Dear Hacker - Duskwood Continuation (Em Revisão) escrita por Akira Senju


Capítulo 49
Whisky e Verdades


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos! Trago mais um capítulo para vocês e espero que gostem ♥

Tenham todos uma ótima leitura! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/808977/chapter/49

Ainda paralisada com a proposta de Phil, Adie desviou o olhar por alguns instantes, enquanto ele a observava com expectativa.

(Phil) - E então?

Ela continuou em silêncio e sem olhá-lo, até que deu uma leve risada, balançando a cabeça em negação. Ao vê-la sorrir, Phil também esboçou um sorriso, por acreditar que ela estava prestes a dizer que sim.

(Adie) - Você... Você ficou doido de vez?! – Ela se alterou e o olhou com raiva.

Ele ficou levemente surpreso.

(Phil) - M-Mas, Adie, entenda… Se eu apresentar você como minha namorada, você terá o pretexto perfeito para interrogá-la sobre nosso assunto. Além do que você evitará que ela crie expectativas novamente comigo.

(Adie) - Ah, claro, muito conveniente, mas e quanto aos problemas que isso pode me causar? Você pensou nisso?

(Phil) - Problemas com quem? 

(Adie) - Ora, com quem você acha?

Ele pensou por alguns segundos, até que deu uma leve risada.

(Phil) - Com o Jake? – Ele perguntou com deboche.

Ela pensou por alguns segundos, encarando-o.

(Adie) - Sim, com o Jake.

(Phil) - Hum… – Ele resmungou e desviou o olhar, balançando a cabeça em negação. - Eu não entendo como você pôde escolher aquele cara! – Ele se irritou.

(Adie) - Porque eu o amo, Phil. 

Ele a olhou, estando enciumado e bufou, desviando o olhar novamente e virou o restante de sua bebida.

(Phil) - Eu nunca vou entender isso… É sério. – Ele ficou cabisbaixo e suspirou.

(Adie) - Bem, para coisas assim não há explicações, mas eu desejo que você conheça esse sentimento um dia, para que assim, possa me entender.

(Phil) - Eu já o conheço, Adie. – Ele voltou a olhá-la. - Mas não faz sentido para mim, porque quando eu finalmente soube como é sentir isso por alguém, fui rejeitado.

Adie fechou os olhos por um segundo e suspirou.

(Adie) - Eu não o rejeitei. Eu lhe ofereci um amor diferente.

(Phil) - Ah, isso não muda o fato de que você escolheu um cara estranho, que nem mesmo parece ter sentimentos, ao invés de mim, que sempre deixei evidente o que sinto por você.

(Adie) - Phil, entenda… Há muitas pessoas que te amam, mas, diferente de mim, você sim, as rejeita sempre que tem oportunidade.

(Phil) - Mas eu jamais rejeitaria você! 

Ela o olhou em silêncio e depois, olhou para o seu copo com água, o pegou e virou alguns goles. Depois de alguns segundos, Phil respirou fundo e passou as mãos no rosto, deslizando-as pelos cabelos e ficou cabisbaixo.

(Phil) - Tudo bem, Adie… Eu já entendi que não tenho outra alternativa, senão, aceitar sua escolha. Mas, voltando ao assunto da Lucy…  – Ele voltou a olhá-la. -  Eu insisto para que você aceite minha condição de tê-la como minha namorada, na presença dela.

(Adie) - Phil… – Ela desviou o olhar, incomodada.

(Phil) - Por favor, Adie! Me deixe viver essa mentira, mesmo que seja apenas por alguns minutos. Eu prometo que depois irei respeitar o fato de que você não me ama, como eu gostaria.

Adie pensou por alguns segundos, ainda balançando a cabeça em negação, até que suspirou.

(Adie) - Tá… Tudo bem, eu aceito.

Ele ficou surpreso.

(Phil) - É-É sério?!

Adie o olhou, demorando alguns segundos para responder, por ainda estar lidando com seus pensamentos contraditórios.

(Adie) - Sim. Você tem razão sobre ser um bom pretexto para que ela aceite falar comigo. Mas eu já vou logo avisando, nem pense em bancar o engraçadinho e se aproveitar da situação. 

Phil sorriu, ainda surpreso e levantou uma das mãos, em sinal de firmamento de uma promessa.

