Dinastia 3: A Rainha de Copas escrita por Isabelle Soares


Capítulo 20
Capítulo 20




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O som estridente de risadas infantis contaminava todo o jardim. Esme olhava para a cena em sua frente e se sentia agraciada. Ashley lia uma história infantil para Isabella e Antony era responsável pela trilha sonora. Vez por outra ele imitava as vozes dos personagens como se fosse um eco da voz de sua esposa. Se fosse uma bruxa, ele dava uma gargalhada estridente. Fazia o som do vento e algumas palhaçadas que faziam a sua sobrinha sorrir bastante.

Quando Ashley fechou o livro, dando fim a história. Antony deixou o violão de lado e agarrou Isabella, jogando a para o alto, deixando a menina ainda mais animada.

— Quem o titio preferido da Bebela? Quem é?

— Tony.

— É o titio Tony?

Ele começou a fazer cócegas na barriga da menina e Ashley sorria para ambos encantada.

— Você gosta mais de quem? Do titio Tony ou da titia Ashley.

Isabella olhou para os dois com o dedinho na boca como se tivesse em dúvida em que escolher. Antony sussurrou algo pra ela que Esme podia jurar que era alguma chantagem. Ela sabia bem como funcionava as coisas com crianças.

— Titio.

— Ah!

Ashley abriu a boca surpresa e deu tapinha no ombro do seu esposo. Antony apenas sorriu e encheu a sobrinha de beijos. William observava também os dois no sofá. Esme se aproximou dele e sentou ao seu lado.

— Acho que encontrou babás ótimas. – Esme comentou com ele.

— Com certeza.

— Acho que logo Bebela terá priminhos pra brincar.

— De Tony e Ash? Acho que não. É bom que eles esperem um pouco mais. São ambos muito jovens e têm que aproveitar bastante.

— Isso é verdade. Além do que são muito imaturos ainda, mas ainda sinto o feeling neles.

— Pode ser que ocorra na emoção do momento. Mas lhe garanto a melhor idade de aproveitar os filhos e ter uma família com serenidade é na idade que Renesme e eu estamos.

— Isso é engraçado de se ouvir. Na minha geração, quanto mais jovem as pessoas se casassem e tivessem filhos melhor era. Os valores da sociedade mudam bastante.

— Ainda bem.

Ambos sorriram. Esme nunca tinha se perguntado como teria sido se não tivesse se casado aos 22 anos. Talvez teria seguido na sua profissão por alguns anos. Tinha se casado uns três ou quatro anos mais tarde se Carlisle esperasse por ela ou não fosse obrigado a pegar a alternativa de seus pais. Decerto não tivesse tido tantas inseguranças em sua relação como teve no início e mais maturidade com os filhos. Mas não se arrependia do que tinha feito. O passado era algo imutável e Deus sabia em o que fazia. Precisou viver tudo que viveu para ser quem é hoje. O que teria sido, se melhor ou pior, ficaria sempre no plano imaginário.

Bebela agora corria como podia pela grama para pegar os seus dois tios que fingiam que fugiam dela. Esme observava Antony e podia jurar que tinha voltado ao passado. Era a versão de seu filho do meio quando mais jovem. Era impressionante se dar conta disso todas as vezes que colocava-se de frente a ele.

— Olho para Tony e todas às vezes me impressiono com o fato dele ser exatamente como seu pai fisicamente, mas com a leveza do tio.

— É como uma versão melhorada?

— Não sei se posso colocar nesses termos. Edward é um homem muito especial. Todos olham pra ele e vêem aquela beleza estonteante, mas é bem mais do que isso sabe? Agraciado aquele que consegue ver a melhor versão dele.

— Como Bella viu.

— Sim, como Bella viu. Na verdade, ela sempre conseguiu essa proeza com as pessoas. Algo que ela compartilha bem com Renesme, ambas conseguem ver o melhor das pessoas.

— Isso é verdade.

— Inclusive, me desculpe por Edward ter desmarcado a entrevista hoje.

— Eu entendo. A reunião com o conselho era realmente importante. Renesme o acompanhou. Não faltarão oportunidades.

