Dear Hacker - Duskwood Continuation (Em Revisão) escrita por Akira Senju


Capítulo 10
Uma Vida "Normal"


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos! O capítulo de hoje está romântico, divertido e trás um grande mistério a tona. Estão preparados para essa nova fase da história que se inicia a partir daqui? Espero que sim e também espero que gostem ♥

Tenham todos uma ótima leitura!



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7:13 am…

 

Jake abriu os olhos naquela manhã e como de costume, olhou para o lado na esperança de ver ela ali, mas já faz alguns dias que essa esperança é interrompida pela lembrança de que agora seu tempo com ela era limitado. Essa lembrança vinha acompanhada de um suspiro entristecido, mas ele compreendia que era para o bem dela.

 

Ele se levantou e foi até a janela. Ao sentir o sol, ele respirou fundo, sentindo aquela sensação de paz e automaticamente começou a imaginar algumas coisas…

 

Adie e ele andando de mãos dadas por um lugar parecido com o Lago Blackwater e em um dia ensolarado como aquele, até que em certo momento ele para de caminhar, fazendo-a olhá-lo e também parar. Naquele momento, ele a observa de frente e aprecia a visão daquele rosto perfeitamente desenhado, aqueles olhos castanhos e aqueles lábios que logo apresentam um lindo sorriso. Ele sente que depois de tanto tempo vivendo uma vida vazia, de repente ele se tornou o homem mais sortudo e feliz pelo simples fato de ter aquele olhar voltado para ele. Depois de um tempo observando-a, ele tira algo do bolso, uma pequena caixinha da cor preta. Ela observa atentamente aquela caixa e ele abre, mostrando um lindo anel com uma pedra de diamante, o que a deixa extremamente surpresa.

 

(Jake) - Você aceita ter uma vida "normal" comigo… para sempre?

 

Ela fica boquiaberta por alguns segundos, até que sorri, o sorriso mais lindo que ele já viu…

 

(Adie) - Sim! É claro que eu aceito!

 

Ela o abraça e lhe dá um beijo cheio de felicidade e entusiasmo, fazendo-o sorrir também. Em seguida, ele tira o anel daquela pequena caixa e coloca no dedo anelar da mão esquerda dela. Após colocar o anel, ele beija sua mão e sorri sutilmente.

 

(Jake) - Eu te amo.

(Adie) - Eu também te amo, Jake. – Ela sorri.

 

 

Jake não consegue controlar seu sorriso sutil ao ter esses pensamentos e suspira. Aquilo é tudo que ele mais deseja desde que a viu pela primeira vez.

………………………………………………………………………………….

 

Mais tarde, Dan estava na sala distraído enquanto assistia um filme, até que alguém se aproximou.

 

(Jessy) - Oi. 

 

Ele a olhou levemente surpreso.

 

(Dan) - Oi, bebe.

(Jessy) - Posso assistir com você?

(Dan) - Você não precisa nem pedir.

 

Jessy sorriu e se sentou próxima a ele. Depois de um tempo, enquanto ela assistia estando distraída, Dan a observou de forma discreta, até que ela notou e o olhou.

 

(Jessy) - O que foi?

(Dan) - Nada, só não me canso de te admirar. 

 

 Ela sorriu e desviou o olhar com timidez, voltando a olhar para a televisão e Dan fez o mesmo enquanto sorria sutilmente.

 

(Dan) - Sabe… eu ainda não desisti de ter um encontro com você. – Ele voltou a olhá-la.

 

Ela também o olhou com um sorriso tímido.

 

(Dan) - O que me impede de lhe convidar para sair comigo hoje mesmo é essa porcaria de cadeira de rodas.

 

Ela ficou levemente surpresa.

 

(Jessy) - Dan, que bobagem! Você sabe que não me importo com isso.

(Dan) - Eu sei, bebe. Mas você não merece isso.

 

Ela suspirou e desviou o olhar, parecendo irritada.

 

(Dan) - Ei… – Ele colocou o braço atrás do pescoço dela, a abraçando e se aproximou um pouco mais de seu rosto.

 

Ela o olhou, de modo que ficaram bem próximos.

 

(Dan) - É por isso que eu não desisti do nosso encontro. Em breve eu vou me livrar dessa porcaria, eu prometo. – Ele sorriu e tocou o rosto dela com carinho. - Você pode esperar por isso?

