Dear Hacker - Duskwood Continuation (Em Revisão) escrita por Akira Senju


Capítulo 8
O Inconsciente


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos! Mais um capítulo para vocês e espero que gostem ♥

Tenham todos uma ótima leitura! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/808977/chapter/8

O silêncio tomou conta da mesa por alguns instantes e o sorriso entusiasmado de Jessy se desfez, ao notar a desaprovação de todos.

(Jessy) - Gente… – Ela suspirou e olhou para baixo por um breve momento. - Eu sei que o Phil cometeu alguns erros, mas... vamos pensar que, talvez, a experiência de ter ido para a prisão tenha feito com que ele refletisse sobre tudo. Ele também passou por muita coisa, assim como a gente, e merece uma segunda chance. 

(Hannah) - O que aconteceu exatamente entre vocês e o Phil que eu não sei? 

(Cleo) - Nada demais, Hannah. Não vale a pena falar disso. 

(Lilly) - Bem, eu acho que a Jessy tem razão. Eu entendo bem o que é cometer um grave erro e… e depois querer tentar corrigir tudo. Por sorte, eu tive a chance e fui perdoada. Acho que todas as pessoas merecem isso.

(Dan) - Acontece que não sabemos se ele quer de fato corrigir alguma coisa ou se só está vindo por causa da Adie. 

Jake suspirou, incomodado, e bebeu um gole de whisky.

(Jessy) - O que você acha, Adie? 

Todos direcionaram seus olhares para Adie, que tinha acabado de virar o último gole de whisky que restava em seu copo.

(Adie) - Hum?! – Ela ficou levemente surpresa e engoliu a bebida. - Eu?

(Dan) - Vocês vão confiar na opinião de alguém que acabou de beber a quarta dose generosa de whisky? – Ele esboçou um leve sorriso debochado.

Ela o olhou, com uma de suas sobrancelhas arqueada.

(Adie) - Ainda sou capaz de raciocinar e, por falar nisso, serve mais. – Ela estendeu o copo para ele, que também arqueou uma de suas sobrancelhas.

(Dan) - Cara, desse jeito você vai acabar com o meu estoque em menos de uma semana. – Ele balançou a cabeça em negação, mas, mesmo assim, pegou a garrafa e virou a bebida.

(Jessy) - E então, Adie? 

Adie respirou fundo e olhou nos olhos de Jessy.

(Adie) - Bem, eu concordo com a Lilly, todos merecem uma segunda chance. Mas, em relação ao Phil, eu não posso opinar. Vocês o conhecem a mais tempo, então, só vocês podem decidir dar essa tal chance ou não.

(Thomas) - E se de fato ele estiver vindo só para lhe conhecer? 

Ela pensou por alguns segundos, enquanto mexia o copo de leve, em movimentos circulares, até que virou um gole de whisky e fez uma sutil careta ao engolir.

(Adie) - Bom... Não há mal algum em conhecê-lo, já que ele é o irmão da Jessy, que é minha amiga.

Jake, que olhava para seu próprio copo, que estava sobre a mesa, o pegou e virou o resto de whisky que havia nele.

(Dan) - Quer mais um pouco aí, Jake? – Ele mostrou a garrafa de whisky.

Jake o olhou.

(Jake) - Não, obrigado.

Adie tomou o restante da bebida que havia em seu copo e se levantou.

(Adie) - Bem, é isso. Estou um pouco cansada e vou dormir. Boa noite a todos.

Ela tocou no ombro de Jake e entrou para a casa, enquanto ele, Jessy e Dan a acompanharam com os olhos.

(Dan) - Impressionante... – Ele voltou a olhar para os demais. - Ela nem sequer troca as pernas depois de beber desse jeito.

Os outros permaneceram em silêncio e pensativos.

Ao chegar no quarto, Adie foi até a cômoda onde suas roupas estavam, que ficava ao lado de sua cama e próxima de uma janela. Enquanto ela estava distraída, procurando por um pijama, ela sentiu a estranha sensação de estar sendo observada e levantou o olhar, estando intrigada. Ela olhou a sua volta e parou seu olhar em direção a janela, mas, depois de alguns segundos, ela balançou a cabeça em negação, acreditando estar imaginando coisas e voltou sua atenção para a gaveta de roupas, e pegou um pijama para se trocar. Ela fechou a gaveta e colocou a roupa sobre a cama, ficando de costas para a janela. Em seguida, ela tirou sua blusa e vestiu a parte de cima do pijama.

