Encontro Anual de Perícia dos Estados Unidos escrita por Bê s2


Capítulo 8
Dois anos depois...


Notas iniciais do capítulo

E chegamos ao fim de mais uma pequena história da família Grissom. Espero que tenham gostado ♥
Obrigada pela companhia e até a próxima!



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Dois anos depois…

 

O Encontro Anual de Perícia dos Estados Unidos estava sendo sediado na Universidade de Las Vegas. Peritos de todo o país se encontravam na cidade para prestigiarem o evento. Ecklie participava do comitê de organização pela primeira vez e não conseguia conter a euforia e a pompa. Para tanto, designou todos os melhores CSIs para participarem do evento, enquanto alguns poucos azarados cuidariam dos casos em andamento durante a semana.

Ecklie reuniu excelentes palestrantes naquele ano e ainda indicou pessoalmente uma novata de currículo impecável de sua própria equipe. Tudo saía dentro do esperado e ele estava nas graças do xerife e do prefeito. Talvez fosse um dos pontos altos de sua carreira.

Gil Grissom liderava a primeira fileira do auditório com Russel, Greg, Morgan, Nick, Sofia e alguns ratos de laboratório. Julie Finlay, recém contratada pelo laboratório de Las Vegas, também sentava-se com eles. O entomologista, que não palestraria aquele ano, ouvia cada aula com atenção e participava atentamente. Entre um curso e outro, topava com conhecidos e até alguns renomados nomes da ciência forense. 

A palestrante daquela manhã entrou com passos seguros no palco do auditório. Usava um vestido preto justo ao corpo, elegante e profissional, que ressaltava suas curvas e a pele branca. O cabelo cacheado caía em cascata pelos ombros e o brilho de seu olhar denunciava a satisfação em estar ali. A mulher colocou sua apresentação no grande telão e organizou alguns papéis sobre um púpito. Respirou fundo, ligou seu microfone e começou a falar:

—Bom dia, peritos e peritas dos Estados Unidos. Meu nome é Sara Sidle e é uma honra abrir nosso Encontro anual de Perícia Forense, ainda mais estando na cidade que me acolheu com toda sua agitação e reviravoltas há quatorze anos.

A platéia aplaudiu a CSI sendo puxada pela primeira fileira. Grissom sorria tão orgulhoso que Sara não se conteve em lhe mandar uma piscadela quando seus olhares se encontraram.

—Estudei física aplicada em Harvard e me especializei em análise de materiais em Berkeley. Estou na ativa com o CSI há quase vinte anos e hoje falarei sobre as novas técnicas e tecnologias em torno da análise de materiais, voltando ao meu início como perita. 

O silêncio da platéia era interrompido pelo som de canetas riscando papéis em anotações frenéticas. Alguns peritos se atreviam a fazer perguntas e a palestra aconteceu por mais de duas horas em um piscar de olhos. Sara utilizava diferentes abordagens e falava sobre o assunto a partir de exemplos de casos em que trabalhara. 

Durante a rodada de perguntas, uma jovem levantou a mão. Um microfone foi levado até ela por um dos organizadores. Tímida, a moça começou a falar:

—Bom dia, senhorita… Desculpe, Senhora Sidle. -Ela se corrigiu e Sara sorriu indicando que continuasse. -Sou Anne Carston, estudante de biologia do quarto semestre. Sou apaixonada pela ciência forense e quero muito seguir na área e eu não pude deixar de notar… Eu não posso deixar de perguntar… Não é bem sobre análise de materiais…

Ela fez uma pausa indecisa e Sara arqueou uma sobrancelha. 

—Posso tentar responder sobre outras áreas do CSI, senhorita Carston. Se não puder, tenho certeza que algum de nossos colegas poderá ajudá-la.

A moça respirou fundo novamente como se tomasse coragem e disparou com mais confiança:

—Não pude deixar de notar sua aliança e sua gravidez…

Sara deu um sorriso incerto e a interrompeu:

—Ficaria preocupada se não notasse minha barriga de sete meses, senhorita…

Alguns presentes riram e jovem sorriu mais tranquila.

—O que eu gostaria realmente de saber é se é possível ter uma família com essa rotina tão conturbada dos peritos, senhora Sidle. -A moça finalizou.

Sara abriu um largo sorriso e trocou um olhar cúmplice com o marido antes de responder:

—Senhorita Carston, a rotina é muito corrida e não é fácil. Apesar disso, eu e todos os meus colegas administramos uma vida fora do laboratório. -Ela suspirou. - Minha família está na minha equipe e eles são nossa rede de apoio. Meu marido, Gilbert Grissom, também é CSI e ele está aqui comigo hoje na primeira fileira…

Vários olhares se viraram para Grissom, mas o entomologista só tinha olhos para a esposa.

—Sempre nos revezamos com nossa bebê e isso vai continuar quando nosso menino chegar. Hoje, por exemplo, ela está com seus padrinhos passeando pela universidade… -Sara deu mais um sorriso antes de finalizar. -Nosso trabalho é muito intenso, mas chegar em casa e ser recebida com o riso de um bebê acalenta qualquer dia difícil. Respondendo à sua pergunta: é difícil, mas é possível e maravilhoso.