 

Ela pensou por alguns segundos, até que balançou a cabeça dizendo que sim. Os dois continuaram se olhando, estando próximos, até que Dan começou a se aproximar ainda mais dos lábios dela. Mesmo tímida, Jessy seguiu seu ritmo e quando seus lábios estavam prestes a se tocarem, alguém abriu a porta da sala…

 

(Adie) - Tudo bem, Thomas, eu vou comprar essa droga de Whisky! – Ela disse levemente irritada e entrou.

(Thomas) - Ótimo, obrigado. – Ele disse com deboche ainda estando do lado de fora. 

 

Adie revirou os olhos e fechou a porta.

 

Dan e Jessy se assustaram e se afastaram rapidamente. Jessy ficou envergonhada e Dan revirou os olhos irritado.

 

Após anotar algo em um pequeno caderno que segurava, Adie se aproximou dos dois.

 

(Adie) - Ei, Jack Daniels, estou fazendo a lista do que vamos comprar para a festa, algum pedido especial?

(Dan) - Que tal um minuto de paz? – Ele perguntou com cara de bravo.

 

Ela os observou com uma de suas sobrancelhas arqueadas, até que cruzou os braços estando com um sorriso debochado.

 

(Adie) - Eu interrompi alguma coisa, foi?

 

Jessy a olhou levemente surpresa e depois abaixou o olhar envergonhada, enquanto Dan a olhava com raiva.

 

   (Dan) -  É sério, sai daqui. 

 

Adie ficou surpresa, mas ainda com um sorriso debochado.

 

(Adie) - Que fofo, Dan! Até que enfim você tomou coragem.

(Dan) - Anda logo! – Ele disse irritado.

(Adie) - Tá, já vou. Cruzes, que mau humor. – Ela continuou sorrindo com deboche e saiu da sala. 

 

Jessy olhou para Dan ainda estando envergonhada e deu uma leve risada.

 

(Jessy) - Bom, eu acho que… com licença, depois nos falamos.

 

Ela se levantou e saiu enquanto Dan a olhava frustrado. Depois que ela foi para a varanda e fechou a porta, Dan tentou continuar assistindo ao filme, mas depois de alguns segundos, recostou sua cabeça no sofá estando desapontado.

 

Adie estava na cozinha e abriu a geladeira para verificar quais bebidas ainda tinham e tentar fazer a tal lista do mercado sem a opinião de Dan. Por estar distraída, ela não notou Phil entrar e ficar parado observando-a por trás. Quando ela fechou a porta da geladeira, se virou anotando algo na lista, mas logo se assustou ao perceber alguém ali parado.

 

(Adie) - AI, MEU DEUS! – Ela gritou e jogou a lista e a caneta para longe, o que fez Phil também se assustar. - Mas qual é o seu problema?! – Ela colocou uma das mãos no peito, em direção ao coração, enquanto o olhava levemente irritada.

(Phil) - Perdão, Adie. Eu não queria te assustar.

 

Ela o encarou por alguns segundos, até que respirou fundo, se recuperando do susto.

 

(Adie) - Ah, não? E o que você queria, chegando sem avisar e ficando parado aí? – Ela se abaixou para pegar o caderno e a caneta.

(Phil) - Bom… Em minha defesa, posso dizer que algumas pessoas ficam um pouco pasmas quando vêem algo ou alguém muito bonito e acabam se esquecendo de todo o resto. – Ele disse com um sutil sorriso galanteador.

 

Ela arqueou uma de suas sobrancelhas.

 

(Adie) - Nada justifica você tentar me matar do coração pela segunda vez em menos de uma semana. – Ela se virou e caminhou para fora da cozinha.

 

 Phil deu risada após ela sair.

 

Enquanto isso, Jake, Thomas, Cleo, Lilly, Hannah e Jessy estavam sentados na mesa da varanda e Dan continuava na sala. Depois de alguns minutos, Adie passou, indo em direção a porta.

 

(Dan) - Black Label. 

 

Ela parou e o olhou intrigada.

 

(Adie) - Me chamou de que?

(Dan) - Eu disse Black Label. Você perguntou se eu queria algo especial para a tal festa. – Ele disse sem olhá-la, prestando atenção na televisão.

