Dear Hacker - Duskwood Continuation (Em Revisão) escrita por Akira Senju


Capítulo 23
Falsa Trégua


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos! Me desculpem pela demora, os dias andam muito corridos, mas espero que gostem do capítulo. :D

Tenham todos uma ótima leitura! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/808977/chapter/23

Duskwood, Wednesday, 1:00pm

 

Cleo, Lilly, Hannah e Thomas haviam voltado ao trabalho. 

Jessy estava em busca de um novo emprego, e Phil reabriria o Aurora em alguns dias. Já Jake e Adie, seguiam com seus trabalhos secretos e, para Dan, havia chegado um importante dia.

 

Estando com uma camiseta branca e uma jaqueta de couro preto por cima, Dan ajustava sua barba em frente ao espelho. Em seguida, ele colocou seus anéis nos dedos e pegou seu celular em cima da mesa de cabeceira.

 

(Dan) - Estou pronto. Só falta chamar um táxi. 

(Jake) - Certo. – Ele estava escorado na porta, que estava aberta, enquanto mexia em seu celular.

(Dan) - Você sabe que um bom amigo insistiria para me levar, né? – Ele disse enquanto chamava um táxi por um aplicativo.

 

Jake levantou o olhar e arqueou uma de suas sobrancelhas.

 

(Jake) - Eu lhe ofereci carona, mas não sou do tipo que insiste.

(Dan) - Hum, sei. – Ele guardou o celular no bolso. - Ok, o táxi está a caminho, vamos lá.

 

Os dois saíram do quarto e Jake ajudou Dan a descer as escadas. Depois de alguns minutos, eles chegaram na varanda da casa.

 

(Dan) - Olha só, se a senhorita Black Label perguntar algo, diga que fui procurar emprego.

(Jake) - Certo.

 

Dan o observou por alguns segundos, estando com uma de suas sobrancelhas arqueada, e Jake se intrigou.

 

(Jake) - O quê?

(Dan) - Cara, você tem emoções? Já faz mais de uma hora que estou sendo completamente misterioso e você não ficou nem um pouco curioso para saber para onde eu estou indo.

(Jake) - Bem, eu fiquei curioso. Cheguei até a pensar em algumas hipóteses que tenham levado você a rejeitar minha carona.

(Dan) - Ah, é? Tipo o que?

(Jake) - Talvez beber, ou quem sabe, até matar alguém.

 

Dan franziu o cenho, olhando-o intrigado e Jake sorriu sutilmente, dando de ombros. 

 

Depois de alguns minutos, o táxi encostou próximo aos dois e Jake o ajudou a entrar no carro. Depois de guardar a cadeira de rodas no porta-malas, ele se aproximou da janela, ao lado onde Dan estava.

 

(Jake) - Tudo certo.

(Dan) - Valeu. Ah, e não se preocupe, já tenho como voltar.

 

Jake sorriu sutilmente e assentiu com a cabeça. Em seguida, o taxista saiu com o carro.

 

(Jake) - Hum, como se eu não soubesse de nada e estivesse mesmo preocupado. – Ele deu uma leve risada.




Depois de alguns minutos, Dan chegou em uma pequena clínica de fisioterapia em Duskwood. Após passar na recepção, a recepcionista pediu para que ele aguardasse ser chamado e enquanto esperava sua vez, ele se distraiu mexendo em seu celular.

 

Alguns minutos depois, alguém abre uma porta que está ao lado esquerdo de Dan.

 

(Ft. Sarah) - Senhor Daniel Anderson.

 

Ele a olhou.

 

(Dan) - Sim.

(Ft. Sarah) - Pode entrar, por favor.

 

Dan seguiu para dentro da sala onde faria os exercícios fisioterápicos, mas ele não esperava que fosse ter uma imensa surpresa ao chegar lá. A sala era espaçosa e havia mais duas pessoas fazendo os exercícios fisioterápicos, mas uma delas, ele conhecia bem.

 

(Adie) - Oi, Jack Daniels! – Ela sorriu e acenou com uma das mãos, enquanto estava sentada em uma cadeira e com o pé, que teve o tornozelo torcido, apoiado em uma bola grande.

 

Dan ficou extremamente surpreso.

 

(Dan) - Mas que diabos você está fazendo aqui?! 

