Dear Hacker - Duskwood Continuation (Em Revisão) escrita por Akira Senju


Capítulo 50
Amor e Ressentimento


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos! Desculpem a demora, pois estou revisando a história para não deixar nada mal explicado. Espero que gostem do capítulo de hoje ♥

Tenham todos uma ótima leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/808977/chapter/50

A espera, que parecia infinita, apesar de ter durado apenas algumas horas, acabou e, ao ouvir sua pergunta, Adie se virou, olhando-a de frente.

(Adie) - Ah…Sim, o Phil está. Quem deseja falar com ele? – Inevitavelmente, ela esboçou um leve sorriso debochado, por saber a resposta.

(Lucy) - Basta dizer que a Lucy está aqui, ele sabe bem quem eu sou.

(Adie) - Hum, certo. – Ela se levantou. - Com licença.

Lucy parecia ter uma personalidade forte, combinada com um certo ar de arrogância. Após Adie se levantar e seguir para a cozinha, ela se aproximou de um dos banquinhos, ao lado esquerdo de Brandon, e se sentou. Brandon era um homem muito bonito, o que não passou despercebido por Lucy, que começou a observá-lo. Ao notar, Brandon a olhou, constrangido. 

(Lucy) - Como está o seu Manhattan?

Ele ficou claramente intrigado, mas ela apontou para o copo ao seu lado e ele logo olhou, notando ser o de Adie.

(Brandon) - Ah, bom… Essa bebida não é minha. 

(Lucy) - Hum… Mas se me pedisse uma dica sobre o que beber essa noite, eu, certamente, indicaria o Manhattan. O daqui é o melhor. 

Ele assentiu com a cabeça, esboçando um sutil sorriso.

(Brandon) - Obrigado pela dica.

Lucy sorriu sutilmente e desviou o olhar.

Enquanto isso, Adie se aproximou de Phil, que estava próximo a pia e distraído, cortando alguns limões. 

(Adie) - Phil…

Ele a olhou por cima do ombro.

(Phil) - Pois não, gata?

(Adie) - Sua amiguinha chegou. 

(Phil) - Lucy? 

(Adie) - E quem mais seria?

(Phil) - Hum… – Ele esboçou um leve sorriso malicioso, parou de cortar os limões e se virou, limpando as mãos em um pano. - Isso significa que a partir de agora você é a minha garota. 

Adie, que estava com os braços cruzados e uma expressão séria, bufou.

(Adie) - Essa história já está sendo desconfortável demais para mim, então vê se não dificulta ainda mais as coisas. – Ela se virou e saiu da cozinha.

Phil manteve seu sorriso malicioso e, ao olhá-la de costas, mordiscou o lábio inferior. 

Ao sair da cozinha, Lucy e Brandon logo olharam Adie e, ainda estando atrás do balcão, ela se aproximou dos dois. 

(Adie) - O Phil já está vindo.

(Lucy) - Certo. Você trabalha aqui?

Ela arqueou uma de suas sobrancelhas, estranhando a pergunta.

(Adie) - Não, eu não trabalho aqui.

(Lucy) - Hum… – Ela observou Adie de cima a baixo, com arrogância.

(Phil) - E então, senhor policial, já decidiu o que vai beber? – Ele retornou da cozinha e se aproximou do balcão, sendo indiferente a Lucy, que logo o olhou.

(Brandon) - Bom…

(Lucy) - Phil…

Ele a olhou, sem demonstrar nenhuma emoção.

(Phil) - Oi Lucy.

Apesar de ser notável que ainda sentia algo por ele, Lucy logo disfarçou.

(Lucy) - E então, o que quer falar comigo? Espero que seja rápido porque eu não tenho muito tempo.

(Phil) - Primeiramente, preciso servir os clientes. – Ele sorriu sutilmente, com um leve sarcasmo e olhou para Brandon, que se sentiu desconcertado no meio de toda situação. - E então, senhor policial?

Brandon olhou para Adie, que também o olhava, mas logo voltou sua atenção para Phil.

(Brandon) - É… Eu vou querer um Manhattan.

Phil sorriu sutilmente.

(Phil) - Ótima escolha! – Ele olhou para Lucy. - Quer beber alguma coisa?

Lucy o encarou por alguns segundos e, na árdua tentativa de mascarar suas reais emoções, forçou um sorriso sarcástico. 

(Lucy) - Como eu poderia indicar uma bebida e não escolher a mesma? – Ela olhou para Brandon. - Não é mesmo? 

Brandon a olhou, constrangido, e Adie franziu o cenho.

(Lucy) - Um Manhattan para mim também… – Ela voltou a olhar o barman. - Phil. – Ela mencionou seu nome com desdém.