— Com certeza. Podemos começar, então?

— Podemos sim. – William ligou o gravador do celular e pegou o seu velho bloco de notas. – Renesme me contou sobre a depressão de Edward e isso me intrigou muito.

— Por causa da minha mãe.

— Sim. Acha que possa haver alguma relação?

— Talvez genética, apesar de não haver comprovação científica.

— Queria que me dissesse o que você sentiu em saber que seu filho passou pelo mesmo que sua mãe.

Esme respirou fundo. Era um assunto complicado. Mesmo que tivesse se passado anos, lidar com Edward era sempre como estar diante de um vulcão, nunca se sabia quando iria haver uma erupção. Se sentia tão despreparada! Embora tivesse pesquisado bastante e conversado com inúmeros profissionais a respeito, ela nunca tinha sabido o que fazer, por que era seu filho ali, então havia um misto de emoções envolvidas.

— Culpa principalmente. Por que assim como aconteceu com a mamãe, eu tinha feito alguma coisa errada para ele estar assim e quando se refere a alguém do nosso próprio sangue tudo fica pior.

— Mas acha que poderia ter mudado alguma coisa em ambos os casos?

— No de Edward talvez sim. Mas com a mamãe... Não sei. No início, eu me sentia uma egoísta por não estado ali com ela, sabe? Eu deveria ter percebido os sinais e a parado, porém, depois eu comecei a sentir raiva.

— Raiva? Por quê?

— Dela. Por que ninguém tem o direito de interromper algo que é divino. A vida é uma dádiva. O percurso normal era ela ter vivido uns 10 ou 15 anos mais. Ter visto os seus netos crescerem e os mimado como qualquer vó faria. Poderia ter assistido o casamento de Lily e James, ter segurado a mão dela quando Harry nasceu, chorado abraçada a mim quando ela se foi. Mas ela preferiu cancelar tudo isso. Me deixando sozinha.

— E como se sente sobre isso agora?

— Hoje já não vejo dessa forma. Consigo entender a dor que ela sentiu quando papai faleceu. Eu sou viúva agora e sinto esse vazio. Tenho uma visão melhor do que poderia estar passando dentro da cabeça dela. Ainda queria ter estado mais presente, tento fazer isso com Edward, mas como entrar na cabeça de alguém e curá-lo de qualquer rusga?

— Impossível.

— Então.

— Como foi ter outra criança em meio a tudo isso?

— Incrivelmente tranqüilo. Foi Carlisle que sugeriu que tivéssemos mais um filho e eu aceitei numa boa. Acho que ele queria que eu me distraísse com outra coisa que não fosse a minha dor e funcionou.

— Quer saber uma coisa senhora? Acho que tudo que aconteceu com Edward foi um recado do destino pra você. Pra lhe ensinar um pouco mais e diminuir a culpa que estava sentindo.

— Talvez. Deus sempre escreve certo com linhas tortas.

— Isso é verdade. Nunca sabemos onde aprenderemos algo na vida.

Esme olhou para o horizonte pensativa. Não sabia se existia reencarnação como muitos acreditavam e nem se sua mãe voltaria para a Terra em tão pouco tempo, mas talvez William tivesse razão. Ela e Deus lá de cima mexeram os pauzinhos para que Edward fosse mandado como uma lição para si mesma e Carlisle. Para os tornarem pais melhores, pessoas mais complacentes e assim pudessem tirar alguma evolução disso. Desde o início sabia que Edward era diferente. Com certeza, nem ela e nem o seu marido estavam preparado para lidar com alguém tão especial como ele.

Esme: Sua Verdadeira História – Capítulo 20: Novo Herdeiro

Um dos nossos passatempos preferidos quando as crianças eram pequenas era fazer viagens. Não tínhamos lá muito tempo livre, sempre haviam reuniões, jantares, eventos, inaugurações e ufa! Mas sempre quando tínhamos dias seguidos para descansar pegávamos o carro e saímos sem destino. É claro que dentro do território nacional era sempre mais complicado, porém tínhamos um jeitinho para tornar tudo mais divertido, até mesmo os disfarces.