Sem mais perguntas, a platéia explodiu em aplausos depois de uma palestra tão completa e com uma conclusão reconfortante. Alguns alunos e peritos se aproximaram para cumprimentarem Sara, mas a atenção dela logo foi toda para os ocupantes da primeira fila. 

—Você fez uma excelente palestra, Sara. Estamos orgulhosos de você! -Russel a abraçou.

Ela agradeceu e abraçou um por um, sendo Grissom o último.

—Você foi ótima, querida. -Sussurrou no ouvido dela. 

Sara sorriu para ele, mas um chamado a fez se virar para a entrada:

—Mamãe! Papai!

Uma menininha com pouco mais de um ano, de cabelos cacheados e olhos absurdamente azuis vinha correndo do fundo do palco. Ela usava um shorts colorido e uma camiseta escrito CSI em formação. Jim Brass e Catherine Willows acompanhavam a garotinha com medo que ela se desequilibrasse, protegendo o caminho dela com cuidado. Grissom sorriu para a cena e se abaixou para pegar a filha no colo.

—Papai! -Ela deu um beijo no rosto barbeado dele.

—Olhe só, Emma… Mamãe deu uma aula incrível! - Disse para a filha. -Você se divertiu com seus dindos?

A menina assentiu com a cabeça e eles se voltaram para os padrinhos.

—Gostei da sua blusa, filha… -Sara disse olhando a roupa. -Catherine?

—Achei a cara da Emma! E comprei uma pro Arthur também…  -A loira admitiu. -Filhos de vocês dois… Aceitem, eles serão CSIs. E dos melhores!

O casal trocou um olhar e um sorriso. 

—Sara, sua palestra não poderia ter sido melhor! -Conrad chegou eufórico. -O Xerife quer lhe parabenizar… Está na sala de reuniões…

Emma, no colo de Grissom, estendeu os bracinhos para Ecklie, que a pegou sem jeito. Grissom olhava a interação divertido e Morgan os observava com carinho.

—Oi, pequena Grissom… -Era o jeito que ele sempre se referia à criança.

—Mamãe deu aua mamã…—A menina balbuciou alguma coisa ininteligível.

—Sim, sua mamãe foi muito bem, você tem roda a razão. 

Emma esticou os bracinhos para seu pai, que a pegou e a distraiu com um brinquedo entregue por Catherine. 

—Então nós vamos para o almoço antes do segundo turno, enquanto os Grissom vão com Ecklie. -Russel organizou o pessoal. -Nos vemos mais tarde!

Eles sairam juntos do auditório. Antes de ir, Jim entregou uma bolsa com os pertences de Emma e lhe plantou um beijo na bochecha rechonchuda. Grissom ajeitou a bolsa e a filha sonolenta nos braços e acompanhou a esposa atrás de Ecklie. Com jeito, a morena entrelaçou seus dedos nos dele e recebeu um carinho terno. E de mãos dadas, com a filha aconchegada no colo do pai e o filho crescendo no ventre da mãe, a família Grissom seguiu unida.

OoOoOo

Já era noite quando Sara e Grissom colocaram Emma para dormir em seu berço. A bebê ressonava tranquilamente com seu pijama de abelhinhas e abraçada à um ursinho de pelúcia dado por Greg antes mesmo de seu nascimento. Seu quarto era muito aconchegante, decorado com borboletas e repleto de brinquedos por todos os lados, sendo a maioria presentes dos tios peritos babões. 

O casal saiu em silêncio e entrou no quarto em frente, que pertencia ao mais novo integrante da família: Arthur. Grissom escolhera a decoração com tema espacial, imediatamente aprovado pela esposa. Já estava tudo quase pronto para a chegada do bebê, que estava prevista para menos de dois meses. 

Sara se sentou na cadeira de amamentação confortável, enquanto o marido guardava as roupinhas com a temática forense na cômoda branca do filho. Os olhos dela percorreram todo o local e seu coração aqueceu com a visão. Finalmente tinha sua família completa, unida e feliz.

—Que sorriso doce é esse, honey? -Ele perguntou se aproximando.

—Estou refletindo sobre como a vida é engraçada… Como as coisas acontecem…

Grissom se aconchegou no tapete felpudo e deitou a cabeça no colo dela, acariciando seu ventre e recebendo cafuné nos cabelos. 

—Nos conhecemos em um seminário… -Ela continuou. -Nossa filha chegou em outro, e agora nosso filho também… Nossa vida sempre esteve entrelaçada ao trabalho, mas hoje vejo isso de um jeito tão bom!

—Sim, e hoje temos uma vida maravilhosa. Estou tão contente com tudo, querida. Você me faz feliz!

Ela sorriu e ele se virou para olhá-la nos olhos.

—Você me faz feliz também, querido.

Grissom se ergueu e lhe estendeu as mãos, ajudando-a a se levantar. Antes que pudessem sair, ele a trouxe mais para perto e lhe deu um beijo longo e doce. Se separaram lentamente.

—Vem… -Sara o chamou.

Com delicadeza, a morena puxou o marido pela mão e o guiou em silêncio até o quarto. Ele se deitou primeiro e ela subiu na cama logo em seguida, aconchegando-se no seu lugar preferido no mundo todo… Nos braços de Gil Grissom. Adormeceram assim: abraçados e entrelaçados um ao outro, com as respirações tranquilas e os corações batendo no mesmo ritmo.


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