Phil arqueou uma de suas sobrancelhas, esboçando um leve sorriso debochado.

(Phil) - Certo. Mas antes de começar a preparar as bebidas, quero lhe apresentar uma pessoa muito especial.

(Lucy) - E quem é?

Ele surpreendeu Adie com um abraço de lado e um beijo na bochecha. 

(Phil) - Minha namorada, Adie. 

Adie o olhou, irritada pelo beijo, mas logo disfarçou e olhou para Lucy, esboçando um sorriso sutil. Lucy se surpreendeu e se desapontou, ao mesmo tempo.

(Lucy) - N-Namorada?

(Phil) - Sim… – Ele olhou para Adie. - A melhor namorada do mundo.

Adie o olhou de canto e forçou um sorriso simpático. 

(Adie) - M-Muito prazer, Lucy. 

Lucy a olhou com raiva.

(Lucy) - Foi para isso que você me chamou até aqui? 

(Phil) - Esse é um dos motivos, mas fique tranquila, daqui a pouco você saberá o que realmente quero.

(Lucy) - Hum, claro. Confesso que estou surpresa por você decidir me apresentar para sua namorada. Não tem medo que ela ache isso estranho? – Ela sorriu sutilmente, com sarcasmo.

(Phil) - Bem, acontece que não existem segredos entre nós, não é mesmo, meu amor? – Ele olhou para Adie, que também o olhou.

(Adie) - Ah… É… Sim, meu… meu amor. – Ela disse sem jeito e voltou a olhar para Lucy, forçando um sorriso novamente. - Além do mais, porque eu estranharia a amizade dele com a esposa do melhor amigo?

Lucy, que estava claramente enciumada, disfarçou novamente.

(Lucy) - Hum… – Ela deu uma leve risada. - Realmente não existe motivo para estranhamento.

(Phil) - Bem, eu vou começar o preparo das bebidas. Com licença. – Ele olhou para Adie. - Eu já volto, gata. – Ele a beijou no rosto novamente.

Adie fechou os olhos por um breve momento, contendo seu incômodo e, após Phil ter ido para a cozinha, ela saiu de trás do balcão e voltou a se sentar onde estava antes, ao lado direito de Brandon. Em seguida, ela pegou seu copo e virou o restante de sua bebida de uma vez, enquanto Brandon a observava e Lucy, que também a olhava, revirou os olhos e bufou.

Enquanto isso, na casa, Thomas estava sentado à mesa da varanda. As luzes amarelas estavam acesas e ele observava os carros estacionados em frente a casa, pensativo. Alguns segundos depois, a porta da casa foi aberta e ele olhou em direção, vendo Hannah, que saiu e se aproximou.

(Hannah) - Oi. – Ela sorriu com doçura.

Ele não disse nada, pois a olhava fixamente, desconcertado por aquela beleza angelical e percebendo o quanto o simples ato de olhá-la, lhe fazia falta. Depois de alguns segundos, ele suspirou e desviou o olhar.

(Thomas) - É… Sente-se.

Hannah olhou para a cadeira ao seu lado, que estava virada de frente para ele e se sentou. Ela o olhava com carinho e saudade, enquanto ele a olhava também com saudade, mas tendo como barreira, o ressentimento. 

(Hannah) - Como você está?

Ele ficou cabisbaixo por um breve momento.

(Thomas) - Como você já deve imaginar. 

Ela suspirou com pesar e também ficou cabisbaixa. 

(Thomas) - Apesar de tudo, eu… eu percebi que precisava ouvir você. Eu errei por simplesmente me isolar e não escutar o que você tinha para me dizer. Então… – Ele voltou a olhá-la. - Estou a todo ouvidos.

Ela o olhou por alguns segundos, até que suspirou e ficou cabisbaixa novamente.

No Aurora, Brandon apreciava seu Manhattan ao lado de Adie, que estava de pé, escorada no balcão e virada para a direção onde as mesas ficavam. Ela observava Dan, que havia deixado o whisky de lado, temporariamente, e tomava uma dose de Landhaus Weizen Korn, uma bebida semelhante a vodka. Phil, que estava um pouco distante, à direita de Adie, preparava algumas bebidas para outros clientes que estavam sentados próximos ao balcão.

(Brandon) - Quando pretende falar com a Lucy?

(Adie) - Acho que devo esperar que ela, pelo menos, termine a primeira bebida. – Ela o olhou, esboçando um sutil sorriso debochado. - Se é que me entende.

(Brandon) - Hum, inteligente. – Ele sorriu sutilmente e virou um gole de sua bebida.

Naquele momento, Adie notou Lucy voltando do banheiro.

(Adie) - Sua nova amiga está vindo aí, senhor policial. 

Ele olhou discretamente.

(Adie) - E eu acho que ela gostou muito de você.

