Dear Hacker - Duskwood Continuation (Em Revisão) escrita por Akira Senju


Capítulo 32
O Temido Acontecimento


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos! Vamos de mais um capítulo? Espero que gostem ♥

Tenham todos uma ótima leitura! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/808977/chapter/32

Na casa dos amigos, Jake estava deitado em sua cama e encarava o teto, enquanto pensava o quanto era estranho como agora a solidão, de certa forma, parecia incômoda. Depois de três anos completamente sozinho e em fuga, pela primeira vez, ele estava em uma casa que quase sempre era barulhenta. Porém, a maior parte desses barulhos era indiferente, já que ele é uma pessoa introvertida e não tem o costume de se misturar, o que tornava tudo aquilo apenas barulho de terceiros. Mas havia algo com que ele havia se acostumado e já não conseguiria mais viver sem. Algo que não era considerado apenas barulho de terceiros, mas era de fato a representação de tudo aquilo que lhe importava na vida… ela. Mesmo que suas irmãs fizessem parte daquele meio, a presença de Adie era a que fazia toda a diferença para ele. E agora, a solidão se tornou incômoda, porque significava a ausência dela. O silêncio se tornou estranho, porque não se ouvia a voz dela.

Depois de alguns minutos pensando nisso, Jake suspirou e se levantou. Ele seguiu para fora do quarto com a intenção de ir até a cozinha, mas ao chegar no topo das escadas, ouviu a porta da casa ser aberta. Ele caminhou até lá e, ao chegar em um ponto que pudesse vê-la, notou que era o grupo de amigos, que logo também o notaram. 

(Thomas) - Ah, oi, Jake. 

(Jake) - Oi. Como foi a busca? 

Os integrantes do grupo entravam na casa estando abatidos e claramente preocupados. Enquanto pensavam em uma resposta, Jake passou o olhar por todos e, após ver Jessy sendo a última a entrar e fechando a porta, estranhou.

(Jake) - Onde Adie está? 

Todos o olharam sem jeito e engoliram seco.

Enquanto isso, na Delegacia de Duskwood, Alan estava em sua sala. Ele estava de pé, andando de um lado para o outro, com os braços cruzados e escorando o queixo com uma das mãos. Depois de alguns segundos, ele descruzou os braços e colocou as mãos nos bolsos da calça. Seus pensamentos agitados foram interrompidos por alguém batendo na porta e abrindo-a logo em seguida.

(Carter) - Senhor Blommgate.

Alan, que estava de costas, logo se virou para olhá-lo.

(Alan) - Ah, finalmente! Entre.

Carter entrou e fechou a porta atrás de si.

(Carter) - Bom, eu sei que o senhor esperava alguma coisa, mas… não há nenhum registro de Adie ou de Brandon nos hospitais de Duskwood.

Alan suspirou desapontado e coçou a testa. 

(Alan) - É, eu já estava preparado para isso, de certa forma.

Em seguida, Alan foi até a máquina de café, pegou uma xícara que ficava ao lado e se serviu. Após se servir, ele foi até sua cadeira e se sentou, colocando a xícara sobre a mesa.

(Carter) - Acho que devemos começar a investigar as pistas da floresta o quanto antes.

Alan escorou os cotovelos sobre a mesa, cruzou as mãos em frente ao rosto e suas pernas ficaram inquietas.

(Alan) - Sim, é o que faremos. – Ele pegou a xícara de café e tomou um gole.

Carter o observou por alguns segundos. Pela primeira vez,  ele estava vendo o delegado preocupado de verdade.

(Alan) - Eu não consigo achar uma resposta lógica para o sumiço dos dois. Sei que podemos pensar na possibilidade do sequestrador ter aparecido e levado a senhorita Folsham, mas… e o Brandon? Um policial totalmente capacitado para lidar com esse tipo de situação e que estava armado… Eu não entendo. – Ele ficou com o olhar distante, enquanto balançava a cabeça levemente em negação, até que suspirou e pegou a xícara de café, tomando mais um gole do mesmo.

(Carter) - Eu cheguei a pensar o mesmo, senhor. Mas temos que olhar para as duas possibilidades. Assim como o sangue pode ser de um dos dois, também pode ser do tal homem sem rosto. 

