Uma Estrelinha em Nossos Corações escrita por BabyGirl
Notas iniciais do capítulo
Boa leitura.
Dois anos depois
Cassie sentiu sua barriga 'endurecer' com mais frequência, as dores nas costas aumentaram e também a frequência urinária nas últimas horas.
Ela acabara de voltar do banheiro, estava indo sentar no sofá, quando de repente sentiu um líquido quente escorrer por suas pernas.
— O que foi amor, não conseguiu segurar o xixi dessa vez? - Perguntou Luke despreocupado saindo da cozinha enxugando um prato e caminhando até Cassie.
— Luke, não é xixi… a bolsa estourou.
Luke demorou alguns segundos para processar a informação.
— Tudo bem amor. Fica calma. Tranquila. Respira. Vai dar tudo certo. Vou te levar para a maternidade. - Falou pausadamente.
— Estou calma, amor.
— Senta aqui no sofá que eu vou pegar as coisas. - Ele não queria demonstrar, mas estava surtando internamente. Seu cérebro não funcionava mais. Ele estava fazendo as coisas no, dito, automático.
Luke pegou as coisas, as chaves e abriu a porta do apartamento e saiu, praticamente correndo.
— Luke. Oh Luke?! - Cassie chamava em voz alta, porém ele não respondia.
Ela suspirou ruidosamente. Sentou-se novamente no sofá.
— Ele vai voltar já. - Enquanto ela falava sentiu uma cólica muito forte. Pegou seu caderno e anotou o horário. Haviam se passado 15 minutos da anterior.
— Droga Luke, cadê você?
Ela pegou o celular e ligou para ele. Chamou, chamou e acabou indo para a caixa postal. Ligou mais uma vez e tudo se repetiu. E mais uma outra vez.
— O que eu faço com o seu pai? Ele foi para a maternidade e não levou a gente. Ah Luke!
Cassie começou a ligar para sua mãe.
Ligação on
— Hola cariño. Como está, filha?
— Oi mãe, eu estou bem. Quer dizer, estou com contrações de 15 em 15 minutos e a bolsa já estourou.
— Oh meu Deus. Vai nascer?
— Sim, mãe. - Pôde sentir sua mãe vibrar do outro lado da linha. — O problema é que o maluco do meu marido pegou as coisas, pegou a chave do carro e foi para a maternidade sem mim.
Marisol não resistiu e começou a rir.
— Mãe? É sério!
— Oh amor, me desculpe. Ele com certeza está nervoso. Fica calma e respira. Eu vou ligar para ele, se ele não atender eu vou te buscar. Está bem?
— Obrigada mãe.
Elas se despediram e encerraram.
Ligação off
— A mamãe vai tentar se acalmar. Na verdade eu estou calma, mas muito ansiosa, estou tão louca para te conhecer… - Falava acariciando sua barriga. — E com um pouco de medo, não posso negar. No entanto, acredito que vai dar tudo certo. Isso se seu pai der as caras, não é? Será que ele fugiu? - A futura mamãe começou a rir imaginando a cena.
Após uns 2 ou 3 minutos o celular de Cassie tocou.
Ligação on
— Oi mãe.
— Consegui falar com ele. Luke já está voltando para te buscar.
— Aleluia!!! Ele já tinha chegado na maternidade, não é?
— Sim. - Marisol começou a rir.
— Outra dessa e eu peço o divórcio.
— Calma filha, ele já vai voltar. Tente ficar calma e qualquer coisa me ligue. Eu vou me arrumar aqui e vou para lá também. E vou ligar pro Jacob e tenho certeza que ele também irá. A gente não vai aguentar ficar em casa esperando.
— Vovó e vovô corujas.
Elas riram e se despediram.
Ligação off
Cassie teve uma nova contração mais forte ainda.
— Oi, oi amor - Luke disse ofegante, abrindo a porta.
Ela só o encarou.
— Me desculpa acabei te
Ela o interrompeu, sem paciência — Tudo bem, Luke. Respira. E se acalma.
Ele fez isso.
— Precisa de ajuda com banho ou trocar de roupa?