Brandon a olhou com uma de suas sobrancelhas arqueada e Adie se afastou, esboçando um sorriso debochado e foi até onde Dan estava.

(Lucy) - Ah, que ótimo, as bebidas ficaram prontas. – Ela se sentou ao lado de Brandon e logo virou um gole de seu Manhattan. - Aaah… Incrível, como sempre! – Ela o olhou. - Você gostou? 

Ele a olhou.

(Brandon) - Sim. É realmente muito bom.

(Lucy) - Eu disse. – Ela sorriu sutilmente e permaneceu encarando o policial, que desviou o olhar, estando constrangido.

Em seguida, ela olhou para Phil, que estava focado no preparo de alguns drinks.

(Lucy) - Me diz, senhor policial… – Ela voltou sua atenção para Brandon - Você é casado?

(Brandon) - Bom, apenas com o ofício. – Ele a olhou, sorrindo sutilmente.

(Lucy) - Ah, que admirável! – Ela sorriu sutilmente, demonstrando atração.

(Brandon) - Bem, e pelo que ouvi da namorada do dono do bar, você sim, é casada, certo?

O sorriso de Lucy se apagou e ela desviou o olhar.

(Lucy) - É… mas tudo não passa apenas de um papel assinado por nós dois, porque o casamento em si acabou a muito tempo. – Ela virou um gole de sua bebida.

Ele se intrigou.

(Brandon) - Então vocês não vivem juntos?

(Lucy) - Sim, moramos na mesma casa, mas já faz tempo que não compartilhamos absolutamente nada.

(Brandon) - Hum. Entendo.

(Lucy) - Me diz uma coisa… – Ela o olhou. - Você trocaria alguém que ama pelo seu trabalho? 

Ele se intrigou novamente.

(Brandon) - É claro que não. 

(Lucy) - Acredite, tem pessoas que pensam diferente de você e consideram o trabalho muito mais importante do que a própria esposa. Mas saiba que eu já o admiro, policial. Um homem como você, que sabe o que realmente importa, é uma raridade. Por isso, sugiro um brinde. – Ela ergueu seu copo. - Tim tim?

Brandon, apesar de constrangido, esboçou um leve sorriso, ergueu seu copo e brindou com Lucy.

(Brandon) - Tim tim.

Ela sorriu sutilmente e virou um gole de sua bebida.

Enquanto isso, Adie estava sentada à mesa, de frente para Dan e o observava, estando com os braços cruzados. Dan, porém, a ignorava completamente e olhava fixamente para o seu celular.

(Adie) - Vai ficar me ignorando até quando?

(Dan) - Desculpe, senhorita, eu não falo com estranhos. – Ele disse sem olhá-la.

Ela revirou os olhos e bufou, impaciente.

(Adie) - Será que podemos conversar como dois adultos?

(Dan) - Eu já disse que não falo com estranhos… – Ele a olhou. - Porque é isso que você se tornou para mim de algumas horas para cá, uma completa estranha.

Adie o encarou em silêncio e, ao ouvir aquelas palavras, teve de engolir sua tristeza. 

(Adie) - Certo. – Ela se levantou e se afastou da mesa.

Dan bufou e logo voltou sua atenção para o seu celular.

Enquanto isso, na casa, Hannah voltou a olhar para Thomas.

(Hannah) - Bem… Acho que o que você realmente precisa ouvir de mim é que sinto muito por tudo.Tudo foi tão sem importância que eu simplesmente não achei que fosse necessário mencionar.

(Thomas) - Coisas assim são importantes, Hannah. É exatamente por isso que lhe contei tudo sobre o meu passado, mesmo que eu não tenha me envolvido com nenhuma de suas amigas.

Ela desviou o olhar.

(Thomas) - Tudo que eu preciso saber agora é se houve algum momento, durante a nossa relação, em que você pensou ou… chegou ao extremo de, talvez, reviver sua história com o Dan.

Hannah o olhou, surpresa.

(Hannah) - Ah, meu Deus, não! O que você pensa que eu sou?! 

(Thomas) - Eu só não sei exatamente o que pensar. Quantas vezes vocês ficaram sozinhos, que ele lhe deu carona até o trabalho…

(Hannah) - Foram várias vezes! Mas eu não sou esse tipo de mulher que você está pensando,Thomas! E me surpreende muito o fato de que, mesmo depois de tanto tempo de relação, você não me conheça. – Ela balançou a cabeça em negação e seus olhos marejaram.

Em seguida, ela se levantou e caminhou apressadamente em direção à porta. Thomas também se levantou e tentou apanhá-la

(Thomas) - Espera, por favor.

Hannah, porém, não deu ouvidos e entrou na casa. Após ela fechar a porta, Thomas passou as mãos no rosto e percebeu que havia cometido um grave erro.