(Alan) - Acontece que se o sangue for mesmo do homem sem rosto, onde Brandon e Adie estão? Se esse fosse o caso, o mais lógico seria que eles viessem para cá.

Carter ficou pensativo.

(Carter) - É… o senhor tem razão.

Depois de alguns segundos, Alan suspirou e decidiu voltar ao trabalho.

(Alan) - Certo, Carter. Não vou mais tomar seu tempo. Pode ir.

Carter assentiu com a cabeça.

(Carter) - Com licença, senhor. – Ele se virou e saiu da sala do delegado.

Em seguida, Alan se concentrou nos papéis encontrados na floresta, que estavam sobre sua mesa, e começou a analisá-los.

Enquanto isso, na casa dos amigos, Jake esperava uma resposta, mas ao notar Jessy ficando cabisbaixa, Hannah desviando o olhar, Lilly encarando-o com um certo pesar e pensativa, Cleo encarando-o entristecida, Phil também sem olhá-lo diretamente, Thomas sério e pensativo e Dan parecendo frustrado, ele começou a se preocupar. 

(Jake) - Ela está lá fora? 

Todos continuavam em silêncio e Jake continuava tentando explicar a ausência de Adie, de uma forma mais fácil de aceitar.

(Jake) - Então… ela foi para a delegacia com o delegado Blommgate? Vocês com certeza encontraram pistas e… ela teve de ir com ele para analisá-las, não é?

Cleo, mesmo sem dizer nada, automaticamente balançou a cabeça em negação e ficou cabisbaixa. 

(Dan) - Cara… nenhuma das opções.

Jake estava claramente preocupado e naquele momento, ele engoliu seco, começando a ser tomado por um sentimento de aflição.

(Hannah) - Jake, vamos conversar lá em cima e a sós.

A respiração de Jake ficou acelerada e seus olhos marejaram. Mesmo nesse estado de extrema preocupação, ele ficou estático, sem conseguir dizer nada e permaneceu olhando para todos, mesmo que seu olhar parecesse vazio e distante. Hannah se aproximou dele e o abraçou de lado.

(Hannah) - Vamos. – Ela falou em tom baixo, mais próximo ao ouvido dele.

Ao ouvi-la, ele desviou seu olhar para baixo e se virou. Ele caminhou ao lado de Hannah com passos lentos e sendo guiado por ela, ainda com o olhar distante. Lilly observava-os se distanciando, até que ficou cabisbaixa.

(Thomas) - Porque você não vai com eles? – Ele falou perto do ouvido de Lilly. 

Ela o olhou.

(Thomas) - Acho que ele precisa das irmãs por perto, nesse momento.

Lilly continuou encarando-o por alguns segundos, até que olhou para frente e começou a andar em direção às escadas, subindo-as em seguida.

Depois de alguns instantes, Jake, que estava em seu quarto na companhia de Hannah, estava sentado em sua cama e inclinado para frente, escorando seus cotovelos em suas coxas, com sua mão direita escorando seu queixo e tapando sua boca. Sua perna direita estava inquieta, o que indicava sua tensão. Hannah estava sentada do seu lado, com uma de suas pernas dobrada e virada de frente para ele.

(Hannah) - Eu não sei por onde começar… 

(Jake) - Ele levou ela, não é?

Hannah o encarou por alguns segundos. Era difícil dizer aquilo, tanto quanto ouvir.

(Hannah) - Bom… talvez. Acontece que Adie estava acompanhada de um dos policiais e… eles pararam de entrar em contato com os demais há algum tempo, o que pode significar que sim, ele a levou. 

Jake fechou os olhos e suspirou, era como se aquelas palavras tivessem sido cravadas diretamente em seu peito. 

(Hannah) - Só que… tem mais uma coisa, Jake.

Jake continuou com os olhos fechados.

(Hannah) - É-É muito difícil dizer isso. – Ela ficou com a voz trêmula, como se quisesse chorar. 

Naquele momento, Jake virou o rosto para olhá-la.

(Jake) - Hannah, por favor, não me esconda nada! – O tom de sua voz se alterou levemente.

Hannah o encarou por alguns segundos, tentando encontrar as melhores palavras para contá-lo sobre aquilo, mas suspirou entristecida ao perceber que não havia um melhor jeito de dizer.

