Harumi Hiden - A Ressurreição das Sombras escrita por Akira Senju


Capítulo 15
As Faces e Facetas de Um Ser


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos!!! Estou de volta!

Trago um novo capítulo para vocês e espero que gostem!

Aviso: Estou revisando a história Um Amor Improvável. Os acontecimentos continuam sendo os mesmos, mas estou dando uma melhorada nos diálogos e nas descrições de cenas. Se puderem e quiserem, depois vão lá dar uma lida novamente e me digam o que acharam. ♥

Sem mais delongas, tenham todos uma ótima leitura.



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          KONOHA - TORRE DO HOKAGE

 

Em uma das salas de reuniões da Torre do Hokage, Kakashi estava sentado à mesa com uma ilustre visita, a Quinta Hokage, Tsunade.

— Bem, ao que devo a honra de sua visita? – Kakashi perguntou.

— Está na hora de me dizer o que está acontecendo, senhor Sexto Hokage! – Ela estava com os braços cruzados e com uma expressão rabugenta.

Kakashi tomou um leve susto.

— Do que está falando, senhora Quinta Hokage? 

— Não se faça de idiota, Kakashi! – Ela deu um leve soco na mesa, suficiente para fazê-la estremecer. - Assim como no passado, você está me escondendo a verdade sobre Harumi e estou cansada desse joguinho misterioso de vocês dois!

Kakashi ficou assustado com a alteração de Tsunade, mas, depois de alguns segundos, ele suspirou.

— Eu entendo. Porém, tudo que eu sei é que Harumi está passando por um momento difícil. Não se lembrar de nada do passado tem lhe causado grandes mudanças e não tenho certeza se isso poderá ser revertido.

— NÃO É SÓ ISSO! Está claro que houve algo muito grave no passado dela e que você esconde a sete chaves.Tudo que eu sempre soube foi que o fato dela possuir uma porcentagem do Chakra da Raposa de Nove Caudas fez com que todos na Vila a julgassem como um monstro, assim como fizeram durante muito tempo com Naruto. Mas já faz um bom tempo que eu tenho me perguntado se não houve algo mais grave, afinal, o livro que ela me deu só conta parte da história dela e tudo se passa no período que antecede o retorno dela para Konoha. Portanto, eu exijo de uma vez por todas a verdade, Kakashi! – Ela se aproximou de forma ameaçadora. - O que realmente aconteceu com Harumi no passado?  

 

Kakashi, novamente, se surpreendeu e uma gota de suor desceu em sua testa.

 

Enquanto isso, Harumi continuava na floresta e seguia lendo sobre seu passado. Depois de saber sobre a grande injustiça que sofreu e sobre seu acordo com Danzou Shimura para proteger seu amigo, Kakashi, ela agora lia sobre sua maneira de recomeçar. Mesmo depois de tudo, sua promessa de proteger a Vila permaneceu e depois que Tsunade se tornou a Quinta Hokage, ela teve a oportunidade de voltar a atuar no hospital de Konoha. Porém, Harumi não revelou os reais motivos que a levaram a sair da Vila, e Tsunade queria que ela simplesmente voltasse e que os demais a aceitassem sem questionar, pois, apesar de seu Chakra monstruoso, ela era a discípula da Quinta Hokage. Mas devido a grande verdade, Harumi teve de rejeitar a tentadora proposta de Tsunade. Porém, no mundo shinobi, ela era a única que tinha habilidades médicas semelhantes às de sua Mestra, sendo ela, depois de Tsunade, a Ninja Médica mais habilidosa daquela época, e a única, além de sua Mestra, a dominar a técnica Byakugou no In. Percebendo que poderia ser de grande ajuda para a Quinta Hokage e que seria a única a poder executar os mesmos feitos da mesma que, agora teria de se empenhar em resolver outros assuntos da Vila, Harumi decidiu voltar ao hospital, mas agora, disfarçada. Foi um grande desafio criar um disfarce, mas ela teve mais dificuldades ainda para criar um nome e uma história para seu disfarce, porém, ela contou com a ajuda da melhor pessoa para isso. 