 

Ela arqueou uma de suas sobrancelhas.

 

(Adie) - É sério que você está me perguntando isso? – Ela olhou para o próprio tornozelo.

 

Dan continuou surpreso, boquiaberto e com o cenho franzido.

 

(Ft. Sarah) - Vamos começar os exercícios na piscina, senhor Anderson. Vamos por aqui. – Ela guiou a cadeira de Dan para o lado direito, onde tinha uma porta.

 

Enquanto passava perto de Adie, ele continuava olhando-a, mas agora com raiva.

 

(Adie) - Boa sorte, Jack Daniels! Depois me conta se a água estava muito fria. – Ela disse com deboche.

 

Mesmo estando de costas, ele mostrou o dedo do meio para Adie.

 

Washington D. C. (USA), Wednesday, 8:10am.

 

Em uma sala com pouca iluminação, havia um homem de cabelos castanhos sentado em frente a um computador, muito concentrado no que fazia. Era possível vê-lo de costas e ele parecia esperar que algo fosse concluído, uma espécie de busca, pois havia pequenos retângulos verdes preenchendo uma barra e logo a frente aparecia escrito 50%... 60%... 70%... Conforme os números subiam, ele ficava apreensivo, esperando a conclusão, 80%...90%... mas ao invés disso, quando ele acreditou que finalmente chegaria aos 100%, na tela de seu computador apareceu um olho vermelho e em seguida, a seguinte frase: 

 

           ACCESS FAIL

 

This device is protected by Nym-os



Ele socou a mesa com raiva e suspirou frustrado. Em seguida, ele virou sua cadeira para o lado, recostando sua cabeça para trás e ficou pensativo por alguns segundos.

— Onde é que você está? – Ele sussurrou.  

 

Duskwood City, Wednesday, 3:15pm.

 

Depois de 50 minutos de exercícios, Dan estava pronto para ir embora. Tendo a cadeira guiada pela fisioterapeuta Sarah, ele passou pela sala onde Adie estava antes, mas ela já havia ido embora. Após chegar na recepção, a fisioterapeuta se despediu e ele confirmou seu horário para o dia seguinte. Tendo feito isso, ele se dirigiu até a saída e tirou o celular do bolso para chamar um táxi. Enquanto estava de cabeça baixa mexendo no celular, não notou que alguém o observava e decidiu se aproximar.

 

(Adie) - E então, a água estava fria?

 

Dan se assustou e logo a olhou.

 

(Dan) - Pode ir parando com a gracinha e me fala logo o que veio fazer aqui! E não venha me dizer que por pura coincidência te encaminharam logo para essa clínica de fisioterapia.

 

Ela arqueou uma de suas sobrancelhas.

 

(Adie) - E por um acaso em Duskwood tem outra?

 

Ele se irritou.

 

(Dan) - Adie, eu não sou idiota! Você poderia ter vindo em qualquer outro horário!

 

Ela o olhou intrigada.

 

(Adie) - Eu não estou entendendo porque está tão incomodado com a minha presença.

(Dan) - Você não precisa entender. – Ele se afastou com a cadeira e continuava tentando chamar um táxi.

 

Adie o olhou um pouco entristecida e se aproximou dele novamente.

 

(Adie) - Ei, não precisa chamar um táxi.

(Dan) - Ah, não? E acha que eu vou para casa como? Andando? – Ele disse sem olhá-la.

(Adie) - Dan… para com isso.

 

Ele continuou olhando para o celular por mais alguns segundos, até que suspirou e levantou a cabeça.

 

(Adie) - Porque está tentando esconder a fisioterapia de todo mundo?

(Dan) - Para princípio de conversa, eu nem ia fazer essa merda! Eu sei que com mais alguns dias, minhas pernas voltariam ao normal.

 

Adie deu uma leve risada.

 

(Adie) - Não seja idiota. Você sabe que não é assim que as coisas funcionam.

(Dan) - Adie, é sério, me deixa em paz! – Ele a olhou com raiva.

(Adie) - Não! – Ela respondeu alterada, olhando-o nos olhos. - Eu quero saber o que te incomoda!