Cinco meses depois do falecimento da mamãe, eu ainda me recuperava da minha perca. Havia dias que eu estava mais disposta e outros nem tanto. Sair para descobrir o mundo foi uma excelente maneira que o meu marido achou para me colocar pra cima. Lembro de estarmos no carro em um fim de semana indo para New Visby com o som do carro ligado tocando uma fita infantil que Emmett amava. Ele balançava as perninhas e tentava cantar mesmo com sua pronúncia errada das palavras. Carlisle e eu já tínhamos ouvido aquelas músicas tantas vezes que sabíamos “de cor” e acabávamos cantando também. Era pura diversão se deixar levar para longe das convenções.

Foi justo nesse dia em questão, enquanto eu ajudava Emmett a construir seu castelo de areia, que vi que Carlisle nos observava. Eu sorria sem graça e percebia que ele nem disfarçava ao ser pego.

— Vamos ter outro filho. – falou de supetão.

— O que?

— Não acha que Emmy precisa de irmão ou irmã pra lhe fazer companhia? Ele é tão solitário.

— Pensei que o combinado seria a diferença de quatro anos.

— Não precisamos esperar mais. Emmy já está com quase dois anos e logo vai nos cobrar um irmãozinho e vamos dizer o que? Que ainda faltam dois anos?

Fiquei pensativa por alguns instantes. A experiência com o meu primeiro bebê tinha sido incrível. Eu nunca imaginei que gostaria tanto da maternidade como gostei quando tive Emmett. Acabei descobrindo que amava ser mãe. Ter outro filho não seria uma idéia ruim.

— Sabe que não é uma má idéia?

Então começamos os planos para o bebê 2. Desde o início tudo se mostrou incrivelmente diferente da primeira vez. Aproveitamos o processo com calma e naturalidade, sem aquela obsessão que eu tinha quando foi para engravidar pela primeira vez. Foram inúmeros testes que deram negativo. Ao invés de ficarmos chateados ou enlouquecidos, apenas olhávamos um para o outro e dizíamos: “não foi dessa vez”. Não tínhamos avisado a ninguém que estávamos tentando, por isso não ferimos as expectativas de ninguém, nem mesmo as nossas.

Quando o teste finalmente deu positivo, pulei de alegria. Fazia uns dias que eu tinha começado com os malditos enjôos. Tão cruéis como na primeira vez, principalmente pela manhã. Nem precisou muito para eu associar uma coisa a outra. Só que dessa vez, eu andava me hidratando mais e me alimentando mesmo tendo que colocar tudo pra fora.

Carlisle tinha feito uma viagem representando o pai nos Estados Unidos. Era algo sobre clima e ele estava super animado pra ir. Primeiro por que o tema o interessava e segundo pelo fato de que Pierino parecia estar entregando os pontos e confiando mais no filho para representá-lo em grandes eventos. Meu marido passou dias planejando tudo e tão absorto que nem percebeu os sinais. Eu também não comentei nada. Quando ele viajou. Resolvi pedir a ajuda de Lily para comprar os exames de farmácia sem dar na vista de ninguém. Iria fazê-los na casa dos meus pais, que agora era da minha irmã. Ela me olhava com ansiedade enquanto esfregava uma mão na outra, esperando os três minutos passarem. Mas nunca passavam. Fechei os olhos e resolvi me concentrar na minha respiração.

— Duas linhas rosa! – Lily gritou.

Abri os olhos e todos os cinco exames estavam dando o mesmo resultado: POSITIVO. Soltei a minha respiração e deixei ser abraçada pela minha irmã. Comemoramos juntas pulando como duas loucas. Foi uma noite divertida.

O mais difícil de tudo foi tentar esconder de todos que nada estava acontecendo. Além dos meus enjôos constantes também tinha aquele sorriso que persistia no meu rosto. Mas permaneci calada por que eu queria surpreender Carlisle ao anunciar como eu não tinha conseguido na primeira vez. Por isso, tratei de marcar com o Doutor Walter na surdina uma consulta e uma ultrassom. Queria saber como eu estava e ver o meu pontinho de alegria.

