A menina que queria alcançar as estrelas escrita por MeliVick


Capítulo 1
Capítulo 1 - A menina


Notas iniciais do capítulo

Olá, galera!
Sejam bem-vindos a esta nova história!

Ela é algo que eu senti muito de escrever pois queria narrar uma aventura misteriosa com muitas criticas relacionadas a oprimirem criatividade de uma criança, além de reprimirem aqueles que querem ser livres das amarras de uma sociedade bruta.

Espero que gostem!
Comentários e críticas são bem-vindas!



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Era noite. Finalmente aquela era uma noite estrelada, depois de semanas de muitas nuvens devido às chuvas que caiam. Aline olhava pela janela procurando aquele brilho que sempre acalmava seu coração. Assim que notou a brilhante estrela no meio do céu, ela foi abrindo um sorriso sincero. Seus olhos se abriram mais para ver a majestosa luz que ela emanava. Seu corpo se inclinou para cima, como se ela desejasse conseguir tocar aquela luz. Seu coração apertou e ela fechou os olhos apreciando poder enxergar como que aquela estrela conseguia acalentar no momento em que mais precisava.

— Eu senti sua falta.

E uma lágrima escorreu do rosto da menina.

Ela abaixou o rosto e encarou suas mãos pequenas e delicadas. Só conseguia pensar em como ser pequena não a ajudava com o que queria. E não era só da estrela que estava pensando. Aline saiu da varanda caminhando a passos curtos para seu quarto e ao entrar, deitou na cama e agarrou o pequeno panda de pelúcia que tinha cheiro de doce. Havia tantas coisas que ela queria mas que não poderia ter.

A única coisa que dava esperança no seu pequeno coração era a estrela. Ela almejava ser como ela: ser livre, estar em um lugar onde pudesse ver muitos outros lugares, além de brilhar aquele brilho tão caloroso e especial. Viver em um lugar isolado era muito chato para a pequena. Por mais que fosse para a escola, ela não tinha ninguém lá que entendia ela como a estrela. A estrela ouvia as suas histórias. A estrela era linda e era como a menina queria se sentir. E ela era especial. Para Aline, sem dúvidas ela era especial.

— Eu queria ser especial.

Ela não se sentia especial para ninguém. Ela sentia medo. O medo de ser diferente deixava ela com uma dor na barriga que parecia a dor de quando comeu o chocolate escondido que sua mãe tinha falado para ela não comer. Os pais não entendiam seu medo, entendiam que não queria estudar e que era para ela crescer e ser inteligente.

— Mas eu não quero crescer…

Como iria querer crescer? Crescer significava ficar fora de casa o dia todo, e não só fora, como ficar fazendo coisas que não se gosta. Ter que trabalhar por dinheiro e ficar com raiva. Aline não queria ter raiva das coisas. Ela queria poder ser livre, assim como a estrela.

A menina levantou da cama e soltou o panda, se recusando a ficar com medo de pensar em ser livre. Ela sorriu e teve uma ideia audaciosa, por mais que não soubesse o que era isso. Correu a passos curtos e fofos em direção a cozinha. Ficou procurando em meio ao mundo gigante, onde estava a escada que o seu pai usava quando precisava trocar a lâmpada. Após sair da cozinha e entrar na área de serviço, achou a enorme escada branca e vermelha, da mesma cor de seu vestido de bolinhas.

Quando tentou agarrar com suas pequenas mãos, ela percebeu que a escada era muito maior do que conseguia segurar. Uma expressão tristonha surgiu em seu rosto enquanto balançava a escada. Era o objetivo dela pegar a escada e conseguir subir pra ficar alta como a estrela e assim ela iria saber como que era a felicidade de ser alta.

Ela balançou uma vez.
Ela balançou duas vezes.
Quando balançou pela terceira vez, ela sentiu suas mãos escorregarem e a enorme escada começou a ir na direção da menina, que correu o máximo que podia para que a escada caísse em cima dela, como caia em cima dos desenhos animados.

Aline se escondeu atrás do fogão da cozinha. Um estrondo se espalhou por todo o lugar. Ela, trêmula e escondida, foi olhando aos poucos para a direção da área de serviço, onde a enorme escada estava, e assim viu que uma chama de fogo acendeu lá. Ela pensou como que do nada um fogo acendeu da escada. Será que era algo que pegava fogo assim que fosse balançado e derrubado?

A menina foi se afastando do fogão vendo que o fogo parecia que estava aumentando. Na cabeça dela, ela dizia: “Não queria acender o fogo, eu queria ver a estrela mais perto”
Mas o fogo era malvado, ele surgiu ali porque ela mexeu com suas mãos pequenas em algo que não podia.

Ao olhar para o relógio, ela entendeu que não estava na hora dos seus pais virem com raiva da rua. Faltava ainda tempo. E como que o fogo iria embora?

O medo da dor de barriga por causa do chocolate surgiu novamente e a menina olhou para o mundo gigante em volta dela. O que ia fazer?

O fogo aumentou rapidamente e foi atrás dela. A menina correu da cozinha e foi para a varanda vendo que o fogo estava indo na direção dela. Ela respirava rápido e olhava em choque para as chamas que balançavam derrubando todas as coisas, empurrando e quebrando elas. Sua mãe tinha dito que não queria que derrubasse o vaso de flores que tinha comprado, mas o fogo empurrou ele no chão e ela sabia que iria ficar de castigo.

Aline começou a chorar olhando o fogo ir na direção dela. Ela só conseguia ficar encolhida no canto vendo tudo sumir por causa dela. Porque ela só queria ser como a estrela. A mãe tinha dito pra ela parar de falar com coisas que não existem. Disse que a estrela não existia e não ia aparecer mais. Que ela tinha ido embora. Que era pra Aline não imaginar mais coisas pois já era grande. Ela era uma criança de quase 11 anos então não era pra brincar, era para estudar. Não era para chorar sentindo falta. Era pra ela crescer.

Era pra ela não ser a estrela.

E ela chorou por não poder ser a estrela.

Chorou e olhou para o céu procurando a estrela que estava brilhando e antes tinha dado a companhia que ela queria. Ela estendeu as mãos procurando pegar o brilho dela mais uma vez.

— Por favor, não me deixe aqui…


Por um momento, Aline não viu mais nada além de uma grande luz branca e brilhante. Mas ela sentiu uma mão puxando para cima.

— Isso não vai acabar aqui! — Foi a última coisa que Aline escutou. 


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