(Phil) - Certo. – Ele manteve seu sorriso, enquanto olhava Adie com ternura.

Ao mesmo tempo, Adie o encarava com raiva, até que desviou o olhar.

Alguns minutos depois, Adie saiu do Aurora e foi até seu carro. Ao chegar perto, ela viu Dan com a cabeça recostada no banco, ao som de Jump - Van Halen, que tocava em seu celular que estava conectado ao som, via bluetooth. Adie se aproximou cuidadosamente, escorou os braços na janela do carro e o observou por alguns segundos. Dan continuava com os olhos fechados, parecia até mesmo estar cochilando e ela sorriu sutilmente, com malícia.  

(Adie) - ACORDA, É UM ASSALTO! – Ela gritou.

Naquele momento, Dan, literalmente, pulou de susto.

(Dan) - PORRA! – Ele a olhou com os olhos arregalados. - VOCÊ FICOU DOIDA?!

Adie deu risada.

(Adie) - Cara… Eu não conseguiria oportunidade melhor para me vingar do susto de mais cedo. – Ela disse entre gargalhadas.

Dan ficou parado por um tempo, com o cenho franzido e respirando um pouco mais rápido, enquanto Adie continuava rindo. Depois de alguns segundos, ele bufou e parou a música.

(Adie) - Você acaba de aprender uma importante lição… Não se deve dormir dentro de um carro estando com as janelas abertas.

(Dan) - Ah, que se dane! Diga logo o porquê veio me perturbar.

(Adie) - Bem, eu vim chamá-lo para entrarmos, mas antes, devo ressaltar o quanto estou feliz por tê-lo aqui, comigo. – Ela sorriu.

Dan a olhou com uma de suas sobrancelhas arqueada.

(Dan) - Não seja falsa. Você reclamou quando me viu aqui mais cedo e só aceitou minha presença porque ficou com pena.

(Adie) - É, tenho que admitir que você é bom em fazer drama as vezes e conseguiu mexer comigo. Mas, agora, depois de conversar com o Phil e ter sido convencida a me submeter a uma situação nada legal, sua presença será minha garantia de sobrevivência e… – Ela suspirou. - E do futuro da minha relação com o Jake.

Ele se intrigou extremamente.

(Dan) - O que?!

(Adie) - Bem… Eu vou precisar de uma bebida para te explicar isso, portanto, vem comigo. – Ela tirou os braços da janela e logo começou a caminhar, em direção ao bar.

Dan, ainda intrigado, a observou se distanciando.

(Dan) - Hum… – Ele resmungou, balançando a cabeça em negação, abriu a porta do carro e saiu.  

Alguns minutos depois, os dois estavam sentados em uma das mesas do bar Aurora, frente à frente. Adie bebia um drink chamado Manhattan, que era um clássico americano, enquanto Dan, saboreava um Whisky Sour. 

(Dan) - Agora chega de mistério e me explica logo essa história de que serei sua garantia de sobrevivência e permanência do seu relacionamento com o homem hacker.

Adie estava cabisbaixa, encarando seu copo e tamborilando os dedos na mesa. 

(Dan) - Hum, pela sua resistência em falar, presumo não ser nada bom.

Ela suspirou e virou um gole de sua bebida. 

(Adie) - Aaahh. – Ela fechou os olhos ao engolir. - Tudo está relacionado com aquela história da Lucy e eu ainda não consegui descobrir como o Richy ficou sabendo do caso dela com o Phil. – Ela olhou em direção a Phil, que estava atrás do balcão e distraído com o seu celular. - Bem... – Ela voltou a olhar para Dan. - E como essa informação é extremamente importante para nós, eu pedi ao Phil que convidasse a Lucy para vir até aqui, para que eu possa confrontá-la diretamente.

Dan se surpreendeu.

(Dan) - O quê?! 

(Adie) - É… E como condição para fazer isso, Phil pediu que eu permitisse que ele me apresente a ela como sua… – Ela desviou o olhar e suspirou. - Namorada. 

Dan arregalou os olhos.

(Dan) - O QUÊ?!

Adie se assustou com a reação dele e Phil logo os olhou. Preocupada, ela olhou em direção ao barman, que ainda os olhava, mas, ele, ao perceber que Adie o olhou, sorriu sutilmente e piscou para ela, voltando a olhar para o seu celular em seguida. Adie voltou a olhar para Dan, irritada.