— Não. Tomei banho há pouco e essa roupa está boa para eu sair, eu já troquei a que estava usando quando a bolsa rompeu e molhou. E lá vou trocar mesmo. Agora o que eu quero é o seguinte. Você vai respirar mais uma vez e ficar tranquilo. Em seguida vai até a cozinha pegar aquela lista que fizemos.
— Certo. - Ele começou a caminhar.
— E traz uma caneta, por favor, para eu fazer uma pequena, porém importante anotação.
— Okay, okay. - Luke começou a rodar procurando a caneta. — Caneta, caneta… onde vou achar uma? Ah, na cozinha mesmo.
Cassie começou a rir da trapalhada dele.
— Seu pai não tem jeito. - A gargalhada fluiu alta, porém mais de nervoso do que de graça.
Ele achou uma caneta, e foi até a porta da geladeira. Seu coração estava mais acelerado do que nunca.
Pegou a nota que fizeram, que estava um pouco abaixo da foto do último ultrassom.
— Papai vai te conhecer pessoalmente daqui a pouco. - Ele sussurrou para o "bebê " — Prontinho amor, aqui estão.
— Ótimo. Obrigada, vou fazer uma alteração aqui, presta atenção.
— Estou prestando. - Ele arregalou os olhos.
— O item mais importante agora que vai ocupar o 1º lugar será:
Cassie fez uma pausa, um pequeno suspense. — CASSANDRA SALAZAR. Estou anotando aqui… Entendeu Luke? NÃO PODE ESQUECER A CASSANDRA SALAZAR ca ra lho! Eu que vou parir, entendeu?
— Okay, okay amor, entendi, foi só um deslize.
— Assim espero. Você tá pior que eu.
— Tudo bem. Vamos lá, já perdemos tempo demais. Deixa eu ver a lista. Item 1? A Cassandra Salazar. Sim, está aqui na minha frente. Consegue andar? - Ela assentiu e se levantou do sofá.
— Próximo item? Bolsa da mamãe e os documentos.
Ele foi buscar.
— Falta só minha habilitação. - Cassie explicou.
— Eu sei onde está, vou pegar.
Colocou dentro da bolsa da Cassie.
— A mala da mamãe e a mala do bebê estão na entrada porque já peguei.
— Ai cacete! - Ela se encolheu de dor e gemeu.
— Vai ficar tudo bem - ele tentava acalmar ela e a si mesmo.
— Está mais intensa e agora foi em 10 minutos.
— Temos que ir. Pode andar?
Ela respirou fundo.
— Sim, posso.
Ele a ajudou a caminhar.
— Com cuidado… vamos mamãe.
— Luke, acho melhor você me dar a minha bolsa para você não carregar tantas coisas.
— Okay - ele fez isso. — Okay amor vamos.
— Não esquece de trancar a porta e só mais uma coisa.
— O quê?
— Chega de tanto "okay okay" isso está me irritando já. - Disse um tanto alterada.
— Oka… - ela olhou torto para ele. — entendi. Já parei com isso e amor, mudando de assunto, o bom é que eu falei com a Dra. Amanda e eles já estão te esperando no hospital.
— Graças a Deus por isso!
Caminharam em direção ao elevador.
— Amor fica tranquilo e dirige com cuidado, viu? A última coisa que precisamos agora é um acidente.
— Sim, vou dirigir com cuidado.
Eles pararam e chamaram o elevador.
— Já já você vai estar nos braços da mamãe - ele foi se abaixando e beijando o barrigão de Cassie. — e o papai vai te beijar muito, fazer muito carinho e te amar demais, eu já te amo demais - ele estava chorando fazendo Cassie chorar também. Luke elevou seu olhar encontrando os olhos de Cassie e sorriu. Levantou-se e a beijou ternamente nos lábios.
— Eu te amo Cassie Salazar. Você é a mulher da minha vida e você me faz o homem mais feliz do mundo.
— Eu também te amo marujo.
Eles foram despertados pelo som do elevador abrindo a porta.
— Não fique com medo, vai dar tudo certo. - Luke disse com fé e confiança.
Ela assentiu e eles entraram no elevador.
(...)
— Você não cansa não? A mamãe está exausta.
Falou olhando para aquele serzinho inocente e frágil em seus braços.