(Dan) - Tudo me incomoda! Ter sofrido um acidente, me incomoda! Ter visto meus amigos em perigo sem poder fazer muita coisa, me incomoda! Ter visto aquele imbecil do Richy se matar e não ter feito nada, me incomoda! E ver toda essa merda acontecendo com você e simplesmente não poder te proteger, por causa dessa porcaria de cadeira, me incomoda! Já faz tempo que eu me tornei um completo inútil e estou cansado disso! – Ele disse alterado.

 

Adie ficou surpresa e sem palavras.

 

(Dan) - Pronto, falei! Está satisfeita?

 

Ela desviou o olhar e ficou cabisbaixa por alguns segundos.

 

(Dan) - E não adianta tentar me consolar falando sobre o tiro que eu dei no tal homem sem cabeça. De uma maneira ou de outra, de nada adiantou. Ele era um de nós e… perdemos um amigo.

 

Ela voltou a olhá-lo.

 

(Adie) - Acontece que nada disso é responsabilidade sua, a escolha foi dele.

(Dan) - Isso é papo para covarde, Adie! A responsabilidade é minha sim! Pois tanto eu quanto os outros, não fomos capazes de pará-lo. E agora que essa merda começou de novo, eu não posso continuar sendo um inútil!

 

Adie se surpreendeu novamente, ao mesmo tempo em que se intrigou.

 

(Dan) - É isso mesmo que você ouviu! Eu só aceitei isso aqui para me tornar capaz de te proteger dessa vez.

 

Ela ficou boquiaberta.

 

(Dan) - Eu queria que fosse uma surpresa, tanto para você quanto para os outros, mas você me fez o favor de estragar tudo e aparecer aqui! – Ele desviou o olhar irritado.

 

Adie continuava surpresa e o observou por alguns segundos, até que olhou para baixo.

 

(Adie) - Eu não imaginava que você tivesse se motivado… por isso.

 

Dan continuou sem olhá-la e ela continuou cabisbaixa por alguns segundos.

 

(Adie) - Acho que… te devo desculpas.

(Dan) - Hum, tarde.

(Adie) - Mas não é por estar aqui... – Ela suspirou. - Devo me desculpar por todas as piadas de mal gosto. Não imaginei que tudo isso te incomodasse tanto assim.

 

Dan franziu o cenho e olhou para ela, balançando a cabeça em negação.

 

(Dan) - Não seja boba! Foi exatamente você e suas piadas idiotas que me ajudaram a ver as coisas de outra forma, Adie. – Ele desviou o olhar. - Eu estava me sentindo um lixo por ter cometido essa estupidez e ficado nessa cadeira, mas de repente, você chegou e me fez rir de tudo isso. Você tornou tudo mais leve para mim e é por isso que eu estou aqui. Você me motivou a erguer a cabeça, assumir meu erro e superar tudo, ao invés de me vitimizar.

 

Adie ficou levemente surpresa e seus olhos marejaram, mas ao mesmo tempo, ela sorriu.

 

(Adie) - E-Está falando sério?

 

Dan a olhou por alguns segundos e ao notar as lágrimas nos olhos dela, suspirou, se acalmando.

 

(Dan) - Sim, Adie. É sério.

 

Adie sorriu novamente e desviou o olhar, disfarçando sua emoção.

 

(Adie) - Então… – Ela passou uma de suas mãos nos olhos, numa tentativa de evitar que ele visse suas lágrimas. - Que tal superarmos toda essa merda juntos? Afinal, eu também me ferrei, não é? – Ela olhou para o tornozelo vestido com a bota ortopédica. - E então, você topa?  – Ela estendeu o punho fechado para ele.

 

Ele ficou encarando-a por alguns segundos, se fazendo de durão, até que suspirou e cedeu.

 

(Dan) - Tá tá. – Ele tocou seu punho fechado no dela. - Mas você me deve uma garrafa de Jack Daniels como pedido de desculpa. 

 

Ela arqueou uma de suas sobrancelhas.

 

(Adie) - Hum, só se você dividir ela comigo. – Ela sorriu com deboche.

 

Dan franziu o cenho e depois revirou os olhos. Depois de alguns segundos, um carro preto parou bem próximo aos dois.

 

(Adie) - Nosso táxi chegou.

 

Dan a olhou com uma de suas sobrancelhas arqueada e Jake saiu do carro. 

 

(Dan) - Que belo amigo você, hein! Eu pensei que tinha dito para não contar nada a ela. – Ele disse para Jake.