 

— Jiraya Sensei. – Ela mencionou seu nome com um sorriso sutil e um suspiro cheio de saudade.

 

Ao se lembrar do dia em que ela e Jiraya passaram longas horas criando a história de Akira Senju, Harumi também se lembrou de um dos textos escritos por seu Mestre naquele dia.

 

Flashback on

 

Os dois estavam sentados, encostados na mesma árvore, um de cada lado e de costas para o outro, e cada um segurava um caderno. Jiraya estava escrevendo algo, enquanto Harumi encarava o caderno, pensativa, com um semblante meio confuso e coçava a têmpora em alguns momentos. Os dois estavam concentrados na criação da história de Akira, mas Harumi estava tendo dificuldades para criar algo convincente e interessante. Em certo momento, Jiraya parou de escrever e a espiou por alguns segundos.

 

— Parece que está tendo dificuldades para criar algo, não é? – Ele perguntou.

 

Harumi tomou um leve susto e o olhou de canto, notando que ele estava bem perto e olhando para o seu caderno

 

— Que eu me lembre, o combinado foi que só iríamos ver o que o outro escreveu depois de acabado. – Ela disse com uma de suas sobrancelhas arqueada e fechou seu caderno.

— Hum, mas eu já acabei. – Jiraya sorriu convencido.

 

Ela o olhou levemente surpresa, mas depois virou o rosto como uma rabugenta e sem dizer nada.

 

— Bem, eu acredito que seja importante ser você mesma a autora da história de seu disfarce, portanto serei apenas um ajudador. Mas fique tranquila, pois, pensando nisso, eu escrevi algo que possa inspirá-la. Está preparada para ouvir essa maravilha?

 

Ela o olhou.

 

— Desde que não seja nada parecido com aquele seu livro.

— Não se preocupe. Digamos que, a cada texto escrito por mim, eu me supero. Ou seja, pode ser considerado um passo à frente do meu último livro, algo ainda melhor.

Harumi desviou o olhar, sem nenhum entusiasmo.

— Hum, tá. 

Ele a olhou irritado.

— Não seja mal educada com um grande escritor! É um privilégio poder ouvir um de meus contos pessoalmente e ainda ter minha ajuda para criar uma história! – Ele disse alterado.

Harumi franziu a testa, olhando-o com desdém.

— Hum, se tivesse certeza disso, não estaria irritado com o meu desinteresse.

Jiraya rangeu os dentes de raiva.

— Olha aqui, garota…

— LÊ LOGO ESSA PORCARIA! – Ela gritou irritada.

Jiraya se assustou e arregalou os olhos. Era incrível o quanto ela conseguia ser parecida com Tsunade em seus momentos de fúria.

— T-Tudo bem. – Ele raspou a garganta e suspirou para começar. - Vamos lá… Dentre faces e facetas de um único ser, havia um só coração. Mesmo que dentro de si houvesse instintos animalescos, havia uma só razão. Razão essa, que poucos conheciam, mas sabiam ser imutável e irrefutável. Porque além de poder, esse ser possuía um objetivo. 

 

Harumi o olhou, levemente surpresa, e ele continuou lendo.

 

— Não importa como chame-o ou se nem mesmo o veja, seu objetivo engloba fazer o melhor por todos e sem sequer revelar quem realmente é. Dentre as faces desse mesmo ser, há uma história de perdas e dores, mas o que há em comum em todas as faces desse ser, é a faceta de ser capaz de recomeçar, não importa como.  A emoção e a razão brigam dentro de si, como dois animais ferozes. Sua emoção representada pela raposa, feroz e solitária, e sua razão representada pelo gato, inteligente e hábil. Mas apesar dessa briga interna e invisível, sua existência e suas escolhas provam quem vence todos os dias. 

 

Harumi fechou os olhos e suspirou. Ela compreendeu que Jiraya escreveu aquilo não apenas para inspirá-la, mas para deixar claro o que ele, seu mestre, pensava sobre ela depois de tudo o que havia acontecido. Foi de extrema importância ouvir aquelas palavras, Jiraya também tinha como intenção reforçar aquilo que, talvez, a dor a fizesse esquecer, mesmo que por alguns instantes. Apesar de tudo, ela ainda foi capaz de escolher o caminho certo.