Aproveitei o aniversário de dois anos de Emmett para anunciar a grande novidade. Peguei uma caixa de presente e coloquei as fotos da ultra que eu tinha feito. Misturei aos presentes do meu filho. Como o aniversário dele caiu na semana naquele ano, não fizemos uma grande festa no dia. Iríamos receber os amigos no fim de semana, porém sempre gostávamos de bater os parabéns na data certa para não deixar de celebrar. Eu e Maria fizemos cupcakes de chocolate, o sabor preferido de Emmett, e colocamos todos juntos para simbolizar um bolo. Cantamos os parabéns e deixamos ele apagar a vela. Era tão bom vê-lo contente!

— Chegou a hora dos presentes! – Carlisle anunciou. – Estranho! Temos três deles aqui. Papai e mamãe mandaram trazer pra cá?

— Não. Esse é pra vocês dois.

Carlisle me olhou desconfiado, mas não disse nada. Começamos a abrir os outros presentes primeiro. Um sapato novo da Maria e um Pião Sonoro de nós dois. Peguei o último e entreguei nas mãos do meu marido.

— Abram os dois juntos.

— Certo.

Sorriu e pegou Emmett no colo para ajudá-lo a tirar a fita e abrir a tampa. É claro que o meu filho não entendeu nada e nem quis. Estava mais animado com o seu pião. Mas Carlisle ficou um bom tempo olhando para as fotos que estavam na caixa. Eu sabia que as lágrimas iriam cair em algum momento, mas antes ele veio até mim e me abraçou com força.

— Emmy, filho, você vai ter um irmãozinho ou irmãzinha para brincar em breve.

Minha segunda gravidez foi diferente em tudo da primeira. Tudo era tão tranqüilo, tão em paz, que parecia mesmo que tínhamos planejado cada passo. Aproveitei muito as mudanças do meu corpo. Me olhava no espelho todos os dias em busca de alguma coisa nova. Claro que muitas vezes eu dava “com burros n’água”, eu sabia que a gravidez era algo lento, como um prato a ser degustado.

Eu estava sorrindo de novo, mesmo que com o empenho em entender o que aconteceu com a mamãe, porém não estava mais me sentindo culpada. Os meses iam avançando e compreendia que a culpa não caberia ali. Esse sentimento tinha que ser transformado em ação. Era um período de renovação. Um novo ciclo estava se abrindo e aquela gravidez significava isso, a roda gigante que era a vida.

— Não acha que ele vai sentir ciúmes? – Carlisle me perguntou baixinho ao meu lado.

Acariciei os fios loiros do cabelo de Emmett que descansava em meus braços, quase adormecido depois de uma sessão de brincadeiras.

— Espero que não. Sabe que a minha diferença para Lily vai ser quase de Emmy e do bebê. Não lembro de nenhuma vez de me sentir enciumada com ela. Na verdade, eu achava que ela era meu brinquedo novo.

— Eu tinha quatro anos quando Carmen nasceu. Me lembro de cada passo da gravidez da minha mãe, mesmo ela não querendo compartilhá-la com ninguém. Todos estavam nervosos quando ela entrou em trabalho de parto. Eu não sabia o que era na época, claro. Ficava vendo todo mundo pra lá e pra cá. Mamãe gritava e eu já estava começando a ficar assustado.

— E alguém chegou a lhe dizer o que estava acontecendo?

— Cheguei para a minha babá, quase com medo dela brigar comigo, e perguntei baixinho: “porque a mamãe está sofrendo, senhorita Schulz?”. Ela então me disse que minha irmã estava chegando. Não entendi por que isso poderia deixar todos apreensivos e por que minha mãe gritava tanto, era pra ser algo bom, sim?

— Imagino que ter Carmen ao seu lado deve ter sido um alívio?

— Com certeza foi! Eu me sentia muito solitário. Carmen era minha companheira de vivências nessa família louca que tínhamos. Sempre formos muito próximos.

— É dessa forma que quero que Emmett seja com o seu irmão ou irmã, tal como somos com os nossos.