(Hannah) - Acontece que… todos ouviram tiros durante a busca e… eles vieram da direção em que Adie estava com o policial. Ao caminharmos na direção para procurá-los, encontramos o celular do policial Brandon e uma quantidade de... sangue.

Jake permaneceu olhando-a, estático, até que ficou cabisbaixo novamente e sua respiração ficou mais acelerada. Depois de alguns segundos, ele se levantou apressado.

(Hannah) - Ei, onde você vai? – Ela perguntou preocupada.

Ele não respondeu e seguiu para o banheiro. 

(Hannah) - Jake!

Ao vê-lo entrar e bater a porta, ela suspirou entristecida.

Ao entrar, Jake trancou a porta. Em seguida, ele se olhou no espelho e continuava com a respiração acelerada. Eram muitas emoções ao mesmo tempo. Emoções que ele sequer conseguia explicar. Depois de alguns segundos se olhando no espelho, uma lágrima desceu de seu olhar e ele abaixou a cabeça, escorando as mãos na pia e, sem conseguir controlar, foi imerso em um choro desesperado, mesmo que não emitisse sons estridentes.

Hannah continuava sentada na cama, cabisbaixa e triste.

(Lilly) - Será que ele vai ficar bem? – Ela estava na porta do quarto.

(Hannah) - Eu não sei. – Ela continuou cabisbaixa.

Lilly suspirou e desviou o olhar.

Enquanto isso, os demais integrantes do grupo estavam na sala e continuavam sem saber o que pensar ou fazer. Todos estavam em silêncio e cabisbaixos, também era notável suas tensões. Depois de alguns minutos, Dan se levantou.

(Dan) - Ah, cara, cansei de ficar aqui sem fazer nada! 

Todos o olharam.

(Thomas) - E por um acaso você tem alguma ideia do que possamos fazer?

(Dan) - É sério que você está me perguntando isso?! O que você fez quando a Hannah desapareceu? 

(Thomas) - Bom, o que se deve fazer nesses casos, fui até a polícia. 

(Phil) - O que é óbvio que não precisa ser feito nesse caso. Eles estavam lá com a gente.

(Dan) - O ponto aqui não é esse! – Ele disse alterado para Phil, e depois direcionou sua fala para Thomas. - Depois que você foi à polícia e percebeu que demoraria demais para que eles conseguissem alguma pista sobre a Hannah, o que você fez?

(Thomas) - Bom, eu… eu mesmo comecei a tentar encontrar pistas que me ajudassem a entender onde ela poderia estar. 

(Cleo) - Onde você quer chegar com tudo isso, Dan?

(Dan) - Estou tentando fazê-los entender o óbvio. Assim como foi durante o desaparecimento da Hannah, tem que ser agora! Precisamos investigar o desaparecimento de Adie por nós mesmos. 

(Jessy) - Acontece que durante o desaparecimento da Hannah tivemos a ajuda da Adie e do… – Ela esteve prestes a falar o nome de Jake, mas logo olhou para Phil, que a olhava de volta, e se lembrou de que ele não poderia saber nada sobre Jake ser o hacker. - d-do Alan, mesmo que em poucos momentos. E agora será difícil fazer isso sem um…

(Cleo) - Líder? 

(Jessy) - Bom... sim.

Dan se surpreendeu, negativamente.

(Dan) - O quê?! Vocês estão se ouvindo? Nós não precisamos de porcaria de líder nenhum! 

(Thomas) - E o que você pretende fazer? Nós não temos nada, nenhuma pista que possa nos ajudar a começar. 

(Phil) - Além do mais, da primeira vez vocês chegaram a fazer muitas besteiras. Acho que o mais sensato é que vocês deixem as coisas só com a polícia dessa vez. 

Dan se irritou e os encarou de forma intimidadora.

(Dan) - Vocês são péssimos amigos! O fato de Adie estar desaparecida e de termos encontrado aquele sangue na floresta deveria ser motivação o suficiente para vocês quererem fazer alguma coisa para encontrá-la! 

(Jake) - Você está coberto de razão. 

Todos se surpreenderam com a presença de Jake, que estava um pouco distante, mas observava-os já a alguns instantes. A maioria estava sentada nos dois sofás, alguns de costas e outros de lado, para a direção que Jake estava. Já Dan, estava de frente para eles, mas não notou a presença de Jake, por estar muito alterado. O rosto de Jake estava abatido, seus olhos estavam avermelhados, por conta do choro, e seu semblante era extremamente sério. Ele se aproximou um pouco mais de todos, encarando-os de frente. 