 

— Dentre as facetas desse mesmo ser, está a de se disfarçar. Não sendo contraditória, essa faceta é a mais evidente e revela seu nome… 

Flashback off

 

— Akira Senju. – Harumi completou a citação de seu Mestre, com um sorriso sutil, e suspirou ao se lembrar daquele momento.

 

Após essa linda lembrança, ela se levantou e começou a caminhar pela floresta. 

 

Flashback on

 

Depois de ouvir o texto que Jiraya havia escrito sobre Akira, Harumi se inspirou e conseguiu criar uma história para seu disfarce, da qual ela falava e Jiraya escrevia.

Jiraya estava recostado naquela árvore enquanto Harumi estava sentada ao seu lado, também se recostando na mesma...

— Bem, então essa é a história de Akira Senju. – Ele estava terminando de escrever em um caderno.

— Ficou bem convincente, não é? – Harumi sorriu com satisfação.

— Ficou fantástica! Não teria como não ficar, você teve a ajuda do maior escritor de todos os tempos. – Jiraya sorriu convencido.

Harumi o olhou de canto e deu risada sutilmente.

— Tive uma ideia. – Jiraya disse.

— E qual é?

— Porque não deixamos uma marca desse dia?

— Hum? – Harumi o olhou intrigada.

— Deixaremos algo escrito em algum lugar para marcarmos esse dia de uma forma que só nós entenderemos.

— E como podemos marcar?

— Hummm... – Jiraya cruzou os braços, colocando uma mão no queixo. - Já sei! – Ele levantou o dedo ao ter uma ideia. - Essa árvore.

Harumi continuava olhando-o intrigada e ele se levantou.

— Veja... – Ele concentrou Chakra na ponta do dedo indicador e escreveu カエル (Kaeru - Sapo).

Harumi se levantou e arqueou uma de suas sobrancelhas...

— Sapo?

— Sim, minha espécie de invocação. Agora é sua vez. Escreva a sua, bem aqui. – Ele apontou para o local exato.

Harumi, mesmo intrigada, concentrou Chakra na ponta do dedo e escreveu 猫 (Neko - Gato).

— Ótimo. Só falta uma coisa para tornar ainda mais único. – Jiraya disse.

Ele concentrou Chakra na ponta do dedo novamente e escreveu a baixo a data "09.10"...

— Agora sim, está perfeito! Essa é a data em que nasceu Akira Senju, o médico mascarado. – Ele cruzou os braços com um sorriso satisfeito e olhou para Harumi.

Ela sorriu sutilmente, olhando-o de volta.

Flashback off



Harumi estava em frente a aquela árvore e encarava aqueles nomes e aquela data…

 

猫 - Neko. (Gato)

カエル - Kaeru. (Sapo)

          09.10

Ela passou seus dedos onde estavam as palavras, como se as acariciasse e sentisse como se tudo estivesse acontecendo naquele momento. Ela suspirou, suspirou de saudades de seu mestre, mas sorriu sutilmente por ter tido a honra de viver tantos momentos divertidos e únicos com ele. 

 

Após olhar aqueles nomes e data por mais alguns instantes, Harumi teve vários flashes, seguidos de lembranças das diversas vezes que usou aquele disfarce, um tanto quanto estranho, mas necessário. Sua determinação como ninja jamais foi abalada, mesmo diante da dificuldade de continuar exercendo seus ofícios médicos em prol do bem de Konoha, mas isso tudo se devia as pessoas que estiveram ao seu lado, Jiraya, Tsunade, Kakashi e Shizune, que sempre lhe lembraram da sua força e capacidade de escolher o caminho certo, todos os dias. Depois de alguns instantes, envolvida com todas aquelas doces lembranças e emoções, ela se sentou bem ali, encostada naquela árvore e seguiu lendo seu livro. 