(Adie) - Faça o favor de se controlar! – Ela cochichou de forma alterada, como se gritasse sussurrando.

(Dan) - Como quer que eu me controle depois de saber a merda que você está fazendo??? – Ele também cochichou de forma alterada.

Ela bufou e desviou o olhar.

(Dan) - Adie, o que mais você precisa saber sobre esse caso do... – Ele olhou para Phil por um segundo. - Do barman com essa garota?

Ela voltou a olhá-lo.

(Adie) - Nossa, como você é péssimo em disfarçar.

(Dan) - Não me enrole e responda.

Ela revirou os olhos e bufou novamente.

(Adie) - Eu preciso saber se há mesmo uma ligação com o Richy. Ainda não sabemos como ele pôde ter descoberto essa informação.

(Dan) - Mas qual a relevância disso? Mesmo que não haja uma explicação para que o Richy tenha descoberto sobre esse romance ultrassecreto, isso não irá excluir o fato dele estar por trás de tudo. Eu entendo que todo detalhe é de extrema importância em uma investigação, mas ele era o único que sabia de todos os outros segredos, ou seja…

(Adie) - Eu preciso de todas as evidências de que realmente é ele! 

Dan se intrigou.

(Adie) - Entenda… Eu ainda estou lutando contra minha própria negação. – Ela ficou cabisbaixa e pegou seu copo, virando um gole de sua bebida em seguida. 

(Dan) - Eu não consigo entender porque é tão difícil. Pensei que você já tinha aceitado que ele é um idiota.

(Adie) - Eu repito isso todos os dias para mim mesma, mas é difícil aceitar isso internamente. – Ela o olhou. - Eu adorava o Richy e, sim, mesmo não tendo conhecido ele pessoalmente, eu o considerava um ótimo amigo. – Ela suspirou. - Naquela época, eu estava afundada em melancolia e ele me ensinou que, mesmo as situações mais caóticas, podem ser encaradas com leveza e boas risadas; o que nos ajuda a aliviar as emoções e pensar com mais clareza sobre uma saída. Foi isso que me ajudou a não perder a cabeça quando o Jake sumiu. Assim como, tem sido isso que está me ajudando a não perder a cabeça agora, que estou sendo forçada a aceitar que quem me persegue é meu querido amigo, que me ensinou essa lição.

Dan a observou por alguns instantes, em silêncio, até que suspirou.

(Dan) - É... – Ele olhou para baixo por um breve momento. - Pelo que percebo, seu drink já está subindo para a cabeça.

Adie revirou os olhos e bufou, desviando o olhar em seguida. Ao desviar o olhar em direção ao balcão, onde Phil estava, ela viu o barman sinalizando com uma das mãos, chamando-a.

(Adie) - Ai, Deus... – Ela olhou para Dan, com raiva. - Espero que essa sua boca grande não tenha estragado tudo.

(Dan) - Saiba que eu não estou nada preocupado com isso. – Ele virou um gole de sua bebida, esboçando um leve sorriso debochado.

Adie bufou, balançando a cabeça em negação.

(Adie) - Eu já volto. – Ela se levantou.

(Dan) - Tá, vai lá. 

Ela se aproximou do balcão.

(Adie) - O que é?

Phil travou a tela de seu celular e o deixou sobre o balcão.

(Phil) - Eu queria avisar que a Lucy aceitou o meu convite e está a caminho de Duskwood.

Adie ficou surpresa, mas logo sorriu sutilmente.

(Adie) - Perfeito! Obrigada, Phil.

Ele sorriu sutilmente.

(Phil) - O que é que eu não faria por você?

Ainda esboçando um leve sorriso, Adie se virou e voltou para a mesa onde Dan estava.

(Dan) - E ai, o que ele queria? – Ele perguntou, enquanto Adie voltava a se sentar.

(Adie) - Apenas me informar que a Lucy está a caminho.

(Dan) - Hum, ou seja, ele terá uma boa noite hoje.

(Adie) - Provavelmente. – Ela sorriu com deboche.

Ele também sorriu com deboche.

(Dan) - Você não deveria rir dessa situação, afinal, se você se passar por namorada dele, ele estará traindo você.

Ela arqueou uma de suas sobrancelhas.