No Aurora, ao retornar para perto do balcão, Adie estava com o olhar distante, mas Brandon logo notou sua presença e a olhou. Depois de alguns segundos, ela o olhou e seus olhos estavam marejados, o que intrigou o policial. Os dois se encararam por alguns instantes, até que ela suspirou e voltou seu olhar para frente. Brandon continuou olhando-a por mais alguns segundos, mas compreendeu que o momento dispensava perguntas. 

(Lucy) - Você pretende ficar aqui no bar por muito tempo?

Brandon a olhou.

(Brandon) - Bom… – Ele olhou Adie discretamente e suspirou, voltando a olhar para frente em seguida. - Eu não sei.

(Lucy) - É, eu também não sei quanto tempo ficarei aqui. – Ela olhou para Phil, que havia acabado de servir os clientes e sorria para os mesmos. - Aquele idiota até agora não me disse para que me convidou para vir até aqui. Eu me nego a acreditar que tenha sido só para esfregar na minha cara que ele tem uma namorada. Hum… – Ela deu uma leve risada, que remetia à raiva e virou o restante de sua bebida.

(Brandon) - Pelo visto, vocês não se dão muito bem.

(Lucy) - É… mas as coisas nem sempre foram assim. Nós já fomos ótimos amigos.

(Brandon) - E porque tudo mudou? 

(Lucy) - Sinceramente, eu não sei. – Ela ficou cabisbaixa. - Eu tinha tantas expectativas… mas tudo mudou de repente. – Ela suspirou.

Brandon a olhou, intrigado.

(Brandon) - Você ainda está se referindo à amizade?

Ela o olhou, levemente surpresa.

(Lucy) - Ah… Sim. Eu… eu tinha expectativas de que seríamos bons amigos para sempre, mas eu me enganei.

(Brandon) - Eu entendo.

(Lucy) - Mas eu não quero falar de coisas tristes. Que tal mais um? – Ela mostrou seu copo vazio. 

(Brandon) - Bom, eu não posso exagerar hoje, pois estou dirigindo. Mas fique a vontade. 

(Lucy) - Ah, me acompanhe, vai… Temos a noite toda para nos recuperarmos.

Brandon pensou por alguns segundos.

(Brandon) - Tudo bem. Eu vou tomar outro desse aqui. 

Lucy sorriu.

(Lucy) - Confesso que se eu soubesse que aproveitaria a noite com a ilustre companhia de um policial tão… – Ela o olhou de cima a baixo. - Gentil… Eu teria chegado mais cedo. Sinceramente, já nem me importa mais o motivo para que o dono do bar tenha me convidado para vir até aqui.

Ele ficou claramente constrangido e desviou o olhar. 

(Brandon) - Que bom, senhorita. Fico feliz.

(Lucy) - Escuta… E se depois que eu resolver esse assunto com o Phil, eu e você fomos para um lugar mais reservado? 

Brandon logo a olhou, surpreso.

(Lucy) - É que aqui está muito agitado hoje e eu pensei que, talvez, pudéssemos ir para um restaurante ou… – Ela mordiscou o lábio inferior, deixando evidente que queria algo a mais com o policial e se aproximou um pouco de seu rosto. - Outro lugar.

Ele, porém, se afastou delicadamente, demonstrando seu desconforto.

(Brandon) - Senhorita, não me leve a mal, mas o fato da senhorita ser casada, faz com que nossa relação seja restringida a apenas uma amizade.

(Lucy) - Mas eu já lhe disse que meu casamento não é nada mais que um simples documento. – Ela disse de um jeito sensual e o olhou de cima a baixo novamente.

(Brandon) - Desculpe, mas esse documento torna inexistente qualquer possibilidade de outro tipo de relação entre nós. 

A expressão interessada de Lucy se transformou em um rosto desapontado, e ela suspirou.

(Lucy) - Tudo bem. – Ela se levantou. - Com licença, eu vou pedir nossos drinks e já volto.

(Brandon) - Sim, senhorita.

Ao dar alguns passos, ela sorriu com uma leve malícia.

(Lucy) - Quem sabe depois de mais um pouco de álcool, você não muda de ideia, senhor policial. – Ela cochichou e logo se aproximou de Phil, que estava perto de Adie, olhando-a. - Desculpe interromper os pombinhos, mas será que você poderia preparar mais dois Manhattan? Um para mim e outro para o meu novo amigo policial.

(Phil) - Claro. Já levo para vocês. – Ele respondeu de forma neutra.

(Lucy) - Hum, obrigada. – Ela sorriu com deboche e logo se virou, ignorando Adie completamente e seguindo a direção até o banheiro feminino. 