 A impressão de estar sendo observada, não era um engano, pois era possível ver a silhueta de alguém parado, em meio às árvores, observando a janela do quarto de longe. Quando estava prestes a tirar sua calça, ela se intrigou novamente com aquela sensação e se virou rapidamente. Ela começou a se aproximar da janela com passos receosos e quando chegou onde conseguia ver lá fora, respirou aliviada por não ver ninguém.

(Adie) - Hum... – Ela deu uma leve risada. - Acho que eu exagerei no whisky. – Ela balançou a cabeça em negação e se afastou da janela.

Mais tarde, Cleo, Jessy e Lilly entraram no quarto, conversando e rindo.

(Cleo) - Eu não deveria ter bebido desse jeito. – Estando claramente alterada pela bebida, ela deu risada e acendeu a luz.

Jessy logo notou Adie, que estava deitada e tapou o rosto com a coberta, por conta da luz.

(Jessy) - Nos desculpe, Adie! Não sabíamos que já estava dormindo. 

Ela descobriu a cabeça e se sentou na cama.

(Adie) - Eu não estava. 

(Jessy) - Ufa! Ainda bem. – Ela se aproximou da cômoda ao lado da cama de Adie e abriu a segunda gaveta, onde estavam suas roupas. 

Cleo se aproximou de sua cama e se jogou de frente. Enquanto isso, Lilly também foi procurar uma roupa para se trocar. Porém, suas roupas estavam na segunda cômoda, que ficava no outro canto do quarto, ao lado de sua cama. 

(Cleo) - Adie… – Ela levantou a cabeça para olhá-la. - Como ainda está acordada depois de... – Ela contou nos dedos. - Quantos copos de whisky você bebeu mesmo?

Adie deu uma leve risada.

(Adie) - Eu estou mesmo curiosa para saber quantos você bebeu.

(Lilly) - 8.

(Jessy) - Não, foram 7. 

(Cleo) - Vem cá, vocês ficam contando minhas bebidas?! Vocês estão parecendo minha mãe. – Ela caiu na risada e se virou de barriga para cima, o que fez as demais também rirem, não do que ela disse, mas da sua própria risada.

Depois de um tempo, Cleo havia trocado de roupa e estava deitada, enquanto Lilly estava sentada na cama e mexia no celular e Jessy estava pronta para se deitar e apagou a luz.

(Jessy) - Boa noite, meninas! – Ela se deitou.

— Boa noite! – Todas responderam juntas.

Enquanto elas buscavam tranquilizar suas mentes para pegarem no sono, Adie estava deitada de barriga para cima e parecia pensativa, olhando para o teto através da escuridão. 

(Adie) - Meninas... preciso pedir algo importante a vocês.

(Lilly) - Sim, pode falar. – Ela direcionou seu celular para Adie, iluminando-a.

Adie olhou em direção a elas.

(Adie) - Bom, o Phil vai chegar amanhã e... peço a vocês que não falem sobre minha relação com o Jake. Embora o Phil possa ser uma pessoa confiável, o objetivo da polícia continua sendo descobrir minha ligação com o hacker. Por isso, tudo deve ser mantido em sigilo.

(Jessy) - Eu entendo, Adie. Não irei dizer nada sobre isso. 

(Cleo) - Eu também não. 

(Lilly) - Pode ficar tranquila, Adie. 

Adie sorriu sutilmente.

(Adie) - Obrigada. Boa noite.

— Boa noite. – Elas responderam juntas.

Lilly parou de mexer no celular, o colocou sobre a mesa de cabeceira e também se deitou. Depois de alguns minutos, todas adormeceram.

Quando já era madrugada, Adie abriu os olhos de repente, acordando de um sono profundo. Ela respirou fundo, passou as mãos no rosto e se levantou, ficando sentada na cama. Ela observou à sua volta, vendo as amigas dormindo e sentiu falta de Jake, pois já havia se acostumado a dormir com ele.