 

Depois de alguns minutos de leitura, chegou a parte da história em que ela reencontrou Kakashi. Foi inevitável não sentir aquela mesma sensação de alegria e um doce sorriso se formou em seus lábios. Porém, depois de alguns instantes, ela parou a leitura e ficou com o olhar entristecido...

 

"Como eu pude pensar em fazer mal a você? Mesmo que tenha sido por um só instante..." -- Ela pensou e suspirou com pesar.

 

— Suponho que tenha gostado da lembrança daquele dia...

 

Ela se assustou ao ouvir aquela voz, que soou atrás dela. 

 

— Assim como eu. -- O homem de cabelos castanhos e sorriso gentil, que estava encostado na árvore em que Harumi também se recostava, suspirou com nostalgia.

 

Era ele, Sukea.

 

Depois do susto, Harumi o olhou de canto.

 

— Você não deveria estar trabalhando? – Ela perguntou.

— Bem, digamos que... eu estou.

— Hum? – Ela se intrigou 

— Acontece que os clones das sombras também são úteis para serviços mais leves. 

 

Harumi o olhava sutilmente, por cima do ombro, até que voltou a olhar para o seu livro.

 

— Entendo.

 

Sukea a observou por alguns instantes, mantendo seu sorriso sutil e satisfeito por vê-la mais tranquila.

 

— Bem, eu vim até aqui apenas para lhe entregar uma coisa que foi sua no passado, mas que guardei comigo. 

 

Harumi logo o olhou e ele segurava a máscara que ela usava no passado, para se disfarçar de Akira. Ela ficou surpresa ao vê-la.

 

— Saiba que Akira ainda é lembrado como um dos mais habilidosos médicos ninjas já vistos em Konoha, e será sempre assim. Mas… fico contente por saber que por trás dessa máscara, havia alguém que fez muito mais pela Vila, que a protegeu nas sombras até o último dia de vida e eu fui o único escolhido para saber de tudo. – Ele estendeu a máscara, para que ela a pegasse. - Como Sexto Hokage, devo lhe agradecer por tudo, Akira/Harumi.

 

Harumi se surpreendeu novamente e, depois de alguns segundos, pegou a máscara. Estando com a máscara de Akira em suas mãos, ela a encarou por alguns instantes.

  

 

— Bem, agora tenho que ir. Nos vemos por aí, Harumi. -- Sukea logo se virou e começou a caminhar.

— Kakashi...

 

Ele ficou levemente surpreso ao ser chamado pelo verdadeiro nome.

 

—  Sim?

— Me perdoe pela maneira que eu o abordei naquele dia... Saiba que, assim como no passado, eu jamais me perdoaria se lhe fizessem algum mal. E se essa pessoa, por ventura, tivesse sido eu, provavelmente eu escolheria a morte, depois de retomar o juízo.

 

Sukea/Kakashi se assustou novamente, enquanto Harumi ficou com o olhar entristecido, ainda encarando sua máscara. Depois de alguns segundos, ela sentiu a mão dele tocar seu ombro. Sukea/Kakashi havia se aproximado e agachado perto dela, sem que a mesma notasse.

 

— Pode parecer imaturo para um Hokage o que vou dizer, mas... não falemos mais de morte, pelo menos não agora.

 

Ela olhou para a mão dele pousada sobre seu ombro e depois de alguns instantes, a tocou com carinho, suspirando e sorrindo sutilmente.

 

— Certo.

 

 Em seguida, Sukea/Kakashi se levantou e saiu em alta velocidade, retornando para a Vila da Folha.

 

Quando anoiteceu, Harumi estava em sua casa e havia acabado de fazer um chá. Ela segurava uma caneca e foi até sua mesa, para continuar a leitura de seu livro. Após se sentar, ela tomou um gole de chá e voltou a se concentrar em sua história. Porém, ao olhar o título do capítulo, ela se intrigou, pois era muito diferente dos outros.

 

— Um Amor Improvável. Hum… – Ela ficou pensativa.

 

Depois de alguns segundos, ela tomou mais um gole de seu chá e iniciou a leitura daquele capítulo.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por chegarem até aqui ♥



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