(Jake) - E eu não disse. – Ele se aproximou de Adie e a cumprimentou com um beijo.

(Dan) - Acha que eu sou otário ou o que?

(Adie) - Ele está falando a verdade, Dan. 

 

Dan ficou encarando-a com raiva.

 

(Adie) - Certo, já que é tão importante para você, eu vou contar como descobri. 

(Dan) - Nossa, finalmente!

(Adie) - Mas… vamos entrar no carro primeiro. – Ela se aproximou da porta do carona para entrar.

 

Dan revirou os olhos.




Enquanto isso, Phil estava sozinho na casa. Ele estava na sala, sentado no sofá enquanto mexia em seu celular e parecia bastante concentrado ao trocar mensagens com alguém.

 

CHAT:

                      

                       Lucy

 

(Phil) - Mas é evidente que preciso ter cuidado.

(Phil) - Ninguém sabe desse segredo aqui e isso não pode mudar.

(Lucy) - Não entendo sua mudança repentina

(Lucy) - Sinto que tem algo que você não quer me contar

(Lucy) - Vamos, me diga…

(Lucy) - Tem outra pessoa nisso?

(Phil) - Bom… eu me precipitei, talvez

(Phil) - Não sei ao certo…

(Phil) - Mas é melhor que as coisas continuem como estão.

 

Estando distraído com a troca de mensagens, ele não notou que alguém entrou pela porta da sala e se aproximou.

 

(Jessy) - Oi.

 

Ele se assustou e logo travou a tela de seu celular.

 

(Phil) - Você ficou maluca?!

 

Jessy se assustou com a reação alterada de seu irmão.

 

(Jessy) - Q-Qual é o seu problema?!

(Phil) - Não! Qual é o seu problema, Jessica?! Que merda! – Ele se levantou e foi em direção às escadas, subindo-as apressado.

 

Jessy ficou extremamente intrigada e, alguns segundos depois, se sentou no sofá.

 

Enquanto estavam a caminho de casa, Dan continuava curioso e impaciente para saber sobre como Adie descobriu sua ida à fisioterapia.

 

(Dan) - E então? – Ele disse estando no banco de trás.

(Adie) - Hum? O quê? – Ela estava mexendo em seu celular.

 

Ele se irritou.

 

(Dan) - Será que você pode parar de me enrolar e me dizer logo como descobriu essa merda?

(Adie) - Você não deveria ficar tão estressado por coisas tão bobas. – Ela continuou mexendo em seu celular.

 

Ele ficou ainda mais irritado e respirou fundo.

 

(Dan) - Cara, é sério…

 

Adie deu risada.

 

(Adie) - Tá bom, tá bom. Eu vou contar. – Ela guardou seu celular no bolso de sua calça. - Bem, a verdade é que… foi coincidência. – Ela deu de ombros.

(Dan) - Hum, nem fudendo.

 

Ela riu novamente.

 

(Adie) - Certo, Jack Daniels. A verdade é que eu ouvi quando você marcou a sessão de fisioterapia de hoje por ligação. Foi naquele dia que você me acompanhou no hospital. Você achou que eu estava dormindo, mas eu apenas fingi.

 

Dan ficou surpreso.

 

(Dan) - Eu devia saber! 

 

Adie deu de ombros novamente, mas Dan pareceu se surpreender com outro detalhe.

 

(Dan) - Espera… então é por isso que o Jake não se preocupou em perguntar como eu voltaria para casa depois da fisioterapia, ele sabia que você estava aqui e obviamente, viria buscá-la.

 

Jake olhou para Adie e sorriu sutilmente.

 

(Adie) - Acertou.

 

Dan olhou para eles com raiva.

 

(Dan) - Vocês dois são… são… Urgh! – Ele esfregou as mãos no rosto.

(Adie) - Só para esclarecer, eu vou esperar você parar com a frescura para te dar a garrafa de Jack Daniels.

 

Dan a olhou irritado e mostrou o dedo do meio em direção ao retrovisor, para que ela e Jake vissem, e os dois deram risada.

 

Mais tarde, Jessy estava na varanda, sentada
à mesa e pensativa. Enquanto estava cabisbaixa e distraída com os seus pensamentos, a porta da casa se abriu e Adie, que saiu, logo notou sua amiga sentada ali sozinha.