Depois de alguns segundos pensando, ela se levantou silenciosamente e decidiu ir até o quarto dele, nem que fosse só para cochilar alguns minutos ao seu lado. Ela saiu do quarto e fechou a porta cuidadosamente, para não acordar ninguém. Em seguida, ela caminhou pelo corredor e chegou na porta do quarto de Jake. Ao aproximar sua mão da maçaneta, ela sorriu sutilmente, com a expectativa de que iria vê-lo, mas, ao abrir a porta, seu sorriso se desfez. As luzes do quarto estavam acesas e havia alguém sentado em frente ao computador. Aquela pessoa usava calças e moletom preto, estava encapuzado e usava uma máscara do Anonymous. Ele olhava fixamente para o computador e Adie ficou extremamente confusa e paralisada diante daquela visão.

(Adie) - Jake?

Ele não disse nada e nem sequer se mexeu. Mesmo receosa, Adie deu alguns passos em direção àquele homem. Porém, ao chegar um pouco mais perto, seu olhar se atentou a um detalhe que não pôde ser ignorado, havia uma mancha branca, muito sutil e que parecia ser de tinta, na manga esquerda do moletom, mais precisamente, no ombro. Apenas um olhar detalhista poderia enxergar aquela mancha, ou alguém que já a conhecesse e, ao vê-la, Adie arregalou os olhos.

(Adie) - V-Você?! – Ela sussurrou. 

Aquele homem virou a cabeça lentamente para olhá-la. Ele a observou por alguns segundos, enquanto ela respirava pesadamente e lágrimas desceram de seus olhos.

(Adie) - P-Porque está aqui? – Ela sussurrou apavorada.

Após sua pergunta, aquele homem virou sua cabeça lentamente, direcionando seu olhar para o computador novamente. Em seguida, ele apontou o dedo indicador para a tela do computador, fazendo com que Adie olhasse em direção. Naquele momento, ela percebeu que havia uma câmera ligada e a imagem dele, estava sendo transmitida para algumas pessoas. Adie estava fora do foco da câmera e olhava a imagem daquele homem, que, naquele momento, levantou uma pequena placa, que estava escrita: #IamAdie. Ela se assustou, ficando com os olhos arregalados e lágrimas desceram novamente de seus olhos. Ela começou a dar passos lentos para trás, totalmente apavorada. 

(Adie) - N-Não… Não. – Ela balançava a cabeça em negação, repetidas vezes. - Não… Não … – Ela tapou o rosto com as duas mãos. - NÃO!

Ao tirar as mãos do rosto e abrir os olhos, ela notou que estava em seu quarto. Tudo não passou de um terrível pesadelo. Estando ofegante, por alguns instantes ela encarou o teto, até que se levantou e se sentou na cama.

(Adie) - Nem mesmo aqui eu tenho trégua. – Ela suspirou de exaustão e esfregou as mãos no rosto.

 

No dia seguinte, um homem estava se arrumando em frente ao espelho de seu quarto. Ele estava trajado com calças pretas, seguradas por um cinto também preto e acabara de vestir uma camisa branca básica. Depois de vestido, foi possível ver que em sua garganta havia uma belíssima tatuagem de morcego e ele tinha cabelos pretos e longos. Ele prendeu seus cabelos em um coque e se olhou, verificando seu rosto e passando as mãos nos cabelos, ajeitando-os uma última vez. Era ele, Phil Hawkins.

Após se arrumar, ele foi até sua cama e se sentou para calçar seu tênis. Após ter feito isso, ele pegou uma jaqueta preta, que estava sobre a cama, e se levantou para vestir. Ele se olhou mais uma vez no espelho por um breve momento e depois, foi até sua mesa de cabeceira e pegou seu celular, suas chaves, seus óculos escuros e uma caixa de cigarros. Em seguida, ele pegou uma mala pequena, que estava em cima da cama e saiu de casa.