— Espero que sim. Vamos fazê-lo participar de tudo. Pode ser que assim ele se acostume com a idéia de ser um irmão mais velho.

Assenti e continuei acariciando os cabelos do meu primogênito. O fato de ter um outro bebê também era novo pra mim também. Eu já amava aquele serzinho que crescia dentro de mim. Porém, era diferente do amor que eu tinha por Emmett. Não como uma preferência entre um e outro, mas pelo fato de que eu e Emmy tínhamos construído uma história, um laço forte. Lutamos juntos pela vida dele e isso era muito. Eu precisava ver aquele novo neném em meus braços para materializar essa nova aventura.

Senti um tremor dentro de mim e arregalei os olhos. O bebê confirmava que estava vivo e dando uma resposta aos meus pensamentos. Emmett deu um pulo e me olhou assustado, tinha sentido também o neném se mexer.

— É o seu irmãozinho ou irmãzinha dizendo oi.

— Mexeu? – Carlisle perguntou com os olhos arregalados.

— Sim. Acabamos de sentir.

Ele se apressou e pôs a mão no meu ventre, mas nada aconteceu. Sorri.

— Acho que o bebê gosta mais da mamãe e do irmãozinho.

Meu marido bufou e eu gargalhei.

Descobri o sexo do bebê 2 mais cedo do que foi anteriormente. Não encontramos tanta resistência da família real para os exames de ultrassom. Já tinham compreendido o quanto era importante estar muito bem informado sobre a saúde de mais um membro chave para a realeza. Embora, na época o neném, quando nascesse seria o terceiro na linha sucessória e o “reserva”. Ai como eu odiava essa palavra, mas insistiam em usá-la. Tudo que se referia ao bebê era que ele seria o substituto do irmão, um apoio para doar órgãos caso fosse necessário, um step se alguma coisa acontecesse com Emmett. Não queria esse tratamento diferenciado e nem ao menos que isso fosse jogado pro universo. E ele acabou jogando de volta...

— O que acha que será? – Carlisle me perguntou enquanto aguardávamos o doutor Walter para o exame de ultrassom.

— Sinto em dizer, mas acho que será outro menino. Algo dentro de mim está dizendo isso.

— E você, Emmy? O que acha? Irmãozinho ou Irmãzinha?

— mãozinho!

— Dois contra um. Desculpa querido.

— A esperança é a última que morre. Se for menino de novo tentaremos uma menina depois. Não desistirei.

— Falou aquele que não coloca os bebês pra fora.

Ele sorriu e acariciou as minhas bochechas. Eu sabia que o sonho de Carlisle era ser pai de uma menina. O que destoava completamente da maioria dos homens. Esperava que dessa vez, ele realizasse esse sonho, mesmo que dentro de mim, eu já soubesse que seria mais uma vez um menino. E tudo acabou se confirmando no resultado do exame. Dr. Walter nas imagens, que para nós parecia tudo embaçado, atestou que Belgonia teria um novo príncipe.

Emmett parecia encantado nos braços de seu pai ao ver na pequena tela o seu “mãozinho” se mexendo, o som de seu coração, pra ele parecia inconcebível que algo que estava na minha barriga aparecesse na “televisão”. Tão fofo! Aliais, fizemos muita questão que o nosso primogênito participasse de tudo no processo da gravidez. Queríamos que ele se acostumasse com a idéia de ter um irmão antes mesmo do nascimento. Ele participava bastante até. Ajudava nas compras das roupinhas, se animava em me ajudar a organizar as coisinhas que comprávamos e até separava alguns de seus brinquedos para dividir com o irmão.

Assim como na primeira gravidez, as pessoas receberam muito bem a notícia da chegada de um novo membro da família real. Dessa vez pude aproveitar melhor o carinho das pessoas. Como fui acompanhada desde muito cedo e bem de perto pelo Dr. Walter, tudo estava caminhando como deveria ser, então fiz questão de seguir com a minha agenda normalmente até o período da minha licença.