(Adie) - E você quer que eu finja me importar? O disfarce durará apenas até eu conseguir a informação que quero. O que ele fizer com ela depois, é problema dele.

(Dan) - Sinceramente, eu, no seu lugar, me sentiria incomodado até mesmo em fingir estar vinculada com um cara como ele. Ele é um pervertido.

(Adie) - Sim, eu sei, mas por mais que eu concorde com o seu ponto de vista, acho que você não deveria falar assim do seu cunhado. Ainda mais sabendo como a Jessy o defende.

A expressão de Dan mudou, parecendo irritado.

(Dan) - Acontece que ela não pode me impedir de ver a realidade sobre o irmãozinho escroto dela. E se ela está acostumada a defender os canalhas, não posso fazer absolutamente nada! – Ele bufou e virou o resto de sua bebida, de uma vez.

Adie, que havia acabado de virar um gole de sua bebida, o observou por alguns segundos, intrigada.

(Adie) - Eu sabia…

Ele logo a olhou.

(Dan) - Sabia de que?

(Adie) - Que o motivo de você não querer voltar para casa depois do trabalho, estava relacionado com a Jessy.

(Dan) - Ah, não inventa! – Ele desviou o olhar por um breve momento e logo voltou a olhá-la. - Eu já disse que estava preocupado com a sua segurança.

(Adie) - Tudo bem, acredito nisso, mas sei que esse não é o único motivo.

Ele bufou e desviou o olhar novamente, balançando a cabeça em negação.

(Adie) - Ei… Somos amigos. Desabafa comigo.

Ele continuou sem olhá-la e, depois de alguns segundos, suspirou e se recostou em sua cadeira, permanecendo com o olhar para baixo e distante.

(Dan) - Sabe quando uma pessoa significa tudo para você, mas você percebe que não significa sequer uma fração para ela? 

Adie suspirou.

(Adie) - Sim, eu sei bem como é.

(Dan) - Hum… – Ele deu uma leve risada. - Ela disse que se tivesse aceitado uma relação comigo, teria cometido um grande erro.

Adie ficou levemente surpresa.

(Dan) - E eu tinha tanta convicção de que ela me amava. – Ele balançou a cabeça em negação.

(Adie) - Ela disse isso por conta da sua relação breve relação no passado, com a Hannah?

(Dan) - Sim. Só porque eu não contei nada, ela se sentiu no direito de esmagar meu coração… Mais uma vez.

(Adie) - Mais uma vez?

(Dan) - Sim. Ou você já se esqueceu que, por causa do bolo que ela me deu, eu bebi demais, bati meu carro e fiquei de cadeira de rodas por um bom tempo?

(Adie) - Não... Eu jamais poderia me esquecer disso. – Ela ficou cabisbaixa por alguns segundos. - Bem… Acho que está na hora de você saber a verdade…

Dan se intrigou.

(Dan) - Que verdade?

(Adie) - Sobre o dia em que a Jessy te deu o bolo. – Ela o olhou.

Ele continuou intrigado e Adie respirou fundo, se encorajando.

(Adie) - A verdade é que a culpa foi minha, Dan. A Jessy estava conversando comigo naquele dia e como a conversa estava agradável, ela decidiu não ir se encontrar com você.

Ele ficou surpreso.

(Dan) - O-O quê?!  

(Adie) - Eu sinto muito… De verdade.

(Dan) -  Hum, claro… Aposto que você sente muito mesmo, para estar me contando isso só agora. – Ele suspirou. - É sério, eu... – Ele desviou o olhar, boquiaberto. - Eu não sei o que dizer. 

(Adie) - Entenda, se eu tivesse te contado isso antes, você teria me odiado.

(Dan) - E o que você acha que estou sentindo agora, Adie??? – Ele se alterou.

Ela se surpreendeu e depois de alguns segundos, desviou o olhar, entristecida.

(Dan) - Hum… Eu espero que tenha ficado satisfeita com o resultado do seu egoísmo.

Ela voltou a olhá-lo.

(Adie) - Em minha defesa, eu insisti para que ela fosse se encontrar com você, mas, ainda assim, ela preferiu continuar conversando comigo.

(Dan) - Nossa, que bom para você que foi a escolhida da noite para apreciar a companhia dela. – Ele ironizou.

Ela suspirou, entristecida.