Ao chegar em seu carro, ele abriu a porta do lado do carona e colocou a pequena mala. Quando já estava no banco do motorista e pronto para partir, ele colocou seus óculos escuros e pegou um cigarro, colocando-o na boca e, após acendê-lo, ligou o carro e saiu.

Eram 7:30 da manhã e todos ainda dormiam na casa, exceto Adie, que estava do lado de fora, sentada à mesa e observava as árvores aos arredores. Depois de alguns minutos, ela ouviu a porta da casa se abrindo e olhou em direção, vendo Jake, que estava vestido com uma calça moletom e uma camisa, ambas pretas. Ela sorriu ao vê-lo e ele, ao notá-la ali, também sorriu e se aproximou.

(Adie) - Acordou cedo. 

Ele lhe deu um selinho.

(Jake) - Mas, ainda assim, você acordou antes de mim. 

Ela sorriu e ele se sentou ao seu lado. Ela direcionou seu olhar novamente para as árvores e parecia perdida em seus pensamentos, o que Jake, que a observava, logo notou. 

(Jake) - Está tudo bem?

Ela o olhou.

(Adie) - Está. Porque a pergunta?

(Jake) - Bom, não sei ao certo. Tive a impressão de que você estivesse… triste?

Ela suspirou e desviou o olhar por um breve momento.

(Adie) - É que... Eu senti sua falta durante a noite e não consegui dormir muito bem.

(Jake) - E porque não foi até o meu quarto?

Ela ficou cabisbaixa por alguns segundos, até que voltou a olhá-lo.

(Adie) - Por nada em especial…

Ele a encarou por alguns segundos, notando a exaustão estampada em seu rosto, até que ela desviou o olhar. 

(Jake) - Vem cá... – Ele a abraçou de lado e ela se aconchegou nele, deitando a cabeça em seu peito.

Ele deu um beijo no topo da cabeça dela e ela fechou os olhos, sentindo aquela sensação maravilhosa que só o abraço dele lhe trazia. Alguns instantes depois, ela abriu os olhos.

(Adie) - Jake...

(Jake) - Hum?

(Adie) - Como se sente em relação a chegada do Phil?

Ele suspirou.

(Jake) - Não vou mentir… Não gostei nada dessa ideia.

(Adie) - É, eu imaginei.

Ela levantou a cabeça e o olhou.

(Adie) - O pior é que não vamos poder agir como um casal, na presença dele, não é?

(Jake) - É... Essa é a pior parte. – Ele suspirou e ficou cabisbaixo por um breve momento. - Pensei por um tempo em não me importar com isso, mas a verdade é que, isso é mais por você do que por mim. Não quero que você se torne o foco das pessoas que estão atrás de mim novamente. Isso aconteceu durante as investigações e não deve se repetir.

(Adie) - Mas, de certa forma, ainda acontece.

Jake se intrigou.

(Adie) - O Alan. 

(Jake) - Mas ele só tem suposições vazias. É por esse motivo que devemos continuar tendo cuidado e, o tal Phil, não é confiável, como os outros.

(Adie) - Sim, você tem razão.

Ela voltou a deitar sua cabeça no peito dele e ele a abraçou.

Quando já eram 8:25, todos já estavam acordados. Thomas, Hannah e Lilly estavam arrumando a mesa de café da manhã, enquanto Cleo estava lendo um livro na área de fora da casa, na companhia de Jessy, que estava mexendo em seu celular. Jake, Dan e Adie estavam em seus quartos.

Enquanto Jessy e Cleo estavam distraídas, um carro chegou, parando perto dos outros carros. Jessy levantou o olhar ao ouvir o barulho e, ao notar que era seu irmão, logo sorriu.

(Jessy) - É o Phil!

(Cleo) - O que? – Ela perguntou sem olhá-la, distraída com seu livro.

Sem dizer nada, Jessy se levantou e foi de encontro ao seu irmão, que saiu do carro, tirou os óculos escuros e observou a casa.

(Jessy) - Oi Phil! – Ela se aproximou sorridente e o abraçou.

Ele sorriu sutilmente e correspondeu ao abraço dela, com menos empolgação.

(Phil) - E aí… Como você está?.