— Oi oi, meus amores. - Luke disse baixinho e ansioso, abrindo a porta do quarto.
— Eles foram embora? - Cassie questiona baixinho.
— Me deu o maior trabalhão convencer sua mãe e meu pai a ir pra casa. Depois de prometer muitas fotos e vídeos. - Luke arrumou numa poltrona algumas coisas e também uns papéis.
— Viu amorzinho demorou tanto para nascer que acabou o horário de visitas e seu vovô e sua vovó estão surtando. Querem te ver pessoalmente e te pegar no colo.
Luke se aproximou do leito.
— E mimar. Mimar muito, estou até vendo.
— Luke, essa é sua filha, Olivia. Já vestida e perfumada. Uma princesinha. E Olivia esse é Luke o seu papai babão.
Luke estava emocionado.
Sentou ao lado delas.
— Oi meu amorzinho. Nos vimos tão rápido não foi? Agora papai não vai desgrudar.
Luke pegou a pequena dos braços de Cassie .
— Ela é tão linda, tão perfeita, Cassie…
— É sim. Muito linda, nossa menina.
— E você como está?
— Exausta. Não pensei que fosse demorar tanto em trabalho de parto, mas estou bem.
— Está com dor?
— Dolorida. Mas nada exagerado.
— Estou tão orgulhoso de você, Cassie. Foi tão valente, uma guerreira.
— Eu te agradeço por estar comigo e me acalmar.
Eles assentiram e se olharam.
A pequena se espreguiçava nos braços do pai.
Luke estava aos prantos. Olhou para Cassie e ela entendeu seu receio, sua preocupação.
Ela o abraçou.
— Está tudo bem meu amor. Eu "conversei" com nosso filhinho. Falei com ele para não ter ciúmes. O lugar dele em nossos corações nunca será ocupado. Ele foi promovido a irmão mais velho agora e que de onde ele estiver precisamos da ajuda dele para cuidar e proteger a sua irmãzinha Olivia.
Luke assentiu em meio às lágrimas.
— Não é errado a gente sorrir e ser feliz, não é Cassie?
— Não é errado, meu amor. Vai ficar tudo bem.
Ela envolveu os dois em seus braços, Luke deitou sua cabeça sobre os ombros de Cassie e eles ficaram assim um tempo.
— E como foi pra amamentar?
— Uma tortura. Acho que sua filha quer acabar com os meus peitos.
Luke começou a rir.
— Você ri porque não é com você.
— Vocês vão pegar o jeito.
A pequena começou a choramingar.
— Foi só falar, acho que ela quer mamar.
— Você quer mamar amorzinho? Vem com a mamãe. - Ela ajeitou a pequena em seus braços. — Luke grava pra mim? Quero registrar a primeira vez que vou amamentar.
— Tecnicamente é a terceira.
— Deixa de ser chato e vai logo.
Ele pegou o celular e começou a gravar.
— Depois tira foto dos pezinhos dela entre nossas mãos. Quero divulgar para os fãs. Não agora, e sim quando estivermos em casa. Não vou expô-la, porém também quero compartilhar com eles. Recebemos tanto carinho e orações para que ela estivesse conosco como está agora.
— Eu concordo amor. Farei isso. E também fotos para a família, se não, não vão dormir hoje.
— The Loyal também está assim, tive que desligar meu celular.
Eles riram.
Ficaram assim curtindo a pequena nova integrante da família.
— Agora você vai fazer seu papel de pai e colocar a bebê pra arrotar.
— Com prazer. Vem com o papai.
Luke pegou cuidadosamente a pequena e a colocou para arrotar.
Um tempo depois, Cassie adormeceu, estava muito cansada. Luke a cobriu. E a pequena em seus braços também dormiu e ele a colocou no bercinho, a ajeitou e cobriu.
Ele sentou na poltrona, todavia não conseguiria dormir naquela noite. Ficaria vigiando o sono das duas pessoas mais importantes de sua vida. E também trocando e recebendo mensagens de pessoas que os amavam e se importavam com eles. Afinal era um momento de emoção indescritível, alegria e felicidade.
A dor, o medo e as frustrações ficaram para trás. Agora novas memórias seriam criadas, mas sem nunca esquecer o passado.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!