Dessa vez tomei bastante cuidado para não estragar a surpresa e deixar que as apostas rolassem a solta. Eu e Carlisle nos divertíamos bastante por que sempre a gente tinha que ser criativo na hora de responder as perguntas das pessoas. Alguns perguntavam diretamente se sabíamos o sexo, como eu havia revelado na primeira vez, acharam que seria mais fácil agora, mas não falamos nada. Haviam perguntas que eram mais discretas, faziam muito rodeios para “colher maduro” e tentávamos ser mais espertos nesses casos.

O que acontecia muito também era na hora de receber os presentes. Ganhei muita coisa. Se eu fosse contar com tudo que recebi do público nos eventos dava para completar todo o enxoval do bebê. Eu sempre me senti muito acolhida nessas horas. Fica até cansativo repetir o quanto cada cidadão de Belgonia que ia me ver nos compromissos me deixavam cada vez mais acarinhada. Você nunca consegue imaginar quantas pessoas podiam te conhecer e ter um sentimento genuíno sem nem ao menos te conhecer de verdade. O propósito maior era exatamente esse, a conexão com eles. O público que me acompanhava se identificava comigo, ficava, felizes pelas minhas conquistas e pelas minhas vitórias.

Outra coisa boa dessa gravidez foi poder estar mais perto da minha irmã, com a doença do papai e os problemas que tive durante a minha primeira gestação, isso não foi possível antes. Agora, sempre que ela podia e eu também a gente saia para fazer programas juntas, papear, fazer compras e ser irmãs como há muito tempo não éramos. Agora, órfãs, parecia que estávamos mais próximas. Era como se nos agarrássemos ao contato uma da outra para a nossa própria sobrevivência. De nossas raízes só restava uma a outra e por isso era mais fácil entrar mais no convívio mútuo. Além disso, era muito bom poder tê-la durante cada estágio da minha gravidez e saber que eu podia contar com a presença dela. Era acolhedor.

Até a hora do parto foi mais fácil na segunda gravidez. Na última consulta, quando dei entrada na minha licença maternidade, Dr. Walter estimou que o bebê nasceria no fim do mês de junho. Então, tudo foi devidamente preparado para a chegada dele. Uma ala do hospital foi reservada para as últimas semanas do mês, a imprensa estava afoita atrás de tudo quanto era novidade. Foi como se todo país tivesse parado para aquele momento.

Comecei a perder líquido amniótico no dia anterior ao nascimento, comecei a me preocupar, mas Dr. Walter assegurou que estava saindo em quantidade mínima para que houvesse a necessidade de ir ao hospital. As contrações se iniciaram na manhã do dia 20 de junho, mas resolvi aguardar no palácio até elas diminuírem o espaço entre as dores. Eu estava completamente tranqüila. Carlisle também, já tínhamos passado por isso antes, mas Lily ficava sempre cronometrando tudo a todo instante. Eu amava o fato dela estar ali segurando a minha mão e me mimando, me deixava ainda mais calma. Eu sabia que ela ali representava os meus pais que deviam estar orando por mim e pelo meu filho lá do céu.

O nosso segundo filho nasceu naturalmente às cinco e meia da tarde daquele mesmo dia de junho de 1986. O dia inteiro tinha feito um calor gostoso, o céu estava lindo e quando eu escutei o chorinho dele pela primeira vez, já podíamos sentir uma brisa mais fresca e a luz alaranjada do fim do dia pela janela.

Ele era tão diferente de seu irmão. Um bebê tão bonito quanto. Com fios acobreados na cabeça que me fez ficar esperançosa que ao menos isso de mim ele tinha herdado, mesmo que depois eu esperasse que poderia clarear durante os dias seguintes. Os olhos azuis de Carlisle, eu sabia que permaneceria. Mas eu tinha certeza que algo mais. O neném parecia ter a tranqüilidade de seu pai e também a sua curiosidade. Ficava olhando pra mim e para ele com tanta vivacidade que nem parecia que havia horas de nascido. Era um pequeno com uma alma velha. O que confirmaríamos ainda mais isso depois.

— Seja bem – vindo a esse mundo louco Edward. – Carlisle falou e eu concordei enquanto beijava a pequena testa do nosso garotinho. POR FAVOR DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSA HISTÓRIA!


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