(Jessy) - Bom, ainda me recuperando de tudo. Mas e você, como está?

Phil desviou o olhar, notando Cleo, que o olhava, mas logo voltou seu olhar para o livro.

(Phil) - Acho que na mesma. – Ele olhou para Jessy. - Talvez esses dias aqui me façam bem, como você disse.

(Jessy) - Tenho certeza que vão fazer. Venha, vou te mostrar a casa.

(Phil) - Vou pegar minhas coisas.

Ele abriu a porta do lado do carona e pegou sua mala e Cleo o olhou novamente.

(Cleo) - Ah, Deus, ele trouxe até uma mala. – Ela bufou, escorou o cotovelo no braço da cadeira e colocou a mão na têmpora, voltando a atenção para o seu livro.

Jessy andou um pouco à frente de Phil, guiando-o para dentro da casa e eles se aproximaram de onde Cleo estava, que era perto da entrada.

(Phil) - Olá, Cleo. – Ele disse sério.

Cleo o olhou.

(Cleo) - Olá, Phil. Seja bem vindo! – Ela forçou um sorriso.

(Phil) - Valeu.

Em seguida, ele e Jessy entraram na casa e Cleo logo desfez o sorriso e revirou os olhos.

Ele observou cada detalhe da sala e admirou a beleza de tudo. Em seguida, Jessy o levou até a sala de estar, onde estavam Lilly, Thomas e Hannah, que estavam distraídos.

(Jessy) - Pessoal, o Phil está aqui. 

Thomas o olhou e logo teve que disfarçar seu descontentamento.

(Hannah) - Olá, Phil! – Ela foi até ele e estendeu a mão para cumprimentá-lo.

Ele pegou na mão dela, esboçando um leve sorriso.

(Phil) - É muito bom vê-la de novo, Hannah! Fico feliz que você tenha sido resgatada e esteja bem. E, a propósito, você está ainda mais linda.

Hannah sorriu, levemente constrangida e apenas assentiu com a cabeça. Para tentar evitar que Phil falasse mais alguma coisa com sua irmã, Lilly logo se aproximou.

(Lilly) - Olá, Phil. Seja bem vindo. – Ela estendeu a mão para cumprimentá-lo.

Ele pegou na mão dela, sorrindo sutilmente e Thomas continuava de longe, olhando-o com raiva.

(Hannah) - Thomas, não vai cumprimentá-lo? 

Ele bufou, se aproximou e estendeu a mão para Phil.

(Thomas) - Bem vindo. – Ele disse sem nenhum entusiasmo.

(Phil) - Obrigado, Thomas. – Ele apertou a mão dele, esboçando um leve sorriso debochado.

Eles se encararam por alguns segundos, mas Jessy os interrompeu ao notar a tensão.

(Jessy) - Bem, venha por aqui, Phil, vou te levar até o quarto.

(Phil) - Com licença. – Ele se virou e acompanhou Jessy.

Thomas permaneceu olhando-o com raiva e Lilly se aproximou.

(Lilly) - Ei... – Ela lhe deu um leve empurrão com o braço. - Segura a sua onda. – Ela disse disfarçadamente, sem que a Hannah notasse.

Thomas bufou e parou de olhar em direção ao Phil, voltando sua atenção aos afazeres.

Enquanto isso, no andar de cima, Adie saiu do quarto e foi em direção às escadas.

(Dan) - Ei, Sherlock. – Ele havia acabado de sair do seu quarto. 

Ela se virou para olhá-lo.

(Adie) - Ah, bom dia, Jack Daniels!

Ele se aproximou.

(Dan) - Sabe que depois de ontem eu poderia te chamar do mesmo apelido, né? 

Ela sorriu.

(Adie) - Não, eu ainda não bati meu carro.

Ele franziu o cenho.

(Dan) - Você não se cansa, né?

(Adie) - Hum... – Ela colocou uma mão no queixo e fingiu pensar por alguns segundos. - Não. – Ela sorriu com deboche.

Ele revirou os olhos e bufou, balançando a cabeça em negação. Adie se virou e deu dois passos em direção às escadas, mas Dan segurou seu braço.

(Dan) - Ei...