 

Ela se aproximou e se sentou ao lado dele.

 

(Adie) - Antes de eu levar em consideração seu pedido, me diz… vocês iam se beijar mesmo?

 

Ele a olhou com a testa franzida.

 

(Dan) - Você é muito enxerida.

(Adie) - Ah, qual é?! Somos amigos, me conta.

 

Ele desviou o olhar e pensou por alguns segundos.

 

(Dan) - Tá, a gente ia sim. Mas certa pessoa entrou na pior hora possível.

(Adie) - Ah, me desculpe, vai. Eu não tinha como saber.

(Dan) - Tá tá.

 

Ela o encarou por alguns segundos enquanto ele estava olhando para a televisão como um rabugento.

 

(Adie) - Ei… 

 

Ele a olhou com cara de bravo e ela estava com um sorriso ladino.

 

(Adie) - Pela cara que a Jessy estava, posso dizer que ela está muito na sua. 

 

Dan desviou o olhar mas não conseguiu evitar que um sorriso sutil surgisse em seus lábios.

 

(Adie) - Por isso, da próxima vez que vocês forem deixar esse lindo sentimento ser expressado através de um beijo e não quiserem ser interrompidos, façam isso em um local privado, ou coloquem uma plaquinha de aviso na porta. 

 

 Ela sorriu com deboche e deu dois tapinhas de leve no ombro de Dan, em seguida, ela se levantou e saiu enquanto ele a olhava de canto.

 

Quando Adie chegou do lado de fora, ela deu uma olhada rápida em sua lista e anotou o pedido de Dan.

 

(Adie) - Bem, última chance de vocês me falarem o que… – Ela levantou o olhar em direção aos amigos, mas ficou levemente surpresa ao ver Jake sentado próximo aos demais, até que sorriu. - Jake! 

(Jake) - Olá, Adie. – Ele sorriu sutilmente.

 

Era a primeira vez que eles estavam se vendo naquele dia. Quando Jake se juntou aos demais ali na varanda, Adie estava na cozinha. 

 

(Adie) - Bom… como eu dizia. – Ela voltou sua atenção aos demais. - Alguém mais tem algum pedido em especial para a festa?

(Cleo) - Eu já anotei tudo aí.

(Jessy) - Bom, para mim não precisa de nada em especial.

(Hannah) - Eu já pedi o que queria.

 

Dan abriu a porta e saiu, se aproximando dos outros.

 

(Lilly) - Eu também.

(Thomas) - Eu também. – Ele sorriu com deboche e Adie o olhou com uma de suas sobrancelhas arqueadas.

(Adie) - E você, Jake?

(Jake) - Não tenho nenhum pedido especial.

 

Enquanto isso, Phil abriu a porta e também saiu da casa.

 

(Dan) - Você anotou o que eu pedi, né?

(Adie) - Sim. Bom, então vou ao mercado. Dan, vem comigo?

(Dan) - Porque eu?

(Adie) - Por que assim eu não preciso pegar nenhum carrinho de compras, já vou ter você.

(Cleo) - Pfffff.

 

Cleo e os demais deram risada, até mesmo Jake riu de forma discreta, enquanto Dan os olhava com uma de suas sobrancelhas arqueadas e Adie também estava séria, ela os olhava estando intrigada.

 

(Adie) - Qual foi a graça, gente? Eu quis dizer que ao invés de ficar empurrando um carrinho, ele carregaria… – Ela entendeu a piada que fez. - Aaaah, entendi. – Ela deu risada.

(Dan) - Nossa, hahaha, que engraçado. – Ele disse com cara de bravo.

(Thomas) - Não acredito que essa tenha sido sem querer, Adie. – Ele disse ainda rindo.

(Dan) - Muito menos eu. – Ele cruzou os braços.

 

Ela ainda ria.

 

(Adie) - Me desculpe, Jack Daniels. Mas eu realmente gostaria que você fosse comigo.

(Dan) - Ta ta, eu vou.

(Adie) - Ótimo. Mais alguém quer ir?

(Lilly) - Acho que vocês dois dão conta de trazer tudo da lista.

(Phil) - Bom, se incomodariam se eu fosse com vocês?