Adie e Phil a observaram se afastando.

(Phil) - Bem, o trabalho me chama, minha gata. 

Adie o olhou, com o cenho franzido e ele piscou para ela e foi até a cozinha. Após ele se afastar, Adie revirou os olhos e olhou em direção ao banheiro feminino.

Após entrar no banheiro, Lucy se aproximou do espelho e começou a ajeitar seus cabelos. Em seguida, ela verificou a maquiagem de seus olhos, tirando os excessos com a ponta do dedo anelar. Alguns instantes depois, Adie entrou no banheiro e Lucy logo a olhou pelo espelho. Era evidente sua raiva, mas depois de acompanhá-la com os olhos, com uma expressão enojada, ela disfarçou, voltando a focar no retoque de sua maquiagem. Adie, porém, se aproximou da pia, ao lado dela, e se olhou no espelho. Lucy a olhou de canto e bufou, e Adie notou seu desconforto, embora ela tentasse disfarçar.

(Adie) - Porque está tão incomodada com a minha presença? – Ela a questionou sem olhá-la, ainda focada na própria imagem no espelho.

Lucy arqueou uma de suas sobrancelhas e a olhou pelo espelho.

(Lucy) - Você está equivocada, querida. Sua presença não me incomoda. Eu sequer a notei.

Adie permaneceu serena, ajeitando seus cabelos.

(Adie) - Eu não estou me referindo a esse momento. – Ela se virou, olhando-a diretamente. - Me refiro ao momento em que o Phil me apresentou como namorada. 

Lucy franziu o cenho.

(Adie) - Além disso, porque eu deveria estranhar o fato dele me apresentar a você?

(Lucy) - Hum… – Ela deu uma leve risada. - Pelo fato de que nós mulheres somos territorialistas.Talvez, até mais do que os homens.

Adie sorriu sutilmente.

(Adie) - É, você tem razão. 

Lucy continuou se arrumando e pegou de sua pequena bolsa preta envernizada, um batom da cor vermelha, o mesmo que estava em seus lábios, mas que já havia saído um pouco.

(Adie) - A quanto tempo você conhece o Phil?

(Lucy) - Não sei ao certo. – Ela respondeu sem olhá-la, concentrada no retoque de seu batom.

(Adie) - Hum… – Ela ficou cabisbaixa, suspirou e começou a esfregar as mãos, uma na outra, fingindo estar preocupada.

Lucy a olhou de canto.

(Lucy) - Algum problema com isso?

(Adie) - Eu não sei… Sinto que ele esconde algo.

 Lucy deu uma leve risada debochada.

(Lucy) - Pelo que vejo, aquele papinho de que não há segredos entre vocês, é uma mentira. 

Adie logo a olhou.

(Adie) - Porque está dizendo isso?!

Lucy manteve seu sorriso, enquanto guardava seu batom na bolsa e se virou, olhando Adie de frente.

(Lucy) - Está claro que, você sim, está incomodada com a minha presença aqui no bar. O que deixa claro que o Phil não falou muito sobre mim.

Adie bufou, deixando evidente uma falsa perturbação interna com aquele fato.

(Adie) - Para ser sincera, ele não disse nada e eu só fui apresentada a você porque, a um tempo atrás, vi seu nome em meio aos contatos dele, por um acaso. Quando o questionei, ele insistiu que você não era nada além de uma amiga e que não valia a pena eu me estressar por sua causa.

O sutil sorriso de Lucy foi dissipado por uma expressão de desapontamento.

(Lucy) - Foi isso que ele disse? 

(Adie) - Sim. Mas eu vi que vocês haviam trocado mensagens a alguns meses e ele se negou a me deixar ler. Como eu não sou nenhuma estúpida, impus a ele que fizesse uma escolha: que me deixasse ler as mensagens ou que chamasse você até aqui e me apresentasse como namorada.

Lucy se surpreendeu.

(Lucy) - Então, ele me fez sair de Colville para vir até aqui, apenas para satisfazer os caprichos da namorada insegura?!

(Adie) - Não encare as coisas dessa maneira, Lucy. Eu só tenho algumas duvidas e… Você é a única pessoa que pode esclarecer para mim se ele está mentindo. E, caso esteja, eu vou terminar com ele hoje mesmo! – Ela demonstrou um falso sentimento de raiva.

Naquele momento, Lucy ficou levemente surpresa, mas logo arqueou uma de suas sobrancelhas e esboçou um leve sorriso malicioso.

(Lucy) - É… – Ela ficou cabisbaixa, disfarçando seu sorriso e logo voltou a olhá-la, fingindo se comover com a suposta aflição de Adie. - Tudo bem, Adie. Eu estou disposta a responder quaisquer que sejam suas dúvidas, apenas porque você parece ser uma garota legal.