Ela parou e o olhou, intrigada.

(Adie) - O que é?

(Dan) - Sobre aquele lance do Phil, você sabe que as intenções dele vão além do que apenas te conhecer, não é?

(Adie) - Bom, pode ser que vocês estejam enganados e ele só esteja vindo para esfriar a cabeça.

(Dan) - Ah, qual é?! Você é mais inteligente do que isso, Adie.

(Adie) - Dan, eu só quero poder continuar em paz, sem me preocupar ou suspeitar de ninguém por algum tempo.

(Dan) - Isso é o que todos nós queremos, mas você precisa se ligar sobre isso! Ah, esquece. Não sei porque eu tento te dar algum conselho, você nunca me ouve. Tempos atrás, eu falei para você se afastar do homem hacker e, veja só, você acabou ficando com ele.

Adie arqueou uma de suas sobrancelhas.

(Adie) - Você está insinuando que vai acontecer o mesmo com o Phil?

(Dan) - Não, não foi isso que eu quis dizer.

(Adie) - Mas foi o que pareceu. – Ela cruzou os braços.

Ele revirou os olhos.

(Dan) - Entenda como quiser.

(Adie) - Eu não tenho culpa se mesmo depois de tudo, você não consegue confiar no Jake, mas posso até compreendê-lo, afinal, você não o conhece como eu.

(Dan) - O ponto aqui é que você tende a se deixar levar por caras não confiáveis. Você simplesmente não consegue ser racional, como deveria.

Adie levou um certo choque com essas palavras e sua expressão logo mudou, demonstrando raiva.

Enquanto isso, no caminho da sala de estar até as escadas, Phil estava curioso.

(Phil) - Ei, onde ela está?

Jessy o olhou.

(Jessy) - Ela quem? 

(Phil) - Quem mais seria, Jessy? Adie.

(Jessy) - Bem, acho que ainda não acordou.

(Phil) - Hum. Me diz, como ela é?

(Jessy) - Calma, você vai conhecê-la em breve.

(Phil) - Eu sei. Só quero saber se é pelo menos parecida com o que eu imagino. – Ele esboçou um leve sorriso malicioso.

Jessy o olhou, intrigada.

(Jessy) - E o que você imagina?

(Phil) - Bom, ela me pareceu bastante corajosa, mas, ao mesmo tempo, pareceu ser doce, gentil, meiga, bem fofa. 

Eles chegaram no primeiro degrau da escada e Jessy se virou para olhá-lo, esboçando um sutil sorriso.

(Jessy) - Bem, espere e ve...

A fala de Jessy foi interrompida por algumas vozes alteradas vindas de cima, o que os fez olhar em direção.

(Adie) - VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FALANDO COM QUEM??? COM UMA GAROTINHA ESTÚPIDA OU O QUÊ??? EU SEI MUITO BEM MANTER MINHAS EMOÇÕES NO LUGAR CERTO! 

(Dan) - Aaah, claro, eu percebi durante as investigações! – Ele ironizou.

(Adie) - AH, O QUE VOCÊ PERCEBEU? QUE EU MANTIVE O EQUILÍBRIO DO PRINCÍPIO AO FIM, ENQUANTO VOCÊ ENCHIA A CARA E BATIA A DROGA DO SEU CARRO, SEM NEM SEQUER TER CORAGEM DE ASSUMIR SUA RESPONSABILIDADE???

(Dan) - LÁ VEM VOCÊ COM ESSA MERDA DE NOVO! – Ele se afastou com a cadeira de rodas, chegando no topo da escada, enquanto Jessy e Phil o olhavam. - ENTÃO VOCÊ VAI USAR ESSE LIXO DE ARGUMENTO PARA TUDO AGORA???

Adie apareceu em seguida, atrás de Dan.

(Adie) - É CLARO QUE NÃO. EU TAMBÉM POSSO SIMPLESMENTE MANDAR VOCÊ IR SE FUDER!

Ela puxou a cadeira de Dan para trás, para lhe dar espaço para passar e fez com que ele voltasse parte do caminho.

(Dan) - Filha da puta! 

Ela mostrou o dedo do meio para ele e começou a descer as escadas.

