom — estar nessa floresta já é uma má ideia. Você acha que eles estão machucados?

— Não me importo com Malfoy, mas se alguma coisa pegou o Neville — ele diz preocupado — é nossa culpa que ele esteja aqui.

Os minutos se arrastaram como horas, seus ouvidos mais aguçados do que o normal. Harry registrou cada suspiro do vento, cada graveto que se quebrava. Finalmente um grande barulho no mato, que elevou as almas de Harry e Hermione para fora de seus corpos por um segundo, anunciou a volta de Hagrid. Neville e Malfoy com Canino o acompanhavam. Hagrid parecia irritado. E os dois grifinórios descobriram que é porque Malfoy tropeçou e se segurou em Neville, que por sua vez se assustou e lançou as centelhas.

— Vamos trocar os grupos — Hagrid disse ainda bravo — Neville e Hermione viram comigo. Malfoy e Harry com Canino.

Harry preferia que a detenção tivesse simplesmente acabado, mas deixou as reclamações para Malfoy.

A dupla caminhou por meia hora, se embrenhando cada vez mais no coração da floresta, até a trilha se tornar impraticável, pois as árvores cresceram muito juntas.

— Olhe... — Harry diz agarrando o braço de Draco.

Alguma coisa muito branca brilhava no chão. Eles se aproximaram um pouco, cautelosos.

Era um unicórnio e estava morto. Harry nunca viu nada tão bonito e tão triste. O moreno deu um passo à frente, mas um som de algo que deslizava o fez congelar onde estava. Uma moita estremeceu na orla da clareira. Então do meio das sombras saiu um vulto encapuzado que se arrastava pelo chão com uma fera à caça. As crianças e o cão ficaram paralisados. O vulto se aproximou do unicórnio, abaixou a cabeça sobre o ferimento no flanco do animal e começou a beber sangue.

O grito de Malfoy foi terrível, enquanto ele fugia sendo seguido por Canino. A figura levantou a cabeça e olhou diretamente para Harry, o sangue prateado escorrendo pelo peito dele. Aquilo ficou de pé e avançou rápido para Harry, que ainda estava paralizado de medo.

Então uma dor que ele nunca sentiu antes, atravessou sua cabeça, como se sua cicatriz estivesse pegando fogo, e as chamas estavam consumindo todo seu crânio. Meio cego pela dor, ele recuou cambaleando. O som de cascos às suas costas, chegou ao seu ouvido piorando sua dor. Algo galopando saltou por cima dele, e atacou o vulto.

— Você está bem? — perguntou o centauro.

Harry precisou de alguns minutos para se recompor de toda a dor.

— Estou, obrigado — ele responde um pouco sem folego — o que foi aquilo?

O centauro não respondeu. Ele olhou para Harry, com seus espantosos olhos azuis, se demorando na cicatriz em sua testa.

— Você é o menino Potter. É melhor voltar para junto de Hagrid. A floresta não é segura a essa hora, principalmente para você — ele diz.

Firenze como ele se apresentou, lhe ofereceu uma carona como forma mais rápida para sair da floresta.

No caminho eles encontraram Agouro e Ronan, e Harry percebeu que estar montado no lombo de um centauro era muito mal visto. É até desrespeitoso. Mas também percebeu que há algo muito importante que aqueles seres sabem, e que eles escolheram não contar a ninguém.

Enquanto era levado para Hagrid, ele descobriu algo novo, a utilidade do sangue de unicórnio. O liquido prata é capaz de manter alguém vivo, mesmo que esteja à beira da morte. E quem consome tal sangue, cometendo o crime de matar um ser tão puro quanto um lobisomem, terá apenas uma meia vida amaldiçoada.

— Mas quem estaria tão desesperado? — Harry perguntou em voz alta.

— Não consegue pensar em ninguém que tenha esperado muitos anos para retornar ao poder?

Harry suspirou. Voldemort é a única resposta.

O homem que matou seus pais, e desapareceu depois de tentar matar o próprio Harry. Dado como morto, mesmo que ninguém tenha visto o seu corpo.

Não faz sentido na cabeça de Harry como é possível que aquele homem sobrevivesse, mas ele é novo no mundo mágico, e Voldemort era, é um grande mago, altamente reconhecido.

Por que, no entanto, ele estaria caçando unicórnios tão perto de Hogwarts? Todos sabiam que ele tinha medo de Dumbledore. A Floresta Proibida não deveria ser o único lugar com unicórnios para ele estar caçando ali.

 

 


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