Adie fingiu se surpreender.

(Adie) - É sério?! 

(Lucy) - Sim, querida. Venha, vamos beber um drink e conversar. 

Adie sorriu, como se fosse ingênua.

(Adie) - Certo.

 Lucy, acreditando em sua atuação, esboçou um sorriso ladino e se virou, caminhando até a porta. Após ela se virar, o sorriso inocente de Adie se tornou um leve sorriso malicioso e ela seguiu Lucy para fora do banheiro. Estando do lado de fora, as duas se aproximaram de uma mesa vazia e Lucy se sentou.

(Lucy) - Como você viu a pouco, eu pedi um Manhattan. – Ela deixou sua bolsa sobre a mesa. - Não vai pedir algo para me acompanhar?

(Adie) - Sim. Eu já volto – Ela se virou e foi até o balcão, onde Phil estava preparando as bebidas que Lucy havia pedido para ela e Brandon. - Você poderia pedir para a garçonete levar um dos Manhattan, juntamente com uma garrafa de água mineral, até àquela mesa? – Ela apontou em direção e Phil olhou, vendo Lucy, que também o olhava, mas logo disfarçou.

(Phil) - Então… – Ele olhou para Adie. - Chegou o momento.

Adie assentiu com a cabeça, esboçando um leve sorriso ladino e se virou, voltando para a mesa.

Ao se aproximar e enquanto se sentava, Lucy a olhava com arrogância, mas quando Adie a olhou, ela forçou um sorriso simpático. 

(Lucy) - E então, por onde começamos? 

(Adie) - Pelo mais importante… Qual é a sua verdadeira relação com o Phil?

(Lucy) - Bom, ele não mentiu quando disse que somos apenas amigos, mas ele omitiu a informação de que nós já fomos muito mais do que isso.

(Adie) - Hum… – Ela resmungou e balançou a cabeça em negação. 

(Lucy) - Ah, não o julgue pelo passado, afinal, você também tem um, não é mesmo?

(Adie) - Claro, mas esse não é o ponto. 

(Lucy) - Hum, e qual é?

(Adie) - Seu marido.

Lucy se intrigou.

(Lucy) - O que tem ele?

(Adie) - Lucy, eles são melhores amigos. Seu marido sabe sobre o caso de vocês?

(Lucy) - Mas porque ele deveria saber de algo que aconteceu no passado?

(Adie) - E porque não deveria se, de fato, aconteceu no passado?

Lucy ficou claramente tensa.

(Lucy) - P-Porque não pergunta isso ao seu namorado? Talvez, nosso motivo seja o mesmo.

(Adie) - Hum… – Ela deu uma leve risada. - Você me deu uma ótima ideia. Quem sabe se, por me dizer a verdadeira razão para que tenha omitido o caso de vocês, eu o perdoe e não termine nossa relação, não é mesmo?

Lucy ficou levemente surpresa e as duas foram interrompidas pela garçonete, que se aproximou da mesa para servir as bebidas.

(Garçonete) - Com licença.

Adie logo a olhou e ela serviu sua garrafa de água e um copo com gelo.

(Adie) - Obrigada.

 Em seguida, a bela mulher de cabelos pretos sorriu sutilmente e serviu a bebida de Lucy, que sequer a olhou. Após a garçonete se retirar, Adie bebeu um gole de água, enquanto olhava Lucy, que a encarava, irritada.

(Adie) - O que foi? Não concorda com o que eu disse?

(Lucy) - Só estou impressionada com sua falta de dignidade.

(Adie) - Falta de dignidade? Só porque não quero terminar minha relação com ele, por conta de algo que aconteceu no passado?

Lucy pensou por alguns segundos, até que desviou o olhar. 

(Lucy) - Estou vendo que não tenho saída, senão... – Ela respirou fundo e voltou a olhar para Adie. - A verdade é que nós nos envolvemos quando eu já estava casada e… não faz muito tempo que terminamos.

(Adie) - Oh… – Ela fingiu se surpreender.

(Lucy) - Sinceramente, nós só terminamos porque ele quis assim. Eu tinha expectativas de… – Ela ficou com o olhar distante e suspirou. - De ter uma relação séria com ele, mas… algo o fez me deixar. – Ela ficou cabisbaixa por alguns segundos, até que voltou a olhar Adie e pareceu se intrigar com algo. - A propósito, a quanto tempo vocês estão juntos?

Adie pensou por alguns segundos.

(Adie) - A seis meses.

Lucy ficou levemente surpresa.

(Lucy) - Então, eu estava certa sobre ele ter outra pessoa… – Ela balançou a cabeça em negação.

Adie se intrigou.

(Lucy) - Assim como eu sempre soube do grande filho da puta que ele é, mas decidi acreditar que comigo seria diferente!