Phil a olhava surpreso e levemente boquiaberto. Ela era uma mulher com personalidade marcante, nenhuma fragilidade aparente e postura irreverente, o que era estranhamente fascinante.

Jessy, que conhecia a pouco tempo, também estava surpresa.

(Adie) - Desculpe pelo que vocês acabaram de ouvir.

(Jessy) - Ah… N-Não se preocupe, Adie. – Ela olhou para Phil por um breve momento e sorriu sutilmente. - Quero que conheça meu irmão, Phil. 

Phil logo estendeu a mão para cumprimentá-la.

(Phil) - É um imenso prazer conhecê-la, Adie.

Ela o olhou por alguns segundos e pegou na mão dele.

(Adie) - O prazer é todo meu, Phil.

Enquanto isso, Dan se aproximou novamente do topo da escada e os observava, ainda irritado.

(Dan) - Ei, cuidado para que a fera não o devore. – Ele debochou.

Adie se virou, olhando-o com raiva.

(Adie) - Mais uma palavra e eu te faço rolar por essas escadas, seu idiota!

Dan mostrou os dois dedos do meio e Adie ameaçou subir as escadas.

(Jessy) - Ei, calma vocês dois. – Ela tocou no braço de Adie.

Adie respirou fundo e o encarou por mais alguns segundos, enfurecida, mas ela reconsiderou ir até ele e se virou, voltando a olhar para Jessy.

(Adie) - Certo... Bom, devo me desculpar pois estou de saída.

(Jessy) - Onde vai? 

(Adie) - Apenas dar uma volta pelas redondezas e apreciar um pouco a natureza.

(Jessy) - Ah, sim. Então, divirta-se! – Ela sorriu.

(Adie) - Pode deixar. – Ela sorriu sutilmente e olhou para Phil. - Sinta-se à vontade e bem vindo à casa, Phil.

(Phil) - Obrigado. – Ele sorriu sutilmente.

(Adie) - Com licença.

Ela passou no espaço entre Jessy e Phil, indo em direção a saída, enquanto Phil a acompanhava com os olhos e ainda sorria sutilmente.

(Jessy) - E então, o que achou dela?

Phil a olhou e tentou colocar em palavras o que realmente achou de Adie.

(Phil) - Bom...

(Dan) - Aposto que achou ela um amor de pessoa. 

Phil o olhou e depois voltou seu olhar para Jessy, que deu uma leve risada.

(Phil) - Eu não tenho o que dizer. 

(Jessy) - Eu entendo. Vamos. – Ela começou a subir as escadas.

Phil a acompanhou e, ao chegarem no topo, ele cumprimentou Dan.

(Phil) - E aí.

Eles se olharam por alguns segundos, até que apertaram as mãos.

(Dan) - Bem vindo aí.

(Phil) - Valeu. Suponho que você queira descer.

(Dan) - Nossa, você é um gênio.

Phil arqueou uma de suas sobrancelhas.

(Jessy) - Espere um pouco, Phil. Vou ajudá-lo a descer.

(Phil) - Certo.

Phil deu alguns passos à frente e enquanto Jessy ajudava Dan a descer as escadas, ele se encostou na parede e ficou observando o corredor. Alguns instantes depois, a porta ao lado se abriu e Jake saiu do quarto. Phil logo o olhou e Jake, que estava distraído mexendo em seu celular, franziu a testa, percebendo alguém parado ali. Ao olhá-lo, Jake logo o reconheceu, devido às fotos que já tinha visto e guardou seu celular no bolso.

(Phil) - Quem é você? 

(Jake) - Eu lhe pergunto o mesmo. – Ele colocou as mãos nos bolsos frontais da calça.

Phil o olhou de cima a baixo, com desdém.

(Phil) - Sou irmão da Jessy, Phil.

Jake continuou em silêncio, encarando-o, e Jessy voltou.

(Jessy) - Ah, oi, Jake.

(Jake) - Oi, Jessica.

(Phil) - Você não me disse que havia gente nova no seu grupo de amigos, Jessy. – Ele esboçou um leve sorriso debochado, ainda encarando Jake.