 

(Adie) - O que faz aqui sozinha, senhorita? – Ela perguntou ao se aproximar.

 

Jessy logo olhou em direção a ela.

 

(Jessy) - Nada, amiga. Só pensando um pouco. – Ela desviou o olhar novamente. 

 

Adie a observou por alguns segundos.

 

(Adie) - Bom… Eu posso te fazer companhia?

 

Jessy a olhou novamente.

 

(Jessy) - Claro que pode!

 

Adie sorriu sutilmente e se sentou ao lado de Jessy. As duas ficaram em silêncio por alguns minutos, Jessy com o olhar distante e Adie a observando de forma sutil, em alguns momentos. 

 

(Adie) - Está tudo bem? 

 

Jessy suspirou e ficou cabisbaixa.

 

(Jessy) - Para você eu não posso mentir… eu estou muito frustrada, Adie.

(Adie) - O que houve?

(Jessy) - Eu fui em uma entrevista de emprego na Tool Tastic hoje e… bom, deu tudo certo, mas é estranho ter que trabalhar em outro lugar e não ver o Richy, como antes. – Ela suspirou e levantou o olhar. - Acho que só agora eu estou me dando conta de que ele se foi… para sempre.

 

Adie a olhou intrigada.

 

(Adie) - Tool Tastic? Não é a concorrente da Roger's Garage?

(Jessy) - Sim. 

(Adie) - Bom, eu pensei que você fosse continuar na Roger’s, mesmo depois que os pais do Richy a vendessem.

(Jessy) - Eu não consigo, Adie. Eu pensei que estando em outro lugar seria mais fácil, mas… percebo que não. Eu sempre vou me lembrar do Richy. – Ela suspirou entristecida.



Adie, que a olhava, desviou o olhar e pensou por alguns segundos.

 

(Adie) - Eu entendo como se sente, Jessy. 

(Jessy) - Eu sei que parece loucura, mas… eu me senti tão sozinha e frágil hoje.

 

Adie a olhou.

 

(Jessy) - É que, quando cheguei, eu vi o Phil e o cumprimentei, mas ele foi extremamente grosseiro comigo e sem motivos. Eu sei que deveria estar acostumada, mas…

(Adie) - Quem disse que você deveria se acostumar com isso?

 

Jessy a olhou.

 

(Jessy) - Bom… é o jeito dele e eu não posso mudá-lo.

 

Adie arqueou uma de suas sobrancelhas.

 

(Adie) - Não. Esse não é o jeito dele. Jessy, justificar os maus tratos de alguém é ser muito injusta consigo mesma. É isso que você acredita que merece?

(Jessy) - Bom… não.

(Adie) - Então, porque além de aceitar esse tipo de tratamento do seu irmão, você ainda o justifica?

(Jessy) - Mas, Adie, o que você quer que eu faça?

(Adie) - Não sou eu que tenho que querer algo, mas sim, você. Se vocês dois tem problemas, tente resolvê-los, mas caso ele não queira resolvê-los, o mínimo que você pode fazer é respondê-lo à altura.

 

Jessy suspirou e desviou o olhar, ficando pensativa.

 

(Adie) - Me desculpe pelo que vou dizer, mas… pessoas como o Phil, usam dessa marra toda para intimidar pessoas que ele enxerga como mais frágeis. Se você ousar bater de frente com ele e fazê-lo entender que suas grosserias e ofensas já não te assustam, ele passará a ter receio de te tratar mal novamente. Em outras palavras, ele se sente tão inseguro quanto você, só tem uma maneira diferente de demonstrar isso, precisando recorrer a um comportamento hostil para se sentir superior.

 

Jessy continuou com o olhar distante e suspirou novamente.

 

(Jessy) - É… você tem razão. – Ela olhou para Adie. - É incrível a sua capacidade de fazer com que eu me sinta segura, Adie. – Ela sorriu sutilmente.

 

Adie sorriu sutilmente.

 

(Adie) - Eu vou te contar um segredo. Acredite ou não, você nunca precisou de mim para se sentir assim.

 

Jessy se intrigou.

 

(Jessy) - Como assim?