 

Todos o olharam e Adie ficou levemente surpresa.

 

(Adie) - B-Bom…

(Dan) - Eu não me importo, afinal, o carrinho aqui não é tão espaçoso, não é, engraçadinha? – Ele olhou para Adie com cara de bravo.

(Phil) - Concordo com você. E eu estou pronto para carregar qualquer coisa que o Dan não aguentar, só para que você não precise carregar nada, Adie. – Ele disse com um sorriso galanteador.

 

Ela o olhou sem resposta e depois olhou para Jake, que estava sério enquanto olhava para Phil, até que suspirou incomodado e desviou o olhar. Jake jamais a culpou pelo comportamento de Phil, mas ela tinha medo que por algum motivo ou circunstância, ele se sentisse rejeitado ou deixado de lado. Enquanto ela o olhava pensativa, Dan estava impaciente.

 

(Dan) - Aí, vamos logo, eu não tenho o dia todo. – Ele logo se dirigiu para o carro de Adie.

(Adie) - É, vamos. – Ela disse ainda olhando Jake, até que se virou e foi em direção ao carro.

 

Phil também foi até o carro e passou um pouco à frente de Adie para abrir a porta para ela. Enquanto isso, Jake olhava tudo com uma expressão levemente irritada e Lilly logo o olhou, notando sua raiva.

 

(Lilly) - Ei, você tá legal? 

(Jake) - Sim. – Ele respondeu sem olhá-la.

 

Em seguida, Jake se levantou e foi para dentro da casa enquanto Lilly ainda o observava.

 

Adie ligou o carro e logo saiu. Por boa parte do caminho, os três estavam em silêncio, até que Dan a olhou e notou ela séria demais.

 

(Dan) - Aí, coloca uma música.

 

Ela o olhou e logo pegou o celular no bolso de sua calça.

 

(Adie) - Hoje você escolhe. – Ela entregou o celular. 

 

Dan o pegou e, depois de alguns segundos procurando por uma música, começou a tocar uma que Adie gostava muito, Hey Jude - The Beatles. A alguns dias, ela havia confessado para Dan que essa canção sempre a animava nos momentos ruins. Quando começou a tocar, ela logo o olhou com um leve sorriso e notou que a intenção dele era animá-la, pois ele percebeu sua tensão nos últimos minutos. 

 

Não demorou muito para que ela começasse a curtir o som daquela canção, balançando a cabeça levemente no ritmo e a tensão logo foi desaparecendo. Dan, que também balançava a cabeça no ritmo da música, começou a cantarolar e depois de alguns segundos ela o acompanhou. Os dois começaram a cantar um pouco mais alto, fazendo um dueto não tão afinado, mas muito divertido. Automaticamente um lindo sorriso surgiu nos lábios dela e Phil, que assistia tudo aquilo, também sorriu sutilmente e logo começou a cantar com eles. Os três se envolveram com a música e o clima se tornou leve e divertido, a ponto deles chegarem ao mercado sem se darem conta do tempo que passou.

 

Quando já estavam dentro do mercado, eles foram até a adega de vinhos e whisky. A adega era um corredor inteiro e eles ficaram procurando pelas bebidas colocadas na lista.

 

(Dan) - Eu vou lá na frente procurar o Black.

(Adie) - Tá. – Ela respondeu distraída, procurando a tal bebida que o Thomas queria.

(Phil) - Ok. – Ele olhava alguns vinhos do outro lado.

 

Depois de alguns minutos, Adie se irritou.

 

(Adie) - Mas que merda! Além de ser uma porcaria, não consigo encontrar essa droga de whisky.

 

Phil a olhou.

 

(Phil) - Qual o nome?

 

Ela mostrou o nome da bebida escrito na lista. 

 

(Phil) - Hum, conheço bem. 

(Adie) - Ah é? E onde encontro isso?

 

Phil a olhou nos olhos com um leve sorriso nos lábios e continuou em silêncio, o que a fez se intrigar. Ele se aproximou um pouco mais dela, fazendo com que ela ficasse levemente assustada e por conta da aproximação, ela se arredou para trás e se encostou nas garrafas na prateleira. Com uma de suas mãos, Phil a puxou de leve pela cintura, evitando que ela derrubasse as garrafas e com a outra mão, ele pegou uma das garrafas na prateleira e a mostrou.