(Adie) - Do que você está falando?

(Lucy) - Não está claro para você, queridinha? O Phil me deixou por sua culpa! – Ela se alterou, fazendo movimentos exacerbados com as mãos. 

(Adie) - E porque está se sentindo ofendida? Se a seis meses atrás você já era casada?

(Lucy) - Isso não é problema seu! – Ela alterou o tom de voz.

(Adie) - Tudo bem, Lucy, se acalme. Você tem razão. Peço que responda apenas mais uma pergunta e não falamos mais sobre isso, certo?

(Lucy) - Eu não respondo mais nada que possa ajudar a aliviar sua insegurança! Você merece se sentir assim, pois esse é o martírio que toda mulher que se apaixona por Phil Hawkins tem que suportar, assim como eu suportei.

(Adie) - Acredite, sua resposta para a minha pergunta pode garantir que seu marido nunca saiba do que houve entre você e o Phil.

Lucy se intrigou.

(Lucy) - Você está me ameaçando?

(Adie) - Encare como quiser. Agora, me responda… Quem mais soube do seu caso com o Phil? 

Lucy riu debochadamente.

(Lucy) - Porque quer saber? Está preocupada com a reputação do seu namoradinho agora?

(Adie) - O que é mais importante para você? A reputação dele ou o seu casamento?

(Lucy) - E quem contaria ao meu marido? Você?

Adie sorriu sutilmente.

(Adie) - Eu poderia, mas alguém por aí pode fazer isso, antes de mim. 

O sorriso debochado de Lucy desapareceu.

(Lucy) - Do que você está falando?

(Adie) - Lucy, por favor, apenas me responda… A quem você contou sobre seu caso com o Phil?

Lucy bufou e ficou cabisbaixa por alguns instantes, tamborilando na mesa.

(Lucy) - Eu só contei para uma única pessoa… – Ela a olhou. - Mas é impossível que ele fale para alguém, pois… ele está morto. 

Adie se surpreendeu. Já Lucy, desviou o olhar e suspirou, se lembrando daquele dia.

(Lucy) - Em uma noite em que eu estava trabalhando aqui no bar, vi o Phil flertando com duas garotas e, mesmo sem ter direito, fiquei com ciúmes. Foi difícil disfarçar o que eu estava sentindo e, naquela noite, um amigo do meu marido estava aqui e, obviamente, eu o atendi. Quando finalizei meu expediente, eu fui para casa caminhando e esse amigo do meu marido, me seguiu. Mesmo eu tentando disfarçar meus sentimentos, ele percebeu que eu não estava bem e se preocupou comigo. Quando ele me perguntou sobre o motivo de minha chateação, eu neguei haver algo, mas, mesmo assim, ele foi extremamente acolhedor. – Ela sorriu sutilmente. - Ele era tão doce e tinha um sorriso encantador e, com sua insistência, eu acabei confessando a verdade sobre meu caso com o Phil. Confessei que havia cometido o estúpido erro de me apaixonar. – Ela suspirou novamente e voltou a olhar para Adie. - E é isso. Apenas ele soube sobre tudo, mas como eu disse, infelizmente, ele está morto.

Embora olhasse para Lucy, o olhar de Adie estava distante.

(Adie) - Você… Você disse que ele tinha um sorriso encantador?

Lucy se intrigou.

(Lucy) - É sério que foi só nisso que você prestou a atenção?

(Adie) - Como ele se chama?

(Lucy) - O que isso importa?

(Adie) - Por favor, só me diga o nome dele.

Lucy bufou e revirou os olhos.

(Lucy) - Richard Roger, mas todos o chamavam de Richy. Ele era o proprietário da Roger’s Garage e morreu a alguns meses, na explosão da mina Ironsplinter.

Adie desviou o olhar e ficou sem palavras. 

(Lucy) - Satisfeita agora? 

Adie voltou a olhá-la.

(Adie) - Obrigada.

Lucy a olhou com desprezo e revirou os olhos. Em seguida, ela pegou sua bolsa, sua bebida e se levantou, seguindo em direção ao balcão.

Após ela sair, Adie fechou os olhos e respirou fundo, assimilando aquilo que não podia mais ser negado.

Enquanto isso, ao se aproximar de onde estava antes, Lucy notou a ausência de Brandon, que havia ido ao banheiro. Enquanto estava sozinha no balcão, ela bebeu um gole de seu manhattan e seus olhos focaram em Phil, que havia recolhido alguns copos do balcão e os levou para a cozinha. Ao vê-lo entrar na cozinha, Lucy olhou para Adie, que continuava com o olhar distante e, após se certificar da distração dela, ela se levantou, entrou para trás do balcão e seguiu até a cozinha. Ao chegar lá, ela avistou o barman distraído, lavando copos. Ela o observou por alguns segundos, com um sorriso malicioso, até que mordiscou o lábio inferior e começou a se aproximar dele, com passos sutis. Ao chegar atrás de Phil, ela o agarrou pela cintura e deslizou uma de suas mãos até seu membro, por cima da calça. Phil se assustou e logo soltou o copo que enxaguava.