Jessy olhou para Jake, que a olhou de volta, estando sério.

(Jessy) - B-Bom, é que... Jake é...

(Jake) - Sou amigo da Adie. Algum problema com isso?

Phil arqueou uma de suas sobrancelhas.

(Phil) - Não, nenhum.

(Jessy) - Bom, é que... quando a Adie veio para Duskwood, ela deixou alguns amigos para trás e… e um deles foi o Jake. Não é mesmo? 

(Jake) - Sim. Eu me preocupei por ela ter vindo para um lugar desconhecido, para encontrar pessoas desconhecidas e então, quis visitá-la. 

(Jessy) - Sim. E foi aí que ele acabou conhecendo todos nós e o convidamos para ficar aqui na casa, conosco. 

(Phil) - Hum. – Ele continuou olhando-o com um certo deboche. - Bom, me mostre logo o quarto, Jessy.

Ele começou a caminhar e passou ao lado de Jake. Jessy sorriu, levemente constrangida e seguiu o irmão. Quando eles já haviam passado, Jake bufou.

Enquanto isso, Adie andou pelas redondezas, se distanciando da casa e indo em direção às árvores. Ela subiu uma pequena ladeira e encontrou um lugar para se sentar, um tronco posicionado como banco.

Ao se sentar ali, ela observou ao seu redor por alguns instantes, enquanto tudo que se ouvia era o barulho das folhas movidas pelo vento. Depois de um tempo, ela pegou seu celular no bolso esquerdo de sua calça, mas, após olhá-lo, logo o guardou, parecia ter se enganado. Em seguida, ela apalpou o bolso direito e tirou um segundo celular. Ela o encarou por alguns instantes e ele estava desligado. Ela pressionou o botão de ligar por alguns segundos e a tela acendeu. Enquanto o celular ligava, Adie passou a mão no rosto, nos cabelos e começou a mexer a perna repetidamente. Era como se, seja lá o que tivesse naquele celular, a deixasse extremamente tensa. Quando o celular iniciou, não demorou muito para que começasse a chegar mensagens. Eram vários nomes, várias pessoas que lhe enviaram mensagens e, depois de alguns segundos, começaram a aparecer as ligações perdidas. Dentre os diversos nomes que apareciam, estavam Mãe e Pai. Mas, depois de alguns segundos, um terceiro nome surgiu, Dylan. Era uma ligação recente, feita a mais ou menos três dias atrás e, naquele momento, Adie se assustou, ficando com os olhos arregalados. Sua expressão era como se tivesse visto um monstro. Sua respiração ficou pesada e seus olhos marejaram. Imediatamente, ela desligou aquele celular e o guardou no bolso. Após guardá-lo, ela passou as mãos no rosto e ficou cabisbaixa. Depois de alguns segundos, ela levantou o olhar e observou o verde à sua frente. 

(Adie) - Ele tem razão… A culpa foi minha. – Seus olhos marejaram novamente e as lágrimas desceram pelo seu rosto. - Eu simplesmente não consegui ser racional... como deveria. – Ela disse com a voz trêmula e ficou cabisbaixa novamente, sendo tomada pela tristeza.

Depois de alguns instantes, um som de passos veio da sua direita e ela logo olhou em direção, enxugando as lágrimas rapidamente. Aparentemente, não havia ninguém, mas ela se levantou e começou a observar atentamente à sua volta. Alguns segundos depois, o som dos passos se repetiu, dessa vez, parecia ter vindo da sua esquerda. Ela se assustou e saiu dali apressadamente.

Depois de alguns minutos, ela chegou em casa, mas, antes de entrar, foi até a área onde teve a impressão de ter visto alguém observando-a, no dia anterior. Ela observou cuidadosamente o local e olhou em direção a janela, para entender qual o nível de visão que alguém teria dali. Depois de observar bem a área, ela se virou lentamente para retornar o caminho, ainda olhando em direção a janela. Porém, ao se virar por completo, ela  tomou um grande susto ao bater de frente com alguém, que chegou ali sem ser notado e estava parado, observando-a.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dear Hacker - Duskwood Continuation (Em Revisão)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.