(Jake) - É lamentável a dependência que vocês têm de um líder. Isso torna-os suscetíveis a qualquer um, até mesmo a um imbecil. Prova disso, é que vocês vivem repetindo uma frase que o Richard, amigo de vocês, tanto repetia, mas não conseguiram enxergar a verdade sobre ele a tempo. Me baseando nisso, me pergunto se vocês conseguem enxergar o quão hipócritas vocês estão sendo nesse momento.

Phil se irritou.

(Phil) - Quem você acha que é para falar com a gente dessa maneira? seu imbecil!

Mas Jake agiu com total indiferença a ele.

(Jake) - Eu não tenho nenhum interesse em tentar convencê-los a procurar a Adie comigo. Mas foi ótimo poder me certificar de que terei que fazer isso sozinho. – Ele olhou para Dan. - Ou pelo menos quase. 

Em seguida, Jake se virou e saiu, indo em direção às escadas e subindo-as, passando por suas irmãs que as desciam. Todos o seguiram com os olhos e ficaram pensativos. 

(Phil) - Que frase é essa que esse idiota quis dizer?

Todos estavam cabisbaixos e pensativos, mas Jessy se prontificou a responder.

(Jessy) - Bom… o Richy sempre repetia uma frase quando algum de nós precisávamos de ajuda. Durante o desaparecimento da Hannah, ele fez dessa frase nosso principal slogan. Um por todos… E todos por um.

Phil pensou por alguns segundos, até que deu uma leve risada.

(Phil) - Hum, que irônico.

Apesar do comentário de Phil, todos continuaram pensativos.

(Dan) - É. Assim como para o Richy, isso também não passa de uma frase sem sentido para vocês. 

Dan olhou para todos com desapontamento e se virou, saindo da sala.

Na delegacia, Alan continuava atento às folhas que foram encontradas na floresta, as que continham o sinal do corvo, mas sua mente estava agitada. Mesmo que nunca tivesse dito a ninguém, ele realmente se importava com Brandon, afinal, ele era seu braço direito e os dois trabalhavam juntos já há alguns meses. Eles sempre se entenderam muito bem e não havia ninguém mais leal do que ele, o que fez com que o delegado o considerasse um bom amigo. Depois de perceber que apenas seus olhos estavam concentrados na folha em que segurava, ele a deixou sobre a mesa e passou uma das mãos nos olhos, suspirando de exaustão. Depois de alguns segundos, Alan se recostou em sua cadeira e ficou pensativo. Parece que, assim como Dan e Jake, o delegado estava disposto a fazer o que fosse necessário para encontrar aquele que lhe importava. Depois de pensar por alguns instantes, ele pegou seu celular sobre a mesa e abriu o chat. Ele clicou na conversa com o hacker e encarou suas últimas mensagens.

CHAT: 

             ???

(???) - Olá, senhor delegado.

(???) - Já tomou sua decisão? 

 

Alan se perguntava… Até onde eu estaria disposto a ir para encontrá-los? A resposta para essa pergunta era incerta, já que, mesmo que pudesse envolver suas emoções, o senhor Blommgate nunca trabalhava visando apenas um objetivo.

Porém, assim como lhe importava encontrar seu subordinado com vida, seria conveniente obter informações sobre um dos hackers procurados pelo FBI e, ao mesmo tempo, acabar com o pesadelo que assombra Duskwood já há alguns meses. Isso talvez lhe traria reconhecimento e poderia abrir novos horizontes. 

Depois de muito pensar, Alan se desencostou de sua cadeira e escorou os pulsos na mesa, segurando seu celular com as duas mãos. Ele movimentava os dedos polegares diante da tela do celular, ainda hesitante. Porém, depois de um suspiro de encorajamento, ele começou a digitar uma mensagem.

CHAT: 

             ???

(???) - Olá, senhor delegado.

(???) - Já tomou sua decisão? 

(Alan) - Sim, eu já me decidi.

(Alan) - Eu aceito sua proposta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada por chegarem até aqui! ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dear Hacker - Duskwood Continuation (Em Revisão)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.