(Adie) - Em alguns momentos durante as investigações, eu pude ver sua verdadeira essência. Você é forte, Jessy. Você é determinada e não precisa de ninguém para se manter de pé. Para compreender isso, basta olhar para toda sua história de vida e ver onde você chegou e tudo que superou. 

 

Jessy desviou o olhar.

 

(Adie) - Por isso, nem pense em fugir desse trabalho na Tool Tastic, pois ele vai te provar, mais uma vez, a sua própria força e sua incrível capacidade de recomeçar. Eu considero isso uma virtude, nem todos conseguem. E o melhor é que você sempre dependeu de uma única pessoa para isso… De você mesma. 

 

Jessy continuou pensativa, até que voltou a olhá-la e seus olhos marejaram.

 

(Jessy) - Obrigada… – Ela sorriu sutilmente.

 

Adie sorriu e pegou na mão de sua amiga.

 

(Adie) - Me promete uma coisa?

(Jessy) - Claro!

(Adie) - Quando você começar o trabalho na Tool Tastic, me encontre aqui para tomar um café e me contar como seu primeiro dia foi incrível. Combinado?

 

Jessy sorriu e assentiu com a cabeça.

 

(Jessy) - Combinado!

 

Adie sorriu.

 

(Jessy) - Bom… que tal um café agora? 

(Adie) - Hum… Ótima ideia!

 

Jessy sorriu.

 

(Jessy) - Eu já volto. – Ela se levantou.

 

Adie a acompanhou com os olhos, até que ela entrou na casa. Enquanto Jessy não voltava, Adie pegou seu celular no bolso e decidiu fazer uma ligação para o Delegado de Duskwood. 

 

Após alguns segundos chamando, ele atendeu…

 

(Alan) - Alô.

(Adie) - Boa tarde, senhor Blommgate!

(Adie) - Estou ligando para perguntar se há alguma novidade sobre o caso?

(Alan) - Ah, boa tarde, senhorita Folsham! Bem, nós não temos muito para começar a trabalhar. Eu iria sugerir uma busca na floresta, de onde o suspeito filmou a senhorita no estacionamento do supermercado, mas devido ao estado de seu tornozelo, preferi esperar.

(Adie) - E porque não fazem a busca sem mim? Eu pensei que tinha entendido que não podemos perder tempo, senhor Blommgate.

(Alan) - Ora, senhorita, estamos trabalhando juntos nesse caso e é de suma importância a sua presença em cada passo que dermos nas investigações.

 

Adie ficou em silêncio por alguns segundos.

 

(Alan) - A senhorita pode me dizer se tem alguma previsão de melhora? 

(Adie) - Eu iniciei a fisioterapia hoje, mas não sei quanto tempo vai levar.

(Alan) - Bem, então entrarei em contato com a senhorita em alguns dias.

(Adie) - Mas, senhor Blommgate, não podemos ficar dias sem fazer nada!

(Alan) - Me diz, a senhorita viu o homem sem rosto novamente?

 

Adie pensou por alguns segundos, até que suspirou.

 

(Adie) - Não, eu não o vi.

(Alan) - Pois bem, isso pode significar várias coisas e, dentre elas, a possibilidade dele ter desistido de persegui-la.

(Adie) - Hum, é sério que o senhor acredita nisso?

(Alan) - Entenda, senhorita, nós não temos muito para investigar e temos que considerar essa possibilidade.

 

Adie revirou os olhos.

 

(Adie) - Certo, tudo bem.

(Alan) - Então… nos falamos em alguns dias, certo?

 

Adie suspirou.

 

(Adie) - Certo, senhor Blommgate.

(Alan) - Ótimo, até mais, senhorita! – Ele desligou o telefone.

 

Adie deixou seu celular sobre a mesa e ficou pensativa. Apesar de tudo estar aparentemente bem, ela estava com medo. Toda essa calmaria repentina era intrigante demais… Por onde será que o Homem sem Rosto andava?

 

Enquanto isso, naquela cabana em meio a floresta, o homem de preto e encapuzado, havia acabado de chegar de algum lugar e colava mais uma foto de Adie na parede. Dessa vez, ela foi fotografada estando em frente a uma clínica de fisioterapia, ao lado de seu amigo, Dan.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada por chegarem até aqui! ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dear Hacker - Duskwood Continuation (Em Revisão)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.