 

(Phil) - Aqui está. – Ele sorriu.

 

Adie ainda o olhava nos olhos e estando tensa.

 

(Phil) - É a última garrafa.

 

Ela pegou a garrafa.

 

(Adie) - Obrigada. – Ela sorriu constrangida.

(Dan) - Olha só isso aqui, Adie.

 

Ela se virou e viu que ele segurava duas garrafas de whisky enquanto se aproximava.

 

(Dan) - Johnnie Walker, Black e Red Label. – Ele mostrou as garrafas sorrindo.

 

Ela se animou.

 

(Adie) - Boa, Jack Daniels! 

(Dan) - Ah, isso mesmo, falta o Jack Daniels que você ama tanto quanto me ama. 

 

Ela arqueou uma de suas sobrancelhas.

 

(Adie) - Quem disse que eu te amo?

 

Ele entregou as garrafas para Adie, mas Phil logo se prontificou a pegá-las.

 

(Dan) - Não precisa fingir. – Ele piscou para ela e logo se virou, se afastando dos dois.

(Adie) - Você não está abrindo as bebidas da adega, né?

 

Ele não respondeu e seguiu até outra parte da adega para procurar o Jack Daniels.

 

(Phil) - Acho bem legal a amizade de vocês dois. De todos no grupo você é a que mais suporta o jeito hostil dele e consegue lidar muito bem.

 

Ela deu uma leve risada e o olhou.

 

(Adie) - Talvez porque sejamos iguais. 

(Phil) - Hum, eu não acho você hostil. Acho você divertida. – Ele sorriu sutilmente.

 

Adie desviou o olhar levemente constrangida e viu Dan, um pouco à frente, pegando mais duas garrafas de whisky.

 

(Adie) - Bem, eu acho que vamos precisar mesmo de um carrinho de compras.

(Phil) - É, eu concordo.



                         

Depois de pegarem mais algumas bebidas, os três decidiram se separar para pegarem as demais coisas da lista. Depois de alguns minutos, Dan e Phil se encontraram na fila do caixa, Phil com um carrinho de compras e Dan segurando uma cesta de compras. Não demorou muito para que Adie aparecesse também segurando uma cesta de compras com alguns itens e comendo algumas balas de um pequeno pacote que ela também segurava.

 

(Adie) - Oi, pessoal!

 

Dan arqueou uma de suas sobrancelhas.

 

(Dan) - Você não deveria pagar por isso primeiro antes de abrir?

(Adie) - Hum? – Ela olhou para o pacote de balas. - Mas o código de barras ainda está intacto.

(Dan) - Sei. Já pegou tudo?

(Adie) - Sim. Aí, pega um docinho aqui para disfarçar seu hálito de whisky. – Ela estendeu o pacote de balas para Dan.

 

Ele se surpreendeu.

 

(Dan) - Do que você está falando?!

(Adie) - Ah, não pense que eu não sei que você estava bebendo as amostras na adega.

 

Ele arqueou uma de suas sobrancelhas.

 

(Dan) - Foi por isso que você demorou e abriu esse pacote de balas, não é? 

(Adie) - Shiii, pega logo isso aqui.

 

Dan deu risada e pegou algumas balas.

 

(Phil) - Espera, porque ninguém me falou dessas amostras?

(Adie) - Eu pensei que você soubesse, o hálito do Dan estava tão forte aquela hora que imaginei que você tinha sentido.

(Dan) - Ei, fala baixo. – Ele disse com a boca cheia de balas.

(Phil) - Será que dá tempo de voltar lá enquanto não chega nossa vez? 

 

A última pessoa da fila antes deles terminou de pagar e saiu.

 

(Caixa) - Próximo.

(Adie) - Já era, Phil.

(Dan) - Esquece.

(Phil) - Merda.



          Em uma das Florestas de Duskwood 

 

Mais cedo, naquela mesma cabana em ruínas em meio a uma floresta, a mesma pessoa que mancava de uma perna entrou estando com uma mochila preta nas costas. Ao fechar a porta da cabana, ele abriu a mochila e tirou de dentro dela uma corda, uma mordaça e um capuz preto, deixando essas coisas jogadas em um canto onde parecia estar preparado para receber alguém.