(Lucy) - Que tal relembrarmos alguns de nossos momentos nesta cozinha? – Ela sussurrou de um jeito sensual, próximo ao ouvido dele.

Ele segurou a mão dela e se virou rapidamente.

(Phil) - Você ficou louca?!

(Lucy) - Sim, eu sou completamente louca… por você. – Ela o beijou.

Phil arregalou os olhos, a segurou pelos ombros e a afastou de si.

(Phil) - Pare com isso! Eu estou com a Adie!

(Lucy) - Mas eu sei que você ainda me deseja. Eu posso ver em seus olhos. – Ela tentou beijá-lo novamente, mas Phil virou o rosto e a segurou.

(Phil) - Pare com isso, por favor!

Naquele momento, Adie entrou na cozinha.

(Adie) - Phil…

Lucy logo parou sua tentativa de beijá-lo e se virou para olhá-la. Já Phil, parecia realmente ter sido pego no flagra por sua namorada. 

(Phil) - A-Adie!

Adie ficou estática, sem saber como reagir.

(Lucy) - Hum, que ótima oportunidade para você contar a ela o que nós estávamos prestes a fazer aqui, Phil. – Ela sorriu com deboche.

(Phil) - Nós não estávamos prestes a fazer nada! – Ele saiu de perto dela e se aproximou de Adie. - Adie, eu juro que foi ela que me agarrou! Eu não ia fazer nada, eu juro!

Adie o olhou confusa e tentou fingir se importar.

(Adie) - É…Tá… Eu acredito em você. 

(Phil) - Ufa! Obrigado, meu amor. – Ele sorriu sutilmente e a puxou para um abraço.

Adie arregalou os olhos e tentou corresponder ao abraço, para manter o disfarce.

(Lucy) - Não posso acreditar que vai mesmo me rejeitar por ela, Phil!

Phil soltou Adie e se virou, olhando Lucy. 

(Phil) - Lucy, já chega! Está na hora de entender que eu não tenho mais interesse em você.

(Lucy) - É você que precisa entender que eu te amo! Você me dizia que sentia o mesmo e me fez promessas, Phil. Eu cheguei a pensar em abrir mão do meu casamento para ficar apenas com você, mas você simplesmente me trocou por ela!

Phil suspirou.

(Phil) - Eu sei que disse sentir o mesmo e prometi começar uma relação com você, mas… eu estava enganado, Lucy. Eu só conheci esse sentimento quando… – Ele olhou para Adie. - Quando a vi.

Adie o olhou, claramente desconfortável com a situação.

(Phil) - Quem eu realmente amo a ponto de renunciar minha liberdade, é ela. – Ele voltou a olhar para Lucy, que estava com os olhos marejados. - Me perdoe.

As lágrimas desceram dos olhos de Lucy e Adie a olhou com pesar. Depois de alguns segundos, sem dizer nada, Lucy saiu apressada da cozinha e, após ela sair, Adie olhou para Phil, que estava constrangido.

(Phil) - Me desculpe por fazê-la assistir isso. 

(Adie) - Não é comigo que você tem que se preocupar, mas, enfim… Eu vim apenas avisar que nosso disfarce acabou. 

Ele suspirou com pesar

(Phil) - Que pena. Tudo que eu disse para a Lucy é verdade, Adie.

(Adie) - Certo… mas eu já consegui a informação que precisava, então...

Phil ficou observando-a de um jeito fascinado e Adie ficou constrangida.

(Adie) - Bem… eu agradeço por sua ajuda, mas já vou indo. Com licença. – Ela logo se virou para sair da cozinha.

(Phil) - Adie, espera… – Ele segurou o braço dela com carinho e ela o olhou. - Me desculpe, mas eu estava com tanta expectativa de que com esse nosso disfarce, eu conseguiria, pelo menos, um beijo seu. 

Ela bufou, revirou os olhos e tentou se virar para sair, mas ele a puxou para si e a agarrou pela cintura, o que a fez arregalar os olhos.

(Phil) - Eu disse que aceitaria o fato de você não sentir o mesmo por mim, mas… você está extremamente linda hoje e não consigo resistir. Eu preciso de um beijo seu. 

Ele começou a se aproximar dos lábios dela.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada por chegarem até aqui! ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dear Hacker - Duskwood Continuation (Em Revisão)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.