(Adie) - Naquele mesmo dia, quando você me mandou mensagens estando bêbado, eu percebi o quão grave aquilo foi e tentei te impedir de dirigir, mas você não me deu ouvidos. Quando eu soube do seu acidente, me senti extremamente egoísta e, quando você ficou na cadeira de rodas, senti uma imensa culpa e a carreguei até hoje… 

Dan ainda a encarava com raiva.

(Adie) - Tudo que posso te pedir agora... É que me perdoe por isso.

Ele suspirou e desviou o olhar.

(Dan) - Sabe o que deu mais errado naquele dia? O fato do acidente ter me deixado apenas sem andar, ao invés de ter acabado comigo de uma vez por todas. – Ele voltou a olhá-la.

(Adie) - Não fale isso, Dan! Todos teríamos sofrido muito se isso tivesse acontecido.

(Dan) - Ah, por favor, você só teria sofrido por não ter chances de aliviar sua consciência. 

Os olhos de Adie marejaram e Dan levantou a mão, tentando chamar a atenção do barman, que continuava distraído com seu celular.

(Dan) - Ei, aqui… 

Phil logo o olhou.

(Dan) - Me vê uma garrafa de whisky, Jack Daniels, de preferência, e um copo com gelo.

Phil suspirou, deixou seu celular sobre o balcão e se virou, indo até a cozinha.

(Dan) - Hoje foi um dia de grandes descobertas para mim… – Ele ficou cabisbaixo.

Ela também ficou cabisbaixa.

(Dan) - Mas que bom que existe o álcool… – Ele a olhou. - Pois será impossível assimilar tudo isso, daqui para frente, estando sóbrio.

Ela suspirou, entristecida, e voltou a olhá-lo.

Enquanto isso, na casa, Jake foi até a varanda. Porém, ao abrir a porta, viu Jessy, que estava recostada em uma das pilastras e encarava o nada. Ao ouvir a porta sendo aberta, a ruiva logo olhou para trás e o viu.

(Jake) - Desculpe atrapalhar o seu sossego. – Ele logo retrocedeu.

(Jessy) - Não, Jake. Espere… – Ela se virou para olhá-lo.

Ele parou, olhando-a intrigado.

(Jessy) - Você pode ficar. Não há problema.

Jake pensou por alguns segundos e, mesmo receoso, deu alguns passos à frente e fechou a porta atrás de si. Em seguida, ele colocou as mãos nos bolsos da calça e se aproximou da outra pilastra, um pouco distante de Jessy, olhando em direção aos carros estacionados. Jessy se virou e também voltou a olhar naquela direção.

(Jessy) - Como a Adie está?

(Jake) - Bem, acredito que você saiba que a resposta para a sua pergunta, é óbvia. – Ele respondeu sem olhá-la.

Jessy suspirou.

(Jessy) - Eu nunca quis magoá-la, Jake. Eu juro… – Ela o olhou. - Eu só… – Ele olhou para frente novamente. - Tinha dúvidas. 

Jake permaneceu indiferente e Jessy voltou a olhá-lo.

(Jessy) - Eu quero que você não tenha dúvidas do que a Adie significa para mim e, sim, eu sei que errei na maneira de abordá-la e me arrependo. 

Jake suspirou.

(Jake) - Não é para mim que você tem que dizer essas coisas, Jessica.

(Jessy) - Eu sei, mas quero que saiba que também me importo com você. 

Ele a olhou, intrigado, mas logo desviou o olhar novamente. 

(Jessy) - Você é o irmão da Hannah, da Lilly e o namorado da Adie, ou seja, você faz parte do nosso grupo. Por isso, acho importante que você saiba que me arrependo do meu erro e, sim, falarei com a Adie em breve.

(Jake) - Certo.

Jessy desviou o olhar e suspirou.

(Jessy) - Ela está em casa? 

(Jake) - Não. 

(Jessy) - Hum… Suponho que ela tenha ido investigar alguma pista, certo?

(Jake) - Quando se está praticamente sozinho, a única saída, é lutar por si mesmo.

(Jessy) - Por favor, não diga isso. – Ela o olhou. - Ela não está sozinha.

(Jake) - É… você tem razão. Ela tem a mim… – Ele a olhou. - Incondicionalmente. 

Jessy se entristeceu e desviou o olhar. Depois de alguns segundos, Jake se virou e caminhou até a porta, porém, antes de entrar na casa, ele parou. 