 

—________ // _________



Enquanto Adie estava no estacionamento do mercado, colocando as sacolas no porta-malas do carro, Dan e Phil ficaram no mercado fazendo sabe-se lá o que. 

 

Ela estava distraída, até que sentiu seu celular vibrar e, após colocar mais algumas sacolas no carro, ela o pegou no bolso de sua calça e viu que havia recebido uma mensagem de um número desconhecido.

 

CHAT:

 

                 Desconhecido

 

(Desconhecido) - Que bom que agora você está aqui.

(Desconhecido) - Assim posso observá-la de perto.

 

            Desconhecido enviou um vídeo

 

No vídeo, Adie estava de costas, em frente ao supermercado enquanto guardava algumas sacolas no porta-malas de um carro.

 

Ela se assustou e jogou o celular, que caiu dentro do porta-malas e começou a olhar à sua volta, procurando por alguém que pudesse ser aquele desconhecido. Ela parou seu olhar em direção a floresta que não estava muito longe e logo percebeu que pela distância da imagem, o vídeo foi gravado de lá. Enquanto observava aquela direção, não notou que alguém se aproximava por trás.

 

(Phil) - Voltei.

 

Ela se assustou com a fala de Phil e ele percebeu. Ela continuou de costas, fechou os olhos e suspirou. Phil se aproximou, ficando de frente para ela.

 

(Phil) - Droga, eu te assustei, né? 

 

Ela o olhou séria, tentando disfarçar seu medo e, sem dizer nada, apenas balançou a cabeça em negação e depois abaixou o olhar.

 

(Adie) - Onde está o Dan? – Ela perguntou ainda cabisbaixa, tentando se recuperar do medo que sentia.

(Dan) - Estou aqui. – Ele estava se aproximando por trás. -  Já sentiu saudade?

 

Ela olhou para trás, vendo ele com mais uma garrafa de whisky nas mãos.

 

(Dan) - Já bebeu esse aqui? Experimentei pela primeira vez e gostei.

(Phil) - É sério que gostou disso?

(Dan) - Ah, não vem com essa. Percebi que o seu paladar é tão maluco quanto o do Thomas

(Phil) - Ah, não viaja.

 

Adie pegou seu celular no porta-malas.

 

(Adie) - Terminem de colocar as coisas no carro e vamos sair logo desse lugar. – Ela disse séria e caminhou até a porta do motorista, entrando no carro em seguida.

 

Os dois a olharam intrigados.

 

(Dan) - O que você fez com ela?

 

Phil o olhou intrigado.

 

(Phil) - E porque você acha que eu fiz alguma coisa?

(Dan) - Hum, palpite.

 

Phil arqueou uma de suas sobrancelhas e depois revirou os olhos, em seguida, começou a guardar as compras no porta-malas.



Quando já era noite, Adie estava prestes a se deitar. Ela estava sentada em sua cama enquanto observava aquelas mensagens que recebeu mais cedo. Muitas perguntas surgiram em sua mente e por conta disso, ela nem sequer conseguiu pensar no que responder ou se realmente deveria dizer algo para aquele desconhecido. Já estando exausta de tanto pensar sobre tudo aquilo, ela se levantou para colocar o celular para carregar. Ela vestia calças moletom pretas e uma blusa de cor cinza, de mangas compridas. Ao passar em frente a janela para colocar seu celular sobre a mesa de cabeceira, ela notou algo com sua visão periférica, parecia ter alguém observando-a do lado de fora. Ao virar a cabeça para olhar, ela confirmou que sim, tinha alguém lá parado. Ela ficou assustada e começou a se aproximar devagar da janela, observando aquela silhueta que não se mexia e, seja lá quem fosse, parecia usar um moletom preto e estava encapuzado. Naquele momento, aquela pessoa pegou algo luminoso, como se fosse um celular e, depois de um segundo, seu celular que estava sobre a mesa de cabeceira vibrou, como se ela tivesse recebido uma mensagem. Ela ficou assustada e teve sua mente invadida por lembranças de quando o Homem sem Rosto a ameaçava por ligações e mensagens… Será que estava tudo se repetindo? Dessa vez quem seria? Estando aflita com essa ideia, ela deu passos para trás, sem tirar os olhos da janela. Ao se aproximar do celular, ela o pegou receosa mas, ao abrir o chat, notou que era uma mensagem de Jake…

 

CHAT:

 

                   Jake

 

(Jake) - Não se assuste, sou eu que estou aqui embaixo. :) 

 

Ela sorriu e suspirou aliviada, se acalmando do susto.

 

CHAT:

 

                   Jake

 

(Jake) - Se incomodaria de vir até aqui?

(Adie) - Jamais me incomodaria de ir até você.

(Adie) - Estou indo. :) 

(Jake) - :) 

 

            Adie está agora offline

 

Jake guardou seu celular no bolso e começou a olhar levemente apreensivo para a direção em que ela viria ao seu encontro. Depois do que aconteceu mais cedo, ele pôde compreender que a raiva que sentia era por não poder estar tão perto dela como antes. Sim, era ele que queria ter aberto a porta do carro para ela, era ele que queria demonstrar o quanto ela é importante, nos mínimos detalhes. Mesmo morando na mesma casa, ele sentia saudade, saudade do abraço dela, do cheiro, do beijo, de todas aquelas sensações que ele sentia ao olhar para ela estando bem perto. Ele ficou cabisbaixo enquanto perdido em seus pensamentos, até que ouviu passos e levantou o olhar. Ela vinha em sua direção estando vestida com um moletom preto e seus cabelos se agitavam levemente com o vento que soprava naquela noite fria. Naquele momento, ele sorriu sutilmente e ela se aproximou, também sorrindo. Um sorriso tímido, porém, incontrolável, porque era isso que ele lhe causava, felicidade. Os dois se olharam em silêncio por alguns segundos, até que ela não pôde se conter – e nem deveria. Ela o abraçou e ele a envolveu com seus braços. Ele fechou os olhos sentindo aquela sensação de que nada mais importava, apenas ela. Ela o abraçou forte, mesmo que tenham faltado palavras, o abraço deixou claro que ela também sentia falta dele, na mesma proporção. Depois de alguns segundos, eles se soltaram, mas as palavras ainda faltavam. Eles se olharam com carinho e ela começou a acariciar o rosto dele. Ela o olhava com timidez e quando seus olhos encontravam os dele, ela desviava o olhar para sua mão que acariciava a barba dele, passava próxima aos lábios que mantinham um sorriso sutil, até que ela parou seu olhar ali e começou a ser conduzida de forma automática, se aproximando mais, cada vez mais, era como se aqueles lábios a atraísse e não havia como controlar. Quando ela chegou perto dos lábios dele, fechou os olhos e sentiu a respiração dele bem perto, até que o beijou. Ele correspondeu ao beijo que começou devagar, tímido, mas logo se tornou envolvente e todas aquelas sensações tomaram conta de seus corpos. Jake entrelaçou seus dedos nos cabelos dela enquanto o beijo continuava devagar, mas era possível sentir seus corações acelerados. O lugar estava silencioso, o único barulho era das folhas das árvores movidas pelo vento leve que soprava. A sensação de mundo parado fez o momento se tornar mais único, aquele era o melhor lugar do mundo para ambos. Ela foi parando o beijo devagar…

 

(Adie) - Eu te amo, Jake… – Ela disse ainda com os lábios levemente encostados nos dele. - Mais do que tudo que já amei nessa vida. – Ela abriu os olhos e afastou um pouco os lábios do dele, o que o fez olhá-la. – Nunca duvide disso… nunca. – Ela voltou a acariciar o rosto dele enquanto o olhava nos olhos.

(Jake) - Você é tudo que me importa nessa vida. Eu te amo e jamais deixarei de sentir isso, Adie. – Ele aproximou novamente seus lábios dos dela e fechou os olhos. 

 

Os dois se envolveram novamente em um beijo lento e apaixonado. Aquele momento foi a confirmação de que a vida “normal” que ele tanto desejava, podia se tornar real.

 

Mas… algo ameaçava esse sonho de Jake. Algo que ele nem sequer podia imaginar.

Enquanto envolvidos no beijo e em todas as sensações incríveis que sentiam naquele momento, eles estavam sendo observados por alguém que estava em meio às árvores, não muito distante. Aquela pessoa também usava um moletom preto e estava encapuzado.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por chegarem até aqui. ♥



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