(Jake) - Jessica… 

Ela logo o olhou.

(Jessy) - Sim?

Ele também a olhou.

(Jake) - Se de fato se importa comigo, como diz, permita-me lhe fazer um pedido… Não a magoe mais com a sua inconstância. Se não é capaz de estar ao lado dela, incondicionalmente, então continue distante. 

Jessy ficou levemente surpresa e ele direcionou seu olhar para frente e entrou na casa. Após ele entrar, Jessy voltou a olhar em direção aos carros e seus olhos marejaram.

Mais tarde, no bar Aurora, os clientes estavam chegando no local e uma banda de rock clássico se preparava para iniciar o show. Adie estava sentada em um dos banquinhos, próxima ao balcão e, enquanto mexia em seu celular, ela tomava outro Manhattan, acompanhado de alguns petiscos. Phil estava do outro lado do balcão, de frente para ela, com os braços escorados no mesmo e também mexia em seu celular. Enquanto isso, Dan estava sentado em uma das mesas sozinho e tomava uma dose de sua garrafa de whisky. Depois de alguns minutos de distração, Phil levantou o olhar e observou a quantidade de clientes que já havia no bar.

(Phil) - Hum, acho que você me trouxe sorte hoje.

Adie logo levantou seu olhar em direção a ele.

(Phil) - Veja só como está cheio.

Ela olhou para trás, vendo que já haviam muitos clientes.

(Adie) - É… De nada. – Ela olhou para Phil, esboçando um leve sorriso debochado.

Ele sorriu e ela voltou sua atenção para o celular. 

(Phil) - Desculpe a pergunta, mas… Porque o Dan veio com você?

(Adie) - Ele não veio comigo. Nós nos encontramos na entrada do bar, por um acaso. 

(Phil) - Hum, difícil acreditar. 

Ela o olhou.

(Adie) - E qual é sua teoria, senhor Hawkins?

(Phil) - Bom… – Ele guardou seu celular no bolso. - Estou inclinado a pensar que ele veio aqui para te proteger de mim, a mando do tal Jake.

Ela franziu o cenho.

(Adie) - E porque o Jake mandaria ele  me proteger de você?

Ele sorriu como um galanteador. 

(Phil) - Talvez porque ele se sinta inseguro, por ter consciência de que eu sou um cara muito melhor do que ele, e tenha medo de você acabar se dando conta disso.

Ela arqueou uma de suas sobrancelhas.

(Adie) - Se é nisso que você precisa acreditar para manter seu ego inflado, fique à vontade. – Ela voltou a mexer em seu celular.

Phil a observou por alguns segundos, ainda esboçando um leve sorriso, até que mordiscou o lábio inferior e suspirou. Em seguida, ele desviou o olhar e começou a observar os clientes, se certificando de que todos estavam sendo bem servidos pela nova garçonete. Porém, seu olhar parou em direção a porta e sua expressão foi de surpresa, ao ver alguém entrar.

(Phil) - Não acredito… Olha só quem está vindo.

Adie logo levantou o olhar e, ao notar para onde ele olhava, olhou em direção.

(Brandon) - Boa noite! – Ele se aproximou com um sorriso simpático.

Adie se surpreendeu.

(Adie) - Brandon?!

(Phil) - Boa noite, senhor policial! – Ele estendeu a mão para cumprimentá-lo.

Brandon apertou sua mão.

(Brandon) - Como vai, senhor Hawkins?

(Phil) - Vou bem. Deseja beber alguma coisa? – Ele pegou o cardápio, que estava sobre o balcão, um pouco distante, e o entregou. - Temos um delicioso drink da casa. É o número 8 do cardápio.

Adie, que ainda estava intrigada, encarava Brandon.

(Brandon) - Ah, sim. Bem, eu… – Ele a olhou por um breve momento, mas logo voltou sua atenção para o barman. - Eu vou precisar de alguns minutos para me decidir.

(Phil) - Ah, sem problema. Fique à vontade. – Ele sorriu sutilmente e tocou na mão de Adie, que logo o olhou. - Princesa, eu vou até a cozinha e daqui a pouco volto para lhe fazer companhia. – Ele piscou para ela.

Ela arqueou uma de suas sobrancelhas

(Phil) - Com licença. – Ele disse para Brandon.

O policial assentiu com a cabeça, esboçando um doce sorriso e Phil seguiu para a cozinha.

(Brandon) - Hum, princesa? – Ele a olhou, intrigado.

Ela revirou os olhos e bufou, balançando a cabeça em negação.

(Adie) - Nem tente entender.

Brandon a olhou com ternura, sorrindo sutilmente.

(Brandon) - Que bom te encontrar aqui. – Ele se sentou no banquinho ao lado dela.

Adie o olhou com estranheza.

(Brandon) - O que foi? Nunca viu um policial fora da delegacia?

Ela deu uma leve risada.

(Adie) - Eu só não imaginava que você frequentasse esse tipo de lugar.

(Brandon) - Bem, realmente não é muito meu estilo. – Ele olhou à sua volta. - Mas quando eu soube que era de um dos seus amigos, decidi vir conhecer. – Ele voltou a olhá-la.

Adie sorriu sutilmente e desviou o olhar.

(Brandon) - Como você está?

(Adie) - Hum… Bem. 

Brandon a encarou por alguns segundos, parecendo não acreditar em sua resposta.

(Brandon) - Tem certeza?

Ela o olhou.

(Adie) - Não.

Ele suspirou com pesar.

(Brandon) - Em breve tudo vai se resolver. Você vai ver. 

(Adie) - Espero mesmo que sim. – Ela desviou o olhar e bebeu um gole de sua bebida.

(Brandon) - A propósito, como está o ferimento em seu ombro?

(Adie) - Ah, muito melhor. – Ela o olhou. - Eu nem mesmo me lembro que tomei um tiro.

Ele sorriu sutilmente e ela virou mais um pouco de sua bebida.

(Adie) - Hum… Acho que devo te contar o que estou prestes a fazer.

(Brandon) - E o que é?

(Adie) - Você se lembra dos folhetos encontrados na floresta, com a marca do corvo?

(Brandon) - Sim.

(Adie) - Pois bem, estou seguindo a pista relacionada ao Phil e descobri do que a tal frase se tratava.

(Brandon) - A qual das frases você se refere?

(Adie) - Aquela de Artur Lundkvist, que era mais ou menos assim: há uma alegria selvagem em… em cada hora ter uma amante para o desejo infinito. Uma coisa assim. E como informação adicional havia o nome Lucy.  

(Brandon) - Hum, sei. E o que você descobriu?

(Adie) - Bem… – Ela olhou em direção a cozinha, se certificando de que Phil não estava se aproximando. - Eu descobri que Phil Hawkins tinha um caso com a esposa de seu melhor amigo. – Ela disse baixo, quase cochichando.

Brandon arregalou os olhos.

(Brandon) - Minha nossa!

(Adie) - Pois é… E depois de descobrir isso, o próximo passo é saber como essa informação chegou ao homem sem rosto e, para isso, o Phil convidou a garota para vir até aqui, hoje mesmo, para que eu possa interrogá-la.

Ele se surpreendeu novamente.

(Brandon) - É sério?!

(Adie) - Sim, mas ela ainda não chegou. – Ela bebeu mais um gole de sua bebida. - Hum… Eu estou começando a ficar alta, então, se ver uma mulher loira, com as pontas dos cabelos pretos, entrando por aquela porta, me avise. – Ela virou mais um gole da bebida.

(Brandon) - Certo, senhorita. – Ele sorriu sutilmente. 

Ela deu uma leve risada.

(Adie) - Da próxima vez, me lembre de te chamar de senhor, mesmo que não esteja com sua farda.  

Brandon sorriu e olhou em direção a porta. Naquele momento, sua expressão logo ficou séria.

(Brandon) - Você disse que a garota é loira e tem as pontas dos cabelos pretos?

(Adie) - Uhum. – Ela virou mais um gole de sua bebida.

(Brandon) - Bem… Eu acho que foi exatamente ela que acabou de entrar pela porta. 

Adie logo o olhou, surpresa, mas antes que ela olhasse em direção a porta, uma linda mulher, usando um vestido preto, na altura das coxas, jaqueta jeans e botas coturno, se aproximou.

(Lucy) - Boa noite. Vocês poderiam me informar onde o dono do bar está?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada por chegarem até aqui ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dear Hacker - Duskwood Continuation (Em Revisão)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.